Espumas flutuantes 1) Pode-se afirmar que são temas de Espumas flutuantes, de Castro Alves: a) A culpa, a religiosidade e a morte. b) A religiosidade, o fazer poético e o indianismo. c) A morte, o fazer poético e o amor. d) O indianismo, a pátria e o amor. e) A pátria, a culpa e a melancolia. 2) (UEMS) Com base na leitura da obra, é INCORRETO afirmar que, na poesia de Espumas flutuantes, o condoreirismo se caracteriza por a) afetação de humildade. b) exaltação da civilização. c) retórica altaneira. d) uso de hipérboles. 3) (UFMG) Na poesia lírico-amorosa de Castro Alves, observa-se: a) uma posição platônica em relação ao amor, sobre o qual versifica em linguagem racional e contida. b) a idealização da mulher, cantada constantemente como objeto inacessível ao poeta. c) a preocupação de ocultar, por meio de excesso de figuras de linguagem, os mais recônditos desejos do poeta. d) uma renovação em relação a seus antecessores, pela expressão ousada dos impulsos eróticos. 4) (FUVEST - adaptada) I. Pálida, à luz da lâmpada sombria Sobre o leito de flores reclinada Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor, ela dormia! (Álvares de Azevedo) II. Uma noite, eu me lembro… Ela dormia Numa rede encostada molemente… Quase aberto o roupão… solto o cabelo E o pé descalço no tapete rente. (Castro Alves) Os dois textos apresentam diferentes concepções da figura da mulher, assinale a alternativa que contenha afirmação inadequada a) No texto I a representação da mulher é etérea, distante, inatingível. A figura feminina é sublimada. b) A diferença no tratamento do tema explica a visão romântica castralviana, voltada para uma sensualidade carnal, humanizada. c) No texto II, há uma mulher humanizada, “de carne e osso”, a sensualidade se materializa e torna a relação amorosa factível. d) A diferença no tratamento do tema explicita a visão romântica de Azevedo voltada para o tempo árcade, com uma mulher inatingível. 5) (UEMS) Com base na leitura de Espumas flutuantes, de Castro Alves, é CORRETO afirmar que as “espumas” a que se refere o título da obra representam, metaforicamente, a) as forças líricas que movem o poeta. b) as poesias que compõem o livro. c) os amores do poeta por artistas de teatro. d) os interesses sociais do poeta. 6) (UFV 97) Leia o fragmento abaixo e faça o que se pede Morrer... quando este mundo é um paraíso, E a alma um cisne de douradas plumas: Não! o seio da amante é um lago virgem... Quero boiar à tona das espumas. Vem! formosa mulher — camélia pálida, Que banharam de pranto as alvoradas, Minh'alma é a borboleta, que espaneja O pó das asas lúcidas, douradas ... (Mocidade e Morte) Assinale a alternativa que não corresponde a uma leitura correta do texto: a) a descrição da mulher, no texto castroalvino, confirma o modelo idealizado da heroína romântica. b) a poesia amorosa de Castro Alves manifesta-se através de um sensualismo mais ousado. c) a produção lírica do poeta baiano retrata o elemento feminino sob uma perspectiva mais grotesca e vulgar. d) o fragmento reflete uma atitude introspectiva do homem romântico e suas dúvidas existenciais. 7) Em Espumas Flutuantes, é recorrente o emprego dos seguintes recursos estéticos, exceto a) presença de epígrafes retiradas de escritores franceses e ingleses, o que demonstra o vínculo de Castro Alves com a arte produzida na Europa. b) emprego de termos retóricos e de inúmeras rimas que demonstram como a escrita de Castro Alves possui um caráter “declamatório”. c) construção de imagens alegóricas, principalmente vinculadas à natureza, para expressar os sentimentos do eu poético. d) existência de uma linguagem sarcástica para desmascarar o falso ideário nacionalista vigente no século XIX 8) Leia o fragmento para responder ao que se pede Oh! Bendito o que semeia Livros... livros à mão cheia... E manda o povo pensar! O livro caindo n'alma É germe — que faz a palma, É chuva — que faz o mar. Vós, que o templo das ideias Largo — abris às multidões, P’ra o batismo luminoso Das grandes revoluções, Agora que o trem de ferro Acorda o tigre no cerro E espanta os caboclos nus, Fazei desse "rei dos ventos" — Ginete dos pensamentos, — Arauto da grande luz! ... O tratamento dado aos temas do livro e do trem de ferro, nestes versos de “O livro e a América”, permite afirmar corretamente que, no contexto de Espumas Flutuantes a) o poeta romântico assume o ideal do progresso, abandonando as preocupações com a História. b) o entusiasmo pelo progresso técnico e cultural determina a superação do encantamento pela determinação e superação do encantamento pela natureza. c) o entusiasmo pelo progresso cultural contrapõe-se ao temor do progresso técnico, que agride a natureza. d) o poeta romântico abre-se ao progresso e à técnica, em que não vê incompatibilidade com os ciclos naturais. 9) TEXTO PARA A QUESTÃO: O “Adeus” de Teresa A vez primeira que eu fitei Teresa, Como as plantas que arrasta a correnteza, A valsa nos levou nos giros seus... E amamos juntos... E depois na sala “Adeus” eu disse-lhe a tremer co’a fala... E ela, corando, murmurou-me: “adeus.” Uma noite... entreabriu-se um reposteiro... E da alcova saía um cavaleiro Inda beijando uma mulher sem véus... Era eu... Era a pálida Teresa! “Adeus” lhe disse conservando-a presa... E ela entre beijos murmurou-me: “adeus!” Passaram tempos... séc’los de delírio Prazeres divinais... gozos do Empíreo... ... Mas um dia volvi aos lares meus. Partindo eu disse – “Voltarei!... descansa!...” Ela, chorando mais que uma criança, Ela em soluços murmurou-me: “adeus!” Quando voltei... era o palácio em festa!... E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra Preenchiam de amor o azul dos céus. Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa! Foi a última vez que eu vi Teresa!... E ela arquejando murmurou-me: “adeus!” (CASTRO ALVES, Antonio Frederico. Espumas flutuantes. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. p. 51.) (Uel 2011) Sobre características do estilo de Castro Alves presentes no poema, considere as afirmativas a seguir. I. Presença de uma visão erotizada do amor e da mulher. II. Abandono do tom aclamatório presente nos poemas sobre os escravos. III. Confirma sua inserção na segunda geração do Romantismo. IV. Revela influência do sentimentalismo amoroso adulto. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e IV são corretas. b) Somente as afirmativas II e III são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. TEXTO PARA AS QUESTÕES 10 a 12: “Onde estás” 1 É meia-noite... e rugindo 2 Passa triste a ventania, 3 Como um verbo de desgraça, 4 Como um grito de agonia. 5 E eu digo ao vento, que passa 6 Por meus cabelos fugaz: 7 “Vento frio do deserto, 8 Onde ela está? Longe ou perto?” 