ARC Ratings mantém notação A-2, com tendência estável, ao Grupo MUNDICENTER EMITENTES RATING DE EMITENTE Mundicenter - S.G.P.S., S.A. Amoreiras Center - Sociedade Imobiliária, S.A. A-2 DATA DAS NOTAÇÕES RATING DE EMISSÕES 10 de Abril de 2014 A-2 A Curto Prazo (A(A -2, com tendência estável) Curto Prazo (A(A -2, com tendência estável) ARC Ratings, S.A. (ARC Ratings) é da opinião que a capacidade da Mundicenter - S.G.P.S., S.A. (MUNDICENTER SGPS) honrar, atempadamente e na íntegra, os seus compromissos financeiros de curto prazo e da MUNDICENTER SGPS e da Amoreiras Center - Sociedade Imobiliária, S.A. (AMOREIRAS CENTER) honrarem, atempadamente e na íntegra, as emissões de papel comercial realizadas ao abrigo de programas de papel comercial de, respectivamente, 20,0 milhões de euros (M€) e de 40,0 M€ é forte pelo que lhes mantém a notação A-2, com tendência estável. Esta capacidade continua vulnerável a modificações adversas, nomeadamente as seguintes, que a ARC Ratings manterá sobre observação: a continuação da actuação do Estado Português no sentido de tomar mais medidas que penalizem o rendimento disponível dos consumidores, levando assim a reduções cada vez mais acentuadas no consumo; o financiamento à economia por parte do sector financeiro, encontrando-se a dívida do Grupo contratada com instituições de crédito com sede na Península Ibérica. No entanto, recentemente o Grupo não tem tido dificuldades em renovar e contratar financiamentos. FUNDAMENTOS − Contexto económico recessivo em Portugal afectou a rendibilidade do Grupo MUNDICENTER. − Embora tenha decrescido, a capacidade de geração de fundos do Grupo MUNDICENTER mantém-se forte. − O Grupo MUNDICENTER mantém uma política de investimentos conservadora. − A dívida financeira do Grupo MUNDICENTER diminuiu e a autonomia financeira aumentou. − A dívida financeira do Grupo MUNDICENTER mantém uma significativa concentração no curto prazo. − O Grupo MUNDICENTER apresenta uma total desoneração dos seus activos imobiliários. − A estrutura accionista do Grupo MUNDICENTER mantém-se estável. PERFIL DO GRUPO Posição destacada em centros comercias em Portugal A MUNDICENTER SGPS é a holding de um grupo criado em 1983 e especializado na promoção imobiliária em Portugal Continental, com vista à concepção, propriedade e gestão de empreendimentos destinados à instalação de centros comerciais, retail parks e leisure parks. O Grupo detém e gere os seguintes centros comerciais, ordenados por ordem ARC Ratings, S.A. 1/4 decrescente de importância no total dos proveitos de exploração dos centros comerciais do Grupo nos primeiros 9 meses de 2013: AMOREIRAS; BRAGA PARQUE; OEIRAS PARQUE; ARENA; STRADA, antigo ODIVELAS PARQUE; e SPACIO. Para além destes, o Grupo explora, em regime de subconcessão desde 2004, as Galerias Campus de S. João. No final de Setembro de 2013 os centros comerciais em que o Grupo MUNDICENTER detinha a propriedade tinham uma área bruta locável (ABL) de 156,2 mil metros quadrados (m2). O Grupo MUNDICENTER mantém também a propriedade e a exploração do AMOREIRAS SQUARE, um edifício de escritórios localizado em Lisboa, perto do centro comercial AMOREIRAS, e que possui uma área total de 16 mil m2. De referir que o Grupo MUNDICENTER mantém como objectivo obter a gestão de centros comerciais / galerias detidos por terceiros, de forma a diluir os seus custos fixos. São exemplo da concretização deste objectivo a gestão, a partir de Outubro de 2013, da renovada Galeria Comercial Alvalade (ALVALADE), em Lisboa, detido pelo seu accionista principal, o Grupo ALVES RIBEIRO, e de um centro comercial em Angola, a partir de Janeiro de 2014. Capital social detido maioritariamente pelo Grupo ALVES RIBEIRO O capital social da MUNDICENTES SGPS é detido maioritariamente, em 85,8%, pelo Grupo ALVES RIBEIRO. Para além da MUNDICENTER SGPS este Grupo detém participações em empresas do sector da construção, no qual iniciou actividade em 1941 e que no exercício de 2012 apresentaram, em termos consolidados, um volume de negócios de 223,8 M€ e um resultado líquido de 27,2 M€ (32,9 M€ em 2011), e na área financeira, na qual detém a totalidade do capital social do Banco Invest, S.A. (BANCO INVEST), o qual no final de Setembro 2013 apresentava um activo total consolidado de 688,4 M€ e capitais próprios de 67,7 M€, tendo nos primeiros 9 meses de 2013 gerado