UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
Curso de docência do ensino superior
BASES DA EDUCAÇÃO VOCAL AO PROFISSIONAL DA VOZ
Por: Sandra Regina Sá de Almeida
Trabalho de conclusão de curso
em cumprimento às exigências
do curso de Docência do
ensino superior ministrada pela
Orientadora Diva Nereida.
Rio de Janeiro, junho de 2007.
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
Curso de docência do ensino superior
BASES DA EDUCAÇÃO VOCAL AO PROFISSIONAL DA VOZ
Por: Sandra Regina Sá de Almeida
Trabalho de conclusão de curso
em cumprimento às exigências
do curso de Docência do
ensino superior ministrada pela
Orientadora Diva Nereida
Rio de Janeiro, junho de 2007.
DEDICATÓRIA
A deus q nos da força para continuar a caminhada em busca de nosso
objetivos.
AGRADECIMENTOS
Ao meu grande amor, Leonardo Alckmin, pela tolerância e compreensão das
minhas ausências, tornando possível esta realização.
Ao meus filhos , por todo amor, e apoio que a mim dedicaram.
.
RESUMO
O presente trabalho aborda especificamente medidas de conhecimento e
prevenção do trato, no uso aos profissionais da voz, e seus distúrbios orgânicos
que afetam diretamente a comunicação do individuo. Embora a fonação seja
uma função neurofisiológica , é de acordo com as características
anatomofuncional do individuo e os aspectos emocionais de sua historia
pessoal que a voz vai se formando ao longo da vida. Portanto, através do
estudo da anatomia e fisiologia da laringe será possível a compreensão do
processo fonatório normal e patológico, o reconhecimento de lesões especificas
e o impacto que causam na produção da voz, e o uso de terapias preventivas e
conscientização dos profissionais da voz à medidas preventivas dos
profissionais q atuam, adequando a postura vocal.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
10
CAPÍTULO I -ANATOMIA DA LARINGE E
11
FIOSIOLOGIA DA PRODUÇÃO VOCAL
1. Laringe
11
2. Cartilagens
12
3. Membranas
18
4. Musculatura
21
5. Funções da Laringe e Fisiologia Vocal
34
CAPÍTULO II - A VOZ E SUA RELAÇÃO
40
COM AS ESTRUTURAS OROFACIAIS
CAPÍTULO III – TÉCNICAS COMPENSATORIAS
48
E PREVENTIVAS NO ATENDIMENTO DAS
ALTERAÇÕES DO TRACTO VOCAL
1. Higiene vocal
53
CONCLUSÃO
54
REFERCÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
55
Índice
57
10
INTRODUÇÃO
O sistema de comunicação humana é tão rica e versátil que, ao
falarmos a voz para produzir palavras e, ao expressarmos o pensamento,
vamos acompanhando e sublinhando o que fizemos com sutis conotações
vivenciais e metafóricas, que se manifestam através do comportamento vocal.
Podemos considerar a laringe, responsável pela produção de sons, com
a mais importante estrutura que propicia a voz. Qualquer alteração nessa
estrutura, seja ela funcional ou orgânica, afeta diretamente a produção da voz.
É importante ressaltar que a voz faz parte da identidade de uma pessoa,
e que quando não existe uma ocorrência entre o indivíduo e sua voz, ocorrem
problemas que em muitas ocasiões chegam a ser incapacitantes em sua
comunicação e a interferir negativamente na auto-estima e no desempenho
social. Essa insatisfação acontece quando o indivíduo apresenta algum
distúrbio na voz, que dependendo da sua intensidade podemos chamar de
disfoxia ou afoxia.
Embora a formação seja uma função neurofisiológica inata, a voz é o
resultado de vida de cada indivíduo e grande parte desse processo é realizado
por irritação de padrões e por desejos de comunicação; falar é um atributo
natural de nossa espécie, e o uso incorreto representa simples desvio do
processo básico de produção natural da voz, as alterações mas encontradas
abrangem os níveis respiratórios, geótico e ressonantal. Portanto é preciso
atenta ao uso incorreto da voz é geralmente desfavorável sobre a produção
vocal.
11
Capítulo I
ANATOMIA DA LARINGE E FISIOLOGIA DA PRODUÇÃO VOCAL
O aparelho fonador não existe enquanto unidade anatômica, mas deve
se comportar como unidade funcional. O conhecimento e estudo da
anatomia e fisiologia laríngeas permitem a compreensão do processo da
fonação e por conseqüência do seu uso no canto; o reconhecimento do
impacto de lesões específicas em tais produções; a interpretação dados de
avaliação do paciente, bem como definir o planejamento terapêutico e
reconhecer os limites da atuação fonoaudiológica.
1. LARÍNGE
Segundo Hungria (1995), a laringe constitui importante segmento do
aparelho respiratório, altamente diferenciado, pois ela desempenha não só
a função respiratória como também esfincteriana e fonatória. Está situada na
região infra-hióidea, abaixo da faringe e acima da traquéia. É formado por um
arcabouço musculocartilagíneo.
Situa-se no pescoço, sendo conectada inferiormente à traquéia e
superiormente abre-se na faringe e sua estrutura é extremamente complexa.
Behlau (2001) propõe que o esqueleto da laringe é formado por
cartilagens, músculos, membranas e mucosa (Fig. 1-1). A laringe como um
todo se divide em três espaços: supraglote, glote e infraglote. A cavidade
supraglótica é formada pelas
12
estruturas que estão acima da glote, incluindo o ventrículo laríngeo (cavidades
pares localizadas lateralmente e logo acima das pregas vocais), e tendo
como limite superior o ádito laríngeo. A cavidade infraglótica inicia-se logo
abaixo da glote, tendo como limite inferior o primeiro anel traqueal. A rima
glótica ou simplesmente glote, é o espaço entre as pregas vocais, com altura
cerca de 1 cm no adulto.
O som da voz é produzido na glote, sendo imediatamente
acrescido de ressonância na própria supraglote.
Fig.1.1 - Desenho esquemático da laringe e traquéia no pescoço
CARTILAGENS
Na literatura encontram-se diferentes divisões das cartilagens, para Lê
Huche & Allali (1999), a laringe é constituída de cinco cartilagens principais,
sendo três: e 53 ímpares e medianas que são: tireóide, cricóide e a
epiglote; e outras duas.
E laterais, as aritenóides (Fig.1.2).
13
Fig.1.2 - Desenho esquemático das cartilagens laríngeas em visão
posterior
Existem ainda duas cartilagens consideradas acessórias, também
pares, as comiculadas e os cuneiformes. (Behlau, 2001). (Fig. 1.2)
A cartilagem tireóidea é única, sendo a maior da laringe, e possui o
formato de um escudo, sendo composta de duas lâminas laterais, de forma
quadrangular, e dois cornos posteriores. O limite superior externo, na junção
das duas lâminas, chama-se incisura tireóidea superior e, inferiormente,
incisura tireóidea inferior. Na superfície externa de cada uma das lâminas,
encontra-se uma depressão chamada linha oblíqua, local de inserção de
alguns músculos (tireo-hiódeo, esterno-hióideo e o músculo constrictor inferior
da faringe).
O ângulo de união entre a lâmina direita e esquerda, chamada proeminência
laríngea, varia de acordo com o sexo, sendo facilmente observado como uma
proeminência anterior de pescoço de alguns homens. Na população
masculina, observa-se um ângulo ao redor de 90° e na população feminina o
ângulo é mais aberto, com cerca de 120. Esta variação gera grande impacto
entre os sexos na fisiologia vocal, como por exemplo, na
medida em que define o tamanho das pregas vocais e contribui na
definição da freqüência vocal emitida (Fig.1-3).
