FUNÇÕ FUNÇÕES ÇÕES Manutenção do volume e da composição dos líquidos corporais (homeostase) Excreção de escórias metabólicas Eliminação de toxinas (endógenas e exógenas) e seus metabólitos Síndrome nefrítica aguda (N00.-) Doença glomerular crônica (N03.-) Nefropatia túbulo-intersticial induzida por metais pesados (N14.3) Insuficiência renal aguda (N17.-) Insuficiência renal crônica (N18.-) Cistite aguda (N30.0) Carcinoma bexiga (C67) Os túbulos proximais são a região mais susceptível Agentes físicos, químicos e biológicos Nos EUA: 4 milhões de pessoas com exposição ocupacional a agentes nefrotóxicos Agudo ou crônico Medicamento: geralmente agudo e reversível EAS: análise em até 1 hora Proteinúria ◦ >150-160mg/24h ◦ >1g/dia (glomerular) ◦ >3,5g/dia (síndrome nefrótica) Proteinúria Exemplos Funcional Doença aguda Exercicío Ortostática (8h - <50mg) Sobrecarga Mieloma múltiplo (Bence Jones) Rabdomiólise (mioglobinúria) Hemólise (hemoglobinúria) Glomerular (permeabilidade) Glomerulopatias (albuminúria) Tubular (túbulo proximal) Necrose tubular aguda (β2 microglobulina) Chumbo Aminoglicosídeos Doenças metabólicas (Doença de Wilson) ◦ Hematúria Mais 3 células/campo Falso positivo: vitamina C, ruibarbo, beterraba, bacteria, mioglobina Renal e extrarenal Renal: glomerular e não glomerular Hematúria Exemplos Extrarenal Neoplasias urológicas Renal glomerular Nefropatia por IgA Glomerulonefrite pós infecciosa Glomerulonefrite membrano proliferativa Síndromes nefríticas sistêmicas Renal não glomerular Cistos Cálculos Nefrite intersticial Neoplasia renal ◦ Clearance de creatinina Mulher saudável: 100ml/min Homem saudável: 120ml/min > 40 anos: queda de 0.8ml/min/ano Fórmula de estimativa (Cockcroft): (140-idade) X peso (kg) / Cr plasmática X 72 CLASSE 1: clearance de creatinina de 52-62,5 ml/min ou sintomas e sinais intermitentes de disfunção do trato urinário superior, os quais não requerem tratamento contínuo ou vigilância; CLASSE 2: clearance de creatinina de 42-52 ml/min ou embora o clearance de creatinina seja maior que 52 ml/min, os sintomas e sinais de doença ou disfunção do trato urinário superior necessitam de vigilância contínua e tratamento frequente; CLASSE 3: clearance de creatinina de 28-42 ml/min ou, embora o clearance de creatinina seja de 42-52 ml/min, os sintomas e sinais de doença ou disfunção do trato renal superior não estão totalmente controlados por tratamento cirúrgico ou tratamento médico contínuo; CLASSE 4: clearance de creatinina inferior a 28 ml/min ou, embora o clearance de creatinina seja de 28-42 ml/min, os sintomas e sinais de doença ou disfunção do trato renal superior persistem a despeito de tratamento cirúrgico ou tratamento médico contínuo. alterações inflamatórias difusas no glomérulo grande variedade de doenças (glomerulonefrites e vasculites) a mais comum: glomerulonefrite pós estreptocócica exposição ocupacional: via inalatória exposição ocupacional aguda: hidrocarbonetos alifáticos halogenados (tetracloreto de carbono) exposição ocupacional crônica: solventes (síndrome de Goodpasture) clínica: ◦ início abrupto ◦ hematúria (assintomática em 50%) e proteinúria leve (<2g/dia) ◦ hipertensão, edema e azotemia (frequentemente) O tetracloreto de carbono é usado principalmente na fabricação de gases para refrigeração e propelentes em aerossóis. Foi usado na fabricação de tintas, espumas, plásticos, aditivo para gasolina, desengraxante de peças metálicas, retardante de chama, na fumigação de grãos Diagnóstico: ◦ Anamnese clínica, ocupacional, exame físico, exames complementares (sangue: função renal e urina: EAS, clearance creatinina e proteinúria 24h) Nexo causal: ◦ história de exposição ocupacional a hidrocarbonetos alifáticos halogenados (especialmente o tetracloreto de carbono); ◦ história de intoxicação aguda recente (7-10 dias); ◦ aparecimento de comprometimento da função renal associado à hematúria e proteinúria. 