Os loucos anos de 1920
“Por mais familiar que seja seu nome, o narrador não está de
fato presente entre nós, em sua atualidade viva. Ele é algo
distante, e que se distancia ainda mais. (...) Uma das razões
desse fenômeno é óbvia: as ações da experiência estão em
baixa, e tudo indica que continuarão caindo até que seu valor
desapareça de todo (...). No final da guerra, observou-se que os
combatentes voltavam mudos do campo de batalha não mais
ricos , e sim mais pobres de experiências comunicáveis (...). Não
havia nada de anormal nisso. Porque nunca houve experiências
mais radicalmente desmoralizadas que a experiência estratégica
pela guerra de trincheiras (....). Uma geração que ainda fora à
escola num bonde puxado por cavalos se encontrou ao ar livre
numa paisagem em que nada permanecera inalterado, exceto as
nuvens, e debaixo delas, num campo de forças de torrentes
explosões, o frágil e minúsculo corpo humano”
(Walter Benjamin. “O Narrador”. In: Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasliense, 199, pp. 198
(Les Madmoseilles d’Avignon, Pablo Picasso, 1907)
(A fonte, Marcel Duchamp, 1917)
(A persistência da Memória, Salvador Dali, 1931)
A crise de 1929
(O Estado de São Paulo, Outubro de 1929)
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