14
Fig.1.3 - Desenho esquemático das cartilagens em visão lateral, indicando
também
a
movimentação
da
cartilagem
tireóide
(pontilhado)
Os cornos posteriores da cartilagem tireóidea são os elementos de
conexão: essa cartilagem com outras estruturas, sendo que os cornos
superiores conectam-se ao osso hióide e os inferiores, à cartilagem cricóidea.
A cartilagem cricóidea também é única, sendo a segunda maior da
laringe, com formato circular de anel completo. Possui uma região anterior
mais estreita, o arco. E uma região posterior mais larga e mais elevada, a
lâmina, como se fosse um anel de dedo com a pedra virada para a região
posterior.
15
De modo similar a tireóidea, observa-se uma acentuada variação entre
os diâmetros antero-posterior e lateral da cartilagem cricóidea de acordo com o
sexo, apresentando um formato ovóide nos homens e circular nas mulheres.
O possível impacto da variação anatômica da cartilagem cricóidea na
fonação desconhecida e pouco estudada.
A cartilagem cricóidea articula-se com a cartilagem tireóidea através
dos cornos inferiores desta última, que se conectam por pequenos feixes
musculares, na face superior da lâmina da cricóidea - superfície articular;
recebe ainda a conexão das cartilagens aritenóideas na região póstero-superior
(sobre a pedra do anel), em uma região levemente convexa, a faceta articular.
As cartilagens aritenóideas são uns pares de pequenas cartilagens
móveis, considerada a unidade funcional da laringe pela sua importância nas
funções fonatória e respiratória. Possuem forma geométrica piramidal, um
ápice, três faces verticais e uma horizontal. A variabilidade dessas cartilagens
entre os sexos é muito pequena, representando os elementos cartilaginosos de
configuração mais estável da laringe. Na base de cada cartilagem aritenóidea
encontramos três ângulos: o mais anterior projeta-se para dentro da laringe e
é chamado de processo vocal, sendo o ponto de fixação posterior da prega
vocal; o ângulo póstero-lateral projeta-se para fora da laringe e recebe o nome
de processo muscular, por ser o local de fixação de vários músculos, tais como
o cricoaritenóideo posterior (CAP), abdutor da laringe, e o cricoaritenóideo
lateral (CAL), adutor da região anterior das pregas vocais; o ângulo pósteromediano não recebe nenhum nome.
16
As aritenóideas possuem dois movimentos básicos, feitos na
superfície articular convexa da cartilagem cricóidea. Na verdade, a base
horizontal da cartilagem aritenóidea apresenta forma côncava, o que facilita sua
articulação com a cricóidea e sua complexa movimentação.
Tradicionalmente os livros didáticos apontam esses movimentos:
rotação
médio-lateral
e
deslizamento
antero-posterior,
agindo
na
aproximação e no afastamento das pregas vocais. Na verdade, tal descrição é
inadequada, segundo esclarecem Letson Jr. & Tatchell (1997) citados por
Behlau (2001). Pelo fato de a superfície articular da cricóidea ser curva e
convexa, com forma elíptica, mantendo uma relação convexo-côncava com
cada uma das aritenóideas, o movimento cartilagíneo; tornar-se semelhante ao
movimento de uma cadeira de balanço. Ao se mover anteriormente, o processo
vocal descende e o processo muscular se eleva; ao se mover posteriormente,
o processo muscular descende e o processo vocal se eleva. Esta associação
de movimento antero-posterior e vertical é o que dá impressão de cadeira
de balanço. Cada unidade de deslocamento vertical corresponde a duas
unidades de deslocamento médio-lateral, dando a impressão que as
aritenóideas apresentam um movimento real vertical, o que não é possível pela
configuração de junta cricoaritenóidea. O movimento vertical descrito,
geralmente ignorado, é de muita importância na função fonatória. Quando as
aritenóideas movem-se anteriormente e inferiormente, as pregas vocais
movimentam-se em direção à linha mediana, ou seja, adução. Quando as
aritenóideas movem-se posteriormente e superiormente, tanto as aritenóideas
como as pregas vocais movem-se lateralmente, em abdução. Desta forma, o
movimento das cartilagens ocorre em três direções: antero-posterior, vertical e
médio-lateral.
Superfície articular de a cricóidea ser curva e convexa, com forma elíptica,
mantendo uma relação convexo-côncava com cada uma das aritenóideas, o
movimento cartilagíneo; tornar-se semelhante ao movimento de uma cadeira de
17
balanço. Ao se mover anteriormente, o processo vocal descende e o processo
muscular se eleva; ao se mover posteriormente, o processo muscular descende
e o processo vocal se eleva. Esta associação de movimento antero-posterior
e vertical é o que dá impressão de cadeira de balanço. Cada unidade de
deslocamento vertical corresponde a duas unidades de deslocamento médiolateral, dando a impressão que as aritenóideas apresentam um movimento real
vertical, o que não é possível pela configuração de junta cricoaritenóidea. O
movimento vertical descrito, geralmente ignorado, é de muita importância na
função fonatória. Quando as aritenóideas movem-se anteriormente e
inferiormente, as pregas vocais movimentam-se em direção à linha
mediana,
ou
seja,
adução.
Quando
as
aritenóideas
movem-se
posteriormente e superiormente, tanto as aritenóideas como as pregas vocais
movem-se lateralmente, em abdução. Desta forma, o movimento das
cartilagens ocorre em três direções: antero-posterior, vertical e médio-lateral.
Já a epiglote é uma cartilagem única em forma de folha, sendo mais
fechada na infância, passando a uma configuração mais aberta na
puberdade. Fixa-se através de um ligamento na superfície mesial da
cartilagem tireóidea, na junção anterior de suas lâminas, o chamado pecíolo da
epiglote. Conecta-se também às cartilagens aritenóideas através das pregas
ariepiglóticas; urna dobra extensa de tecido e músculo. Apresenta enorme
variabilidade de forma e curvatura. Sua função é de proteger as vias aéreas
inferiores, através de abaixamento e fechamento do ádito laríngeo. A epiglote
movimenta-se bastante durante a produção dos sons da fala, acompanhando a
direção do movimento língua; contudo participa muito pouco na produção
vocal, embora seu deslocamento parcial sobre a laringe pareça contribuir
para o volume e projeção, em certos estilos e técnicas de canto. É formada
principalmente por fibras elásticas.
18
As principais cartilagens acessórias são as corniculadas e as
cuneiformes, ambas de pequeno tamanho (Fig.1.2).
As cartilagens corniculadas, do tipo elástico-brancas, antes chamadas
de cartilagens de Santorini, apresentam forma de cone e localizam no ápice
das cartilagens aritenóideas, as quais se ligam através de uma junta sinovial
às aritenóideas para cima e para trás.
As cartilagens cuneiformes, antes chamadas de cartilagens de Wrisberg,
têm forma de haste e estão mergulhadas nas pregas ariepiglóticas, com
provável participação na constrição supraglótica antero-posterior (fechamento
do ádito da laringe pelo abaixamento da epiglote). Por vezes, observamos
essas cartilagens na superfície interna da membrana mucosa das pregas
ariepiglóticas, como duas pequenas elevações esbranquiçadas, localizadas
em frente às cartilagens aritenóideas.
