UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADE CATARATAS FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a promoverem as transformações futuras” LOGÍSTICA REVERSA PARA REAPROVEITAMENTO DE PNEUS USADOS: ANÁLISE TÉCNICA E ECONÔMICA DAS CONDIÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA EMPRESA DE RECICLAGEM E REPROCESSAMENTO EDILENE CRISTINA GRIBELER Foz do Iguaçu - PR 2010 I EDILENE CRISTINA GRIBELER LOGÍSTICA REVERSA PARA REAPROVEITAMENTO DE PNEUS USADOS: ANÁLISE TÉCNICA E ECONÔMICA DAS CONDIÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA EMPRESA DE RECICLAGEM E REPROCESSAMENTO Trabalho Final de Graduação apresentado à banca examinadora da Faculdade Dinâmica de Cataratas – UDC, como requisito parcial para obtenção de grau de Engenheiro Ambiental. Orientador: Elídio de Carvalho Lobão Foz do Iguaçu – PR 2010 II TERMO DE APROVAÇÃO UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS LOGÍSTICA REVERSA PARA REAPROVEITAMENTO DE PNEUS USADOS: ANÁLISE TÉCNICA E ECONÔMICA DAS CONDIÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA EMPRESA DE RECICLAGEM E REPROCESSAMENTO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM ENGENHARIA AMBIENTAL Acadêmica: Edilene Cristina Gribeler Orientador: Prof. Dr. Elídio de Carvalho Lobão Conceito Final Banca Examinadora: Prof(ª). Ms. xxxxxxxxx Prof(ª). Ms. xxxxxxxxx Foz do Iguaçu, de de 2010. III Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois sem ele, nada seria possível e não estaríamos aqui reunidos, desfrutando, juntos, destes momentos que nos são tão importantes. Aos meus pais Afonso Gribeler e Herminia Maria Pereira pelo esforço, dedicação e compreensão, em todos os momentos desta e de outras caminhadas. A minha filha Giovanna Gribeler Barbosa que suportou minhas ausências durante meus estudos, e que é a minha inspiração. Ao meu esposo Eumer Cordeiro Barbosa, por sua confiança e credibilidade em minha pessoa, e, pelo mútuo aprendizado de vida, durante nossa convivência no campo profissional e particular. IV AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade a mim concebida na realização de mais esse sonho e que a cada obstáculo que tive me mostrou que a melhor solução sempre, é trilhar no caminho da verdade e da honestidade. Aos meus pais, Afonso Gribeler e Herminia Maria Pereira pela oportunidade proporcionada abrindo mão de alguns de seus sonhos para realizar os meus, pelo apoio e esperança depositados em mim, pelo sacrifício que fizeram para me ver chegar até este momento e pelas orações que sempre me fortaleceram, obrigado. Eu amo vocês! Ao meu orientador Profª. Dr. Elídio de Carvalho Lobão, que apesar de seu pouco tempo disponível dispôs-se a me orientar dando todo o suporte necessário para desenvolver este trabalho, tenho muito orgulho em tê-lo como orientador. Obrigada! A todos os professores que me transmitiram conhecimento durante minha vida acadêmica. Aos amigos e colegas de curso pela parceria de todas as horas, e a todos que de alguma forma contribuíram para que esse sonho fosse realizado. Muito Obrigada a Todos Vocês! V “Deus concede-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar; A coragem para mudar as coisas que posso; E a sabedoria para saber a diferença”. Reinhold Niebuhar VI SUMÁRIO RESUMO .................................................................................................................................... X ABSTRACT .............................................................................................................................. IXI 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................... 14 2.1 BREVE HISTÓRIA DO PNEU ATÉ SUA PRODUÇÃO NO BRASIL E SUA VULCANIZAÇÃO ................................................................................................................................................. 14 2.2 LOGISTICA REVERSA DE PNEUS INSERVÍVEIS ............................................................. 15 2.3 IMPACTOS AMBIENTAIS E PROBLEMAS DE SAÚDE PÚBLICA RELACONADO AO DESCARTE INADEQUADO DE PNEUS ................................................................................... 17 2.4 CICLO DO PNEU: DA FABRICAÇÃO À DESTINAÇÃO FINAL ............................................ 19 2.4.1 Estrutura e Composição Química do Pneu .................................................................. 19 2.4.2 Possíveis Alternativas Tecnológicas para Disposição de Pneus Descartados ....... 22 2.4.2.1 Recauchutagem .......................................................................................................... 23 2.4.2.2 Uso do Pneu como Combustível ............................................................................... 24 2.4.2.3 Uso na Pavimentação e Recuperação de Pistas, Estradas e Cruzamentos ........... 27 2.4.2.4 Usos Agropecuários, Tapetes, Revestimentos e Pisos de Proteção ...................... 28 2.4.2.5 Estudos de Engenharia Civil e Aplicações ............................................................... 29 2.4.2.6 Recife para Peixes ...................................................................................................... 31 2.4.2.7 Misturas de Borracha/Plástico para montagem ........................................................ 32 2.4 PRINCIPAIS SOLUÇÕES ADOTADAS ............................................................................... 33 2.4.1 As Principais Soluções Adotadas nos Estados Unidos.............................................. 33 2.4.2 As Principais Soluções Adotadas na Europa .............................................................. 35 2.4.3 As Principais Soluções Adotadas no Japão e Coréia ................................................. 35 2.4.4 As Principais Soluções Adotadas no Brasil ................................................................ 37 2.4.5 Legislação ...................................................................................................................... 39 3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................................... 40 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO ................................................................... 40 3.2 METODOLOGIA DA PESQUISA ......................................................................................... 41 3.3 CONDIÇÕES PARA VIABILIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO.......................................... 41 3.3.1 Utilização de Pneus Reprocessados como Combustível na Geração de Energia .... 43 VII 3.3.2 Utlização de Pneus Reprocessados como Matéria-Prima .......................................... 44 3.3.3 Ganhos Advindos da Utilização de Pneus Inservíveis ................................................ 45 3.4 COMENTÁRIOS A RESPEITO DE UM EMPREENDIMENTO EM OPERAÇÃO .................. 46 3.4.1 Produção ........................................................................................................................ 52 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 53 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 56 ANEXOS .................................................................................................................................. 62 ANEXO I ................................................................................................................................... 63 VIII LISTA DE FIGURAS Figura 1: Estrutura do pneu ............................................................................................ 21 Figura 2: Microregiões do oeste paranaense ................................................................. 40 Figura 3: Destalonamento do pneu. ............................................................................... 47 Figura 4: Trituração do pneu .......................................................................................... 48 Figura 5: Separação do aço ........................................................................................... 49 Figura 6: Granulação e separação do tecido.................................................................. 50 Figura 7: Granulação final. ............................................................................................. 51 Figura 8: Embalagens da borracha. ............................................................................... 58 IX LISTA DE TABELAS Tabela 1: Economia atribuída ao processo de reciclagem. ............................................ 24 Tabela 2: Poder calorífico em BTU-Ibdos combustíveis. ................................................ 26 Tabela 3: Aplicações para pneus descartados nos EUA em 1996. ................................ 34 Tabela 4: Situação do resíduo de borracha em 1996 nos países...................................35 Tabela 5: Obrigações de fabricantes e importadores no Brasil. ..................................... 39 Tabela 5: Frota automobilística do oeste paranaense.................................................... 42 X GRIBELER, Edilene Cristina. Logística Reversa para Reaproveitamento de Pneus Usados: Análise Técnica e Econômica das Condições Para Implantação de uma Empresa de Reciclagem e Reprocessamento. Foz do Iguaçu, 2010. Trabalho Final de Graduação (Bacharelado em Engenharia Ambiental) - Faculdade Dinâmica das Cataratas. RESUMO O gerenciamento dos resíduos de materiais poliméricos é um dos maiores problemas enfrentados na preservação do meio ambiente. Os pneus constituem uma grande parte deste problema, pois apesar de vários estudos realizados sobre sua reciclagem e os prejuízos que a sua incorreta destinação pode causar tanto para o meio ambiente quanto para os seres humanos, ainda não são amplamente divulgados à população. Existem várias formas de reciclar o pneu para sua reutilização, sendo possível reutilizálos como misturas de plástico/borracha, fonte de energia, misturas em cimento e produções de asfalto, recife para peixes dentre outras utilizações. É necessário cada vez mais este tipo de reciclagem, pois com a logística reversa de pneus, além de estarmos nos adequando as normas e legislações, estaremos diminuindo as quantidades de matérias primas naturais não renováveis utilizadas para a produção de novos pneus, estaremos diminuindo um passivo ambiental dando destinos ambientalmente corretos para os mesmos, pois como todos os resíduos são proibidos de serem queimados a céu aberto, os pneus também são, além do que é proibida sua disposição em aterros sanitários devido a vários problemas causados nos aterros decorrentes das disposições dos pneus no aterro sanitário. Palavras-Chave: Gerenciamento – Alternativas - Reutilização de borracha. XI GRIBELER, Edilene Cristina. Reverse Logistics For Recycling Of Used Tyres: Technical Analysis And Economic Conditions For Deploying Na Enterprise Recycling And Reprocessing. Foz do Iguacu, 2010. Completion of course work (Bachelor of Environmental Engineering) - Faculdade Dinâmica das Cataratas. ABSTRACT The management of waste polymeric materials is one of the biggest problems in preserving the environment. The tires are a big part of this problem, because in spite of various studies on recycling and the damage that their incorrect disposal can lead to both the environment and for human beings, are not widely disseminated to the population. There are several ways to recycle the tires for reuse, and you can reuse them as mixtures of plastic / rubber, energy sources, mixtures of cement and asphalt production, reef fish among other uses. You need more this kind of recycling, because with the reverse logistics of tires, and we are adjusting the rules and laws, we should reduce the amount of non renewable natural raw materials used for the production of new tires, we should reduce a liability environmental giving environmentally friendly destinations for them, because as all waste is prohibited from being burned in the open, the tires are also beyond what is prohibited theis disposal in landfills due to various problems caused in landfills under the provisions of the tires at the landfill. Keywords: Management – Alternatives - Re-use of latex. 