9 Mas, como um hálito incerto, 10 Responde-me o eco ao longe: 11 “Oh! minh’amante, onde estás?...” 12 Vem! É tarde! Por que tardas? 13 São horas de brando sono, 14 Vem reclinar-te em meu peito 15 Com teu lânguido abandono!... 16 ’Stá vazio nosso leito... 17 ’Stá vazio o mundo inteiro; 18 E tu não queres qu’eu fique 19 Solitário nesta vida... 20 Mas por que tardas, querida?... 21 Já tenho esperado assaz... 22 Vem depressa, que eu deliro 23 Oh! minh’amante, onde estás?... 24 Estrela – na tempestade, 25 Rosa – nos ermos da vida, 26 Íris – do náufrago errante, 27 Ilusão – d’alma descrida! 28 Tu foste, mulher formosa! 29 Tu foste, ó filha do céu!... 30 ... E hoje que o meu passado 31 Para sempre morto jaz... 32 Vendo finda a minha sorte, 33 Pergunto aos ventos do Norte... 34 “Oh! minh’amante, onde estás?” (CASTRO ALVES, A. F. Espumas flutuantes. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. p. 84-85.) 10) (Uel 2011) Sobre a relação entre o poema e a obra Espumas flutuantes, considere as afirmativas a seguir. I. Idealização da mulher amada e demonstração emotiva são modos de expressão típicos do poeta, inscrito no Romantismo brasileiro. II. É um poema à parte de Espumas flutuantes, pois a idealização da mulher é tema fortuito na obra de Castro Alves. III. O uso abundante de interrogações, exclamações e reticências fortalece seu teor sentimental, marca típica do Romantismo. IV. Nos versos 16 e 17, o eu-lírico estende seu olhar sentimental, indo do espaço mínimo ao espaço máximo, a fim de expor sua imensa saudade. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas II e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. 11) Assinale a alternativa que relaciona corretamente versos do poema a figuras de linguagem. a) A comparação entre o vento e a amada é verificada nos versos “Mas por que tardas, querida?.../Já tenho esperado assaz...” b) Em “Como um verbo de desgraça,/ Como um grito de agonia”, a antítese opõe a fugacidade do vento à tristeza da ventania. c) Os versos “Tu foste, mulher formosa!/ Tu foste, ó filha do céu!...” comparam a amada à triste e fugaz ventania, pois ambas impedem seu brado sono. d) A comparação presente nos versos “Mas, como um hálito incerto,/ Responde-me o eco ao longe:” reforça a ausência de resposta sobre o paradeiro da amada. 12) Sobre o poema “Onde estás”, considera as afirmativas a seguir I. Na primeira estrofe, o eu-lírico dirige-se ao vento frio do deserto; na segunda, dirige-se à amada distante. II. O eu-lírico pergunta ao vento sobre o paradeiro de sua amada, revelando a dor pela distância que os separa. III. O eu-lírico acusa os ventos do Norte, que passam como gritos de agonia, por ter finda sua sorte e estar morto seu passado. IV. “Estrela” e “rosa” são usadas pelo eu-lírico para designar sua agonia; “íris” e “ilusão” referem-se à ventania. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e III são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas 13) Quanto aos aspectos estéticos, Espumas Flutuantes, de Castro Alves, caracteriza-se por a) diálogos coloquiais e alusões paródicas b) linguagem retórica e predomínio de eufemismos c) metáforas macabras e alegorias orientais d) variação métrica e recorrência a epígrafes. e) versos brancos e tom antidiscursivo dos poemas. 14) (UFRS) Leia o seguinte fragmento do poema “Murmúrios da Tarde”, de Espumas Flutuantes, de Castro Alves Ontem à tarde, quando o sol morria, A natureza era um poema santo, De cada moita a escuridão saia, De cada gruta rebentava um canto, Ontem à tarde, quando o sol morria. Do céu azul na profundeza escura Brilhava a estrela, como um fruto louro, E qual a foice, que no chão fulgura, Mostrava a lua o semicirculo d'ouro, Do céu azul na profundeza escura. (...) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir sobre este fragmento. ( ) O primeiro e o último verso de ambas as estrofes apresentam estrutura paralela. ( ) As duas estrofes seguem a orientação romântica de libertar-se dos preceitos formais clássicos. ( ) Os versos exaltam a nostalgia do cair da tarde através de imagens sombrias e soturnas. ( ) A lua, ao contrário das demais imagens do poema, adquire um brilho vivo e luminoso, que contrasta com as sombras e a melancolia dos demais versos. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) V - F - V - F. b) V - V - F - V. c) F - F - V - V. d) V - V - V - F. e) F - F - F - V. 15) (ENEM 2001) O trecho a seguir é parte do poema "Mocidade e morte", do poeta romântico Castro Alves: Oh! eu quero viver, beber perfumes Na flor silvestre, que embalsama os ares; Ver minh´alma adejar pelo infinito, Qual branca vela n´amplidão dos mares. No seio da mulher há tanto aroma... Nos seus beijos de fogo há tanta vida... - Árabe errante, vou dormir à tarde À sombra fresca da palmeira erguida. Mas uma voz responde-me sombria: Terás o sono sob a lájea fria. Esse poema, como o próprio título sugere, aborda o inconformismo do poeta com a antevisão da morte prematura, ainda na juventude. A imagem da morte aparece na palavra: A) embalsama. B) infinito. C) amplidão. D) dormir. E) sono. 16) Leia o primeiro poema do livro “Espumas flutuantes”, de Castro Alves Dedicatória A pomba d'aliança o voo espraia Na superfície azul do mar imenso, Rente... rente da espuma já desmaia Medindo a curva do horizonte extenso... Mas um disco se avista ao longe... A praia Rasga nitente o nevoeiro denso!... O pouso! ó monte! ó ramo de oliveira! Ninho amigo da pomba forasteira!... Assim, meu pobre livro as asas larga Neste oceano sem fim, sombrio, eterno... O mar atira-lhe a saliva amarga, O céu lhe atira o temporal de inverno... O triste verga à tão pesada carga! Quem abre ao triste um coração paterno?... É tão bom ter por árvore—uns carinhos! É tão bom de uns afetos — fazer ninhos! Pobre órfão! Vagando nos espaços Embalde às solidões mandas um grito! Que importa? De uma cruz ao longe os braços Vejo abrirem-se ao mísero precito... Os túmulos dos teus dão-te regaços! Ama-te a sombra do salgueiro aflito... Vai, pois, meu livro! e como louro agreste Traz-me no bico um ramo de... cipreste! É possível reconhecer nesses versos a seguinte temática romântica a) A exaltação da natureza para se legitimar a postura ufanista vigente no século XIX b) A metalinguagem que aponta a escrita como alento para o poeta c) A melancolia gerada por um amor não correspondido e idealizado. d) o mal do século evidenciado pelas imagens macabras e satânicas ao se descrever a pátria. 