Essas diferentes cartilagens estão ligadas entre si por ligamentos e
articulações, que permitem o deslizamento de uma cartilagem sobre a outra,
em "movimentos antero-posteriores, de lateralidade e báscula sob influência da
ação muscular. (Hungria, 1995)
3. MEMBRANAS
As membranas aparecem em Lê Huche & Allali (1999), divididas em:
tireo-hióidea, cricotireóidea, cricotraqueal e membrana elástica da laringe.
19
Cada membrana, forma seus respectivos ligamentos, como observase na descrição a seguir:
Membrana tireo-hióidea: estende-se entre o bordo superior da cartilagem
tireóide, embaixo, e o bordo posterior e superior do corpo do osso hióide e o
bordo interno dos cornos superiores desse mesmo osso hióide. É reforçado
em seu centro, formando assim o ligamento tireo-hióideo mediano, e
também reforçado nas bordas laterais para formar os dois ligamentos tireohióideos laterais, que vão do corno superior da cartilagem tireóide até a
extremidade do corno maior do osso hióide.
Behlau (2001) acrescenta informando que tal membrana corre em toda
a extensão, da margem inferior do osso hióide à margem superior da
cartilagem tireóidea. Junto à linha mediana anterior, tal membrana se
espessa, formando o ligamento tireo-hióideo medianos.
Membrana cricotireóidea: estende-se do bordo inferior da cartilagem
tireóide ao bordo superior do arco cricóídeo. Ela é reforçada na frente
para formar os ligamentos tireo-hióideo mediano.
Membrana cricotraqueal: une o bordo inferior da cartilagem cricóide ao
primeiro anel da traquéia.
Membrana elástica da laringe: duplica a mucosa deste órgão no sentido da
profundidade e apresenta de cada lado, três reforços. O primeiro constitui
os ligamentos aritenoepiglóticos que se inserem na frente, sobre os bordos
laterais,
20
da epiglote e atrás, no bordo anterior do aritenóide. Já o segundo constitui os
ligamentos tireoaritenóideos superiores, que se inserem na frente, no ângulo da
cartilagem tireóide e atrás, dentro da fosseta hemisférica do aritenóide; estes
ligamentos deslocam-se pelas pregas vestibulares, as falsas pregas vocais. E
por fim, o terceiro forma os ligamentos tireoaritenóideos inferiores, mais
conhecidos por ligamentos vocais. Eles inserem-se na frente, no ângulo interno
da cartilagem tireóide, abaixo das precedentes e atrás, sobre a apófise vocal
do aritenóide. Cada um deles forma um ângulo diedro, aberto para fora. A
parte inferior (subglótica) da membrana elástica da laringe forma o cone
elástico, que se insere sobre o bordo superior da cartilagem cricóide.
Já as articulações são pares e simétricas, um par liga a extremidade
inferior dos cornos inferiores da cartilagem tireóide às faces externas do arco
cricóídeo, que são as articulações cricotireóideas, que permitem o
movimento de báscula da tireóide em relação ao cricóide em torno do eixo
transversal que passa pelas duas articulações. (op.cit). Tal báscula tem como
efeito afastar os pontos de fixação das pregas vocais, que são então
submetidas a uma maior tensão.
O outro par une a base dos aritenóides ao bordo superior do
engaste cricóídeo, que são as articulações permitem movimentos de
deslizamento do aritenóide de dentro para fora e de fora para dentro
(realizando a abdução e a adução das pregas vocais - Fig.1.4), e movimentos
de rotação do aritenóide em relação ao eixo vertical, acarretando, os
deslocamentos da apófise vocal para dentro e fora.
21
4. MUSCULATURA LARÍNGEA
Em relação à musculatura laríngea, na maior parte da bibliografia
consultada encontramos divisão em dois grupamentos regionais, os músculos
intrínsecos e os músculos extrínsecos.
São denominados músculos intrínsecos aqueles que têm origem e
inserção na laringe, ao passo que os músculos extrínsecos apresentam
apenas uma das inserções na laringe e outra fora dela, como no tórax,
na mandíbula ou no crânio.(Behlau,2001)
22
A musculatura intrínseca possui ligação direta com a função fonatória e é
constituída por músculos esqueléticos que se originam e se inserem na laringe.
Os músculos intrínsecos, com exceção do aritenóideo são todos pares. A
musculatura intrínseca da laringe aproxima (aduz), afasta (abduz) e é responsável
pela tensão das pregas vocais, nas funções laríngeas de respiração, esfincteriana
de proteção e fonação. Os músculos intrínsecos da laringe são: tireoaritenóideo
(TA), cricoaritenóideo posterior (CAP), cricoaritenóideo lateral (CAL), aritenóideo (A),
cricotireóideo (CT), ariepiglótico (AE) e tireoepiglótico (TE).(Fig.1.5)
Fig.,1.5 - Cartilagens laríngeas e musculatura intrínseca em visão posterior
O músculo tireoaritenóideo (TA), é par e compõe o corpo das pregas vocais
(Fig.1.6), cada um deles com a forma de um grosso feixe, originam-se no ângulo da
cartilagem tireóidea e insere-se principalmente no processo vocal, mas com
extensões em direção ao processo muscular, O TA aduz, abaixa, encurta e espessa
a prega vocal, deixando a borda da mucosa arredondada. Possui dois feixes
principais: um mediai interno, chamado de vocalis, vocal ou tireovocal; e outro lateral
externo chamado de tireomuscular. Reconhece-se ainda um terceiro feixe do
músculo tireoaritenóideo, conhecido como feixe superior, de poucas fibras e com
inserção provável nas pregas vestibulares.
23
Fig.1.6 - Músculos intrínsecos da laringe em visão posterior
O músculo vocal apresenta suas fibras a partir do tireomuscular até
praticamente mergulhar no ligamento vocal. Este feixe interno do TA insere-se
diretamente no processo vocal, apresenta fibras de contração rápida e tem
participação ativa na produção da fonação, ou seja, o músculo vibra de modo
sincronizado com a vibração da mucosa, embora não tão ampla e
vigorosamente como esta; sua ação é complexa e ainda não está bem definida.
Possui também, em sua contração, uma ação de tensão diferencial da prega
vocal, envolvida no controle refinado da fonação, a fim de manter a prega
rígida, independentemente de seu comprimento. Geralmente imagina-se que
quanto. Mais longas ficam as pregas vocais, mais esticadas e tensas estarão.
Porém, na verdade, quando os músculos ficam tensos eles estão contraídos e
encurtados.
O feixe externo do TA insere-se no processo muscular e apresenta
fibras de contração rápida, tem menor ação sobre as características da
fonação e parece estar mais envolvido na adução das pregas vocais.
Finalmente o feixe superior é caracterizado pela presença de algumas fibras do
TA que se dirigem para as pregas vestibulares e provavelmente estão
envolvidas nos casos da fonação vestibular, através do deslocamento das
pregas vestibulares.
24
A ação principal do TA é encurtar e aduzir as pregas vocais,
diminuindo a distância entre as cartilagens aritenóideas e tireóidea, tornandose um feixe mais largo e reduzindo a freqüência da voz gerada.
O músculo cricoaritenóideo posterior (CAP) é par e constitui-se no
único músculo abdutor das pregas vocais, permitindo a respiração e sendo
por isso denominado o músculo da vida. O CAP tem a forma de um leque, com
origem na lâmina da cartilagem cricóidea e inserção no processo muscular da
cartilagem aritenóidea.