12 1 INTRODUÇÃO Um dos maiores problemas enfrentados na preservação do meio ambiente é o gerenciamento dos resíduos de materiais poliméricos. Os pneus constituem uma grande parte deste problema, pois apesar dos vários estudos realizados sobre sua reciclagem e os prejuízos que a sua incorreta destinação pode causar ao meio ambiente e às pessoas, ainda não são amplamente divulgadas à população. Porém existem vários métodos para reutilizar ou reciclar esta matéria prima, que é o pneu, sendo possível utilizá-los como: Combustível em fornos de produção de cimento, em função do seu alto conteúdo energético; Uso na pavimentação e recuperação de pistas estradas; Revestimentos e pisos de proteção; Aplicações em construções de engenharia civil; Recife para peixes; Misturas de borracha/plástico para montagem; Utilização do aço provido de pneus radiais em indústrias siderúrgicas, dentre outros. Será necessário cada vez mais este tipo de reciclagem, pois com o aumento das vendas de automóveis, é aumentada a quantidade de pneus, e a cada carro vendido tem-se a necessidade de obter quatro novos pneus para rodar. O presente trabalho procurou focar-se na disposição de pneus inservíveis, não se aprofundando na pesquisa e análise de alternativas de reaproveitamento, como a recauchutagem, pois ela tem um tempo de vida útil curto, devido a limitações técnicas e (ou) econômicas. E após este curto ciclo de vida, também se tornaram inservíveis. Tendo como a justificativa de que a logística reversa de pneus usados é um meio de minimizar os danos causados por estes resíduos descartados em locais impróprios, como em terrenos baldios, lixões à céu aberto, cursos d’água e até mesmo em aterros sanitários, pois a utilização de aterros sanitários ainda é muito pequeno e na maioria das vezes esses locais não são projetados e operados de forma eficiente. Os pneus representam um dos tipos de resíduos que agravam esta 13 situação, pois devido sua lenta degradação, diminuem a eficiência dos aterros sanitários, ocupam muito espaço, tanto na armazenagem quanto no transporte e são de difícil compactação. Assim, pequenos pedaços de pneus aterrados podem voltar à superfície, servindo como ambiente para a proliferação de roedores e insetos transmissores de doenças, além de ficarem sujeitos à queima acidental, já que seu material é inflamável, agravando ainda mais a poluição do ar, através da liberação do dióxido de enxofre, que é uma fumaça negra com forte odor e da liberação do óleo pirolítico, contendo metais pesados, que podem viajar longas distâncias, contaminando solo e água, e penetrar em lençóis freáticos. Sua queima a céu aberto é proibida, assim como de qualquer outro resíduo sólido, ou seja, é proibido queimar pneus sem o uso de sistemas de filtragem que retirem no mínimo 90% (noventa por cento), dos gases que são lançados no meio ambiente e dos demais resíduos poluentes liberados pelo processo de combustão. Com isto o objetivo deste trabalho foi analisar as pré-condições técnicas, econômicas e de logística para a reciclagem e reaproveitamento de pneus usados, bem como traçar um prognóstico das condições necessárias para sua viabilidade e identificar quais processos terão viabilidade técnica e (ou) econômica para sua implantação na região oeste do Paraná. 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 BREVE HISTÓRIA DO PNEU ATÉ SUA PRODUÇÃO NO BRASIL E SUA VULCANIZAÇÃO O pneu é importante para o funcionamento dos veículos, pois além de aumentar a segurança em nosso transporte, nos proporcionar conforto. O pneu passou por várias etapas desde sua origem, no século XIX até atingir sua tecnologia atual. A borracha, por exemplo, não passava de uma goma “grudenta” utilizada para impermeabilizar tecidos e apresentava sério risco de se dissolver quando exposta a temperaturas elevadas (ANIP, 2004). Para mudar esse cenário, experimentos iniciados pelo americano Charles Goodyear, por volta de 1830, confirmaram acidentalmente que a borracha cozida a altas temperaturas com enxofre, mantinha suas condições de elasticidade no frio ou no calor (POTENZA, 2009). Com este fato foi descoberto o processo de vulcanização da borracha, que proporciona a forma do pneu aumentando a segurança nas freadas e diminuindo as trepidações nos carros. A vulcanização é um método que consiste geralmente na aplicação de calor e pressão à uma composição de borracha, na presença de enxofre, a fim de dar a forma e propriedades do produto final, sendo a fase mais importante da indústria de borracha, pois a vulcanização também pode ser feita a frio, tratando-se a borracha com dissulfeto de carbono (CS²) e cloreto de enxofre (S²C12). Quando a vulcanização é feita com quantidade maior de enxofre, obtém-se um plástico denominado ebonite ou vulcanite. A vulcanização da borracha provocava melhoria nas propriedades químicas e físicas, em relação ao material não vulcanizado, não havendo mais o amolecimento do material em temperaturas elevadas ou o congelamento em contato com o frio, além de torná-lo mais resistente quimicamente (COSTA, 2003). Robert William Thomsom criou em 1846 a bolsa de ar, tornando os pneus mais duráveis e resolvendo o problema da falta de conforto. Mas, por falta de 15 matéria-prima de qualidade, desistiu da idéia e passou a recobrir as rodas com aros de borracha maciça (CONRADO, 2010). Em 1888, John Boyd Dunlop adaptou pneus no triciclo do seu filho fazendo tanto sucesso que fundou a primeira fábrica de pneus do mundo. Os pneus foram usados antes em bicicletas, pois não suportavam muito peso. Tanto é assim que os primeiros pneus de caminhões eram maciços, e continuaram a ser por muitos anos. O princípio do tubo amarrado ao aro por faixas acaba sendo incorporado à estrutura do pneu, deu origem ao pneu diagonal em 1904. Os reforços, criados com faixas de algodão, davam à peça maior estabilidade e comportamento mais previsível, mas sua durabilidade era baixa, levava-se em viagens de quatro a seis estepes. Os Pneus continham deformações, especialmente com caminhões que ficavam parados à noite. De manhã, o caminhão trepidava por causa da deformação até que os pneus se aquecessem e voltassem a sua forma (RUFFO, 2009). A produção brasileira iniciou-se em 1934, quando foi implantado o Plano Geral de Viação Nacional, concretizando-se em 1936 com a instalação da Companhia Brasileira de Artefatos de Borracha (Pneus Brasil), no Rio de Janeiro, que em seu primeiro ano fabricou mais de 29 mil pneus (ANIP, 2004). Entre 1938 e 1941, outros grandes fabricantes instalaram-se no país, elevando a produção nacional para 441 mil unidades, e em 1980, o Brasil já tinha produzido mais de 29 milhões de pneus. Desde então, o Brasil conta com a instalação de 14 fabricas de pneus, sendo quatro internacionais: Bridgestone Firestone, Goodyear, Michelin e Pirelli (ANTUNES et al., 2009). 2.2 LOGISTICA REVERSA DE PNEUS INSERVÍVEIS O meio ambiente esta ganhando o centro das atenções no mundo. Poluição do ar, mudanças climáticas, novas doenças, desmatamento, escassez de água, dentre outros, estão sendo discutidos diariamente. A fim de minimizar estes impactos, a logística reversa esta sendo encarada, com maior seriedade, pois através do reaproveitamento, reutilização e reciclagem dos materiais é possível minimizar impactos ao meio ambiente, e à população. 16 A constante procura das empresas por redução de custos e diferenciação de serviços aliada às crescentes pressões envolvendo questões ambientais, esta fazendo com que essas dêem maior atenção às atividades de reciclagem e reaproveitamento de produtos e embalagens. Tais atividades requerem todo um planejamento específico, visando gerenciar o fluxo de materiais do ponto de consumo até o ponto de origem. Esse processo “invertido” é chamado de logística reversa (RAMOS et al., 2008). No Brasil esta preocupação resultou na aprovação da Resolução Nº 258 do CONAMA, que delibera a respeito da coleta e destinação final dos pneus descartados considerados inservíveis, ou seja, aqueles pneus sem possibilidade de reaproveitamento por meio de recapagem, recauchutagem e remoldagem (CONAMA, 1999). A Política Nacional de Meio Ambiente, em seu artigo 94, Subseção X-dos Pneumáticos, bem como o Conselho Nacional de Meio Ambiente, CONAMA, no artigo 2º da Resolução 258/99, obrigam as empresas fabricantes e as importadores de pneumáticos e veículos a coletar e a dar destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis existentes no território nacional (ECOBALBO, 2010). Tendo em vista este cenário, a Resolução Nº 258/99, mencionada anteriormente, considera-se que: “Os pneumáticos inservíveis abandonados ou dispostos inadequadamente constituem passivo ambiental, que resulta em sério risco ao meio ambiente e à saúde pública. Não há possibilidade de reaproveitamento desses pneumáticos para uso veicular e nem para processos de reforma, tais como recapagem, recauchutagem e remoldagem. Uma parte dos pneumáticos novos, depois de usados, pode ser utilizada como matéria prima em processos de reciclagem; A necessidade de dar destinação final, de forma ambientalmente adequada e segura, aos pneumáticos inservíveis (DIAS, 2008). 