17) (UFJF 202) Leia, com atenção, o fragmento abaixo: (...) "Por uma fatalidade Dessas que descem de além, O séc'lo, que viu Colombo, Viu Guttenberg também. Quando no tosco estaleiro Da Alemanha o velho obreiro A ave da imprensa gerou ... O Genovês salta os mares ... Busca um ninho entre os palmares E a pátria da imprensa achou ... Por isso na impaciência Desta sede de saber, Como as aves do deserto As almas busca beber ... Oh! Bendito o que semeia Livros ... livros à mão cheia ... E manda o povo pensar! O livro caindo n'alma É germe - que faz a palma, É chuva - que faz o mar. ." (Castro Alves - O Livro e a América) Assinale a alternativa inaceitável: a) Na concepção do poeta, o livro é instrumento para a conscientização de um povo. b) A associação entre Colombo e Guttenberg explica o último verso da primeira estrofe. c) No fragmento citado, vê-se que o poeta é otimista e acredita no progresso futuro. d) Para o poeta, a Europa é superior à América, pois esta é um lugar natural e inculto. e) Na primeira estrofe, a palavra "fatalidade" tem conotação positiva. Melhores poemas – Gonçalves Dias 1) (adaptada uem) Assinale a alternativa incorreto sobre o excerto abaixo de um poema de Gonçalves Dias. O mar Oceano terrível, mar imenso De vagas procelosas que se enrolam Floridas rebentando em branca espuma Num pólo e noutro pólo. Enfim... enfim te vejo; enfim meus olhos Na indômita cerviz trêmulos cravo, E esse rugido teu sanhudo e forte Enfim medroso escuto! (...) DIAS, Gonçalves. Melhores poemas. 7. ed. São Paulo: Global, 1991, p. 48. Vocabulário Procelosas: águas agitadas por tempestade, tormentosas. Indômita: indomada, brava. Cerviz: região posterior do pescoço, nuca. Copa ou topo de uma árvore. Ponto ou parte mais alta de um monte. Sanhudo: que provoca medo, temível, terrível. a) Diante do mar, o eu lírico experimenta o medo. O medo, assim como outros sentimentos negativos (a tristeza e a dor, por exemplo), não são comuns aos poemas românticos, pois os poetas, descontentes com o estado de coisas à sua volta, entendem o poema apenas como instrumento para expressar a felicidade. b) No fragmento “... meus olhos/ Na indômita cerviz trêmulos cravo” (versos 5 e 6), há um hipérbato. Em ordem sintática convencional, a ideia expressa no hipérbato pode assim ser escrita: “cravo meus olhos trêmulos na cerviz indômita”. c) No fragmento “... esse rugido teu sanhudo e forte”, o poeta fala ao mar e descreve o rugido dele. A aproximação entre seres pertencentes a universos semânticos diferentes como o “mar” e uma “fera”, de forma a resultar em uma imagem original, é um procedimento estilístico definido como “metáfora”. d) Os versos 1, 2, 3 e 5, 6, 7 são alexandrinos; os versos 4 e 8 são redondilha menor. O apuro na métrica é uma das preocupações estéticas dos escritores românticos, que valorizavam as regras de composição como medida para disciplinar os excessos da emoção. 2) Considerando o movimento romântico na literatura brasileira, assinale o que for correto. a) Gonçalves Dias, expoente da primeira geração romântica brasileira (também chamada de “indianista” e/ou “nacionalista”), explorou diversos elementos de nossa realidade cultural e natural, colocando em destaque a figura do indígena como importante elemento da formação da identidade nacional brasileira. b) A primeira geração romântica, na figura de Gonçalves Dias, teve uma tendência nacionalista que explorou fatos marcantes da história brasileira para a independência política, o que se vê nos poemas da obra "últimos cantos". c) A valorização de aspectos ligados à cultura brasileira levou a primeira geração, em especial Gonçalves Dias, a repelir elementos que pudessem remeter ao mundo europeu. d) A tendência egocêntrica, com a celebração dos excessos da paixão, do pessimismo e da morbidez, marcou a obra "Sextilhas de Frei Antão", pois na Loa da Princesa Santa vemos o sofrimento desta mulher. 3) (UEG 2002) adaptada MARABÁ Eu vivo sozinha; ninguém me procura! Acaso feitura Não sou de Tupã! Se algum dentre os homens de mim não se esconde: – “Tu és”, me responde, – “Tu és marabá!” – Meus olhos são garços, são cor das safiras, – Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar; – Imitam as nuvens de céu anilado – As cores imitam das vagas do mar! Se algum dos guerreiros não foge a meus passos: “Teus olhos são garços”, Responde anojado, “mas és Marabá”: “Quero antes uns olhos bem pretos, luzentes, “Uns olhos fulgentes, “Bem pretos, retintos, não cor d’anajá!” (...) Jamais um guerreiro da minha arasóia Me depreenderá: Eu vivo sozinha, chorando mesquinha, Que sou Marabá! DIAS, Gonçalves. Os melhores poemas. São Paulo: Global, 1999. p. 115-116. Marabá é o nome que se dá aos filhos de branco com índio. Com base nessa informação e no poema dado, assinale a alternativa INCORRETA: a) O poema “Marabá” expressa a queixa de uma mestiça que se sente discriminada e marginalizada em sua própria tribo. b) O poema de Gonçalves Dias evidencia que, apesar da discriminação que sofre no âmbito amoroso, a índia consegue se integrar socialmente com sua tribo. c) O contraste estético entre o que a índia é e o que a tribo gostaria que ela fosse fica evidente na segunda e terceira estrofes. d) O texto apresenta duas vozes distintas: a da índia mestiça e a dos indígenas que a rejeitam por suas características físicas. 4) O índio no poema “I-Juca Pirama” pode ser caracterizado como, exceto: a) adequado a um forte sentimento de honra. b) símbolo da própria força natural do ameríndio. c) um povo representado no modo como acata o rígido código de ética de sua gente. d) o oposto do cavaleiro medieval das novelas europeias românticas. 5) Embora predomine, em primeiros cantos, a desventura amorosa, o amor se manifesta também no livro, numa feição pura e casta, como exemplificam os trechos, exceto a) "És pura, como uma estrela/doce e bela,/ que treme incerta no mar" b) "tu és vária e melindrosa/qual formosa/ borboleta num jardim" c) "Mas sabe que a formosura/ pouco dura,/ pouco dura, como a flor" d) "mostras nos olhos tua alma/ terna e calma/ como a luz d'almo luar" 6) Todas as passagens abaixo vêm perpassadas de um tom lamuriante, marcado pela melancolia e sofrimento, exceto a) "Escuta, ó meu amigo: da minha alma/foi uma lira outrora o instrumento" b) "Mais um pungir de acérrima saudade,/ mais um canto de lágrimas ardentes" c) "As lágrimas dos olhos me caíram, / e a minha lira emudeceu de mágoa!" d) "na corda da aflição gemeu minha alma,/ foi meu primeiro canto um epicédio 7) Canto IX - I Juca Pirama O guerreiro parou, caiu nos braços Do velho pai, que o cinge contra o peito, Com lágrimas de júbilo bradando: "Este, sim, que é meu filho muito amado! E pois que o acho enfim, qual sempre o tive, Corram livres as lágrimas que choro, Estas lágrimas, sim, que não desonram". (Gonçalves Dias. "Poesias Americanas") Com relação à obra indianista de Gonçalves Dias, e sobre este poema em particular, assinale o que for incorreto. a) O herói do poema não é apenas um