Ele abduz, eleva, alonga e afila a prega vocal, mantendo todas as
camadas da mucosa rígidas, porém com a borda livre arredondada. A
contração desse músculo desloca o processo muscular posteriormente,
abduzindo as pregas vocais
(Fig.1.7).
Fig.1.7 - Músculo cricoaritenóideo posterior em visão posterior e visão posterior
O CAP é ativado na respiração, mas é um engano acreditar que sua ação é
ausente no processo de produção de voz e fala. Ao contrário, observa-se a ativação
do CAP já no finai de uma emissão, a fim de abduzir rapidamente as pregas vocais,
permitindo a inspiração. Além disso, na produção dos sons surdos durante a fala
25
encadeada sua ação de disparo rápido permite a suspensão da vibração da
mucosa para a produção correta desses sons.
O músculo cricoaritenóideo lateral (CAL) é par, representando os
principais adutores das pregas vocais. O CAL aduz, abaixa e alonga a prega
vocal, atilando sua borda livre, que fica mais angulada, deixando todas as
camadas da mucosa rígidas. O CAL auxilia, portanto, a coaptação glótica
necessária para a fonação.Também possui a forma de leque, com origem na
margem superior da cartilagem cricóidea e inserção no processo muscular da
cartilagem aritenóidea (Fig.1.8). A contração desse músculo desloca o
processo muscular anteriormente, aduzindo as pregas vocais.
Fig.1.8 - Ação do músculo cricoaritenóideo lateral
O CAL é, portanto, ativado na fonação, sendo responsável pelo
fechamento da glote anterior. Para que uma adução completa ocorra é
necessária a ação do CAL e do músculo aritenóideo (A), responsável pelo
fechamento da glote posterior. Inclusive a adução completa não é essencial
para que a fonação se produza.
O músculo aritenóideo (A), é único, também com ação adutora. Possui
dois feixes, um que corre em direção horizontal - chamado de transverso; e
outro, mais
26
superficial, denominado oblíquo. Este músculo, como o nome indica, situa-se
entre as duas cartilagens aritenóideas. O feixe transverso percorre
horizontalmente o caminho de uma cartilagem a outra, inserindo-se nos
processos musculares bilateralmente; sua ação aproxima as bases dessas
cartilagens. O feixe oblíquo estende-se da base de uma cartilagem, no
processo muscular, ao ápice da outra cartilagem, bilateralmente; sua ação
aproxima as pontas das cartilagens (Fig.1.9). O efeito global da ação do
músculo aritenóideo aproxima e aduz as cartilagens aritenóideas, oferecendo
compressão mediai para fecha a glote posterior.
Fig.1.9- Ação do músculo aritenóideo, feixes oblíquo e transverso em visão posterior
O músculo cricotireóideo (CT), é par com ação adutora secundária das
pregas vocais (Fig.1.10). É o maior músculo intrínseco da laringe, possuindo a
forma de um leque. com origem no arco da cartilagem cricóidea, na região
anterior, e inserção na borda inferior da cartilagem tireóidea. O CT aduz na
posição paramediana, abaixa, estira, alonga e afila a prega vocal enrijecendo
todas as camadas e angulando a borda livre da prega vocal. O CT é
largamente responsável pela tensão longitudinal da prega vocal, um fator
importante no controle da freqüência. O CT apresenta dois feixes: uma
denominada parte reta, e outro mais horizontal, denominado parte oblíqua,
cuja ação parece ser diferente em cantores treinados e não treinados, no
controle da freqüência do som, e a sua contração produz elevação de
freqüência, ou seja. sons mais agudos. O alongamento das pregas vocais
diminui.a massa em
27
vibração, aumenta a tensão e eleva a freqüência fundamental.
Portanto, ele apresenta uma ação de tensor secundário.
Fig.1.10 - Ação do músculo cricotireóideo em visão anteriorizada e visão lateral
O músculo ariepiglótico (AE) é par, composto por fibras esparsas, situando-se
nas pregas ariepiglóticas. O AE é, na verdade, um músculo contínuo ao feixe
oblíquo do músculo aritenóideo, inserindo-se abaixo da epiglote. A contração desse
músculo abaixa a epiglote, aproximando-as das aritenóideas, promovendo o
fechamento do ádito da laringe (Fig. 1.11).
Fig.1.11 - Ação do músculo AE e do músculo TE, visão posterior e lateral
(E por fim na musculatura intrínseca da laringe temos o músculo tireoepiglótico
TE), que é par, e que se estende da cartilagem tireóidea à epiglote, responsável
28
retorno da epiglote à posição originai, depois da contração causada pela
ação do AE(Fig.1.11).
É importante ressaltar que, apesar de termos descrito a ação individual
de cada um dos músculos intrínsecos da laringe, raramente ocorre uma ação
isolada, mas ocorre uma combinação de ações múltiplas e interdependentes.
Já a musculatura extrínseca é composta por músculos inseridos das
cartilagens laríngeas, porém provenientes de estruturas não-laríngeas.
Tais músculos não interferem de modo direto na fonação, mas sua ação
indireta é de
EXTRema
importância, modificando a laringe, aponto de
constituírem um mecanismo secundário no controle de freqüência da voz.
Além disso, a hipertonicidade desses músculos pode ser um fator muito
importante nos casos de disfonia por tensão muscular, elevando a laringe no
pescoço, aumentando a massa muscular e tornando palpação dolorosa.
A função básica da musculatura extrínseca é manter a laringe no
pescoço, crítica na manutenção da estabilidade laríngea, a fim de que a
musculatura intrínseca possa trabalhar efetivamente. Através da elevação ou
do abaixamento da laringe no pescoço altera-se no ângulo entre as cartilagens
e a tensão entre elas. Os músculos extrínsecos dividem-se em dois grupos
musculares: músculos supra-hióideos e infra-hióideos, de acordo com sua
inserção no osso hióide e sua função principal.
Os músculos supra-hióideos (Fig.1.12) que elevam a laringe no
pescoço e têm por ações principais são: estilo-hióideo, que eleva e retrai o
osso hióideo;
29
digástrico, que eleva o hióideo e deprime a mandíbula; milo-hióideo, que
eleva e projeta o hióideo e a língua, gênio-hióideo, que puxa a língua e o
hióideo para frente.
Fig.1.12- Músculos laríngeos extrínsecos e intrínsecos
Por outro lado, os músculos infra-hióideos (Fig.1.13) que abaixam a
laringe e tem por ação principal são: esterno-hióideo, que abaixa o osso
hióide; estemotireóideo, que abaixa a cartilagem tireóidea; tireo-hióideo, que
aproxima a cartilagem tireóidea e o osso hióide e por fim o omo-hióideo, que
abaixa e retrai o osso hióide.
Fig.1.13 - Músculos laríngeos extrínsecos e intrínsecos infra-hióideos
30
As pregas vestibulares, antes chamadas de falsas pregas vocais ou
bandas ventriculares, são duas dobras de tecido localizadas acima das
pregas vocais (Fig.1.14). As pregas vestibulares são formadas por um tecido
espesso e mole, com inúmeras glândulas em seu interior. São constituídas pelos
ligamentos vestibulares e recobertas por mucosa. Em sua região inferior
podem ser encontradas algumas fibras do chamado feixe superior do
músculo tireoaritenóideo, às vezes referido como músculo ventricular. Em
situações habituais, as pregas vestibulares não participam do processo
fonatório, ficando lateralizadas em relação às pregas vocais; observa-se que,
em freqüências muito graves, como as do registro basal, elas podem ser
envolvidas passivamente, vibrando durante a produção do som ou abafando
sua ressonância. Uma constrição mediana dessas pregas pode ser :3rnbém
observada durante a produção do sussurro em alguns indivíduos. Contudo a
maior ativação dessas estruturas ocorre nas situações em que é requerido
o selamento laríngeo, como na execução de atividades de esforço, tais
como ação e a ação de levantar ou empurrar pesos.