um resultado líquido de 1,1 M€, face a 4,2 M€ no período homólogo do ano anterior. EVOLUÇÃO RECENTE E PERSPECTIVAS PRINCIPAIS INDICADORES DO GRUPO MUNDICENTER 2012 Jan a Set 2013 Jan a Set 2009 2010 2011 2012 Volume de Negócios em mil euros 71 154 74 095 72 593 68 924 50 492 Resultado Líquido em mil euros 14 173 16 710 18 324 13 172 10 716 9 859 Capitais Próprios em mil euros 157 505 170 075 183 185 190 909 188 496 197 145 39,1% 42,3% 45,3% 50,8% 49,7% 52,2% 9,0% 9,8% 10,0% 6,9% 7,6% 6,7% Autonomia Financeira em % Rendibilidade dos Capitais Próprios em % 49 023 Notas: Valores arredondados. Contas com ajustamentos efectuados pela ARC Ratings para efeitos de análise. Fontes: Grupo MUNDICENTER. Impacto da conjuntura nos centros comerciais Segundo o relatório Marketbeat - Portugal do Outono de 2013, publicado pela CUSHMAN & WAKFIELD, "a situação económica do país continuou a afectar o mercado de retalho em 2013", tendo-se verificado "quebras no consumo privado que influenciaram negativamente a operação dos retalhistas e o valor dos activos do retalho". Ainda de acordo com o referido relatório, "a evolução do índice do volume de negócios no comércio a retalho demonstra a quebra generalizada que o sector sente desde o início da crise, e de forma mais evidente desde os finais de 2010. Em Junho de 2013 o índice global situava-se nos 90,4, reflectindo uma quebra de cerca de 3% face ao período homólogo do ano anterior, embora demonstrando uma recuperação nos últimos 6 meses", sendo que "desde de Janeiro de 2013 (...) registou uma tendência crescente, subindo mais de 6 pontos". No entanto, "esta recuperação foi impulsionada quase em exclusivo pelo índice alimentar". De referir que, "o comércio de rua em Lisboa, e também no Porto, foram a ARC Ratings, S.A. 2/4 excepção a esta quebra na procura". Ao nível das rendas praticadas nos centros comercias em Portugal, de acordo com o referido relatório, verificou-se "a adaptação dos proprietários às novas condições de mercado", tendo, "pela primeira vez desde 1997", verificado-se "quebra dos valores das rendas prime dos centros comerciais". Diminuição da rendibilidade e dos indicadores de cobertura No período de Janeiro a Setembro de 2013, face ao período homólogo de 2012, o volume de negócios do Grupo MUNDICENTER apresentou redução de 2,9%, para 49,0 M€, sendo que, considerando o total dos proveitos operacionais, isto é, para além do volume de negócios, os proveitos operacionais diversos, a redução teria ascendido a 3,5%. Esta evolução foi compensada pelas reduções dos fornecimentos e serviços de terceiros (de 7,1%) e dos gastos operacionais fixos (de 4,3%), pelo que a rendibilidade operacional do volume de negócios aumentou em 0,8 pontos percentuais (pp), tendo ascendido a 37,7%. No entanto, a redução da rotação do activo, o aumento do custo bruto do capital alheio e a redução do deb to equity levaram a que a rendibilidade do capital próprio tenha baixado 0,9 pp entre os períodos indicados, tendo ascendido a 6,7% no período de Janeiro a Setembro de 2013, a mais baixa do período histórico analisado. Devido ao agravamento do prejuízo financeiro neste período (de 28%), por via principalmente da redução do rendimento financeiro, o resultado líquido do período sofreu uma redução significativa (de 9,3%), para 9,9 M€. A cobertura dos gastos financeiros de financiamento, líquidos dos juros obtidos, pelo EBITDA e pelo resultado operacional (EBIT) baixaram no período de Janeiro a Setembro de 2013 para 7,5 vezes e 4,5 vezes, respectivamente, contra 9,8 vezes e 5,9 vezes respectivamente, verificados no período homólogo do ano anterior. De referir, no entanto, que comparado com o ano completo de 2012 estes indicadores apresentaram apenas um ligeiro decréscimo, na medida em que neste ano ascenderam, respectivamente, a 7,7 vezes e 4,6 vezes. Aumento continuado da autonomia financeira Entre o final de 2012 e o final de Setembro de 2013 verificou-se aumento da autonomia financeira do Grupo MUNDICENTER em 1,5 pp, ascendendo a 52,2% na última data. Para esta evolução contribuíram a redução do activo e a consideração de retenção de parte do resultado gerado no período de Janeiro a Setembro de 2013. A autonomia financeira, incluindo os capitais de interesses minoritários e calculada com o passivo líquido de disponibilidades, aumentou 3,5 pp entre as datas