60% dos casos de doença renal terminal declínio progressivo da função renal exposição ocupacional: mercúrio inorgânico (vapores, sais e óxidos) clínica: ◦ glomerupatia membranosa com depósitos de imunocomplexos circulantes na membrana basal glomerular ; ◦ proteinúria (tipo glomerular: albuminúria / síndrome nefrótica: >3,5g/d) e edema; ◦ dislipidemia (hipercolesterolemia) ◦ azotemia Diagnóstico: ◦ Anamnese clínica, ocupacional, exame físico, exames complementares (sangue: função renal e lipidograma; urina: EAS, clearance creatinina e proteinúria 24h; biopsia renal: estágios iniciais) classificação de acordo com a velocidade de progressão da uremia: ◦ nefrite túbulo-intersticial aguda, caracterizada por rápido declínio, em dias ou semanas, da função renal e histologicamente evidenciada por infiltrado inflamatório agudo; ◦ nefropatia túbulo-intersticial crônica, gerando uremia de evolução lenta e progressiva, em meses ou anos, observando-se, histologicamente, fibrose predominantemente intersticial, com infiltração variável, porém menos intensa, de células inflamatórias. 30% das doenças renais terminais Causa não ocupacional relativamente comum: ◦ antibióticos aminoglicosídeos, sulfonamidas, anfotericina B ◦ agentes biológicos e botânicos (venenos de serpentes, toxinas de aranhas, insetos, aflotoxinas, etc.); ◦ indutores de imunocomplexos (penicilamina, captopril, sais de ouro, etc.); ◦ imunossupressores e drogas antineoplásicas (ciclosporina, cisplatina, nitrosuréias, etc.). Exposição ocupacional: ◦ Cádmio ◦ Mercúrio inorgânico ◦ Chumbo inorgãnico Causa ncrose tubular e IRA metotrexate, Fisiopatologia: ◦ Cádmio: circula com proteína tioneína que é filtrada pelo glomérulo ◦ Chumbo: mitocondrial ◦ Mercúrio: vascular (lesão isquêmica) e liga-se ao grupo sulfidrila da membrana basal Clínica Cádmio Chumbo Mercúrio Litíase renal Hipertensão arterial Gota saturnínica Anúria em 24h com duração 09 dias Proteinúria tubular Proteinuria tubular Proteinúria (<1g/dia) Urina: glicose, aminoácidos e fosfato Urina: glicose, aminoácidos e fosfato Azotemia com duração até 80 dias Diminuição da acidificação da urina hiperuricemia Distúrbios hidroeletrolíticos Diagnóstico: ◦ Anamnese clínica, ocupacional, exame físico, exames complementares (sangue: função renal, eletrólitos e ácido úrico ; urina: EAS, clearance creatinina e proteinúria 24h; biopsia renal: raro) ◦ Biomarcadores de exposição (dose interna X efeito) ◦ Proteinúria: β2 microglobulina Monitoramento biológico em expostos ao chumbo: − concentração de chumbo no sangue (Pb-S) – VR de até 40 µg/100 ml e IBMP de 60 µg/100 ml. A ACGIH recomenda como índice biológico de exposição 30 µg/100 ml; − concentração de ácido delta amino levulínico na urina (ALA-U) – VR de até 4,5 mg/g de creatinina e IBMP de 10 mg/g de creatinina; − concentração de zincoprotoporfirina no sangue (ZPP-S) – VR de até 40 µg/100 ml e IBMP de 100 µg/100 ml; A dosagem do chumbo sérico reflete a absorção do metal nas semanas antecedentes à coleta da amostra; Monitoramento biológico em expostos ao cádmio: − dosagem do cádmio na urina – VR de até 2 µg/g de creatinina e IBMP de 5 µg/g de creatinina; em expostos ao mercúrio inorgânico: − dosagem do mercúrio inorgânico na urina – VR de até 5 µg/g de creatinina e IBMP de 35 µg/g de creatinina 