Fig.1.14- Esquema das membranas e ligamentos laríngeos, secção coronal
31
O ventrículo laríngeo (Fig.1.14), anteriormente chamado de ventrículo
de Morgagni situa-se entre as pregas vestibulares e as pregas vocais,
bilateralmente,
sendo
também
uma
membrana
mucosa,
possuindo
comprimento semelhante ao tamanho das pregas vocais. Conjuntamente com
as pregas vestibulares, possuem importante suprimento de glândulas, com
função de lubrificar a laringe, especialmente as pregas vocais. Além da
função de lubrificação, a presença do ventrículo laríngeo permite que as
pregas vocais vibrem livremente. Uma função secundária é a ressonância dos
componentes graves do espectro, (op.cit.).
As pregas vocais (Fig.1.15) são a parte envolvida na vibração fonatória.
Seu corpo é constituído basicamente peio músculo tireoaritenoideo (TA) e suas
camadas Interna e externa, No entanto, estudos têm sido realizados sobre a
mucosa das pregas vocais e concíuindo-se que esta é a parte mais nobre da
vibração das pregas vocais, (op.cit)
Fig.1.15- Desenho esquemático da arquitetura histológica da prega vocal do adulto, em secção coronal
32
Pinho (1998), cita a divisão biológica feita por Hirano (1988), que
consiste em: epitélio (aderido à membrana basal), camada superficial,
intermediária e profunda e músculo vocal. Cita também a divisão
mecânica das estruturas das pregas vocais feita por Hirano & Bless
(1993): cobertura e corpo, considerando epitélio, membrana rasai e
camada superficial como cobertura e o corpo, como ligamento e
músculo vocal. E fala sobre cada estrutura, o que será resumidamente
abordado a seguir:
•
Epitélio: é escamoso, resistente ao trauma constante da fonação.
Diferencia-se do epitélio ciliado do resto do trato respiratório.
•
Membrana basal: consiste em área transicional entre o epitélio e a
camada superficial da lâmina própria. É constituída de proteínas,
dentre as quais as fibras de ancoramento.
•
Camada superficial da lâmina própria: bastante flexível, solta em
componentes fibrosos e pobre em fibroblastos. Esta camada é
também denominada espaço de Reinke
•
Camada intermediária da lâmina própria: logo abaixo da
superficial, consiste em fibras elásticas semelhantes a banda de
borracha mole e contém um pouco mais de fibroblastos.
33
•
Camada profunda da lâmina própria: consiste em fibras
colagenosas, semelhantes a fios de algodão condensados, sendo ricas
em fibroblastos.
•
Ligamento vocal: constituído da junção das camadas intermediária e
profunda.
•
Lâmina própria: é o conjunto das camadas superficial, intermediária e
profunda.
•
Músculo vocal: é o músculo tireoaritenóideo propriamente dito, forma o
corpo da prega vocal.
Pinho(1998) descreve outras estruturas, como:
•
Tendão da comissura anterior: terminação anterior da prega vocal, que
adere à cartilagem tireóide e é constituído de fibras colagenosas.
•
Mácula fiava anterior e posterior: um tipo de almofada protetora contra o
impacto da fonação e é constituída de fibras elásticas, fibroblastos e
estroma.
•
Cartilagem transicional: é responsável pela ligação entre o processo
vocal da cartilagem aritenóide e a mácula fiava posterior.
34
Sua inervação motora é feita pelo nervo recorrente (com exceção do
músculo cricotireóideo que recebe inervação motora do nervo laríngeo
superior ramo externo), e a inervação sensitiva é feita pelo nervo laríngeo
superior ramo interno.
5. FUNÇÕES DA LARINGE & FISIOLOGIA VOCAL
Como citado anteriormente, a laringe possui várias funções,
uma das principais funções biológicas é a esfincteriana, que atua de forma à
proteger as vias aéreas inferiores, evitando aspirações, a outra e não menos
importante é a função respiratória, e temos da mesma forma a função de
apoio, que é imprescindível no
momento em que necessitamos fazer força, seja para levantar algo, seja
para efetuar momentos plosivos, como a tosse, entre outros.
A função fonatória, diante dessas acima mencionada, ficaria relegada a
uma menor importância, no entanto é justamente a mais complexa. Muitas
foram as teorias, que tentaram explicar o funcionamento da laringe em sua
função
fonatória.
A
Teoria
Mioelástica
de
Edwald
(1898),
Teoria
Neurocronáxica de Husson (1950), teoria Neuroscilatória de Mac Leod
(1968), entre outras. Em Behlau (2001) encontraremos o histórico, definições
dessas e outras teorias.
Porém o que nos interessa, não é discutir as teorias, mas sim,
entender a fisiologia, o funcionamento da produção vocal, a fonação
propriamente dita; e para isso recorremos a explicação dada por Russo(1993)
baseada na Teoria Mioelástica-Aerodinâmica de Van Den Berg (1958), que
35
descreve a fonação como sendo o inter-relacionamento das forças físicas
aerodinâmicas da respiração e da força elástica dos tecidos musculares da
laringe.
Explica que falar é um ato motor como qualquer outro, ou seja,
necessita de movimentos coordenados agindo sobre um objeto, neste caso o
objeto em questão é o ar contido nos tratos oral e respiratório (pulmões,
laringe, nariz e boca).
Os sons da fala resultam de uma corrente contínua, que dura um tempo
considerável, a fim de possibilitar sua emissão, e é o mecanismo respiratório
que proporciona o suprimento de energia necessário para a fonação.
A respiração envolve uma atividade rítmica, composta, basicamente, de
duas forcas: a de inspiração e a de expiração.
A força de inspiração expande o volume do pulmão pela elevação da
caixa torácica, puxando o ar de fora para dentro; a força de expiração contrai o
volume do pulmão pelo abaixamento da caixa torácica, soltando o ar de dentro
para fora, isto sem fonação, o que corresponde dizer que, inspiração e
expiração têm basicamente a mesma duração.
Contudo ao falarmos usamos somente a fase expiratória e com isso
aumentamos a duração desta fase.
36
Contudo ao falarmos usamos somente a fase expiratória e com isso
aumentamos a duração desta fase.
Na expiração, a corrente de ar proveniente dos pulmões é constrita de
tal modo a impedir que esta corrente escape, aumentando a pressão do ar na
traquéia, Esta pressão é a base fundamental dos sons de fala, que se
originam
de
variações
de
pressão
de
ar,
movimentos,
oscilações,
primeiramente de estruturas sólidas e depois das partículas de ar em torno de
sua posição de equilíbrio. Na fonação, a laringe desempenha esta função,
através da vibração das pregas vocais.
Opondo-se a este fluxo aéreo encontramos a resistência dos ligamentos
e músculos que, por terem sua elasticidade forçada cedem e logo após
retornam a posição anterior, obstruindo novamente a passagem do fluxo aéreo,
formando assim um ciclo de abertura e fechamento, que são repetidos gerando
uma corrente pulsátil que constituirá a vibração necessária para a produção de
sons complexos, formados de uma freqüência fundamental e uma serie de
harmônicos, ou seja, os sons da fala.
O ciclo de abertura e fechamento (Fig.1.16) da pregas vocais é
explicada através de um efeito físico conhecido como "efeito de Bernoulli".