17 2.3 IMPACTOS AMBIENTAIS E PROBLEMAS DE SAÚDE PÚBLICA RELACONADO AO DESCARTE INADEQUADO DE PNEUS O excessivo número de pneus usados e descartados representa um problema mundial que está diretamente relacionado à frota de veículos de cada país. Porém a magnitude do efeito ambiental causado por milhões de pneus inservíveis gerados todos os anos não são perceptivos com facilidade, mesmo com o crescimento da frota automobilística sendo significativa. Embora os danos causados pelo descarte inadequado dos pneus impliquem em enchentes, entupimento de redes de esgoto, poluição dos rios, doenças etc (DIAS et al., 2009). Em 2000, o Brasil contava com uma frota de aproximadamente 35.700.000 veículos automotores nacionais e importados em circulação, 10,6% mais do que em 1998 (Lopes, apud BERTOLLO et at., 2010). Consensualmente, é considerada a destinação mais agressiva ao meio ambiente o descarte de pneus ao ar livre, nos campos, matas, rios, córregos, lagos e mesmo em áreas desertas. Além do péssimo aspecto que deixam na paisagem, os pneus assim descartados representam pelo menos três graves ameaças à saúde humana: Primeira: Sua forma de tubo aberto retém água que favorece a proliferação de insetos nocivos e transmissores de doenças (como a dengue); Segunda: Embora se biodegradem muito lentamente (estima-se um prazo não inferior a 150 anos), os pneus contém substâncias tóxicas que podem ser liberadas na atmosfera e também contaminar o solo, o lençol freático e os cursos de água; e Terceira: Um pneu comum de automóvel contém o equivalente a 10 litros de óleo combustível, e o risco de incêndios é sempre iminente, durando semanas até se extinguir, exalando gases tóxicos e fumaça negra na atmosfera (ANDRIETA, 2002). A disposição dos pneus em aterros sanitários vem em segundo lugar. Quando pneus inservíveis são eliminados em um aterro, ou enterrados, tendem a subir de volta à superfície. Esta ação pode causar dano flutuante, expondo a área circundante a gases tóxicos e fumaça de dentro da deposição em aterro. Quando na superfície, pneus inservíveis atraem roedores portadores de doenças e mosquitos 18 que se reproduzem na água parada da chuva que se acumula no interior dos pneus (VICK, 2009). Outra destinação agressiva, infelizmente também adotada no Brasil, é a pura e simples queima do pneu como combustível em fornos de cerâmicas e outros, sem qualquer tratamento dos gases da queima, que libera produtos químicos tóxicos e metais pesados capazes de produzir efeitos adversos para a saúde como, por exemplo: perda de memória, deficiência no aprendizado, supressão do sistema imunológico, danos nos rins e fígado (TRIGO et al., 2008). A queima de pneus sem o tratamento adequado, também pode ser uma grande ameaça, com a liberação do óleo pirolítico, que pode viajar longas distâncias, contaminando solo e água, além de penetrar em lençóis freáticos. Estudos demonstram que a poluição dessas águas causada pelo escorrimento derivado da queima de pneus pode durar até 100 anos. Em combustão, o pneu emite também fumaça tóxica, que pode representar riscos de mortalidade prematura, deterioração das funções pulmonares, problemas do coração, depressão do sistema nervoso e central (ANDRIETTA, 2008). O autor também cita que a empresa que incinerar artefatos elastoméricos, sejam eles pneus ou não, deverá usar métodos bastante modernos a fim de impedir os mais diversos tipos de emissões em função da grande variedade e do teor de aditivos usados nessa classe de polímeros. A aditivação de pneus é bastante variada e os gases oriundos da queima desse artefato produzem espécies de alto grau de toxicidade. As dioxinas, os furanos e os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos são as classes que requerem cuidados especiais, devido aos sérios danos à saúde humana e ao meio ambiente por eles provocados. Cada pneu queimado gera até 7,5 litros de óleo pirolítico, um material oleoso que contém diversos produtos químicos tóxicos, incluindo os perigosos hidrocarbonetos aromáticos polinucleares (PAHs) e metais pesados, tais como arsênio, níquel, zinco, cádmio, mercúrio, cromo e vanádio (PPB, 2006). De acordo com o projeto de lei nº 314 (2009) sua queima a céu aberto é 13.000 vezes mais mutagênica que a queima de carvão em instalações bem desenhadas e operadas apropriadamente. E sabemos que, infelizmente, a incidência de incêndios envolvendo pneus é comum por todo o Estado. Utilizados como combustível em fornos de produção de cimento em função do seu alto conteúdo energético, os pneus não deixam de emitir poluentes na incineração. A 19 diferença, em relação à queima a céu aberto, é o controle que grande parte das cimenteiras fazem da emissão dos resíduos, o que reduz, mas não elimina o grande volume de poluentes lançados diariamente no meio ambiente. Não se conhecem números precisos do descarte de pneus no Brasil, nem do passivo ambiental representado pelos pneus abandonados na natureza. Estimativa que se pode considerar modesta calcula que 100 milhões de pneus descartados estão depositados (jogados) no meio ambiente, mas é razoável supor que a realidade se mostre bem mais grave (ANDRIETTA, 2008). Para se ter uma idéia, quando realizaram as limpezas do rio tiete depois das enchentes ocorridas em São Paulo foram recolhidos duzentos mil pneus. Através desta quantidade, é possível perceber a quantia de pneus descartados anualmente na natureza, sem a fiscalização adequada do poder público (FACCIO, 2010). 2.4 CICLO DO PNEU: DA FABRICAÇÃO À DESTINAÇÃO FINAL Com a expansão do transporte e a utilização de pneus de borracha, ocorreu o aumento de problemas de destinação ao seu fim de vida útil. No Brasil, em 2003 a produção foi de mais de quarenta e nove milhões de unidades, sendo trinta e quatro por cento para exportação, vinte e dois para montadoras e quarenta e quatro para reposição e a estimativa é que quase metade dessa produção é descartada anualmente. O processo de fabricação de um pneu é complexo. Envolve máquinas de alta tecnologia, mão de obra especializada e matéria-prima de qualidade (PIRELLI, 2010). 2.4.1 Estrutura e Composição Química do Pneu O pneu é composto por combinações químicas, físicas e de engenharia, por 200 tipos de matéria prima, proporcionando conforto e segurança aos seus 20 usuários. Sua forma varia para cada tipo de pneu desejado, porém sua composição é a mesma. Basicamente, é composto pela banda de rodagem e aro de aço, sua composição química através da vulcanização e com adição de petróleo, sendo a borracha sintética é: 83 % Carbono, 7% Hidrogênio, 2,5% Oxigênio, 0,3% Enxofre e 6% de cinzas (CARVALHO, 2010). Vulcanus (latim) é o deus romano do fogo. Representa o elemento enxofre, que está presente nas erupções vulcânicas, daí a relação com o processo de vulcanização, que necessita de enxofre e aquecimento para ocorrer. O processo de vulcanização foi descoberto, em 1845, pelo americano Charles Goodyear, ao deixar cair borracha e enxofre, casualmente, no fogão. A maior parte dos pneus, hoje, é feita de 10% de borracha natural, 30% de borracha sintética (petróleo) e 60% de aço e tecidos. Utilizam-se ainda materiais argilo-minerais e negro-de-fumo (carvão), com objetivo de se obter um material mecanicamente resistente, responsável pela coloração negra dos pneus (RESOL, 2004). O processo de produção começa com a seleção de vários tipos de borracha juntamente com óleos especiais, carbono preto, pigmentos, antioxidantes, silicone e outros aditivos que serão combinados para oferecer as características desejadas. Compostos diferentes são usados para diferentes partes do pneu e uma máquina chamada Misturador Banburry transformará estas várias matérias primas para cada composto em uma mistura homogênea com a consistência da borracha (BRAZILTIRES, 2010). O pneu é formado basicamente por quatro partes: carcaça, talão, parede lateral, cintas (lonas), banda de rolagem, ombro e nervura central (CRONOSPEED, 2010). Carcaça: No pneu radial os cabos da carcaça estão dispostos em arcos perpendiculares ao plano de rodagem e orientados em direção ao centro do pneu. Por ser uma carcaça única, não existe fricção entre as lonas - apenas flexão - o que evita a elevação da temperatura interna do pneu (MICHELIN, 2010). Talão: Acoplado ao aro do pneu. Possui uma forma de anel e é constituído de arames de aço, recobertos por borracha (DAVID, 2006). Parede lateral: Composto por borrachas de alto grau de flexibilidade, sua função é proteger a carcaça (ANDRADE, 2007). Cintas (lonas): Os fios de aço são formados por estiramento, banhado com latão e reunidos formando cabos (GOODYEAR, 2010). 21 Banda de rolagem: É a parte do pneu que fica em contato direto com o solo. Seus desenhos possuem partes cheias chamadas de biscoitos ou blocos e partes vazias conhecidas como sulcos, e devem oferecer aderência, tração, estabilidade e segurança ao veículo (BRAZILTIRES, 2010). Ombro: Parte que entra em contato com o solo. Possuem partes cheias e partes vazias e servem para otimizar a aderência com a superfície. É feita com compostos de borracha altamente resistente ao desgaste (DAVID, 2006). Nervura central: Proporciona um contato "circunferencial" do pneu com o solo (BRASILTIRES, 2010). A figura 1 mostra a estrutura detalhada do pneu. Figura 1: Estrutura do pneu. Fonte: BRASILTIRES, 2010 A borracha é o principal material do pneu, representando cerca de 40 % do seu peso. Essa borracha pode ser dividida em dois tipos: Natural, cuja extração vem derivado da seringueira e da qual a produção de pneus apresenta um terço de seu consumo mundial, e a sintética, composta de elastômeros, polímeros com propriedades físicas parecidas com a da borracha natural, que é derivada do petróleo ou do gás natural e seu consumo para a fabricação de pneus representa 2/3 do total no mundo (DAVID, 2006). 22 As funções básicas do pneu são para garantir níveis máximos de segurança, resistência e conforto, seus pneus são responsáveis pelo desempenho do veículo suportando a carga, assegurando a transmissão da potência motriz oferecendo respostas eficientes em freadas e contribuindo com a suspensão do veículo (PIRELLI, 2010). É importante mencionar que a reciclagem de pneus, além de reduzir em quantidade o despejo em aterros sanitários, diminui acidentes tanto em contaminação quanto em aparecimento de ratos e insetos, já que é um local propício para a criação desses vetores (GRIPPI, 2001). 2.4.2 Possíveis Alternativas Tecnológicas para Disposição de Pneus Descartados Existem vários métodos para reciclar o pneu, sendo que ele pode ser reciclado inteiro ou picado, e pode ser utilizado além da borracha, o aço provido de pneus radiais, desta forma os pneus radiais são passados por processos em uma máquina que através de magnetismo separa o aço da borracha, já quando o pneu não é radial pode-se enviá-lo para empresas de calçados, para seus moldes no solado. As formas de reaproveitamento são: recauchutagem, remoldagem, e recapagem, já para a sua reutilização são: enriquecimento do asfalto, coprocessamento energético, construções civis, dentre outros (GRIPPI, 2001). A utilização consciente do pneu e a sua correta destinação ao final da sua vida útil devem ser seguidas por toda a população e organizações. Desta maneira, a saúde pública e o meio ambiente são preservados, além da economia da matériaprima utilizada para a confecção de pneus são diversas (SOUZA, 2009). A recuperação de energia e a recauchutagem foram às primeiras formas de reciclagem de pneus. Além disso, é utilizado como mistura na construção do asfalto sendo umas das melhores soluções para por fim ao destino indiscriminado dos pneus nos lixões e da sua queima que pode liberar gases tóxicos e substâncias corrosivas e até cancerígenas trazendo prejuízo às pessoas e ao meio ambiente (GRIPPI, 2001). 23 A reforma pode ser de três formas: A recapagem, que substitui a banda de rodagem (parte que fica em contato com o solo), mais utilizado em automóveis. A recauchutagem, em que é substituída a banda de rodagem e o ombro (parte da curva logo em seguida à banda), mais utilizada em caminhões e ônibus. Remoldagem, repondo a borracha sobre toda a face externa, reutilizando a estrutura, usado em automóveis, que fica com a aparência de novo (DIAS, 2008). 