5% das internações hospitalares Ocupacional: (>50% iatrogênica) ◦ Mercúrio inorgânico Formas: oligúrica (<400ml/dia) ◦ Hidrocarbonetos alifáticos não oligúrica anúrica (rara) Classificação: pré renal renal (NTA, GNA, NIA) pós renal halogenados (cloreto de metileno e tetracloreto de carbono) ◦ Gás (Arsina – indústria eletrônica) ◦ Alcool (Etilenoglicol – anticongelante automotivo) NTA : mecanismo fisiopatológico Mercúrio – toxicidade direta Tetracloreto de carbono – toxicidade direta Arsina – hemólise Etilenoglicol – formação de ácido oxálico tempo: algumas horas até alguns dias clínica: ◦ redução do débito urinário ◦ edema, ganho de peso e até mesmo edema agudo de pulmão ◦ distúrbios eletrolíticos, como a hipercalemia, podem provocar arritmias fatais. ◦ hematúria (síndrome nefrítica = exposição a hidrocarbonetos alifáticos halogenados) ◦ síndrome urêmica desenvolve-se gradativamente e é caracterizada pelo aparecimento progressivo de náuseas, vômitos, irritabilidade, convulsões e coma Diagnóstico: ◦ Anamnese clínica, ocupacional, exame físico e exames complementares ◦ a monitorização do débito urinário; ◦ dosagens séricas de uréia (aumento de 10mg/dia), creatinina (aumento de 0.5mg/dia), sódio, potássio, cloro, cálcio e fósforo; ◦ exame de urina de rotina (EAS); ◦ dosagens séricas e urinárias simultâneas da creatinina e do sódio, além da osmolalidade urinária, podem ser úteis para diferenciar a IRA pré-renal da renal. ◦ eletrocardiograma (distúrbios do potássio e do cálcio); ◦ estudos radiológicos: ultra-som , TC, RM e cintilografias com radioisótopos ◦ Nexo causal para hidrocarbonetos alifáticos halogenados: história de exposição ocupacional a hidrocarbonetos alifáticos halogenados com episódio de intoxicação aguda; comprometimento da função renal associado à hematúria e proteinúria, geralmente de 7 a 10 dias após a exposição. O Anexo n.º 11 da NR 15 (Portaria/MTb n.º 12/1983) estabelece os LT para algumas substâncias químicas no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas semanais, algumas potencialmente causadoras da insuficência renal aguda. Por exemplo: tetracloreto de carbono – 8 ppm ou 50 mg/m3 cloreto de metileno – 156 ppm ou 560 mg/m3 mercúrio inorgânico – 0,04 mg/m3 um diagnóstico funcional caracterizado por uma diminuição progressiva e, geralmente, irreversível na taxa de filtração glomerular (TFG) uremia (sintomática) Causas mais frequentes: HAS DM 70% Clínica: dimunição da TFG uremia (fases avançadas) e HAS aumento de ureia e creatinina, anemia, hiperuricemia, acidose metabólica e dist. HE exames radiológicos (tamanho renal) Diagnóstico: ◦ Anamnese clínica, ocupacional, exame físico e exames complementares Os critérios para diagnóstico da nefropatia crônica causada pelo chumbo, são: 1- ausência de história pregressa de nefropatia de outra origem; 2- história de exposição prolongada ao chumbo no ambiente de trabalho ou fora dele; 3- demonstração de um estado de intoxicação atual ou pregresso; 4- presença de um quadro clínico; 5- eventualmente, biópsia para avaliação do comprometimento renal 6- dosagens de chumbo no sangue (Pb-S) e de ácido aminolevulínico na urina (ALA-U) não são importantes para o diagnóstico processo inflamatório agudo da mucosa vesical causa mais frequente: bacteriúria vesical exposição ocupacional: ◦ aminas aromáticas e seus derivados, entre elas os praguicidas do grupo da formamidina e da toluidina; ◦ joalheiros expostos excessivamente ao cádmio clínica: ◦ polaciúria, disúria, dor em caráter de queimação à micção; ◦ desconforto suprapúbico; ◦ urina turva e/ou com presença de sangue (hematúria