Bernoulli foi um matemático suíço, que formulou uma lei aerodinâmica, que
pode ser enunciada da seguinte forma: a velocidade do fluxo de um gás ou
fluido, através de um tubo, é inversamente proporcional à sua pressão nas
paredes do tubo; ou a velocidade é máxima e a pressão mínima, no ponto de
maior constrição do tubo, ou de densidade multiplicada pela metade do
quadrado da velocidade e pela pressão é uma constante.
37
Transferindo este conceito para a fonação, o que ocorre é que, o aumento
rápido da velocidade do ar quando as pregas vocais se abrern resulta em uma
queda na pressão e num conseqüente efeito de. sucção que propicia o novo
fechamento das pregas vocais.
No mecanismo da laringe, as partes vibrantes podem assumir as mais
Diferentes configurações, conseqüência na interação de três fatores físicos, que
são, OS efeitos de massa, de comprimento e de tensão, esta interação será
extremamente complexa, contudo, para cada configuração haverá um resultado de
modo de vibração das pregas vocais.
Ocorrendo a vibração das pregas vocais surge, então a onda sonora
que percorrerá o trato vocal até que seja emitida e ouvida como voz. O som que
nasce glote é somente um cochicho, e o maior fenômeno do ser humano é
transformar esse som em voz.
38
Trato vocal é o nome genérico dado à região compreendida entre a glote
e os lábios, da qual participam várias cavidades: laringe, faringe, cavidades oral
e nasal (Russo 1993).
Assim que as pregas vocais começam a se movimentar, formam o
primeiro harmônico, e que a partir deste continua o ciclo em sua progressão
geométrica. Somente as pregas vocais produzem os harmônicos. E quanto
mais a voz os têm, mais límpida, clara, e bonita ela é. Os harmônicos poderão
ser graves e agudos.
Na fala as ressonâncias do trato vocal são chamadas de formantes, que
nada mais são do que as zonas de freqüências reforçadas, que se
concentram maior energia.
A mudança constante na forma, na posição e no grau da elasticidade
das estruturas do trato vocal permite combinações variadas, ou seja,
diferentes,
ressonâncias, o que resulta na imensa variedade de sons da fala que
somos capazes produzir.
O sistema de ressonância é o principal responsável pela estética de uma
voz, embelezando-a ou não, aumentando a intensidade de determinados
sons e
Amortecendo outros. Os sons da fala consistem de uma combinação de
sons vocálicos e consonantais. (id. Ibid).
39
Os sons vocálicos são sonoros, intensos, contínuos e, por apresentarem
um trato vocal aberto, suas freqüências de ressonância, ou melhor, seus
formantes são bem definidos, tornando-se mais alta à medida que o
comprimento do trato diminui e mais baixa à medida que ele aumenta.
Já as consoantes são o resultado da constrição e turbulência de fricção
do trato vocal, interrompendo o fluxo aéreo, apresentando uma energia acústica
consideravelmente menor do que a das pregas vocais. São produzidas pelas
fontes friccionais, as quais produzem um ruído, que é o resultado da corrente
aérea pulmonar na passagem pelo trato vocal. O ruído, som aperiódico, pode
ser tanto contínuo como explosivo. Geralmente, as consoantes de uma língua
são descritas especificando-se a região e a maneira como a articulação do som
é realizada, respectivamente, o ponto e o modo de articulação, (Behlau e Col.,
1986 in: Russo, 1993).
A cavidade oral sofre grandes variações de forma e tamanho, verificadas
principalmente na laringe e na oro-faringe, quer pela modificação da
posição da língua, quer pela ação da musculatura faríngea.
A participação da rinofaringe no fenômeno da ressonância depende
da posição do palato mole que, se pouco elevado, deixa passar o ar sonorizado
para a cavidade nasal, gerando assim, vários graus de ressonância nasal
(Russo 1993).
Desta forma, embora os avanços no conhecimento da laringe tenham
sido absolutamente surpreendentes, não existe ainda hoje uma teoria
abrangente que contemple a variedade da produção vocal humana, embora
certas circunstâncias privilegiam determinado conceito.
40
CAPITULO ll
A VOZ E SUA RELAÇÃO COM AS ESTRUTURAS OROFACIAIS
Segundo Brandi (2002), a individualidade de uma voz se define por
um conjunto de qualidades, algumas decorrentes da fonte sonora (Laringe),
outras decorrentes das modificações do tom fundamental, ao passar pelas
cavidades interligadas no trato vocal. Este se caracteriza pelos diferentes
formatos, calibres costuras e posição relativa no conjunto, bem como pela
capacidade de alterar seus contornos de forma ágil e constante, inclusive o
véu palatal, os delicados músculos das narinas e até mesmo a nasofaringe, com
exceção das cavidades nasais que são bastante rígidas.
Afirma que, o processo é basicamente o mesmo na grande maioria
dos falantes, embora cada um possa apresentar peculariedades estruturais,
mas, e, termos comportamentais, mostram-se bastante diversificado, em virtude
das variantes de conduta individual na emissão da voz falada, quando entra
em ação esse processo vocal básico.
Como dissemos anteriormente, qualquer tom emitido pelas pregas vocais
constitui-se numa onda complexa, formada por maior ou menor numero de
ondas parciais, ou sobretons, os harmônicos.
41
(A condição da fonte sonora (laringe), e o ambiente interno no qual se
propaga vocal), irão determinar o tamanho da série de harmônicos que será
produzida, que é urna seqüência que vai do grave até ao agudo e do forte para
o fraco, exceto quando ocorre reforço de alguns como no caso dos formantes
das vogais.
"Quanto mais numerosos os harmônicos agudos, maior o brilho, logo,
mais timbrada é a voz".{op.cit.)
"Em
contrapartida,
uma
voz
pobre
em
harmônicos
vai
soar
hipertimbrada, enquanto a voz saturada de harmônicos agudos vai soar
hipertimbrada, o que ocorre, também, no caso de haver constrição na região
dos harmônicos graves faringe), o que provoca reforço dos harmônicos
agudos".(op.cit.)
A voz pode ser analisada através de suas características, e o conjunto
dessas características é chamada Qualidade Vocal, que é uma das muitas
habilidades laríngeas, que controla a proporção e a maneira de vibração da
válvula que determinará o controle do pitch, loudness, e de outras qualidades
da voz.
Pinho (2001) descreve o pitch como à nossa percepção de freqüência. É
a sensação auditiva que temos sobre a altura vocal, subjetiva de tonalidade,
podendo ser classificada em grave, média ou aguda.
42
Já nossa percepção de amplitude corresponde ao loudness, que nos
permite julgar, de maneira subjetiva, a intensidade como forte e fraca.
A duração seria o tempo de permanência de uma onda sonora
de determinada freqüência.
E o timbre, a marca sonora do ser humano, pois não existem duas
vozes iguais, fazendo uma comparação, seria como as impressões digitais.
Cabe ressaltar a nomenclatura timbre cabe melhor se relacionado aos
instrumentos musicais,
DOÍS
na voz humana, o melhor seria dizer Qualidade
Natural da Voz. No entanto, a fonação representa uma das funções dos
diversos elementos do complexo orofacial, por isso propusemos interelacionar
tais questões que são de sua importância para o profissional da Voz. Em
função disso, buscamos na literatura especializada diversas colocações
pertinentes que serão apresentadas a seguir. (Brizida, 2000)
Faz parte do sistema estomatognático onde uma série de
estruturas funções comuns, cuja unidade morfofuncional localiza-se na
cavidade oral, interagindo com outras funções estomatognáticas, segundo
Marchesan (1999), sucção, mastigação, deglutição, respiração e ainda
articulação e fonação.
