Novo Acordo Ortográfico Profª Aline Cristine A partir de 2009 entrou em vigor a reforma ortográfica que torna a língua portuguesa um idioma único COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA Por que mudar? Motivos de ordem cultural O português é a terceira língua mais falada do Ocidente, depois do inglês e do espanhol (+ ou – 200 milhões); É falada em 4 continentes e 8 países; Oito países de quatro continentes: Motivos de ordem cultural A variedade de grafias desprestigia a língua internacionalmente; Formação de professores de português: educação à distância, vocabulário técnico-científico na Internet, proficiência de língua. Motivos de ordem econômica e política Publicação de livros; Relacionamento comercial; Diminuir os sinais; Padronizar a escrita; Motivos de ordem econômica e política Interesse político do Brasil, que vem se projetando política e economicamente no mundo.(O Brasil tem 85% dos falantes de português de todo o mundo). PAÍSES LUSÓFONOS: Lusó: Português e Fonos: som EUROPA e AMÉRICA Portugal (10.676.910 hab.) Brasil (187.357.251 hab.) *Estimativas de julho/2008. Fontes: http://www.ibge.gov.br https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook PAÍSES LUSÓFONOS: ÁFRICA Angola (12.531.357 hab.) Cabo Verde (426.998 hab.) Moçambique (21.284.701 hab.) São Tomé e Príncipe (206.178 hab.) Guiné-Bissau (1.503.182 hab.) PAÍS LUSÓFONO: ÁSIA Timor Leste (1.108.777 hab.) REFORMAS ORTOGRÁFICAS 1943 “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguêsa” gelo, coco, almoço, cera em lugar de gêlo, côco, almôço, cêra NO BRASIL 1971 gauchismo, saudade, paraibano em lugar de gaüchismo, saüdade, paraïbano Alfabeto O alfabeto passa a ter 26 letras. abcdefghi jklmnopq rstuvwxyz K–W–Y Usadas em nomes próprios e estrangeiros: Volkswagen, playground, marketing, Km. Trema Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u a qual indicava que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui. Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas: Müller, mülleriano Trema Antes Depois agüentar aguentar argüir arguir bilíngüe bilíngue cinqüenta cinquenta conseqüente consequente freqüentemente frequentemente tranqüilo tranquilo Acentuação ei – oi Nas palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba), não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói. ei – oi Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas (sílaba tônica na última sílaba) terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. papéis, herói, heróis, troféu, troféus Exemplos anéis fiéis pastéis céu chapéu véu destrói faróis sóis ei – oi Antes Depois Antes Depois alcatéia alcateia idéia ideia diarréia diarreia mocréia mocreia epopéia epopeia moréia moreia jóia joia odisséia odisseia estréia estreia panacéia panaceia apóia apoia andróide androide apóio apoio bóia boia humanóide humanoide clarabóia claraboia IeU Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i ou u tônicos precedidos de ditongo (vogais que se juntam na mesma sílaba. Nesse caso, pode ocorrer o que chamamos de um ditongo.) antes depois baiúca bocaiúva feiúra baiuca bocaiuva feiura IeU Permanece o acento nas palavras oxítonas terminadas em i ou u seguido de s. tuiuiú(s) Piauí IeU Permanece a regra, COM ACENTO: “i” e “u” tônicos, em caso de hiato (quando as vogais se encontram em sílabas diferentes, embora estejam em sequência, temos um hiato). Lu/í/sa / mi/ú/do, para/í/so, ra/í/zes, reca/í/da, ru/í/na, sa/í/da, sandu/í/che IeU Permanece a regra, SEM ACENTO: “i” e “u’” tônicos, em caso de hiato, seguido de nh, l, m, n, r e z. ba/i/nha, mo/i/nho, ra/i/nha, Ra/u/l; Co/i/mbra, ru/i/m; a/i/nda, constitu/i/nte, ori/u/ndo, ru/i/ns, tri/u/nfo. oo - ee Não se usa mais acento em palavras terminadas em eem e oo(s). antes depois antes depois crêem creem abençôo abençoo lêem leem perdôo perdoo vêem veem vôo voo Acento diferencial Acabou o acento diferencial nos seguintes pares: pára para pêlo/pelo pêra/pera. pólo(s)/polo(s) péla(s)/pela(s) O