macroscópica) ◦ complicação: pielonefrite (febre) Diagnóstico: ◦ Anamnese clínica, ocupacional, exame físico e exames complementares O critério para o diagnóstico de cistite aguda irritativa devida à exposição a aminas aromáticas, são: 1- história de exposição ocupacional; 2- quadro clínico e laboratorial (presença de hematúria ao EAS); 3- desaparecimento gradual dos sintomas após a cessação da exposição. Nesses casos, a hematúria geralmente cessa em 2 dias e a disúria em uma semana Quarto tumor de maior incidência no sexo masculino e o nono no feminino Nona causa de mortalidade dentre as neoplasias Incidência aumenta com a idade > 90% - tumor de células transicionais 3 a 7% - carcinoma de células escamosas ( irritação crônica por cálculo, cateter e infecção crônica Schistossoma haematobium) < 2% - adenocarcinoma 20% - causa ocupacional aminas aromáticas – indústria de corantes (fumaça de cigarro) pintores / mecânicos / tipógrafos / cabelereiros motorista de caminhão (fumaça de óleo diesel) Indivíduos tabagista apresentam 4 x maior risco e qdo param de fumar a redução do risco leva até 20 anos Clínica: Hematúria indolor e intermitente (micro ou macro) Diagnóstico: Anamnese clinica, ocupacional, exame físico, EAS, citologia da urina, exame de imagem (USG – tumor >0,5cm), citoscopia (padrão e acompanhamento) substituição do agente, da substância, da ferramenta ou da tecnologia de trabalho por outros mais seguros, menos tóxicos ou lesivos; isolamento da máquina, agente, ou substância potencialmente lesivos, por meio de enclausuramento do processo, suprimindo ou reduzindo a exposição; adoção de medidas de higiene e segurança ocupacional, como implantação e manutenção de sistemas de ventilação local exaustora adequadas e eficientes, capelas de exaustão, controle de vazamentos e incidentes por meio de manutenção preventiva e corretiva de máquinas e equipamentos; monitoramento sistemático dos agentes agressores; adoção de sistemas de trabalho e operacionais seguros, por meio da classificação e rotulagem das substâncias químicas segundo propriedades toxicológicas e toxicidade; diminuição do tempo de exposição e do número de trabalhadores expostos; informação e comunicação dos riscos aos trabalhadores; utilização de EPI de modo complementar às medidas de proteção coletiva; controle médico e monitoramento biológico dos trabalhadores expostos. ◦ reconhecimento prévio das atividades e locais de trabalho onde existam agentes físico, químicos e/ou biológicos; ◦ identificação dos problemas ou danos potenciais para a saúde, decorrentes da exposição aos fatores de risco identificados; ◦ proposição das medidas a serem adotadas para eliminação ou controle da exposição aos fatores de risco e proteção dos trabalhadores; ◦ educação e informação aos trabalhadores e empregadores. 1- avaliação da necessidade de afastamento (temporário ou permanente) do trabalhador da exposição, do setor de trabalho ou do trabalho como um todo. 2- caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social, solicitar à empresa a emissão da CAT, preencher o LEM e encaminhar ao INSS. Em caso de recusa de emissão da CAT pela empresa, o médico assistente deve fazê-lo; 3- acompanhamento e registro da evolução do caso, particularmente do registro de agravamento da situação clínica com o retorno ao trabalho; 4- notificação do agravo; Doenças Relacionadas ao Trabalho. Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde (Ministério da Saúde). Capítulo 19. 2002. CURRENT Medical Diagnosis & Treatment. Chapter.22. 2011. http://www.scielo.br/pdf/ramb/v54n2/a06v54n2.pdf Consulta em 20.jul.2015.