A soma do estudo detalhado da laringe, e a avaliação mais precisa das
outras estruturas envolvidas com a produção da voz, em especial as
orofaciais irão concorrer para um acompanhamento e aprendizagem mais
idôneo.
43
Boone & Plante (1994) relacionam as estruturas orais com a
modificação da saída no fluxo de ar e das ondas sonoras através de seus
movimentos e adaptações, moldando as consoantes, as vogais e os
ditongos de nossa língua falada. Citam também, que a boca tem na fala
uma das suas mais complexas funções fisiológicas.
Beuttenmuller & Laport (1992), qualificando a voz, diz que o tom deve
estar "a flor dos lábios", salientando, portanto, a importância da percepção
do esquema corporal-vocal, no qual destaco o sistema de ressonância e os
articuladores. Diz ainda que a emissão natural da voz implica em órgãos
vocais descontraídos, posição correta da língua, véu palatino elevado,
mandíbula e músculos do pescoço descontraídos, sendo estas as condições
para o maior alcance da sonoridade, clareza do timbre e projeção correta da
voz. Cada som vocálico tem uma forma própria, interna e externa e a
maneira de realizar abertura da boca, posicionar, língua e véu palatino irá
modificá-lo, dar-lhe forma.
Brandi (1996) referindo-se ao sistema de ressonância, diz em
termos de sonoridade, que a cavidade oral amplifica harmônicos agudos
e, em termos de colorido sonoro, empresta tonalidades claras aos vocais.
Detalhando melhor a influência das estruturas orais, Boone & Mc
Farlane (1994) afirmam que é a "adaptação constante de tamanho/ forma da
boca que nos
permite falar ou, mais precisamente, permite-nos ser entendidos".
44
As vogais e ditongos, apesar de oriundos da vibração da laringe; são
moldados ou restringidos
POR adaptação
de tamanho/forma da cavidade oral. A
boca com suas estruturas fixas (dente, processos alveolares, arcada dentária
e palato duro), estruturas móveis ( principalmente a língua, véu palatino e
mandíbula) e os ressonadores supra glóticos, nos dão a percepção de um
dialeto regional, para ajudar a identificar o falante.
Citam, também, que a língua é o componente com maior mobilidade,
possuindo músculos extrínsecos e intrínsecos. Sua musculatura extrínseca,
quando contraída, a eleva ou a abaixa e a estende para frente ou para trás. A
musculatura intrínseca permite à língua ficar estreita, achatada, alongada,
encurta o seu corpo e eleva ou abaixa a sua ponta. Suas diversas
possibilidades de mobilização resultam em variações de tamanho/forma da
cavidade oral.
A abertura e o fechamento da mandíbula contribuem para a
formação de vogais específicas.
O som que foi produzido na laringe precisa ser amplificado na
caixa de ressonância.
Behlau & Rehder (1997) acrescenta que para a voz cantada,
utilizamos as mesmas estruturas que produzem a voz falada, porém com
diferentes ajustes devido às necessidades do canto. De modo simplificado, a
respiração passa a ser mais profunda; as pregas vocais produzem ciclos
vibratórios mais controlados e com maior amplificação ao som básico.
45
Na ressonância vocal, a elevação e o tensionamento do véu palatino e o
movimento das paredes faríngeas são vitais para atingir o fechamento
velofaringeano, atuando como uma estrutura tipo caixa de ressonância.
Têm também importante papel em separar a cavidade oral da cavidade
nasal. O movimento e o posicionamento do véu mudam o tamanho e a
forma de três importantes cavidades de ressonância: a faringe, a cavidade oral
e a cavidade nasal.
Mônica Valle (1996) afirma que os órgãos fonoarticulatórios (lábios,
língua, bochechas, palato, mandíbula, maxila e as arcadas dentárias), são os
articuladores dos sons da fala. A interceptação da corrente aérea que vem pela
laringe por estas estruturas, impede a continuidade do som e promove a fala.
Behlau & Pontes (1995) apontam a articulação como processo de
ajustes motores dos órgãos fonoarticulatórios na produção e formação dos
sons e ao encadeamento destes na fala, denominada coarticulação.
A relação entre as funções estomatognáticas e a avaliação vocal é
destacada por Souza, Campiotto & Freitas (1997), observando qualidade vocal
(rouco, soprosa, áspera, entre outras), altura, intensidade e, devido a intima
relação entre estes aspectos, bem como tamanho e configuração das
estruturas faciais, a ressonância e projeção vocal.
O trato vocal se estende da laringe até os lábios e nariz, com duas
46
aberturas por onde o ar e a energia acústica vão passar, funcionando
como filtro.
Os harmônicos são múltiplos da freqüência fundamental e os formantes
são grupos de harmônicos selecionados pelo trato vocal.
Pinho (1998) relata que os harmônicos da voz são selecionados
dependendo da configuração trato vocal, que se relaciona diretamente à
abertura da boca, constrição faríngea e posicionamento de língua, lábios e
véu, enfatizando e produzindo o efeito de ressonância.
Completando esta mesma idéia, Oliveira (1999), citando Kent & Read
(1992), Baken (1997), Moncur e Brackett (1974), conclui que quanto maior o
tamanho do rato vocal maior seria o deslocamento da freqüência dos formantes
em direções aos graves e quanto menor o tamanho do trato vocal, maior seria a
amplificação na freqüência dos formantes agudos.
No estudo do desenvolvimento da fala, Guedes (1997) menciona que a
aerodinâmica do trato vocal permite um melhor controle do pitch e da qualidade
dos fonemas. Além disso, a mobilidade dos órgãos fonoarticulatórios permite a
acuidade dos movimentos, fazendo com que seja relativamente fácil emitir sons
em cadeia.
47
As conseqüências vocais geradas pelo comprometimento dos órgãos
fonoarticulatórios são, principalmente, alterações ressonantais, qualidade de voz
abafada, comprometimento da mobilidade laríngea, pobreza em harmônicos,
comprometimento da inteligibilidade, alterações tonais e de intensidade na
freqüência fundamental, redução do fluxo aéreo (diminuição do espaço
orofaríngeo) e também, tensão da musculatura extrínseca da laringe.
Em diversas alterações da voz vemos a interferência no
posicionamento e forma de algumas estruturas.
Behlau & Pontes (1995) referem-se a um sinal secundário de disfonia
por síndrome de tensão muscular quando o "rebordo lingual encontra
cerceado e sulcado pelos dentes, o que reflete uma língua baixa,
hipertônica e apoiada firmemente contra os dentes".
Classificam, também, alguns tipos de vozes mais freqüentes,
onde
se
destacam estas estruturas. Na chamada voz branca ou
destimbrada ocorre à contração deficiente dos músculos das cavidades de
ressonância.
48
TÉCNICAS COMPENSATORIAS E PREVENTIVAS NO
ATENDIMENTO DAS ALTERAÇÕES DO TRATO VOCAL
Sons nasais
• Procedimentos Básicos
Sons ‘’m’’, ‘’n’’ ou ‘’nh’’ contínuos, sustentados, modulados ou em escalas
• Efeitos esperados
Suavização da emissão.
Redução do foco de ressonância laringofaringeo.
Dissipação da energia sonora no trato vocal .
Aumenta os tempos máximos de fonação sem esforço.
