Observatório do QCA III / ISCTE CONFERÊNCIA “ QUE PRIORIDADES PARA PORTUGAL?” POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A INCLUSÃO SOCIAL Luís Capucha Principais elementos do estudo de diagnóstico INCLUSÃO SOCIAL: Participação Social / Acesso Universal a Direitos Básicos de Cidadania Qualidade Social Indicadores de síntese para a aproximação ao conceito: Pobreza e Desigualdade de Rendimentos Níveis de satisfação de necessidades básicas esperança de vida Principais Factores Actividade Económica, Emprego e Desemprego Educação e Aprendizagem ao Longo da Vida Protecção Social e outras políticas (ex.fiscais) de redistribuição de rendimentos Esforço específico de combate à pobreza Políticas de Família e Equipamentos Sociais Políticas de coesão territorial de escala micro, média e alargada CENÁRIOS PROSPECTIVOS PARA 2013 Cenário catastrófico Um cenário de tipo catastrófico seria aquele em que em vez de um processo de modernização, inovação e ganhos de produtividade na economia se verificasse a consolidação de um padrão socio-económico semelhante ao que actualmente caracteriza o nosso país, num contexto consequente de degradação das condições de vida e trabalho nos sectores mais expostos à competição externa. Neste cenário encontramos : - agravamento/manutenção paradoxais dos valores da dívida pública e do défice do estado; - degradação da capacidade de prestação de apoios aos membros das famílias mais desfavorecidas; - evolução negativa do emprego, subida constante do desemprego e do Desemprego de Longa Duração; - redução dos recursos das políticas públicas e degradação dos indicadores da saúde, protecção social, luta contra a pobreza e educação. Consequência aumento da pobreza, crescimento das situações de anomia e de comportamentos de risco, a degradação da coesão social e eventualmente um recuo na esperança de vida Cenário de consolidação do modelo social e económico tradicional O segundo cenário, ao contrário do anterior, é bastante plausível. Basta para tanto que não se consiga mobilizar a energia política e o contributo dos diversos actores responsáveis (do estado, do mercado, da sociedade civil) para operar uma viragem equilibrada e coordenada nos diversos domínios de acção, privilegiando-se apenas objectivos de ordem económica Neste cenário: - os objectivos de estabilidade macro-económica e de equilíbrio das contas públicas constantes do PEC concretizam-se; - a economia mantém o padrão de especialização actual; - a taxa de emprego pode estagnar ou crescer como o previsto, mas sem modernização da economia e crescerá igualmente o desemprego; - à manutenção dos objectivos macroeconómicos sem aumento da receita do estado associar-se-á o desinvestimento na protecção social, nas políticas de trabalho, de protecção social, de luta contra a pobreza, de educação e formação. Poderão registar-se pequenos ganhos nas qualificações e nalguns dos esquemas de protecção social, mas sem alcance quer para influir na modernização da economia, quer na redução significativa da pobreza; - As estratégias familiares e comunitárias tenderão a seguir dinâmicas de adaptação idênticas ao cenário anterior. Consequência o nosso país manter-se-á muito longe dos patamares médios da União Europeia, numa situação de forte prevalência da exclusão social e os referenciais de competitividade da economia mover-se-ão para os níveis dos novos membros da UE. Cenário de Europeização A tomar por referência para a definição do elenco das políticas que poderão produzir modificações significativas na coesão social. Neste cenário verifica-se: - equilíbrio das contas do estado e das políticas macro-económicas - um melhor funcionamento do mercado, modernização da economia e aumento da produtividade (inovação nos processos e nos produtos); - ruptura drástica em todos os instrumentos de qualificação da