Globalização O capitalismo é cada vez mais informacional e global. Nenhum país está imune aos interesses das grandes corporações e aos fluxos de capitais, mercadorias, informações etc. Globalização é o atual momento da expansão capitalista. Trata-se de uma expansão que visa aumentar os mercados e, portanto, o lucro, o que de fato move os capitais, tanto produtivos como especulativos, no mercado mundial. Esta é a razão de, com o processo de globalização, haver disseminado, com base no governo norteamericano e em instituições por ele controladas (FMI e Banco Mundial). O neoliberalismo tem o objetivo de reduzir as barreiras aos fluxos globais, o que beneficia notadamente os países desenvolvidos e suas corporações multinacionais, embora alguns países emergentes (China, Brasil, México e Tigres) tenham recebido investimentos produtivos e ampliado seu comércio mundial. Por esse motivo tais países têm sido pressionados, até para poderem obter novos empréstimos internacionais (FMI), a adotar medidas, como redução do papel do Estado na produção com a privatização de empresas estatais, abertura de mercado a produtos importados e flexibilização da legislação trabalhista. Mesmo nos países desenvolvidos, as políticas neoliberais têm imposto perdas aos trabalhadores, com reformas previdenciárias e cortes nos gastos sociais. Na era da globalização a expansão capitalista é silenciosa, sutil e eficaz. Trata-se de uma “invasão” de mercadorias, capitais, serviços, informações e pessoas. As novas “armas” são a agilidade e a eficiência das comunicações, transportes e processamento das informações. A “guerra” acontece nas bolsas de valores, de mercadorias e de futuros em todos os mercados do mundo. As estratégicas e táticas são traçadas nas sedes das grandes corporações multinacionais, dos grandes bancos e de outras instituições que influenciam quase todos os países. Outra invasão típica da globalização é a dos capitais especulativos de curto prazo( smart money ou hot money), que ávidos por lucratividade, movimentam-se com grande rapidez pelo sistema financeiro on-line (Cerca de 1,5 trilhão de dólares por dia). Essa vultosa soma é transferida de um mercado para outro, sempre em busca das mais altas taxas de juros ou de maior segurança. Os administradores desse capitais não estão interessados em investir na produção, cujo retorno é demorado, mas em especular: realizar investimentos de curto prazo nos mercados mais rentáveis. Quando algum mercado se torna instável ou menos atraente aos investidores (México 1990; Brasil 1999; Argentina 2001) esses capitais são rapidamente transferidos , e os países entram em crise financeira. A expansão das multinacionais Superada a destruição provocada pela Segunda Guerra, a economia mundial voltou a crescer num ritmo mais acelerado. Dentro desse quadro de grande prosperidade, as empresas dos países industrializados assumiram proporções ainda maiores. Tornaramse grandes conglomerados e se expandiram pelo mundo. Se encarregaram de globalizar, gradativamente, não somente a produção, mas também o consumo. Construíram filiais em vários países, principalmente nos subdesenvolvidos, que ao se industrializarem, passaram a ser chamados emergentes. Houve uma modificação na tradicional divisão internacional do trabalho (DIT). Evolução da divisão internacional do trabalho DIT clássica Países desenv. Exporta produtos industrializados, capitais e empréstimos. Países subdes. Exporta produtos pri mários, minerais e fósseis. Nova DIT GLOBALIZAÇÃO Países desenv. Exporta produtos industrializados com tecnologia superior, capitais e investimentos. Países subdes. Exporta prod. primários, indus_ trializados, juros royalties e lucro. Portanto o processo de industrialização ocorrido nos países subdesenvolvidos foi, em grande parte, decorrente da implantação de um modelo que dependia de capitais e de tecnologias do exterior. Trata-se de um processo desigual e complementar ao dos países desenvolvidos, uma vez que é comandado por interesses externos, embora em associações aos capitais nacionais (privados ou estatais). O processo é desigual porque em geral os tipos de indústria e a tecnologia empregada não são os mesmos das matrizes. Nos países subdesenv. são instaladas fábricas poluidoras e utilizam muita mão-deobra. Nos países desenv. tendem a permanecer as indústrias leves, nãopoluentes, de alta tecnologia e elevada remuneração. Esse modelo é complementar ao mundo desenvolvido porque garante: a manutenção da produção, a circulação, o consumo, o acúmulo de capitais em grande escala. Ex: Coréia do Sul já tem mais empresas do que a Itália, a Espanha e a Austrália. A atual divisão internacional do trabalho reforça as desigualdades internacionais que já existiam em suas formas precedentes, gerando uma categoria nova do ponto de vista socioespacial: a das regiões e países excluídos. A emergência dessa recente divisão internacional do trabalho não suprime as modalidades anteriores, pois a maioria dos países africanos, asiáticos e latinoamericanos continua exportando produtos primários, inserindo-se na antiga divisão internacional do trabalho. O problema é que, na economia informacional, as matérias-primas perdem valor no comércio internacional. Enfim, observa-se que muda as características do capitalismo (comercial, industrial, financeiro monopolista e o capitalismo informacional), suas bases tecnológicas, mas a desigualdade internacional permanece, quando não aumenta. Ex: África (53 países) recebeu apenas 3,3% dos capitais investidos produtivamente no mundo. Obrigada!!! Fonte: Geografia Geral e Do Brasil espaço geográfico e globalização SENE, Eustáquio e MOREIRA, João Carlos.