2.4.2.1 Recauchutagem O Brasil ocupa o 2º lugar no ranking mundial de recauchutagem de pneus, o que lhe confere uma posição vantajosa junto a vários países na luta pela conservação ambiental. Esta técnica permite que o recauchutador, seguindo as recomendações das normas para atividade, adicione novas camadas de borracha nos pneus velhos, aumentando, desta forma, a vida útil do pneu em 100% e proporcionando uma economia de cerca de 80% de energia e matéria-prima em relação à produção de pneus novos (RIBEIRO, 2001). Este é o único processo de recuperação que tira plena vantagem do valor remanescente nos pneus usados e isto torna os processos de recauchutagem ainda atrativos, apesar dos custos envolvidos. Além de cada pneu recauchutado significar uma carcaça reusada, a recauchutagem de pneus representa um menor consumo de energia: são necessários 26 litros de petróleo para fazer um pneu de passeio novo, mas apenas 9 litros para recauchutá-lo; recauchutar um único pneu pesado pode significar a economia de pelo menos 40 litros de petróleo (FERRER, apud LACERDA et al., 2001). Grande parte das pesquisas com pneus para veículos comerciais diz respeito ao desenvolvimento de coberturas que podem durar mais tempo através de um número grande de recauchutagens. Um pneu bem cuidado pode ser recauchutado, pelo menos, duas vezes, com duração de 500 000 km nos Estados Unidos. No entanto, os fabricantes de pneus estão trabalhando no desenvolvimento de um cuja carcaça possa viver até um milhão de km (600 000 milhas), com a ajuda de dois ou três pneus recauchutados (FERRER, 1996). 24 Os dados da tabela 1 representam a economia relacionada ao processo de recauchutagem. Tabela 01 - Economia atribuída ao processo de recauchutagem. Economia de petróleo Pneus Economia por atribuída ao negócio de recauchutados pneu recauchutagem nos Estados (unidade) (litros) Unidos 1995 Carros de passeio 5 300 000 17 Caminhões leves 7 200 000 36 Caminhões médios e pesados 15 900 000 63 Especiais 870 000 Total 29 270 000 Fonte: Ferrer, apud Lacerda el al (2001). 140 50 Total economizado (litros) 90 000 000 259 000 000 1 000 000 000 121 000 000 1 470 000 000 Sabendo-se que um barril de petróleo contém 159 litros, o total economizado mencionado acima equivale a mais de 9,2 milhões de barris. Para terse uma idéia, a produção diária brasileira é de 1.993.763 milhões de barris; logo, esta economia significaria quase quatro dias de produção (PETROBRAS, 2010). Logicamente, a recauchutagem de pneus não significa eliminar o problema porque, naturalmente ocorrerá o desgaste, talvez até em menor tempo que um pneu novo e haverá necessidade de disposição; além disso, o número de pneus permanece o mesmo (Snyder, apud Lacerda et al., 2001). 2.4.2.2 Uso do Pneu como Combustível A utilização de combustíveis para a produção de energia é responsável pela maior parte das emissões de CO2 na atmosfera, contribuindo de forma significativa para o efeito estufa e o aquecimento global. Entretanto, a queima de pneu, é uma forma de diminuir a grande quantidade de pneu velho descartado em locais impróprios, além de ser um ótimo combustível para a indústria (GRIPPI, 2001). Existem pesquisas para a diminuição da liberação destes gases na atmosfera, uma delas é a técnica desenvolvida no Laboratório de Análises Térmicas do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Escola Politécnica da 25 Universidade de São Paulo. O método é fruto do doutorado de Jefferson Caponero, sob orientação do professor Jorge Alberto Soares Tenório, que consiste no controle da combustão da borracha, que permite minimizar a quantidade de material particulado resultante do processo. Quando o americano Charles Goodyear deixou a borracha cair no fogão e descobriu que a vulcanização deste material poderia ser transformada em pneus, não tinha noção da revolução que causaria nos transportes. Agora a proeza é inversa. O empresário Flavio Ortigão esta desenvolvendo uma pesquisa para transformar pneus velhos em etanol. De vilões os pneus podem se transformar em mocinhos na preservação do meio ambiente, como fonte alternativa (MACEDO, 2008). No ano passado o governo do Alabama, Estados Unidos, ofereceu créditos de financiamento de U$ 200 milhões para empresas privadas que desenvolvessem tecnologias ligadas à energia. No Brasil, estes pneus já são usados para fazer cimento, mas é possível gaseificá-lo, fazendo basicamente o mesmo processo de transformá-lo em gás hulha onde os pneus são primeiramente triturados, e seus pedaços são usados como ponto de partida para a destilação seca, quando é produzido o metano, pois os pneus são ótimos por conter mais calor por quilo do que o carvão (CYA, 2010). É com o gás produzido pela combustão de pneus que se inicia o trabalho do grupo liderado por Ortigão. Para ajudar no processo químico, os pesquisadores usam enzimas extremófilas, encontradas na área vulcânica da Ilha da Madeira, em Portugal. Estas enzimas, como indicam o nome, são encontradas em áreas extremas, como águas geladas, locais com salinidade muito elevada, ou áreas com temperatura acima de 74º C. As enzimas já são usadas na indústria farmacêutica, alimentícia e de cosméticos (LAGUNAPNEUS, 2008). Como o gás não é uma energia de fácil transporte. O grupo utiliza enzimas extremófilas no processo de fermentação. Como estão acostumadas com processos em alta temperatura, elas são usadas para produzir um combustível líquido. De acordo com Ortigão, o custo do combustível feito a partir do pneu seria quatro vezes mais barato do que o etanol comercializado nos Estado Unidos. Enquanto o galão de etanol custa em média U$ 4, o combustível de pneu custaria U$ 1 (MACEDO, 2008). 26 Utilizados como combustível em fornos de cimenteiras, em função do alto conteúdo energético, os pneus não deixam de emitir poluentes para atmosfera na incineração. A diferença da queima a céu aberto é a presença de controles de emissões, que reduzem, mas não eliminam o volume de poluentes (MATTOS, 2006). Os pneus podem ser queimados em fornos já projetados para otimizar a queima. Em fábricas de cimento, sua queima já é uma realidade em outros países. A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) informa que cerca de 100 milhões de carcaças de pneus são queimadas anualmente nos Estados Unidos com esta finalidade, e que o Brasil já está experimentando a mesma solução (COMPAM, 2010). É bom lembrar que, com exceção do aço e de pequena quantidade de matéria inorgânica, o restante do pneu pode ser considerado como derivado de petróleo, apresentando poder calorífico compatível. Portanto, pneus podem ser um excelente combustível; mandá-lo para um aterro pode significar estar enterrando um combustível melhor que o carvão que é retirado das minas. A tabela 02 apresenta o poder calorífico em BTU/Ib de alguns combustíveis. Tabela 2 - Poder calorífico em BTU/lb de vários combustíveis Tabela 3 - Poder calorífico de vários BTU/lb combustíveis Combustível Madeira de carvalho 8.300 Madeira de pinho 9.100 Linhita 6.000 Carvão betuminoso 11.000 – 14.000 Óleo combustível 18.000 – 19.000 Fragmentos de pneu 13.000 – 14.000 Fonte: Snyder, apud Lacerda et al (2001). kcal/kg (aprox.) 4.600 5.000 3.300 6.100 – 7800 10.000 – 10.600 7.200 – 7.800 Nos países industrializados as porcentagens de energia utilizadas são: 25 % gás, 19% carvão, 4% biomassa, 6% hídrica, 9% nuclear e 37 % petróleo (VILLANUEVA, 2003). Um pneu de caminhão significa deixar de extrair 57 litros de petróleo recursos naturais não renováveis (MAY et al.,2003). Esta quantidade de petróleo poderia ser diminuída com a utilização de pneus como energia, logo estaria diminuindo a quantidade de petróleo utilizado citado na tabela anterior. 27 A energia é essencial para que se atinjam os objetivos econômicos, sociais e ambientais inter-relacionados ao desenvolvimento sustentável. Mas para alcançar esta importante meta, os tipos de energia produzimos e as formas como utilizamos terão de mudar. Do contrário, danos ao meio ambiente ocorrerão mais rapidamente, a desigualdade aumentara e o crescimento econômico global será prejudicado (TOLMASQUIM, 2003). 2.4.2.3 Uso na Pavimentação e Recuperação de Pistas, Estradas e Cruzamentos No Brasil, todos os anos são substituídos 17 milhões de pneus de carros, que não servem mais para rodar. Com uma frota de 82 milhões de veículos, quase seis vezes maior que a brasileira, os americanos encontraram um uso para tanto pneu velho: reciclar a borracha e misturá-la ao asfalto usado para recapear estradas. Uma lei assinada no final do ano passado determina que até 1994, 5% do material usado para o recapeamento das estradas federais americanas contenha o novo ingrediente. E essa porcentagem deverá crescer nos anos seguintes (SUPERINTERESSANTE, 1992). O asfalto-borracha mostra-se como um promissor destino para os pneus velhos, parte importante dos resíduos sólidos que poluem o ambiente. Estima-se que cada quilômetro pavimentado com asfalto-borracha consuma, em média, 500 pneus (ABTC, 2006). A mistura do asfalto com a borracha não é uma tecnologia nova, têm aproximadamente 40 anos de vida. Foi desenvolvida no Arizona, Estados Unidos, por um técnico chamado Charles Mac’Dowell, que registrou sua patente depois de 10 anos de experiências, estudos e análises experimentais. O pneu é reciclado e triturado, dando origem à borracha granulada, sendo necessário haver a fusão entre os dois materiais, ou seja, dar origem a um terceiro produto, que não é nem o primeiro, nem o segundo, consistindo numa tecnologia altamente avançada, embora tenha 40 anos de idade (SILVA, 2006). Para contribuir nesse problema, o Departamento de Transportes da Escola de Engenharia de São Carlos - USP vem realizando pesquisa e estudo de 28 avaliação do processo seco de incorporação de borracha de pneus nas misturas asfálticas, nas misturas asfálticas, existem dois processos - úmido e seco - de incorporação dos pneus. No processo úmido (wet process) são adicionadas partículas finas de borracha ao cimento asfáltico, produzindo um novo tipo de ligante denominado “asfalto-borracha". Já no processo seco (dry process), partículas maiores de borracha substituem parte dos agregados pétreos. Após a adição do ligante, formam um produto denominado "concreto asfáltico modificado com adição de borracha" (BERTOLLO et al., 2010). O pneu pode ser reciclado inteiro ou picado. Quando picado, apenas a banda de rodagem é reciclada, e quando inteiro há inclusão do aro de aço. Para o pavimento de estradas, o pó gerado pela recauchutagem e os restos de pneus moídos podem ser misturados ao asfalto aumentando sua elasticidade e durabilidade (CARVALHO, 2010). A inovação está em possibilitar uma camada mais fina e baratear o custo, pois a borracha do pneu contém antioxidantes que tornam sua liga mais densa. Por essa razão, o envelhecimento do asfalto é retardado (SUPERINTERESSANTE, 1992). Em cada cruzamento ferroviário com uma pista ou estrada, há o problema de encontrar um material de pavimentação adequado para ocupar o espaço em volta da linha do trem. Este material de pavimentação deve permitir a passagem suave do veículo, mas não deve interferir na segurança da passagem das rodas do trem sobre a linha. Nos anos recentes, quantidades crescentes de peças de borracha estão sendo usadas para revestir os cruzamentos de ferrovias, satisfazendo também as necessidades de manutenção (LACERDA et al., 2001). 