índio tupi: representa todos os índios brasileiros ou ainda todos os brasileiros, uma vez que o índio foi durante o Romantismo o representante de nossa nacionalidade. b) O poeta, ao pôr em discussão profundos valores e sentimentos humanos, como a bondade filial e a honra, prende-se aos limites da abordagem puramente indianista. c) Quanto aos aspectos formais, em "I-Juca-Pirama" Gonçalves Dias variou a métrica de trecho em trecho. Teoricamente, o poeta teria desprezado a metrificação. No entanto, do ponto de vista expressivo, a variação métrica utilizada não produz a iconicidade sonora do texto, desprezando a plasticidade do poema como um significante rítmico do ritual narrado. d) I Juca Pirama significa "aquele que é digno de ser morto"; o poema conta a história de um guerreiro tupi, aprisionado pelos Timbiras, que vai morrer em um festim canibal. (PISM 1 2009) Leia o fragmento abaixo do poema “I-juca pirama”, de Gonçalves Dias, para responder às QUESTÕES 8 e 9 Texto VI “Tu choraste em presença da morte? Em presença de estranhos choraste? Não descende o cobarde do forte; Pois choraste, meu filho não és! Possas tu, descendente maldito De uma tribo de nobres guerreiros, Implorando cruéis forasteiros, Seres presa de vis Aimorés. Possas tu, isolado na terra, Sem arrimo e sem pátria vagando, Rejeitado da morte na guerra, Rejeitado dos homens na paz, Ser das gentes o espectro execrado; Não encontres amor nas mulheres, Teus amigos, se amigos tiveres, Tenham alma inconstante e falaz!” 8) O trecho do poema “I-juca pirama” refere-se ao momento em que o filho guerreiro volta para a sua tribo e se encontra com seu pai após ter pedido ao líder da tribo inimiga, pela qual havia sido capturado, que o poupasse da morte para que pudesse cuidar de seu pai amado, muito velho, até este morrer. Pensando nos valores defendidos pelo Indianismo romântico no Brasil, pode-se dizer que a reação do pai ocorre porque o filho: a) considerou-o um velho incapaz, evidenciando que não o amava de forma digna. b) demonstrou fraqueza diante da morte, o que representava falta de dignidade. c) usou-o como desculpa para escapar da morte, ou seja, não possuía nobreza de sentimento. d) havia sido capturado pelos inimigos, tornando-se incapaz de continuar a ser um guerreiro. e) era, na verdade, descendente de outra tribo, o que o tornava impuro para conviver entre eles. 9) Pode-se afirmar que noções como “fraqueza”, “não dignidade”, “falta de nobreza”, “impureza” são renegadas na poética romântica indianista no Brasil. Isso ocorreu devido: a) à necessidade de se desenvolver e moldar o sentimento de nacionalismo no Brasil da época, que acabava de se tornar independente. b) à tentativa de compensar os índios mortos pelos primeiros colonizadores europeus, resgatando seus valores primitivos. c) ao fato de os escritores da época se oporem à corrente do “mal do século”, com seu sofrimento amoroso e culto à idealização. d) ao desejo de se igualar as principais raças do Brasil da época: portugueses (nobreza), negros (força) e índios (dignidade guerreira). e) ao esforço de se criar um movimento literário forte, que anulasse os escritores árcades, com suas tentativas fracassadas de independência. 10) Canto IX – I Juca Pirama O guerreiro parou, caiu nos braços Do velho pai, que o cinge contra o peito, Com lágrimas de júbilo bradando: "Este, sim, que é meu filho muito amado! E pois que o acho enfim, qual sempre o tive, Corram livres as lágrimas que choro, Estas lágrimas, sim, que não desonram". (Gonçalves Dias. Poesias Americanas) Assinale a alternativa incorreta em relação à obra I-Juca Pirama, como também à estrutura do romantismo: a) O herói do poema é apenas um índio tupi: não representa todos os índios brasileiros ou ainda todos os brasileiros, apesar do índio ter sido, foi durante o Romantismo, o representante de nossa nacionalidade. b) O poeta, ao pôr em discussão profundos valores e sentimentos humanos, como a bondade filial e a honra, supera os limites da abordagem puramente indianista e ganha universalidade. c) Quanto aos aspectos formais, em "I-Juca-Pirama" Gonçalves Dias variou a métrica de trecho em trecho. Teoricamente, o poeta teria desprezado a metrificação. No entanto, do ponto de vista expressivo, a variação métrica utilizada produz a iconicidade sonora do texto, construindo plasticamente o poema como um significante rítmico do ritual narrado. d) I Juca Pirama significa "aquele que é digno de ser morto"; o poema conta a história de um guerreiro tupi, aprisionado pelos Timbiras, que vai morrer em um festim canibal. 11) U.F. Vitória-ES Observe com atenção o fragmento abaixo: “I- Juca -Pirama No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos – cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão. São rudos, severos, sedentos de glória, Já prélios incitam, já cantam vitória, Já meigos atendem à voz do cantor: São todos Timbiras, guerreiros valentes! Seu nome lá voa na boca das gentes, Condão de prodígios, de glória e terror! (...)” DIAS, Gonçalves. I- Juca-Pirama. Reflita sobre as tendências da poesia romântica indianista e assinale a alternativa que não confirma a visão idealizada do poeta em relação ao indígena brasileiro: a) O índio de Gonçalves Dias ganhou o tom dos valorosos cavaleiros medievais e reafirmou o sentimento nacionalista de nosso Romantismo. b) “I-Juca-Pirama” expressa o nacionalismo de seu autor, que, ao idealizar a coragem e o heroísmo do índio brasileiro, atribuiu-lhe também alguns distúrbios de personalidade. c) O poema gonçalvino enalteceu e preservou as tradições indígenas brasileiras, incorporando-as ao orgulho nacional. d) O poeta romântico transformou o silvícola em um dos símbolos da autonomia cultural e da superioridade da nação brasileira. 12) A respeito das personagens do poema “I- Juca Pirama”, de Gonçalves Dias é correto afirmar, exceto: a) I-Juca Pirama (típico herói romantizado, perfeito, sem mácula que desperta bons sentimentos no homem burguês leitor) b) o Velho tupi (simboliza a tradição secular dos índios tupis. É aquele que liberta I-Juca Pirama, por causa da covardia que este apresentou) c) os Timbiras (índios ferozes e canibais) d) o Velho Timbira (narrador e personagem ocular da estória) 13) No canto de morte de “I-Juca Pirama” fica nítido (a), exceto: a) a bravura e as aventuras do guerreiro tupi. b) a luta contra os Timbiras. c) o estado de saúde do pai. d) a luta contra os Aimorés 14) Sobre o poema “I–Juca Pirama” é incorreto afirmar que ele: a) nos dá uma visão mais próxima do índio, ligado aos seus costumes. b) ainda é muito idealizado e moldado ao gosto romântico. c) não reflete o pensamento ocidental de honra tão típico das novelas de cavalaria medievais. d) é integrado ao ambiente natural, e principalmente adequado a um sentimento de honra. 