indicadas, para 61,4%. De referir que os activos fixos do Grupo MUNDICENTER, a maior parte do total do activo, não se encontram registados ao justo valor, mas sim a custo histórico amortizado, pelo que o justo valor será significativamente superior ao contabilístico, com impacto positivo na autonomia financeira. Acresce que estes activos fixos não se encontram onerados. Risco de liquidez manteve-se praticamente inalterado nos primeiros 9 meses de 2013 No período de Janeiro a Setembro de 2013 o risco de liquidez do Grupo, apesar da redução do saldo da dívida financeira, aumentou ligeiramente para 88,8%, mais 1,3 pp face ao verificado no final de 2012. Se para além do montante das linhas de crédito contratadas e não utilizadas for também considerado o montante de 10,0 M€ do empréstimo contratado e ainda não utilizado até ao final de Setembro de 2013 o rácio de liquidez do Grupo ascenderia a 75,6% nesta data. O saldo da dívida financeira continuava no final de Setembro de 2013 a apresentar concentração por instituição de crédito, sendo que as duas mais representativas representavam 40,5% e 21,2% do saldo. Análise de sensibilidade à geração de fundos Para 2014, considerando as previsões do Grupo MUNDICENTER para 2014 (cenário base que tem como pressuposto aumento dos proveitos operacionais de 1,5% face ao estimado para 2013) e o saldo da dívida financeira do final de Setembro de 2013 as potenciais necessidades de fundos ascendiam a 116,0 M€. Considerando o mesmo horizonte temporal o Grupo MUNDICENTER poderá dispor de fundos de 90,6 M€, incluindo o seguinte: 42,5 M€ de EBITDA; ARC Ratings, S.A. 3/4 36,7 M€ de disponibilidades; e 11,4 M€ de financiamentos contratados e não utilizados, considerando estes os de médio e longo prazo sem possibilidade de denúncia, sendo que os destinados ao financiamento de investimentos (10,0 M€) foram considerados em apenas 50,0% do montante concedido. De referir que cerca de metade das potenciais necessidades de fundos em 2014 decorrem da possibilidade de denúncia dos programas de papel comercial sujeitos a follow-up, que poderão ser denunciados semestralmente, cujo montante ascende a 56,7 M€. De referir que, o Grupo MUNDICENTER apresenta uma total desoneração dos seus activos imobiliários, podendo estes vir a ser utilizados como garantia nalguma eventual operação de financiamento a médio e longo prazo. A análise de sensibilidade realizada pela ARC Ratings indica que, face ao cenário base, menos 10,0% de proveitos operacionais teriam impacto de aumentar em 4,4 M€ o saldo da dívida financeira líquida e de reduzir em 1,3 pp a autonomia financeira (incluindo os capitais de interesses minoritários, calculada com o passivo líquido de disponibilidades e considerando como capitais próprios os direitos de ingresso já recebidos de lojas em exploração que o Grupo tinha registados em proveitos diferidos, líquidos dos respectivos impostos diferidos). ESTA DIVULGAÇÃO É MERAMENTE INFORMATIVA, NÃO DISPENSANDO A LEITURA DO RESPECTIVO RELATÓRIO DE RATING ARC Ratings, S.A. Rua Luciano Cordeiro, 123 – R/C Esq. 10501050-139 Lisboa PORTUGAL Tel: 213 041 110 Fax: 213 041 111 E -mail: [email protected] Site: www.arcratings.com A ARC Ratings, S.A. está registada como Agência de Notação de Risco (CRA) junto da European Securities and Markets Authority (ESMA), de acordo com o REGULAMENTO (CE) Nº 1060/2009 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO, de 16 de Setembro de 2009, e reconhecida como External Credit Assessment Institution (ECAI) para Empresas pelo Banco de Portugal. Os ratings não constituem recomendações de compra ou venda, sendo apenas um dos elementos a ponderar pelos investidores. Os ratings atribuídos pela ARC Ratings baseiam-se em informação recolhida junto de um conjunto alargado de fontes de informação, com destaque para a prestada pela entidade cujos compromissos financeiros são sujeitos a rating, incluindo informação confidencial, a qual é utilizada e trabalhada, com todo o cuidado, pela ARC Ratings. Não obstante os cuidados na obtenção, cruzamento e tratamento da informação para efeitos da análise de rating, a ARC Ratings não se pode responsabilizar pela sua veracidade, sendo exigível a percepção por parte da ARC Ratings de um nível mínimo de qualidade da informação para que se proceda à atribuição das notações de rating. ARC Ratings, S.A. 4/4