Auxilia o monitoramento da voz.
• Aplicação principal
Universal da voz
Nódulos vocais
Sons fricativos
• Procedimento Básico
Sons ‘’f’’, ‘’s’’ ou ‘’x’’ contínuos (ou seus correspondentes sonoros) ou em
passagem de sonoridade, de som surdo para sonoro, por exemplo, ‘’s..’’ å
‘’z..’’ ou ‘’x..’’ å ‘’j..’’.
• Efeitos esperados
Direção de fluxo aéreo para o ambiente.
Dissociação entre a intensidade e o esforço laríngeo, usando-se os sons do
ataque vocal.
Aumento dos tempos máximos de fonação sem esforço
• Aplicação Principal
49
Coordenação pneumofônica.
Sons plosivos
• Procedimento básico
Emissão repetida de ‘’p’’, ‘’t’’ ou ‘’k’’ ou seus sonoros, associados a vogais
• Efeitos esperados
Coaptação das pregas vocais
Clareza da emissão
• Aplicação principal
Disfonias hipocinéticas
Parkinson
Paralisia unilateral de prega vocal
Pós-laringectomias parciais
Som basal
• Procedimento básico
Emissão continua em registro pulsátil, com ‘’a’’ sustentado, ou sílaba ‘’lá’’
repetidas vezes
Emissão na expiração ou inspiração, som produzido semelhante a ‘’motor de
barco’’
• Efeitos esperados
Grande contração do músculo tiroaritenóideo
Relaxamento do músculo cricotireóideo
Mobilização e relaxamento da mucosa
Melhor coaptação glótica
Fonação confortável após o exercício
• Aplicação principal
Nódulos vocais
Fadiga vocal
50
Fenda triangular médio-posterior
Fonação desconfortável
Massagem na cintura escapular
• Procedimento básico
Movimentos de toque, pressionamento, estiramento e massagem na
musculatura cervical, nas costas e nos ombros vibradores elétricos, calor
úmido ou bolsas térmicas nas regiões acima mencionadas
• Efeitos esperados
Redução da hipercontração da musculatura da cintura escapular
• Aplicação principal
Disfonias por tensão muscular
Fenda triangular médio-posterior
Hipertonicidade secundaria a quadro orgânico de base
Emissão de boca aberta
• Procedimento básico
Emitir os sons da fala, isoladamente, seqüências automáticas ou em leitura de
texto, com a boca o mais aberta possível.
• Efeitos esperados
Reduzir as contrições do trato vocal
Ampliar as cavidades de ressonância
• Aplicação principal
Disfonias com travamento articulatório
Casos de baixa resistência vocal
Aumento de volume de projeção
Redução de atrito entre as pregas vocais
Uso profissional da voz
Técnica do ‘’b’’ prolongado
51
• Procedimento Básico
Prolongamento da oclusão bucal da consoante ‘’b” seguida de emissão das
vogais ‘’a’’, átona e nasal, na silaba ‘’bã’’, repetida varias vezes
• Efeitos esperados
Aumenta a ressonância
Maior energia na região aguda do espectro
Evita atrito entre as pregas vocais
Relaxa e abaixa a laringe
• Aplicação principal
Disfonia por tensão muscular
Falsete mutacional, de conversão ou paralítico.
Fendas diversas
Técnicas de associação de movimentos dos órgãos fonoarticulatórios ou
funções reflexo-vegetativas à emissão
A associação de movimentos articulatórios ou de funções reflexovegetativas a
produção fonatória utiliza o encadeamento de duas ou mais dinâmicas
(fonatória, articulatória e/ou vegetativa), num mesmo exercício, com a
finalidade de uma emissão vocal melhor equilibrada. Tais técnicas permitem
aproveitar vários exercícios de lábios,
língua, bochechas, mandíbula e musculatura faríngea, associados a emissões
de diversos sons de apoio. Descreveremos quatro técnicas bastante
conhecidas, porem, as combinações são muita ricas e numerosas, podendo-se
constantemente criar novos exercícios.
Técnica do bocejo
• Procedimento básico
Inspirar profundamente e imitar um bocejo, com a língua baixa e anteriorizada,
sonorizando-o com uma vogal aberta.
Aproveitar também os bocejos naturais
52
• Efeitos esperados
Reduz ataques vocais bruscos
Amplia o trato vocal
Auxilia na projeção vocal
Abaixa a laringe
Amplia a faringe
Sintonia a fonte e filtro de ressonância
• Aplicação principal
Travamento articulatório
Disfonias com foco ressonantal faríngeo ou laringofaringeo
Nódulos vocais
Disfonia por tensão muscular
Disfonia por pregas vestibulares
Método mastigatório
• Procedimento básico
Mastigar ativamente, com a boca aberta e movimentos amplos dos lábios, da
língua e das bochechas, emitindo-se uma grande variedade de sons, evitandose um monótono “iam iam iam...”
• Efeitos esperados
Universal da voz
Equilíbrio da qualidade vocal
Redução de constrições inadequadas
Aquecimento vocal
Aumento de resistência vocal
• Aplicação principal
Disfonias por tensão muscular
Foco ressonantal baixo
Aquecimento vocal
53
1. Higiene Vocal
Ressaltar a importância de uma adequada hidratação, a reposição
higiênica seja feita numa temperatura não inferior a 12°c (água gelada),
lembrando que o choque o térmico predispõe o individuo a irritações e
infecções das vias orais superiores; a partir de pesquisas de abusos e maus
usos vocais, realizadas com profissionais da voz, foram enfocados; tabagismo,
gargarejos, choque térmicos, alimentação, reflexo gástrico, hábitos de pigarrear
para limpar a garganta, e outros, muitos difundidos no meio desses tipos de
profissionais. Devem ser evitados, esses hábitos pode colocar em risco a
saúde bucal e vocal desses profissionais.
54
CONCLUSÃO
O trabalho é designado á termo de orientação, dando suporte a toda
acessoria técnica à atividade vocal, com objetivo de conscientizar o profissional
da voz a importância de medidas preventivas convenientes ao trato vocal.
Neste trabalho são combinadas técnicas de aprimoramento vocal com
espontaneidade de comunicação sem interferir no estilo individual de cada
profissional é necessário estar atento às tendências aos abusos mau uso vocal
decorrente no seu tipo de demanda vocal. Torna-se fascinante essa área, pelo
fato de arte e ciência necessitarem caminha junto. Saber valorizar nuances e
buscar perfeição é da arte, propor técnicas para levar as estruturas da fonação
a atingirem o que se busca, com bases em conhecimentos anatomofisiológicos,
bem como saber prevenir a saúde vocal do usuario da voz profissional.
55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ZIEMER, R. – Mitologia pessoal e padrões de comunicação. Dist. Comunic.
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57
Índice
INTRODUÇÃO
10
CAPÍTULO I -ANATOMIA DA LARINGE E
11
FIOSIOLOGIA DA PRODUÇÃO VOCAL
6. Laringe
11
7. Cartilagens
12
8. Membranas
18
9. Musculatura
21
10. Funções da Laringe e Fisiologia Vocal
34
CAPÍTULO II - A VOZ E SUA RELAÇÃO
40
COM AS ESTRUTURAS OROFACIAIS
CAPÍTULO III – TÉCNICAS COMPENSATORIAS
48
E PREVENTIVAS NO ATENDIMENTO DAS
ALTERAÇÕES DO TRACTO VOCAL
2. Higiene vocal
53
CONCLUSÃO
54
REFERCÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
55
Índice
57
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