15) O poema nos é apresentado em dez cantos, organizados em forma de composição épica – dramática. Sobre os cantos é correto afirmar: a) Canto VI. O filho volta ao pai que ao pressentir o cheiro de tinta dos timbiras que é específica para o sacrifício desconfia do filho e ambos partem novamente para a tribo dos timbiras para sanarem ato tão vergonhoso para o povo tupi. b) Canto IV. Ao escutarem o canto de morte do guerreiro tupi, os timbiras entendem ser aquilo um ato de covardia e desse modo desqualificam-no para o sacrifício. c) Canto I. Apresentação do guerreiro tupi – I – Juca Pirama. d) Canto III. I- Juca Pirama aprisionado pelos Timbiras declama o seu canto de morte e pede ao Timbiras que deixem-no ir para cuidar do pai alquebrado e cego. Texto para as questões 16 e 17 CANÇÃO DO EXÍLIO Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar - sozinho, à noite Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que eu desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu’in da aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. 16) (PUC-RS) Para responder à questão, analisar as afirmativas que seguem, sobre o texto. I. Através do texto, o poeta realiza uma viagem introspectiva a sua terra natal - ideia reforçada pelo emprego do verbo "cismar". II. A exaltação à pátria perdida se dá pela referência a elementos culturais. III. "Cá" e "lá" expressam o local do exílio e o Brasil, respectivamente. IV. O pessimismo do poeta, característica determinante do Romantismo, expressa-se pela saudade da sua terra. Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas: A) a I e a II, apenas; B) a I e a III, apenas; C) a II e a IV, apenas; D) a III e a IV, apenas. 17) Os versos da Canção do exílio são construídos nos moldes da redondilha maior, com predominância dos acentos de intensidade nas terceiras e sétimas sílabas métricas. Um verso que não segue esse padrão de tonicidade é: A) Minha terra tem palmeiras; B) As aves, que aqui gorjeiam, C) Nosso céu tem mais estrelas. D) Em cismar, sozinho, à noite. E) Onde canta o Sabiá. 18) (UEL 2001) Os textos abaixo fazem parte de duas obras clássicas do Romantismo brasileiro: o texto 1 é o início do romance Iracema, de José de Alencar, publicado em 1865; o texto 2 é uma estrofe do canto VIII do poema "I-Juca-Pirama", de Gonçalves Dias, do livro Últimos cantos, de 1851. Texto 1 "Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira..." Texto 2 "Tu choraste em presença da morte? Na presença de estranhos choraste? Não descende o cobarde do forte; Pois choraste, meu filho não és! Possas tu, descendente maldito De uma tribo de nobres guerreiros, Implorando cruéis forasteiros, Seres presa de vis Aimorés." Assinale a alternativa INCORRETA. a) O romance Iracema, de José de Alencar, ficou conhecido como "lenda da formação do estado do Ceará", que se deu pela união do homem branco português com a mulher indígena brasileira. O poema "I-Juca-Pirama", de Gonçalves Dias, é considerado um "hino" em louvor à tradição guerreira da civilização indígena brasileira. b) A forma como o narrador localiza a história e descreve a personagem feminina, no primeiro texto, revela uma leveza de estilo que é própria da poesia; no segundo texto, ao contrário, há uma força dramática nos versos que se constrói pela fala exaltada do pai ao filho. c) As duas obras idealizaram o índio enquanto uma raça forte que contribuiu para a formação da nação brasileira, num momento que se definia pela defesa do nacionalismo e pelo culto à natureza. Neste sentido, pode-se dizer que elas representaram autonomia estética no âmbito literário e autonomia política no âmbito social para um país em formação, como se apresentava o Brasil naquele momento histórico. d) No primeiro texto o discurso narrativo é pleno de metáforas e alegorias, a mostrar uma mulher meiga e cheia de encantos, pela comparação com elementos da natureza. No segundo texto as sílabas fortes dos versos marcam a cadência do discurso poético, de forma a revelar a ira do pai contra o filho, o que mostra a bravura da raça indígena, em que é preciso ser guerreiro e vencer a luta contra o inimigo. e) A mesma concepção idealizada e significação política atribuídas à raça indígena no Romantismo foi retomada pelos escritores modernistas e contemporâneos, que exaltaram a beleza e a força indígena em obras como Macunaíma, de Mário de Andrade, e Maíra, de Darcy Ribeiro. DOIS IRMÃOS 1-(UFAM) A respeito do personagem Adamor, o Perna-de-Sapo, do romance Dois Irmãos, de Milton Hatoum, fazem-se as seguintes afirmativas: I. Em 1943 descobriu os restos de um avião Catalina que desaparecera nas florestas do Purus e salvou da morte o aviador Binford. II. Descobriu, a pedido de Zana, o paradeiro de Omar, que fugira de casa com uma mulher chamada PauMulato e se escondera num barquinho atrás do Mercado Adolpho Lisboa. III. Antes de se tornar coveiro, era um peixeiro que vendia de porta em porta e sofria com as implicâncias da índia Domingas. IV. Ao sair de Lábrea com uma das pernas paralisada, veio para Manaus, onde passou a morar em condições humilhantes numa palafita. Estão corretas: A) Apenas II e IV B) I, II e IV C) Apenas I e III D) II, III e IV E) Todas as afirmativas 2. (UFAM) Ainda sobre o romance Dois Irmãos, é correto afirmar, a propósito do enredo: A) Para ajudar Halim a conquistar Zana, Abbas escreveu um gazal com quinze dísticos, que o pretendente fingiu esquecer na mesa do restaurante Biblos, de propriedade do viúvo Galib, pai da moça. B) Tal como em Esaú de Jacó, de Machado de Assis, observamos o tema dos gêmeos, que foi, porém, tratado de forma diferente, de vez que os dois irmãos não são inimigos. C) Domingas, a mãe de Nael, após ter ficado órfã, veio do Alto Rio Negro trazida por Halim, que nessa época trabalhava como regatão. D) A antiga casa de Halim e Zana foi vendida para uma multinacional, após a instalação da Zona Franca, e Nael e Rânia, sua tia, se mudaram para um conjunto habitacional moderno. E) Uma das pretendentes a casar com Yaqub se chamava Dália, a Mulher Prateada, que, no entanto, não foi capaz de enfrentar o ciúme possessivo que Zana sentia em relação ao filho. 3)(UNIMONTES 2011) A trama da obra Dois Irmãos, de Milton Hatoum, gira em torno de uma tumultuada relação entre dois irmãos gêmeos, Yaqub e Omar, em uma família de origem libanesa. Assinale a alternativa INCORRETA. A) A introdução do livro narra a morte de Zana, deixando perceptível para o leitor que o narrador expressa uma sensação de libertação e alívio. B) O primeiro capítulo relata a volta de Yaqub de uma viagem forçada ao Líbano, numa tentativa de evitar conflito com o irmão gêmeo. C) Uma disputa amorosa, na juventude, fará com que Omar deixe uma cicatriz em forma de meia-lua no rosto de Yaqub. D) Após o retorno do Líbano, Yaqub dedica-se aos livros, tornando-se um ótimo matemático; Omar, protegido pela mãe, dedica-se à boemia. 