2.4.2.4 Usos Agropecuários, Tapetes, Revestimentos e Pisos de Proteção Outra forma para reutilizar o pneu é usá-los como tapetes de borracha, conhecidos como Agrimats, em estábulos para gados e cavalos. Tirando proveito da baixa condutividade térmica da borracha, é possível prover um leito quente 29 para os animais. Além de reutilizá-los fabricando tapetes para carros, ou ainda em playgrounds para proteção contra quedas de crianças (Lacerda et al., 2001). Os tapetes para automóveis são caracterizados por serem constituídos de borracha vulcanizada, tendo em sua parte da frente diversos frisos em alto relevo e formas diferentes que o tornam únicos, levando a tradicional bainha de acabamento que contorna todo o tapete. Essa bainha, além de arrematar o desenho, possui uma finalidade que poucas pessoas sabem: mantém toda a sujeira, ou seja, fecha todas as saídas dos frisos que compõem o conjunto de desenhos do tapete (PATENTESONLINE, 2010). Os artefatos de borracha (tapetes para automóveis, pisos industriais, pisos para quadras poli-esportivas, artigos para jardinagem, revestimento acústico), juntamente com o asfalto-borracha, soma 12% da destinação dos pneus recolhidos (GEORGINO, 2008). 2.4.2.5 Estudos de Engenharia Civil e Aplicações O pneu velho esta sendo utilizado em misturas de concreto para construções civis. A prefeitura de Campo Grande no Mato Grosso do Sul, vem substituindo a brita por pedaços de borracha nas misturas de concreto para suas calçadas. Nestas calçadas estão sendo usados 50 m3 de concreto ecológico, sua composição tem aproximadamente duas toneladas de borracha ou trezentos pneus velhos triturados em forma de brita. Este novo concreto não prejudica a construção, pelo contrário, ele ainda deixa o concreto mais flexível evitando as trincas e diminuindo impactos de colisões de automóveis, além de o material ser mais leve, pois a massa específica do concreto ecológico é de 0,34 e a massa específica do concreto convencional com Basalto é de 2.92, ou seja, o novo concreto é extremamente leve em relação ao antigo (DIAS, 2008). Esta técnica foi estudada durante dois anos, sendo comprovada a eficiência e resistência destes materiais. Em Nova Jérsei, nos Estados Unidos estão sendo substituídos 15% do concreto convencional pelo novo concreto ecológico. A composição do concreto ecológico é: 30% areia; 30 31% de brita de pedra; 5% de pedrisco; 5% de pó de pedra ou areia artificial; 15% de brita de borracha e 18% de água e cimento, incluindo aditivos químicos, para dar liga e resistência ao material. O problema do novo concreto ecológico é que ele ainda é 10% mais caro que o convencional, porém é ecologicamente ambiental, segundo os fabricantes deste concreto em Campo Grande cada metro cúbico custa 245,00 reais, sendo que o metro cúbico convencional é aproximadamente 150,00 reais. A indústria da construção civil, segundo estimativas, é responsável pelo consumo entre15 a 50% dos recursos naturais extraídos do planeta. Contudo, a utilização de resíduos como matéria prima na construção civil pode vir a reduzir a quantidade de recursos naturais retirados do meio ambiente. Isto porque os resíduos não reciclados são depositados em aterros sanitários e estes ocupam espaços cada vez mais valorizados, especialmente aqueles próximos aos grandes centros urbanos. Aterros sanitários concentram resíduos, muitos deles nocivos, e significam risco de acidentes ambientais, mesmo que tomadas todas as medidas de técnicas de segurança (FIORITI, 2010). O concreto é o material mais consumido na construção civil e nem sempre satisfaz as características exigidas no projeto. Isto justifica a busca por alternativas que possam melhorar sua eficiência. Nos últimos anos tem crescido a tendência de utilização de resíduos descartados na natureza. Dentre estes resíduos, destaca-se o pneu. Entre as alternativas para melhorar certas características do concreto, a adição de fibras tem se mostrado promissora. As fibras, naturais ou sintéticas, são empregadas principalmente para minimizar o aparecimento das fissuras originadas pela retração plástica do concreto (SILVA, 2007). Acredita-se que são necessários 600 anos para que um pneu se decomponha na natureza e utilizando agregados de borracha provenientes de pneus inservíveis e outras borrachas vulcanizadas trituradas em substituição à brita comum pode-se reduzir impactos ambientais, sendo que o produto possui desempenho técnico similar ao do concreto convencional e pode ser utilizado em pavimentações, pisos, barreiras rodoviárias, entre outras (AVAPE, 2008). 31 O uso de resíduos de borracha da recauchutagem de pneus como adição em blocos de concreto para pavimentação intertravada pode apresentar algumas vantagens, tais como: redução do grande volume de um resíduo que causa problemas de saúde e degradação ambiental; otimização do prolongamento da vida útil dos aterros sanitários; redução do consumo das fontes naturais de agregados utilizados na produção de blocos de concreto; e redução da emissão de alguns poluentes na atmosfera, já que a queima desse material libera gases tóxicos (FIORITI, 2007). 2.4.2.6 Recife Para Peixes Os recifes sempre foram considerados verdadeiros santuários para o desenvolvimento e abrigo de vida marinha, atraindo peixes, crustáceos, moluscos, algas, e mais uma infinidade de outros seres. Neste ambiente, o mergulhador pode se aproximar de corais, esponjas e anêmonas do mar, fotografar lagostas e peixes e brincar com polvos. Mas se o tal recife, ao invés de pedras e corais, for feito de nada menos que pneus. Além de criar sensacionais pontos de mergulho, recifes fabricados pelo homem podem recuperar ecossistemas, atrair novas formas de vida e impedir a pesca predatória (BERNARDES, 1998). No Brasil, são poucas as informações sobre a utilização de recifes artificiais nas pescarias. Na região nordeste, pequenos pesqueiros particulares (marambaias) são construídos por pescadores artesanais, que aglomeram material no fundo marinho. No município de Itarema (CE), as marambaias tradicionais são construídas com feixes de madeira de mangue, formando uma estrutura piramidal no fundo do mar (CONCEIÇÃO, 2007). Em 1987, a Austrália realizou uma verdadeira operação militar para a criação de um complexo recifal com cerca de 34.000 pneus. Contando com a participação de mais de 50 soldados do exército australiano, cada módulo individual foi montado com 28 pneus unidos com fitas plásticas de alta resistência de modo a formar uma pirâmide de quatro lados. Para garantir a estabilidade das estruturas, concreto foi adicionado nas suas bases. Passados 12 meses de sua instalação, os novos recifes foram responsáveis pelo aumento de 16% no número de barcos a 32 visitar a área, e cerca de 10% na economia local relacionada à prática de pesca esportiva (Yong, apud SANTOS., 2007). Sua função principal é a de proporcionar um habitat propício para espécimes aquáticas e procurar materiais alternativos de baixo custo e com boa durabilidade no meio marinho, para a construção dos recifes. Nesse aspecto, pneus velhos mostram um excelente potencial para a atividade, devido ao baixo custo de instalação e ao tempo de vida praticamente indefinido (CONCEIÇÃO, 2007). 2.4.2.7 Misturas de Borracha/Plástico para montagem Alguns dos melhores plásticos de engenharia são misturas de polímeros termoplásticos com pequenas quantidades de borracha apropriada. Nos anos 40, pentes de bolso e brinquedos para crianças eram quebradiços, o que deu má reputação aos plásticos. Misturas com adequadas quantidades de borracha eliminaram totalmente estes problemas e tornaram-se comercialmente importantes nos anos 40 como plásticos de engenharia (LACERDA et al., 2001). A maioria dos produtos químicos utilizados na fabricação de artefatos de borracha estão sujeitos a variações. Por exemplo, polímeros podem variar sua viscosidade, as cargas podem possuir níveis variáveis de contaminações, como umidade. Alguns desses produtos podem sofrer alterações em aparência, pureza ou desempenho funcional sob condições impróprias de estocagem (SILVA, 2009). Materiais adicionados como componentes auxiliares dos plásticos e/ou das borrachas; a inclusão de aditivos nas formulações ou composições de plásticos ou de borrachas visa uma ou mais aplicações específicas como, por exemplo, abaixar o custo, modificar e/ou melhorar diversas propriedades, facilitar o processamento, colorir, etc.; os principais aditivos dos plásticos e das borrachas são: fibras de reforço ou reforços fibrosos, cargas inertes, cargas reforçantes ou reforçadoras, plastificantes, lubrificantes, pigmentos, corantes, plastificantes, estabilizantes térmicos, antioxidantes, antiozonantes, absorvedores de ultravioleta, retardantes de chama, agentes de expansão, agentes antiestáticos, aromatizantes, aditivos anti-fungos, modificadores de impacto, etc (BRASKEM, 2002). 33 Está sendo aguardada uma grande explosão na produção de artigos moldados e estruturados de misturas borracha/plástico nos próximos anos. Acreditase que a maior causa pela demora é o alto custo de investimento necessário para a compra de equipamento de extrusão, prensas e moldes (LACERDA et al., 2001). A borracha em geral, contém uma estrutura com um grau elevado de retorcimento da cadeia devido suas ligações (FERRAO, 1970). Existem várias alternativas para a disposição de pneus inservíveis, isto significa geração de oportunidade para negócios bastante atrativos, geração de renda e empregos tanto para a região oeste do Paraná, quanto para outras cidades do País, pois a problemática gerada em torno dos pneumáticos velhos, esta em todo local que exista o mínimo de tecnologia. 2.4 PRINCIPAIS SOLUÇÕES ADOTADAS 2.4.1 As Principais Soluções Adotadas nos Estados Unidos Nenhum país produz mais pneus inservíveis que os Estados Unidos. Estima-se que sejam dispostos 285 milhões de pneus por ano, algo em torno de 4,7 milhões de toneladas, o que representa mais de um pneu, por habitante, por ano. Desse montante, 33 milhões de pneus são recauchutados, 22 milhões são reutilizados (revendidos) e os outros 42 milhões são destinados a diferentes aplicações. Os 188 milhões de pneus restantes são enviados para aterros ou dispostos ilegalmente (BERTOLLO et al., 2010). Riscos ambientais vinculados à presença de pneus inservíveis motivaram a criação de legislação específica em nível federal e estadual, no início de 1991, 44 estados decretaram leis para controlar a disposição dos pneus. As leis estaduais regulamentam a aquisição, armazenagem e processamento dos pneus, impõem restrições para armazenagem em aterros sanitários e oferecem incentivos para o desenvolvimento de novas alternativas de uso (JÚNIOR et al., 2000). Para ter uma idéia desta indústria, existem somente nos EUA, algo em torno de 1400 empresas de recauchutagem, que variam de muito no tocante a 34 capacidade de produção, que vai de 20 a 2600 pneus por dia. Existem ainda alguns centros especializados no processamento de segmentos específicos, como caminhões, aviação, off-road e outros (ARAÚJO, 2005). Com uma frota de 82 milhões de veículos, quase seis vezes maior que a brasileira, os americanos encontraram na reciclagem, outro uso para tanto pneu velho: misturando-o ao asfalto usado para recapear estradas, o percentual de reciclagem, gira em torno de 73%, ou 685 mil das toneladas de carcaça jogadas fora por ano. Uma lei assinada no final do ano passado determina que até 1994, 5% do material usado para o recapeamento das estradas federais americanas contenha o novo ingrediente (SUPERINTERESSANTE, 1992). Para melhor compreendermos a situação dos Estados Unidos, em relação ao destino realizado com os pneumáticos inservíveis, foi montada a seguinte tabela: A tabela 03 apresenta aplicações para pneus descartados em 1996 nos Estados Unidos. Tabela 03 - Aplicações para pneus descartados nos Estados Unidos em 1996 Tabela 3 – Aplicações para Quantidade Peso pneus descartados nos (milhões) (toneladas) Estados Unidos em 1996 Aplicação Geração de calor 101 1 087 500 Engenharia civil 13.5 145 500 Exportação 12.5 134 500 Uso direto (furado, cortado, 8.0 86 000 estampado) Borracha moída 3.4 36 500 Agricultura 2.5 27 000 Pirólise (destilação térmica) 0.5 5 500 Diversos 1.0 11 000 Recuperação (SUBTOTAL) 142.4 1 533 500 (não recauchutados) Aterros 110.6 1 191 500 Pneus descartados (TOTAL) 253.0 2 724 000 Fonte: Ferrer, apud Lacerda et al (2001). % 40.0 5.3 4.9 3.2 1.3 1.0 0.2 0.4 56.3 43.7 100.0 Portanto, como podemos observar, a maioria das ações destinadas ao pneus velhos é a geração de calor, porém ainda existem pneus descartados sem qualquer aplicação. 