Sugestões de atividades
Unidade 1
Brinquedos
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PORTUGUÊS
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Português
1. Todas as sociedades inventam brincadeiras com a língua. Geralmente, são invenções anônimas, sem
marca de autoria. Nessa unidade, você conheceu um pouco sobre a “língua do pê”, mas você sabia
que há outras “línguas secretas”? Em A droga da obediência, de Pedro Bandeira (e em outros livros do
mesmo autor, em que aparece o grupo de amigos “Os Karas”), há uma “língua secreta” usada pelos integrantes da sociedade.
Nessa língua, devemos usar as consoantes normalmente, mas, quando aparecem as vogais, precisamos
substituí-las por algumas palavrinhas. Observe como é simples:
A – ais
I – inis
U – ufter
E – enter
O – omber
A brincadeira não é difícil, mas, quando aplicamos as regrinhas em uma frase, parece que estamos
falando outra língua, uma língua bem diferente do português. Observe-a num trecho do poema
“Convite”, de José Paulo Paes (pág. 12):
Poesia
Pomberentersinisais
é brincar com palavras
énter briniscaisr comberm paislaisvraiss
Tente pronunciar! Difícil, não é? Mas você sabia que essa língua não foi inventada por Pedro Bandeira?
Ela já existia e ainda existe espalhada pelo Brasil, há pessoas que a conhecem bem e brincam com ela
contando coisas que só os “iniciados”, os que a conhecem, conseguem entender.
a) Agora é sua vez! Passe os dois últimos versos da primeira estrofe do poema “Convite” para essa
língua secreta.
b) Já pensou em criar uma língua secreta, um código para se comunicar com os amigos? Invente uma
“língua”, registre suas regras, ensine a um amigo e brinque com as palavras. É divertido! Depois, se
quiser, pode dividir sua “língua” com outros colegas ou mantê-la apenas entre você e seus amigos
(para que possam falar e escrever seus segredos). As palavras também podem se transformar em
brinquedos. Está feito o convite!
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2. Como vimos, ao trocar apenas um fonema de uma palavra, podemos alterar completamente seu sentido.
Veja a palavra mesa. Se trocarmos o fonema “zê”, representado pela letra s, pelo fonema “sê”, representado
por ç, tenho a palavra meça, que é toda mandona, pois já chega dando ordem.
Então posso criar a frase: “Meça a mesa!”. No entanto, se eu resolver trocar o mesmo fonema da palavra
mesa por um “lê”, tenho a palavra mela, toda grudenta.
“Meça a mesa! Quem mela a mesa?”
E se eu trocar o mesmo fonema ainda pelo fonema “gê”, tenho a palavra mega, toda grandona, poderosa
e prepotente.
E se eu resolver trocar outro fonema, e não o “zê”? Tendo como base a palavra mesa, e trocando apenas
um fonema, posso obter a palavra musa, toda vaidosa.
Vamos brincar com fonemas? Vamos brincar de poesia?
a) Escolha uma das palavras abaixo e, mudando apenas um fonema, forme quantas palavras conseguir.
I. bala
II. porto
III. mola
IV. bico
V. maga
b) Escolha uma das listas de palavras que criou e faça um poema procurando usar tudo o que colocou
na lista.
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3. Conheça a situação a seguir.
Uma professora pediu aos alunos que, trocando apenas um fonema de cada uma das três palavras que
ela forneceu, formassem novos vocábulos. As palavras que deveriam ser modificadas eram:
CHUVA, MALA, PORTO
Quase todos os alunos acertaram, EXCETO um. Analise as respostas e assinale o aluno que errou o
exercício.
a) ( ) José respondeu: luva, bala e porco.
b) ( ) Lara respondeu: chuta, sala e posto.
c) ( ) Mathias respondeu: chave, mola e morto.
d) ( ) Vera respondeu: chuta, mata e torto.
e) ( ) Cláudia respondeu: luva, maca, parto.
4. O último texto dessa unidade (p. 34) é um poema de Roseana Murray, do livro Classificados poéticos,
que utiliza palavras comuns aos classificados de jornal. Com base nas palavras alugo, vendo, compro e
procura-se, são criados enunciados poéticos, pois não está atrás de objetos e coisas materiais, e sim de
sonhos, lembranças, amores... Inspire-se no poema e elabore você também um poema apropriando-se
da linguagem dos classificados.
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Português
Gabarito
1. a)
Como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Combermomber senter brinisncais
comberm bomberlais,
paispaisgaisinisomber, pinisãis.
b) Professor, aproveite essa brincadeira para trabalhar as unidades da língua. Sílabas, vogais, consoantes
e fonemas podem ser explorados na construção das “línguas secretas”. Os alunos se divertem e
aprendem ao mesmo tempo. Criar códigos secretos costuma agradar muito meninos e meninas
dessa idade. Você pode reservar uns cinco minutos do final de cada aula para um jogo: o aluno que
criou a “língua secreta” escreve uma frase com ela, e os outros precisam decifrar o que está escrito.
Pode ser uma gincana por uma semana ou mais. Experimente! Essa atividade pode fazer a diferença
no trabalho com os conteúdos desta unidade. Para se aprofundar no assunto, leia o texto do Sírio
Possenti: <http://terramagazine.terra.com.br/blogdosirio/blog/2010/02/18/de-tras-pra-frente>.
2. a)
I. Sala, mala, gala, fala, cala, bela, bola, bula, barra etc.
II. Porco, ponto, torto, parto, morto, perto, posto, porão etc.
III. Cola, sola, gola, rola, mala, mela, mula, morra, moda, mofa, moça, mole etc.
IV. Mico, Zico, rico, fico, beco, bica etc.
V. Mega, saga, marra, mala, massa, mapa, mago etc.
b) Professor, peça aos alunos que leiam os poemas que produziram. Se possível, organize um mural , para
que eles possam ler os poemas uns dos outros. É uma boa maneira de fixarem o que aprenderam
sobre fonemas, além de exercitarem a criatividade. Uma ideia interessante é organizar um concurso
(que pode contar ou não com a ajuda de dicionários). A atividade é assim: você propõe uma palavra,
e os alunos, em duplas, deverão listar o maior número possível de outras que podem ser formadas
com base na palavra proposta alterando apenas um fonema de cada vez.
3. A alternativa incorreta é a c. O aluno Mathias trocou dois fonemas da palavra chuva para obter a
palavra chave.
4. Professor, esta é uma oportunidade para retomar o gênero poema. Aponte suas especificidades e explique
por que, apesar de se apropriar da linguagem dos classificados, o texto de Roseana Murray e os que os
alunos produziram são poemas.
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