4) (UNIMONTES 2011) Leia o texto a seguir. Eu tinha começado a reunir, pela primeira vez, os escritos de Antenor Laval, e a anotar minhas conversas com Halim. Passei parte da tarde com as palavras do poeta inédito e a voz do amante de Zana. Ia de um para o outro, e essa alternância – o jogo de lembranças e esquecimentos – me dava prazer. (HATOUM, 2006, p. 197) Sobre o texto acima, retirado do romance Dois irmãos, de Milton Hatoum, todas as alternativas estão corretas, EXCETO A) Os personagens Antenor Laval e Halim adquirem um papel de destaque no relato porque eles foram homens que atuaram na política de Manaus. B) O narrador recria a sua própria experiência e vivência e dá voz aos personagens que foram silenciados pelo discurso dominante. C) Nael é o narrador que assume o ofício de professor e escritor com um olhar marcado pela subjetividade e ambiguidade. D) A escrita do romance é construída por um narrador que tenta reatar o passado a partir das suas lembranças. 5) Sobre a narrativa de Dois irmãos, de Milton Hatoum, assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas. ( ) O narrador Nael inicia o seu relato com a imagem da casa e com a personagem Zana doente e enxergando os fantasmas do pai e do esposo. ( ) O narrador descreve a Cidade Flutuante e, através de uma visão introspectiva, reconstrói paisagens, cheiros e sabores que marcaram a sua infância. ( ) A narrativa é elaborada a partir de uma perspectiva distanciada, própria do narrador observador. ( ) Halim e Zana vão deixar a “casa” em que eles viveram como um presente para Nael, reconhecendo-o como neto. Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA. A) V, F, V, V. B) F, F, V, F. C) V, V, F, F. D) V, F, F, V. 6) Sobre a obra "Dois irmãos", de Milton Hatoum, é correto a) a casa demolida a que se refere a epígrafe é uma metáfora da morte dos personagens centrais. b) o rio Amazonas é referido rapidamente na obra, pois as personagens se relacionam mais com a casa e o centro de Manaus. c) o crescimento econômico de Manaus está em evidência na chegada do Líbano de Yaqub, por isso ele nada traz de lá. d) o espaço da casa aparece descrito na introdução do livro e também é referido na fala de Zana, quando a ela é sugerido que se mudasse para o bangalô da filha. 7) Assinale a alternativa incorreta a respeito de "Dois irmãos", de Milton Hatoum, a) A história de Dois irmãos tem início em 1910 e termina no final da década de 60 quando, durante o regime militar, Yaqub é preso e desaparece misteriosamente. b) O rio Negro, as chuvas fortes, as enchentes e as frutas típicas da região amazônica aparecem como pano de fundo do romance. c) O tema central do romance é o conflito entre os irmãos gêmeos Omar e Yaqub, filhos de imigrantes libaneses. d) Os irmãos eram apaixonados por Lívia, com quem Yaqub casou. 8) Na narração que Nael faz do conflito entre Yaqub e Omar, da obra "Dois irmãos", de Milton Hatoum, evidencia-se a) o recurso ao fluxo de consciência para o desvendamento da filiação do narrador. b) a caracterização das personagens principais segundo a ótica do regionalismo. c) o distanciamento temporal do narrador em relação à grande parte dos fatos relatados. d) a presença de um discurso xenófobo subjacente à história de decadência da família árabe. 9) (UFRGS 2009) Considere as seguintes afirmações sobre os personagens de "Dois irmãos", de Milton Hatoum: 1 - Halim já é um homem maduro e experiente quando narra os fatos a que Nael não teve acesso, principalmente os episódios da infância e da juventude dos dois gêmeos. 2- Zana é a mãe extremosa que privilegia um dos filhos em detrimento do outro, do que deriva a rebeldia de Omar, jovem trabalhador e dedicado. 3- Laval é o professor estrangeiro e culto que vem a ser espancado em plena rua e que, depois de algum tempo, aparece morto na prisão. Quais estão corretas: a) apenas 1 b) apenas 2 c) apenas 1 e 3 d) 1, 2 e 3 10) Sobre a obra "Dois irmãos", de Milton Hatoum, analise as proposições a seguir: I. O ponto de vista do narrador é baseado nas suas observações, como também nos relatos de Domingas e Halim. II. Quanto às personagens protagonistas, pode-se afirmar que Yaqub tem a personalidade menos complexa, pois apresenta comportamento previsível, ao contrário de Omar. III. O tempo da narrativa coincide com o tempo da narração, visto que a história é narrada diretamente da memória de um narrador, que usa como recurso o tempo psicológico e o discurso indireto livre para conseguir essa coincidência. IV. O episódio do restaurante Biblos, lugar onde nasce o romance de Zana e Halim, é um exemplo de "flashback", isto é, rompimento da linearidade que se dá na história dos dois irmãos. Marque a alternativa CORRETA: a) As proposições I e II são verdadeiras. b) As proposições II e III são verdadeiras. c) As proposições III e IV são verdadeiras. d) As proposições I e IV são verdadeiras. 11) Sobre as personagens femininas de "Dois irmãos", de Milton Hatoum, é correto a) Zahia sugere, em conversa com Zana e Omar, que o noivo para ela talvez dormisse naquela casa; Zana concordou com o comentário. b) Pau Mulato, em um vestido vermelho sensual, dançou no aniversário de Zana e ao final deu um beijo cinematográfico em Omar. c) Zana disse ironizando, para todos ouvirem, se Dália, "a mocinha de Omar", estava procurando emprego. d) Estelita Reinoso fora a mais rica vizinha, mas perdera toda fortuna em cassino, suas empregadas eram bem tratadas, até o momento em que empobreceu. 12) Assinale a alternativa incorreta. a) Omar era o filho preferido de Zana, que tudo lhe perdoava. b) A cicatriz em Yaqub foi provocada por seu gêmeo Omar. c) Irmã dos gêmeos, Rânia, substituiu o pai no pequeno comércio que mantinha a família. d) Antenor Laval, professor, poeta e amigo de Omar, a conselho de Halim viajou para o sul do Líbano, onde morreu. Contos de Aprendiz 1) (UFSJ 2010-2) O desfecho do conto “A salvação da alma”, de Carlos Drummond de Andrade, mantém com o título uma relação a) redentora b) respeitosa c) contrita d) humorística 2) No conto “O sorvete”, ao tomar sorvete, para os meninos representava: a) parte dos planos para o final de semana. b) uma experiência que lhes trouxe prazer, jamais experimentado. c) uma troca que fizeram, em vez de ir ao cinema, já que esta atividade era corriqueira. d) uma quebra de suas expectativas em torno de tal guloseima. 