35 2.4.2 As Principais Soluções Adotadas na Europa A legislação européia esta cada vez mais rígida para descarte de pneus inservíveis. Juntando-se a isto, países como o Brasil estão interessados em importar esse tipo de matéria, devido às melhores condições das carcaças, pela condição de rodagem na Europa, o asfalto é de melhor qualidade, assim o pneu também. A tabela 04 apresenta a situação do resíduo de borracha em alguns países no ano de 1996. Tabela 04 - Situação do resíduo de borracha em 1996 nos seguintes países Situação do França Alemanha Itália Inglaterra Bélgic Resíduo de a Borracha em 1996 (%) Método Recauchutagem 20 17.5 22 31 20 Reciclagem 16 11.5 12 16 10 Energia 15 46.5 23 27 30 Aterro 45 4 40 23 5 Exportação 4 16 2 2.5 25 Fonte: Ferrer, apud Lacerda et al (2001). Holan da Suéci a 60 12 28 0 NA 5 12.5 64 5 7 Detentor da maior frota de veículos dos países em desenvolvimento, o Brasil é um destino em potencial para os pneus usados europeus. E pneus de automóveis só podem ser reformados uma única vez. Isso significa que os pneus reformados importados da Europa têm uma vida a menos do que o pneu novo e se transformarão em lixo no Brasil. Se o governo brasileiro for obrigado por decisão da OMC a permitir a entrada de pneus reformados, os europeus encontrarão no território brasileiro uma alternativa para os seus aterros sanitários (FUTURASOLUÇÕESAMBIENTAIS, 2008). 2.4.3 As Principais Soluções Adotadas no Japão e Coréia Tanto o Japão quanto a Coréia importam a maior parte de seu combustível; portanto, o uso de pneus descartados como combustível é considerado interessante para estes países. 37% do total de pneus descartados gerados no 36 Japão em 1992 foram usados como combustível em cimenteiras, fundições e indústrias de papel. O uso de pneus descartados inteiros em fornos de cimento é a alternativa mais popular no Japão. Contudo, tem aumentado o interesse pelo uso pneus descartados cortados como combustível devido ao alto custo de transporte dos pneus inteiros; a disposição de pneus descartados em aterros nunca foi considerada como solução para o problema de armazenamento e a população colabora no controle de aterros ilegais. Os custos de transporte dos pontos de coleta até os usuários são pagos pelo governo do Japão e da Coréia. (LACERDA et. al. 2001). No Japão, em 2002, foram produzidos 168 milhões de pneus. O volume de pneus usados teve um decréscimo em função do declínio de vendas no mercado de reposição dos pneus novos. A tendência da geração de pneus usados para os próximos anos é que exceda 100 milhões de pneus. Durante este período, ocorreu um declínio na utilização de pneus usados como combustível nos fornos de clínquer em virtude da redução de empresas privadas e a adoção da utilização de outros resíduos. Por outro lado, ocorreu um aumento de 181% nas exportações de pneus para reutilização, reforma e resíduos de borracha, em relação a 2002 (LAGARINHOS, 2009). Assim como no Japão, a Coréia também apresenta uma breve história automobilística; por isso, não tem sérios problemas de armazenamento de pneus descartados. Durante a última década, a construção civil usou a maior parte dos pneus descartados. Em 1992 aproximadamente 5 milhões de pneus descartados foram usados para o controle de erosão na Coréia, o que significa 43% do total gerado. Mais de 70% da área da Coréia é montanhosa; portanto, muitas estradas, casas e construções civis localizam-se nestas áreas ou próximo delas. Porém, espera-se que a quantidade de pneus descartados usada no controle de erosão decresça dentro de alguns anos e então outras alternativas de uso deverão surgir. Nenhuma cimenteira na Coréia utiliza pneus descartados como combustível até o momento e não ainda há legislação orientando a queima. Além disso, o uso de asfalto/borracha em estradas está ainda em estágio experimental (LACERDA et al., 2001). 37 2.4.4 As Principais Soluções Adotadas no Brasil O Brasil possui sete fabricantes de pneus (as multinacionais Bridgestone Firestone, Goodyear, Pirelli e Michelin e as nacionais Levorin, Maggion e Rinaldi) concentradas em São Paulo, Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul e na Bahia - que trabalham em níveis próximos as suas capacidades máximas de produção. Em 2003, foram fabricadas mais de 713 mil toneladas, sendo que 35% desse total foi destinado à exportação. Atualmente, 72% da produção é do tipo radial (ou seja, produtos que contêm aço) e 28% é convencional (RESOL, 2004). De acordo com informações da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), apenas cinco laminadores (destinadores de pneus inservíveis) têm cadastro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), porém mais de 20 trabalham informalmente, reciclando pneus convencionais que são transformados em produtos como solado de sapato e percinta para sofás. Segundo a ANIP, cerca de 70 mil toneladas de pneus foram destinadas à reciclagem em 2002. No Brasil já há tecnologia em escala industrial que regenera borracha por processo a frio, obtendo um produto reciclado com elasticidade e resistência semelhantes ao do material virgem. Além disso, essa técnica usa solventes capazes de separar o tecido e o aço dos pneus, permitindo seu reaproveitamento. O pó gerado na recauchutagem e os restos de pneus moídos podem ser aplicados na composição de asfalto de maior elasticidade e durabilidade, além de atuarem como elemento aerador de solos compactados e pilhas de composto orgânico. Os pneus inteiros são reutilizados em pára-choque, drenagem de gases em aterros sanitários, contenção de encostas e produtos artesanais. 57% das 260 mil toneladas de pneus inservíveis que, se estima, são descartadas por ano foram destinadas a fornos de cimento no Brasil. Nos Estados Unidos o percentual gira em torno de 73%, ou 685 mil das 940 mil toneladas de carcaças jogadas fora por ano. O Brasil produziu em 2002, 41 milhões de unidades de pneus e em 2003, 45 milhões (RESOL, 2004). As carcaças são reaproveitadas como estrutura de recifes artificiais no mar, visando o aumento da produção pesqueira. É possível recuperar energia com a queima de pneus velhos em fornos controlados - cada pneu contém a energia de 9,4 litros de petróleo. No Brasil, calcula-se que existam 500 mil pneus disponíveis para 38 utilização como combustível, proporcionando economia de 12 mil toneladas de óleo. A usina de São Mateus no Paraná incorpora no processo de extração de xisto betuminoso, pneus moídos que garantem menor viscosidade ao mineral e uma otimização do processo (LAGARINHOS, 2009). A exploração do xisto teve início em 1954, no município de Tremembé, Vale do Paraíba (SP). Três anos depois, em 1957, foram realizados os primeiros testes com o xisto da Formação Irati, extraído da jazida de São Mateus do Sul. Em 1959, a diretoria da Petrobras aprovou a construção de uma usina no município paranaense, que começou a operar em 1972. Com a entrada em operação do Módulo Industrial, em dezembro de 1991, concluiu-se a última etapa de consolidação da tecnologia Petrobras de extração do xisto (PETROBRAS, 2010). Os pneus são cortados em pedaços, misturados ao xisto e a mistura é levada a um reator cilíndrico vertical (retorta), para ser aquecida a, aproximadamente, 500ºC. Sob alta temperatura, o mineral libera matéria orgânica em forma de óleo e gás. Em seguida, o xisto e a borracha passam por resfriamento, resultando na condensação dos vapores de óleo na forma de gotículas, que então constituem o óleo pesado. Após retirado o óleo pesado, os gases de xisto passam por outro processo de limpeza para produção do óleo leve. O restante é encaminhado para outra unidade, onde são obtidos o gás combustível e o gás liquefeito (GLP), além da recuperação do enxofre. O que sobrou da mistura do pneu com o xisto é então levado para as cavas da mina e recoberto por uma camada de argila e solo vegetal, permitindo a recuperação do meio ambiente. O arame de aço é reciclado para a indústria siderúrgica (ANDRIETTA, 2008). O Brasil se encontra em 2º lugar no ranking mundial de recauchutagem de pneus. Um pneu de avião a jato pode ser recauchutado até 30 vezes. A reciclagem e reaproveitamento dos pneus no Brasil correspondem a cerca de 30 mil toneladas (CEMPRE, 1999). Os remoldadores (que reformam pneus velhos) também dizem ter recolhido em 2002 quase 3,8 milhões de carcaças, que foram prioritariamente enviadas para a Usina de produção de gás da Petrobrás no Paraná (RESOL, 2004). 39 2.4.5 Legislação No Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), aprovou em 26 de agosto de 1999 a Resolução nº 258 que regulamenta a exigência por parte do Governo Brasileiro às indústrias fabricantes e importadoras de pneus no Brasil que deverão coletar e dar destinação final ambientalmente adequada aos pneus usados inservíveis (ARAÚJO et al., 2005). A Resolução considera como pneu ou pneumático inservível: "...aquele que não mais se presta a processo de reforma que permita condição de rodagem adicional...". e estabelece uma proporção de coleta relativa às quantidades fabricadas e(ou) importadas. Atualmente para cada quatro pneus novos fabricados no País ou pneus novos importados, inclusive aqueles que acompanham os veículos importados, as empresas fabricantes e as importadoras deverão dar destinação final a cinco pneus inservíveis, e para cada três pneus reformados importados, de qualquer tipo, as empresas importadoras deverão dar destinação final a quatro pneus inservíveis (ECOBALBO, 2010). A tabela 5 apresenta as obrigações dos fabricantes e importadores de pneus no Brasil. Tabela 05 - Obrigações dos fabricantes e importadores de pneus no Brasil: Ano Obrigações dos fabricantes e importadores 2002 Para cada 4 pneus novos fabricados no país ou importados, as empresas fabricantes deverão dar destinação final a 1 pneu. 2003 Para cada 2 pneus novos, os fabricantes e os importadores deverão dar destinação final a 1 pneu. 2004 Para cada pneu novo, os fabricantes deverão dar destinação final a 1 pneu inservível; e - Para cada 4 pneus reformados importados, empresas importadoras deverão dar destinação final a 5 pneus. A partir de 2005 Para cada 4 pneus, os fabricantes deverão dar destinação final a 5 pneus; - Para cada 3 pneus importados deverão dar destinação final a 4. Fonte: ARAÚJO et al., (2005). 