acento diferencial é mantido : Pôde Pode Pôr Por Fôrma Forma Acento diferencial Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3a pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3a pessoa do singular. Acento diferencial Pôr é verbo. Por é preposição. Vou pôr a flor no vaso que foi feito por você. Acento diferencial É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Qual é a forma da fôrma do bolo? Acento diferencial Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir, etc.). Acento diferencial Ele tem Eles têm Ele vem Eles vêm Ele mantém Eles mantêm Ele convém Eles convêm Ele detém Eles detêm Ele intervém Eles intervêm U Não se usa acento agudo no u tônico dos verbos arguir e redarguir no presente do indicativo: (tu) arguis (ele) argui (eles) arguem Hífen H Usa-se diante de palavra iniciada por h. ante-histórico anti-higiênico proto-história sobre-humano VOGAIS ou CONSOANTES IGUAIS: COM HÍFEN! extra-aula micro-ondas hiper-resistente super-raso Consoante-consoante Usa-se o hífen quando o segundo elemento começar pela mesma consoante que termina o primeiro. inter-racial inter-regional super-requintado Vogal-vogal Usa-se o hífen quando o segundo elemento começar com a mesma vogal que termina o primeiro. anti-imperialista contra-ataque micro-ondas semi-interno VOGAIS ou CONSOANTES DIFERENTES: SEM HÍFEN! autoescola extraescolar socioeducativa Vogais diferentes Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal do segundo elemento: aeroespacial coautor infraestrutura semianalfabeto Exceto: coordenar, cooperação, cooptar etc. Vogal-consoante Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal e começa com consoante no segundo elemento. anteprojeto coprodução semicírculo Vogal-r/s Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. rr ss Antirrábico Antirracismo Antirreligioso Antirrugas Antissocial Biorritmo Contrarregra Contrassenso Cosseno Infrassom Microssistema Minissaia Multissecular Neorrealismo Neossimbolista Semirreta Ultrarresistente Ultrassom Consoante-vogal Não se usa o hífen quando o prefixo termina em consoante e o segundo elemento começa em vogal. hiperativo interescolar superamigo superaquecimento supereconômico vice Usa-se sempre hífen com o prefixo vice. vice-presidente vice-rei além, aquém, ex, pós, pré, pró, recém e sem. Usa-se sempre o hífen nos prefixos além-mar ex-aluno pós-graduação pré-vestibular recém-nascido Sub-r Usa-se o hífen com o prefixo sub com o segundo elemento iniciado por r. sub-região Usa-se o hífen com os prefixos circum e pan com o segundo elemento iniciado por m, n e vogal. circum-navegação pan-americano Usa-se sempre o hífen nos sufixos de origem tupiguarani: açu, guaçu, mirim capim-açu Usa-se o hífen para encadear palavras que originalmente não formam vocábulos: eixo Norte-Sul Não se usa hífen em palavras que perderam a composição inicial. girassol mandachuva paraquedas pontapé Início de linha Usa-se linha. o hífen repetido ao final da O passeio da vice-diretoria foi adiado. Por favor, diga-nos logo o que aconteceu. Exemplos da mudanças Autoescola Joia Creme antirrugas proteico Ideia heroica Anti-herói paranoico Atividade extraescolar Atividade extra-aula Exemplos da mudanças Assembleia na Pompeia Comportamento desumano Atitude anti-humana Comportamento antissemita Frequências AM / FM Eles leem a tabela dos voos. Exemplos da mudanças Foi a pré-estreia europeia do ídolo. Ficaram sequelas do sequestro. Eles reveem a videoinstalação. A Odisseia é uma epopeia. Síntese Sempre se usa o hífen diante de h Letras diferentes – não usa hífen Letra iguais – usa hífen Diante de r e s dobram-se essas letras Vice, além, aquém, ex, pós, pré, pró, recém e sem usa hífen Sub-r, circum e pan + m ou n usa hífen WEG, Rosana Morais; JESUS, Virgínia Maria Antunes de. Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa no Brasil - Alterações na ortografia de expressão brasileira. São Paulo: Esfera. 2008. (Coleção Dicas Práticas)