3) (UFSJ 2011/1) Assinale a alternativa que melhor expressa a temática desenvolvida pelo narrador no conto “A doida”, de Carlos Drummond de Andrade. a) Para as crianças, não há limites entre as regras e o descumprimento delas mesmo quando a vida tem algo mais profundo pra ensinar. b) A caridade humana só ocorre quando se sabe que a recompensa e a glória virão em seguida ao gesto solidário. c) O medo, o preconceito e o desconhecimento da loucura são os maiores perigos para o enfermo. d) A desconfiança dos adultos passa para os jovens, reproduzindo gerações de pessoas insensíveis mesmo diante da morte. 4) (UFSJ 2011/1) No conto “Presépio”, de Carlos Drummond de Andrade, a criação severa das moças faz com que Dasdores aprenda a desenvolver uma forma secreta de amar, que é descrita na a) Combinação das tarefas exteriores com os sentimentos interiores. b) divisão do trabalho com as amigas para sair escondida e ver seu amor. c) união entre os irmãos menores para apressarem a arrumação do presépio e ajudar Dasdores a ir à missa. d) pressa e desorganização com que monta o presépio, para que a mãe mande outra pessoa fazer o trabalho e ela possa sair. 5) No conto “Câmara e cadeia”, Valdemar, numa sessão da câmara de vereadores, constata que: a) infelizmente era o único realmente preocupado com os problemas da cidade. b) suas alianças políticas fizeram-lhe desviar dos objetivos a que se propunha inicialmente. c) a cidade precisava reduzir os índices de criminalidade. d) não era conveniente a câmara funcionar em cima de uma cadeia. 6) Sobre as personagens vereadores do conto "Câmara e Cadeia" é correto afirmar a) João Batista era o apoiador das ideias de Valdemar no que se referia aos impostos b) Farmacêutico Meireles estava sempre ligado às discussões durante as plenárias da Câmara c) Coronel Lindolfo estava sempre resignado, como se aquilo não fosse para ele. d) Major Ponciano, apesar de roncar durante as sessões, se mostrava astuto às discussões. 7) Sobre o conto "Beira-Rio" é correto a) a cidade se chamava Capitão Borges em homenagem ao fazendeiro que cedeu o lugar para a construção da companhia americana. b) como a companhia estava sendo implantada era preciso que os operários trabalhassem mais de 8 horas, as quais eram ressarcidas com compras no armazém da companhia. c) a companhia ajudou a construir o cemitério, a capela, o posto policial e a escola. d) o diretor da companhia era brasileiro, mas tinha sotaque norte-americano. 8) Aponte a afirmação correta a respeito do conto "Beira-Rio" a) Apontador dormia com a família em uma casinha de pau-a-pique repleta de mosquitos, pois não queria ficar na cidade já que necessitava estar próximo à balsa. b) A proibição da bebida pela companhia estava em leis do estado, já que não fazia parte da receita pública. c) Os técnicos e administradores quanto mais bebiam e jogavam, mais trabalhavam. d) A bebida não é coisa boa, mas faz imaginar coisas negativas que levam ao delírio. 9) A respeito do conto "Meu companheiro", de Carlos Drummond de Andrade, é correto afirmar que a) Margarida se mostra irredutível à presença do cão. b) O sumiço do cão se deve à intransigência de Margarida. c) Margarida não quis olhar o cão, quando este chegou, talvez para não simpatizar com ele. d) Margarida, com o passar do tempo, não mudou a atitude, pois não se aproximava do cão. 10) O conto "Meu companheiro", de Carlos Drummond de Andrade, a) é narrado em 3ª pessoa e é um narrador que se intromete na narrativa. b) Pirolito foi dado como posse a Juquinha, o caçula, os outros filhos não questionaram. c) Pirolito é a inconsciência de Motinha, pois ele faz ações que não fazia antes. d) o desaparecimento de Pirolito já era esperado, por isso não houve alarde com o sumiço. 11) (UFSJ 2011-1) Marque a alternativa que melhor explica as características dos famosos “causos” do interior, os quais estão presentes no conto “Flor, telefone e moça”, de Carlos Drummond de Andrade. a) Apenas os participantes podem dar testemunho verdadeiro, nunca vale a palavra do narrador. b) O uso da oralidade para conferir veracidade ao caso acaba por desacreditar o narrador. c) A crença de que o respeito aos mortos é uma invenção humana faz com que o sobrenatural não seja assustador. d) Um gesto simples leva às mais diversas interpretações sobrenaturais devido ao efeito misterioso dado pela interpretação do narrador. 12) O conto "A baronesa", de Carlos Drummond de Andrade, apresenta a) narrador de primeira pessoa que interfere a todo instante na narrativa fazendo críticas. b) comentários entre parênteses que representam a ironia e a interferência do narrador nos fatos. c) um forte apego sentimental das personagens à Baronesa, apesar do interesse na herança. d) uma remanescente do império que mantém intactos valores daquele tempo, por isso a celebração tão rebuscada por sua morte. 13) No conto "A baronesa", de Carlos Drummond de Andrade, pode-se afirmar que: a) Luís, para Renato, é altamente confiável, tanto que não lhe questionou nada a respeito do falecimento da tia-avó. b) Luís é um amigo de Renato que estava há um mês na casa acompanhando diariamente a fase final da baronesa. c) a linguagem utilizada por Luís e pelo senador não divergem, pois há um formalismo na relação deles. d) há um tom macabro e de humor negro na narrativa, uma vez que não se respeita a defunta ao retirar dela os pertences. 14) Sobre as mulheres do conto " O gerente" é correto a) Madama Souza teve seu dedo ferido no Jockey Clube quando um homem de xadrez passara correndo b) a esposa de Tancredo achou que espetara o dedo em um alfinete quando estava com Samuel c) Senhora Figueiroa perdeu boa parte do dedo e o médico disse que se tratava de dentada humana. d) A viúva Deolinda perdeu o dedo no primeiro encontro com Samuel no Banco, quando fora tratar do inventário. 15) Sobre o personagem Samuel de "o gerente" pode-se afirmar que a) reconheceu Deolinda pela voz ao telefone, por isso foi ao encontro na Cinelândia b) registrava os fatos sentimentais em um caderninho, principalmente quando comia os dedos das mulheres. c) vindo de Sergipe teve dificuldades para estudar e trabalhar antes de se tornar gerente de banco. d) tentava, quando as mulheres tinham os dedos mordidos, fugir do recinto e deixava que os outros procurassem resolver o problema. 16) O conto "Nossa amiga", de Carlos Drummond de Andrade, constrói a) uma personagem tipicamente adulta, que é Luci. b) um mundo de imaginação, presente na fascinante fantasia de crianças. c) um temor imenso às crianças, principalmente quanto aos adultos. d) uma bruxinha que aparece para assombrar e marcar o lugar de crianças no mundo de adulto. 