40 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO A região oeste do Paraná é composta por 50 municípios agrupados em três microregiões, que tem como cidades pólo: Foz do Iguaçu, Cascavel e Toledo, como se pode observar na seguinte figura: Figura 02 : Microregiões do Oeste Paranaense Fonte: Portal do paraná A seguir podemos observar os municípios agrupados na região de: Foz do Iguaçu: Céu Azul, Foz do Iguaçu, Itaipulândia, Matelândia, Medianeira, Missal, Ramilândia, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Serranópolis do Iguaçu, Vera Cruz do Oeste; Cascavel: Rio do Salto, Juvinópolis, São João do Oeste, Sede Alvorada, São Salvador, Distrito Sete, Espigão Azul; e Toledo: Assis Chateaubriand, Diamante d'Oeste, Entre Rios do Oeste, Formosa do Oeste, Guaíra, Iracema do Oeste, Jesuítas, Marechal 41 Cândido Rondon, Maripá, Mercedes, Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste, Palotina, Pato Bragado, Quatro Pontes, Santa Helena, São José das Palmeiras, São Pedro do Iguaçu, Terra Roxa, Toledo, Tupãssi. Suas altitudes variam em torno de 200 metros para Foz do Iguaçu, 785 metros Cascavel e 550 metros para Toledo, com uma área e população estimadas de 618 km² e 325.137 habitantes, 2.100,11 km² e 296.254 habitantes e 1.197 km² e 116.774 habitantes respectivamente. 3.2 METODOLOGIA DA PESQUISA O presente estudo, que teve por finalidade propor uma possível solução para o problema do descarte de pneus inservíveis foi desenvolvido com base nas legislações vigentes, em estudos bibliográficos, e em informações coletadas em visitas e correspondências trocadas com empresas do setor já instaladas como a empresa Brasivet Ambiental Ltda., localizada em na cidade de Botucatu – SP. Esta empresa realiza a reciclagem de pneus. Lá os pneus são triturados e separados do aço e também é feita a granulação da borracha e separação dos tecidos. Após o processo de separação as partes granuladas ou em pó, bem como o metal são vendidos para fins específicos. 3.3 CONDIÇÕES PARA VIABILIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO A viabilização da proposta está diretamente ligada ao volume de veículos circulando em uma região no entorno do empreendimento, pois esta variável determinará a quantidade de matéria prima a ser disponibilizada bem como a intensidade de um possível problema ambiental que se propõe a atacar. De acordo com o DENATRAN, o numero de veículos circulando nos agrupamentos das cidades de Foz do Iguaçu, Cascavel e Toledo são descritos na tabela 5. Para tanto, levou-se em consideração a soma de toda a frota existente nos municípios citados no item 42 3.1, os quais foram agrupados entre as regiões de Foz do Iguaçu, Toledo e Cascavel. Tabela 06: Frota automobilística no Oeste Paranaense Agrupamentos Foz do Iguaçu Veículos em 2009 158.293 Cascavel 167.341 Toledo 140.366 Fonte: Ministério das Cidades, Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN, Sistema Nacional de Registro de Veículos/RENAEST – Registro de estatística e acidentes de trânsito (2010). Como podemos observar, a frota de veículos circulando durante o ano de 2009 é de aproximadamente 467 mil veículos, o que multiplicado por quatro, que é o número de pneus, resulta em um milhão e oitocentos e sessenta e oito mil pneus (1.868.000) em uso. Há que se ressaltar que a vida útil de um pneu é um parâmetro bastante variável, visto que depende de uma serie de fatores, como por exemplo: a freqüência de uso, o tipo de pavimento, o estilo de direção do condutor, o tipo de composto usado, etc. É importante ainda salientar a necessidade da manutenção periódica do veículo, analisando alinhamento de direção, balanceamento de rodas, folgas na suspensão, etc. de modo a garantir a maior durabilidade dos pneus. Colocadas estas ressalvas, pode-se ter uma estimativa da quantidade de pneus descartados anualmente na região considerando que um pneu dure em média 45.000 Km e que um veiculo circule em torno de 15.000 Km anuais. Este raciocínio nos leva a uma vida útil aproximada de 03 (três) anos, o que implica em um potencial de descarte de um milhão e oitocentos e sessenta e oito mil pneus neste período ou aproximadamente seiscentos mil pneus por ano somente na região Oeste do Paraná (Foz do Iguaçu, Toledo e Cascavel). Este volume de material claramente resultara em um passivo ambiental anual acumulativo de grandes proporções, que justificam o investimentos de recursos públicos (senão diretamente, na forma de incentivos fiscais) em um empreendimento que elimine ou ao menos atenue este problema. Para escolhermos qual-(is) alternativa-(s) mais viável-(is) para reutilização de pneus inservíveis na região oeste foram pesquisados quais os principais tipos de 43 empresas instaladas na região, as quais poderiam utilizar os pneus reciclados como insumos em suas atividades, que são as seguintes: GRUPO A – Empresas do ramo alimentício, como: Abatedouros, Cerealistas, Cervejarias e outras empresas urbanas. GRUPO B – Ramo de serviços: Hospitais, hotéis / Motéis, Lavanderias, parque temáticos. GRUPO C – Indústria de transformação: Celulose, cimento, cerâmica, metalúrgica e tapeçarias. GRUPO D – Construção civil: Abrangem os ramos da atividade civil em geral. Pode-se entender como sendo duas as principais aplicações dos pneus reprocessados: a geração de calor e a posterior transformação em energia elétrica, pneumática e etc., ou servindo como matéria-prima em processos, substituindo um recurso natural renovável ou não. 3.3.1 Utilização de Pneus Reprocessados como Combustível na Geração de Energia Para as empresas do grupo A, as aplicações mais indicadas do pneu seriam na geração de energia e calor. A demanda de energia térmica desses segmentos é relativamente alta, pois são grandes consumidoras de derivados de petróleo e eletricidade que tradicionalmente é utilizada na secagem, refino, cocção, torrefação, pasteurização, destilação e lavagem. Ainda, na fabricação de bebidas, o uso de pneus reprocessados é indicado como matéria prima para geração de calor que será utilizado em processos como: fervura ou pasteurização da cerveja, destilação e lavagem de garrafas, e como combustível de plantas de co-geração. 44 O pneu poderia ser utilizado em alguns dos principais equipamentos deste segmento: fornos, caldeiras, estufas, secadores, autoclaves e sistemas de refrigeração. Para empresas do grupo B, serviriam para aquecimento dos cômodos dos hotéis, motéis e parques temáticos, já para hospitais e lavanderias, seriam úteis na geração de energia para aquecimento das caldeiras. Para o grupo C, o pneu poderia ser utilizado nos principais equipamentos da indústria cerâmica, tais como: secadores de argila, atomizadores, secadores de biscoito (piso já prensado) e fornos. Na indústria de papel, o gás natural está presente na proporção de 90% na geração de vapor e 10% em outros processos, como secagem e acabamento. O gás natural também pode ser usado para cogeração, devido às elevadas necessidades de energia térmica e elétrica deste setor que poderiam ser substituídas pelo uso da energia gerada através do reuso dos pneus. Para o grupo D, o pneu além de servir como fonte de energia para a produção do cimento, também pode ser misturado no asfalto ou no cimento das construções civis, como citado anteriormente. 3.3.2 Utilização de Pneus Reprocessados como Matéria-Prima No Brasil, há muito tempo as empresas procuram soluções que forneçam economia de energia, entretanto, além da economia de recursos naturais, o pneu fornece melhorias na matéria prima de diversas áreas, como é o caso da tecnologia em escala industrial que regenera borracha por processo a frio, obtendo um produto reciclado com elasticidade e resistência semelhantes ao do material virgem. Essa técnica usa solventes capazes de separar o tecido e o aço dos pneus, permitindo seu reaproveitamento. O pó gerado na recauchutagem e os restos de pneus moídos podem ser aplicados na composição de asfalto de maior elasticidade e durabilidade, além de atuarem como elemento aerador de solos compactados e pilhas de composto orgânico. Os pneus inteiros são reutilizados em pára-choque, drenagem 45 de gases em aterros sanitários, contenção de encostas e produtos artesanais. Os pneus inservíveis inteiros podem ser destinados a fornos de cimento. Além disso, usinas de extração de xisto betuminoso, estão utilizando pneus moídos que garantem menor viscosidade ao mineral e uma otimização do processo.Os pneus são cortados em pedaços, misturados ao xisto e a mistura é levada a um reator cilíndrico vertical (retorta), para ser aquecida a, aproximadamente, 500ºC. Sob alta temperatura, o mineral libera matéria orgânica em forma de óleo e gás. Em seguida, o xisto e a borracha passam por resfriamento, resultando na condensação dos vapores de óleo na forma de gotículas, que então constituem o óleo pesado. Após retirado o óleo pesado, os gases de xisto passam por outro processo de limpeza para produção do óleo leve. O restante é encaminhado para outra unidade, onde são obtidos o gás combustível e o gás liquefeito (GLP), além da recuperação do enxofre. O que sobrou da mistura do pneu com o xisto é então levado para as cavas da mina e recoberto por uma camada de argila e solo vegetal, permitindo a recuperação do meio ambiente. O arame de aço é reciclado para a indústria siderúrgica. 3.3.3 Ganhos Advindos da Utilização de Pneus Inservíveis A utilização de pneus inservíveis, além de garantirem proteção ao meio ambiente, uma vez que diminuem a sua disposição inadequada e a sua queima a céu aberto, ainda garantem melhorias das matérias-primas originais, como citado anteriormente. Outro aspecto relevante é a economia dos recursos naturais, principalmente o petróleo, uma vez que cada pneu contém a energia de 9,4 litros de petróleo. Considerando que existe uma quantidade de 500 mil pneus inservíveis gerados por ano no Brasil, isso equivaleria a uma economia de doze milhões de toneladas de óleo, o que é bastante significativo nos dias atuais, onde há tantos debates no que diz respeito à “energia limpa”. Para se ter idéia, o pneu contém mais calor por quilo do que o carvão. Utilizando-se isso apenas na indústria cimenteira, já resultaria em uma economia enorme desse recurso natural. 46 Quanto aos ganhos sociais é válido lembrar que novas formas de energia correspondem a novos empregos, uma vez que existe a necessidade de operações novas para os processamentos. Com isso, não só o meio ambiente, mas toda a sociedade ganha. 