população - melhor remuneração do trabalho e maior equidade na distribuição dos rendimentos; - desenvolvimento da rede de equipamentos sociais e de apoio à família; - desenvolvimento das políticas de base territorial e categorial de combate à pobreza Consequência Contexto social de maior qualidade, mais favorável ao desempenho das empresas e dos agentes económicos e institucionais, sustentando no longo prazo ganhos continuados nos mecanismos de inclusão social. METAS Metas específicas estratégicas para a inclusão social em 2013 Indicador a redução do risco de pobreza para metade dos níveis actuais; a redução para um terço do risco de pobreza infantil; a erradicação da pobreza consistente; a redução para metade do abandono escolar precoce i) Mulheres ii) Homens a redução para cerca de um terço das pessoas com baixos níveis educacionais (25-64 anos) a elevação dos níveis de emprego para valores da ordem dos 75,9% (1) com elevação do emprego feminino para 68,7%, mantendo Total Homens Mulheres a manutenção do desemprego no valor máximo de 4% a manutenção do desemprego de longa duração num máximo de 1%. Taxa DLD Total Mulheres Homens o aumento da esperança de vida à nascença i) Mulheres ii) Homens Ano de partida Situação de partida UE 25 Cenário Evolutivo neutro Meta 2013 2001 20 15 14 10 2001 2001 28 9 20 ----- 22 8 10 0 2004 39,4 30,6 47,9 15,7 13,4 18,0 31,5 27,8 43,6 20 17,6 27,7 2004 74,4 32,5 66,7 27 2003 68,1 75,0 61,4 63,0 70,9 55,1 75,9 83,3 68,7 75,9 83,3 68,7 2003 6,3 9,1 (2) 4 2004 2,2 2,7 1,8 4,1 4,7 3,6 1,9 2,3 1,5 1,0 1,2 0,8 2003 80,5 73,8 81,1 74,8 82,7 75,9 82,7 75,9 (1): valores de crescimento PEC (2): o comportamento recente deste indicador impede que se estimem com precisão os valores de evolução normal, dado ser neste momento indeterminada a natureza cíclica ou a natureza estrutural do crescimento que se observa. Indicadores relativos a gastos em Protecção Social Indicador Total de gastos em Protecção Social (em percentagem do PIB per capita), 2002-2013 Total de gastos em Protecção Social (em ppc per capita) em proporção da UE25 Ano Situação UE 25 Cenário partida partida Evolutivo neutro Meta 2013 2002 25,4 27,5 --------- 27,0 2002 63,7 100 65,5 80,0 Taxa de participação em actividades de ALV Indicador Taxa de participação em aprendizagem ao longo da vida actividades de Ano partida Situação partida UE 25 2002 2004 2,9 4,9 8,5 9,8 Cenário Evolutivo neutro Meta 2013 6,0 15 Indicadores relativos à esperança de vida Indicador Esperança de vida no primeiro ano de vida i) Mulheres ii) Homens Esperança de vida aos 60 anos i) Mulheres ii) Homens Ano partida Situação partida UE 25 Cenário Evolutivo neutro Meta 2013 2003 79,9 73,2 80,4 74,5 82,1 75,3 82,1 75,3 2003 23,3 19,4 23,8 19,6 23,9 20,0 23,9 20,0 Indicadores relativos ao emprego e ao desemprego Indicador Crescimento do emprego (percentagem da variação anual da população empregada 20032013) por sexo Total i) Homens ii) Mulheres Taxa de actividade (percentagem da população dos 15 aos 64 anos, segundo o sexo) - ano de partida, 2003 Total - Homens - Mulheres Estrutura do emprego por sector de actividade i) Serviços ii) Indústria iii) Agricultura Ano partida Situação partida UE 25 -0,4 0,4 -1,1 0,2 0,7 -0,2 72,1 78,8 65,6 69,3 77,4 61,2 Cenário Evolutivo neutro Meta 2013 2003 2003 2003 69,2 25,5 5,2 1,5 1,5 1,5 79,0 86,7 71,6 79,0 86,7 71,6 73 23 4 Indicadores Económicos, PIB e Défice da Administração Pública Indicador Crescimento do PIB per capita a preços constantes de 1995 (variação em % em relação ao ano anterior) – indicador de base, previsões para 2004 Produtividade por pessoa empregada (PIB per capita em ppc por pessoas empregada)/UE25 Défice global da Administração Pública Ano partida Situação partida UE 25 Cenário Evolutivo PEC Meta 2013 2004 1,0 2,4 4,0 4,0 2003 2004 66,7 6,2 100 2,8 67,1 1,0 80 1,0