17) Sobre o conto "Miguel e seu furto" é correto a) Miguel proibira as excursões de lanchas e iates de recreio, pois eram altamente poluidores do mar. b) por questão de decência passeios de barcos eram proibidos, exceção apenas para recém casados. c) Para Miguel certas ações no mar quando não eram imorais eram perigosas, pois ele velava pela existência de cada um. d) um adolescente, rebelde por natureza, invade o mar de Miguel, o que desperta em outras pessoas a mesma ação, assim ele perde sua posse. 18) A respeito dos contos "Beira-Rio" e "Miguel e seu furto" é correto a) Miguel e Simplício são personagens que acreditam no bem dos seres humanos. b) Simplício crê em documentos expedidos pelo governo, mas não enfrenta o que determinava a companhia. c) O furto de Miguel fora alimentado pelos tantos outros roubos de que ele ficara sabendo e como não tinha boa índole, foi fácil concretizar. d) Apesar do roubo do mar, Miguel não despertou o ódio, pois ele permanecia indelevelmente simpático. 19) Sobre os contos "Beira-rio", "Miguel e seu furto" e "Meu companheiro" pode-se afirmar a) todos são narrados em primeira pessoa. b) o narrador de Miguel e seu furto é o menino que invadiu o oceano de que Miguel se apropriara. c) tanto em "meu companheiro" quanto em "beira-rio", as personagens, respectivamente, Motinha e Simplício, demonstram comportamentos simplórios e ingênuos. d) os três contos têm narradores com características especiais, apesar de dois serem de terceira pessoa. 20) A respeito do conto "conversa de velho com criança" é correto afirmar a) o narrador se questiona a respeito daquele velho que conversa com uma criança sobre assuntos tão estranhos. b) a menina realmente era neta de Ferreira, pois este contava histórias infantis para ela. c) o narrador utiliza parênteses para colocar algumas reflexões dele a respeito da situação constrangedora que ele vivia naquele bonde. d) o narrador termina a narrativa citando o que o pai dele dizia a respeito dos amigos. 21) Sobre o conto "Conversa extraordinária com uma senhora de minhas relações", é correto afirmar a) há uma digressão que fala da beleza do vestido, a qual é ilustrada pela referência ao poema de Drummond "o caso do vestido". b) o narrador de primeira pessoa, às vezes interpela o leitor buscando um certo diálogo reflexivo sobre o que ele fala. c) a conversa entre o narrador e a senhora de suas relações, demonstrou como eles estavam distantes, apesar da intimidade que sempre tiveram. d) há uma forte ironia do narrador a respeito dos trajes usados pela senhora de suas relações, como também um certo desejo pela presença dela no bonde. 22) (UMC 2011) A vida, solicitando-nos a novos hábitos, impõe-nos igualmente nova técnica de cortesia, e há que ser gentil para com uma dama sentada, quando o nosso equilíbrio dependa da fidelidade a uma argola suspensa no teto de um veículo em movimento célere. A calça num cabide solto no espaço teria o direito de ondular ao sabor da viração, como num quadro de Salvador Dali; mas o homem em condições similares deve manter compostura e mostrar-se afável e atento a uma senhora estabelecida em sua poltrona. (ANDRADE, C. D. “Extraordinária conversa com uma senhora de minhas relações”, In Contos de Aprendiz.) Cotejando-se a passagem transcrita, conclui-se que a) o narrador, ao confessar suas experiências, demonstra reações contraditórias. b) os personagens em cena demonstram um idêntico comportamento. c) o surrealismo é o estilo que melhor representa a atitude das pessoas no mundo contemporâneo. d) o espaço do transporte coletivo dá margem a diferentes abordagens da ficção urbana. 23) (UFSJ 2011-1) No conto “Um escritor nasce e morre”, do livro Contos de aprendiz, de Carlos Drummond de Andrade, o narrador se refere ao ofício da escrita como a) uma possibilidade de enriquecimento e prestígio fáceis. b) um meio de ser reconhecido e premiado. c) um sonho frustrado da infância. d) um caminho para a solidão. 24) O comentário dos contos de Drummond foi feito corretamente em a) A beleza irrompe-se em um ônibus e é meditada em “conversa de velho com criança” e “meu companheiro” b) A criança desmorona o poder abstrato de um ambicioso e interrompe uma série de crimes em “nossa amiga” e “o gerente” c) O rito de passagem marcando experiência infantis está presente em “o sorvete” e “a doida” d) A presença do extraordinário, do assombramento que não tem explicação ocorre em “flor, telefone, moça” e “salvação da alma” 25) Assinale a relação incorreta entre os contos e as respectivas características a) “presépio” – conflito entre o sagrado e o profano b) “a baronesa” – oposição entre a nobreza e a sordidez humana c) “beira-rio” – tema da repressão e da evasão d) “um escritor nasce e morre” – dilema entre o amor e a política 26) A alternativa que traz afirmação correta sobre os contos é a) Há aspectos de poesia e de pungente humanidade b) As personagens são seres com problemas existenciais c) Valorizam-se mais o enredo, o desfecho e a moralidade das histórias d) A linguagem é marcada pelo experimentalismo 27) A incorreta correspondência entre o texto e o respectivo conto ocorre em: a) – O vestido lilás que eu usava, o sorvete que nós tomamos, era de caju, sabe? Me lembro que você me falou do Norte, contou coisas de sua meninice em Sergipe, na cidadezinha de Capela. (“O sorvete”) b) A cadeia era velha, descascada na parede dos fundos, Deus abe como os presos lá dentro viviam e comiam, mas exercia sobre nós uma fascinação inelutável. (“Câmara e cadeia”) c) Ondulou sobre nós, por instantes, um leve constrangimento. Quando encontrarás, Carlos, a chave de outra criatura? Ferreira continuava no estribo, sem ligar. (“Conversa de velho com criança”) d) Afastando-se ela para que eu me sentasse na ponta do banco, sentei-me no dever indeclinável de agradecer-lhe essa cortesia, e tanto bastou para que entabulássemos ligeira, mas deleitosa conversação. (“Extraordinária conversa com uma senhora de minhas relações”) 28) Assinale abaixo a correlação inexata a propósito dos contos de Aprendiz a) “Beira Rio”: ai aparece um negro no acampamento de trabalhadores, oferecendo-lhes o consolo da cachaça, e que vê a sua tenda destruída pela Companhia. b) “Baronesa”: o conto apresenta um rapaz que procura subtrair as jóias do cadáver de sua tia-avó, dama abastada do Segundo reinado. c) “Salvação da Alma”: apresenta a sensação de um menino da roça, que pela primeira vez vai à cidade grande e assiste às fitas do cinema americano. d) “Flor, telefone, moça”: conta a estória de uma moça que, tendo arrancado a florzinha de um túmulo, é perseguida por uma voz ao telefone. 29) Todas as considerações sobre as narrativas de “Contos de Aprendiz” estão corretas, exceto: a) Há o tratamento irônico da política provinciana b) os contos urbanos tratam da violência c) alguns textos são marcados pela intervenção do narrador d) o mistério é o ingrediente de algumas narrativas.