3.4 COMENTÁRIOS A RESPEITO DE UM EMPREENDIMENTO EM OPERAÇÃO A empresa Brasivet Ambiental LDTA funciona realizando o processo de reciclagem dos pneus de autos e caminhões. O sub-produto reciclado gerado é fornecido a diversos ramos, ou seja, para cada necessidade, há uma forma em que se compra o produto, que podem ser os fios de aço para indústria siderúrgica, a borracha granulada para geração de calor ou o pó usado como liga asfáltica. O processo se resume nas seguintes fases: Fase 1 recebimento: Na fase de recebimento, o operador deverá verificar se no interno dos mesmos não há presença de corpos ferrosos, pedras e outros tipo de resíduos que possam comprometer seja o bom funcionamento dos equipamentos como a qualidade da borracha em saída da linha. 47 Fase 2 destalonamento dos pneus de caminhões (os pneus de auto não necessitam): O pneu de caminhão vem conduzido no equipamento propriamente fabricado para a extração do talão em aço na parte lateral dos mesmos, como mostra a figura 3. Esta operação preserva a durabilidade do corte das facas e a venda direta do talão de aço. Figura 03: Destalonamento do pneu Fonte: Brasivet Ambiental Ltda, 2010 48 Fase 3 Trituração dos Pneus: Os pneus de auto e os pneus de caminhão destalonados, são carregados manualmente na esteira transportadora de carga do triturador, como mostra a figura 4 e caem por gravidade no triturador os pneus são triturados em pedaços uniformes de dimensão de 70 x 70 mm. O material triturado cai na esteira transportadora de extração. A mesma leva o material ao macinatore que, efetuando a moagem, desagrega a borracha da malha de aço presente nos pneus. Figura 04: Trituração dos pneus Fonte: Brasivet Ambiental Ltda, 2010 49 Fase 4 separação do aço: Após a trituração e moagem, o aço é totalmente separado e pode ser extraído mediante um sistema tipo Overbelt (extrator eletromagnético à esteira), como pode ser observado na figura 5. Para garantir a total separação e extração do aço, é utilizado também um tambor magnético. Figura 05: Separação do aço Fonte: Brasivet Ambiental Ltda, 2010 50 Fase 5 Granulação e Separação do Tecido: Após a extração do aço, o material é conduzido ao granulador que está em evidência na figura 6. Este efetua a diminuição do tamanho do material e a separação do tecido presente nos pneus. Através de uma calha vibratória especial o tecido é separado da borracha e com um sistema de aspiração é extraído e enviado ao grupo de filtro e ciclonete para ser embalado em big-bags. Figura 06: Granulação e separação do tecido Fonte: Brasivet Ambiental Ltda, 2010 51 Fase 6 Granulação Final e Classificação dos Produtos: Após a extração do tecido, o granulado de borracha é conduzido a um segundo sistema de granulação especial para ser transformado em pó. Após essa ultima moagem, o produto passa por peneiras vibratórias especiais sendo classificado pro tamanhos e dimensões específicas. granulação final da borracha. Figura 07: Granulação final Fonte: Brasivet Ambiental Ltda, 2010 A figura 7 apresenta a 52 Fase 7 Embalação do produto: O granulado e o pó de borracha classificado por tamanhos será embalado em big-bags ou em sacos de ráfia de 25kg, dependendo das exigências do cliente. A Figura 07 apresenta a forma de embalar o granulado e o pó de borracha. Figura 08: Embalagem da borracha Fonte: Brasivet Ambiental Ltda, 2010 3.4.1 Produção A entrada média efetiva é de 1500 kg.h -1. Deste total, 50% é composto por pneus de caminhões e a outra metade composta por de automóveis. A matériaprima, depois de passar por todos os processos torna-se 25% (aproximadamente 375kg.h-1 ) em aço, resultante da separação da linha e talão. 20% torna-se borracha granulada de tamanhos entre 2,5 a 3,5 mm, que em massa equivale a aproximadamente 300 kg.h-1. Outros 20% (equivalendo à mesma quantidade anterior de massa citada) são granulados de tamanhos variantes entre 0,68 a 2,5 mm. Além destas quantidades e fins, 30% da matéria-prima (equivalendo 450 -1 kg.h ) transforma-se em um material particulado fino, variando de tamanho entre 0 e 68 mm. Os valores indicados dos produtos em saídas podem variar em função da tipologia dos pneus em entrada na linha. 53 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Analisando os dados deste trabalho, pode-se observar que é muito grande a quantidade de pneus fabricados na região oeste do Paraná, portanto é necessário reciclá-los, evitando que pneus velhos sejam mal acondicionados causando impactos ambientais e danos à saúde, como tornou Lei a resolução n. 258 do CONAMA, que delibera a respeito da coleta e destinação final dos pneus descartados considerados inservíveis, ou seja, aqueles pneus sem possibilidade de reaproveitamento por meio de recapagem, recauchutagem e remoldagem. De acordo com as características da região, e das indústrias existentes é possível reciclar o pneu para sua reutilização na forma de energia. De acordo com Resol (2004), 57% das 260 mil toneladas de pneus inservíveis que se estima serem descartados no Brasil, foram destinadas a fornos de cimento. Segundo Lagarinhos et. al. (2009) é possível recuperar energia com a queima de pneus velhos em fornos controlados, pois cada pneu contém a energia de 9,4 litros de petróleo. Quanto ao ramo de construção civil e empresas que trabalham com pavimentação urbana, o presente estudo mostrou-se satisfatório, pois segundo Carvalho (2010), o pneu reciclado gera material granulado que podem ser adicionados ao asfalto, aumentando sua durabilidade e elasticidade. Este mesmo material granulado adicionado ao concreto, não prejudica a construção, pois Dias et. al. afirma que essa mistura deixa o concreto mais flexível, evitando as trincas e diminuindo impactos de colisões de automóveis, além de o material ser mais leve, pois a massa específica do concreto ecológico é de 0,34 e a massa específica do concreto convencional com Basalto é de 2.92, ou seja, o novo concreto é extremamente leve em relação ao antigo. Porém, para a sua completa sua utilização é interessante, como sugere Andrietta (2008), que as indústrias que utilizam os pneus como fonte de calor e energia usem métodos bastante modernos a fim de impedir os mais diversos tipos de emissões em função da grande variedade e do teor de aditivos usados nessa classe de polímeros. A aditivação de pneus é bastante variada e os gases oriundos da queima desse artefato produzem espécies de alto grau de toxicidade. As dioxinas, os furanos e os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos são as classes que requerem cuidados especiais, devido aos sérios danos à saúde humana e ao meio 54 ambiente por eles provocados. Em outras palavras, a queima do pneu e consequentemente seu resíduo gasoso pode representar riscos de mortalidade prematura, deterioração das funções pulmonares, problemas do coração e depressão do sistema nervoso e central. 55 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Na região oeste do Paraná exitem vários locais onde o pneu é reformado, ou recauchutado, porém como citado anteriormente o objetivo do trabalho não é dar este tipo de destinação aos pneus velhos, sendo assim a quantidade de empresas que reciclam pneus na região é reduzida, pois foi possível verificar isto através dos dados obtidos a respeito de empresas de reciclagem de pneu. Apegando-se a isto e aos dados sobre as quantidades de pneus fabricados na região podemos concluir que além de haver grande quantidade de pneus na regiao, há mercado para sua venda após reciclados. Seguindo este reciocínio, conclui-se que existam inúmeros motivos para sua reciclagem e reutilização, já que além de reduzir danos à natureza, estaremos diminuindo problemas de saúde da população, gerando renda e empregos através de uma empresa recicladora de pneus inservíveis. 56 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABTC. Associação Brasileira dos Transportes de Carga. Asfalto Ecológico é a Solução Para Pneus Velhos. Brasília 2006. Disponível em: <http://www.setorreciclagem.com.br/modules.php?name=News&file=print&sid=435>. Acesso em: 11/05/2010. ANDRADE, H, S. Pneus Inservíveis: Alternativas Possíveis de Reutilização, Florianópolis, 2007. Disponível em: <http://www.portalcse.ufsc.br/gecon/coord_mono/2007.1/Hered.pdf>. Acesso em 04/05/2010. ANDRIETTA, A, J. 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N. 1 Destalonador p/ pneus de caminhão Esteira de carga do triturador Triturador de DOIS eixos 1300/200 CV SISTEMA DE CLASSIFICACAO DO TRITURADO Macinatore modelo 1800/250 CV Refrigerador para moedor e granulador Esteira de descarga Macinatore Calha vibratória inox Deferrizador ( overbelt ) Estrutura de apoio calha e overbelt Esteiras de extração do aco Tambor magnético rosca sem fim carga dens a degr. CANAL VIB. SEP. TECIDO Rosca sem fim de carga Granulador Granulador 1200/200 CV Extração com sistema de transporte pneumático Rosca sem fim de descarga transporte pneumático tambor magnético simples Canal vibratório separação tecido Separador densimétrico do tecido Rosca sem fim de descarga densimétrico Peneira de classificação granulado Rosca sem fim para carga dos bags ( granulado ) Granulador 1200/200 CV Extração com sistema de transporte pneumático Rosca sem fim de descarga transporte pneumático Peneira de classificação do Pó Rosca sem fim para carga dos bags ( granulado ) Sistema de aspiração e filtro de mangas separação tecido Tubos e conexões para linha aspiração Painel elétrico de comando 64 1.1 Descrição Técnica dos Componentes 1. DESTALONADOR DE PNEUS DE CAMINHAO Comprimento: 5575 mm Largura : 1500 mm Peso: 2500 kg Diâmetro máximo do talão: 18 a 22” Tensão do motor: especificada pelo cliente Potência do motor: 15 kW Comando do cilindro: hidráulico Velocidade linear cilindro: 4 m/min em recuo Diâmetro do cilindro: 200 mm Diâmetro da haste: 70 mm Curso máximo do cilindro: 1800 mm Ciclo de trabalho: 20 a 25 pneus/ hora 2. ESTEIRA DE CARGA DO TRITURADOR Comprimento entre centros: 10.000 mm Largura útil: 1300 mm Altura inicial: 700 mm Velocidade variável: 10 a 25 m/min Ângulo de inclinação: 25° Moto redutor: 3 CV 3. TRITURADOR DE 2 EIXOS 1300/200 CV Comprimento Largura Altura Peso Numero de eixos Numero de FACAS Numero de CONTRA FACAS Numero de CONTRA FACAS Velocidade dos eixos mm. 4.300 mm. 2.100 mm. 3.400 Kg. 11.000 aprox. 2 30 espessura 50 mm a 7-1 bicos 30 espessura 50 mm 30 espessura 50 mm 14 / 12 rpm respectivamente Construído em chapa soldada e parafusada na câmera de trabalho Dimensões – 2000 x 1500 x 1100 mm Motor elétrico Potencia – 2 x 75 kW Redutor planetário forma Coaxial 65 4. SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO Composição do sistema: N. 1 N. 1 N. 1 N. 1 N. 1 Esteira de descarga do triturador Classificador a discos Esteira de descarga do Classificador (material triturado pronto) Esteira de descarga do Classificador (material a ser triturado novamente) Esteira de retorno ao triturador Esteira de descarga do triturador Comprimento entre centros Largura útil Velocidade variável Ângulo de inclinação Moto redutor 8500 mm 1500 mm 10 a 25 m/min 25° 5 HP Classificador a discos O classificador é composto de uma esteira a disco movido por sistema de correntes que transmitem o moto a cada eixo com disco.O material com tamanho inferior de aproximadamente 3” é separado por gravidade e cai em uma esteira transportadora instalada em baixo do mesmo.O material maior de 3” é conduzido ate o fim do classificador e cai no sistema de esteira de retorno ao triturador . Comprimento: Largura útil: Motor: 4000 mm 1500 mm 2x7,5 HP Esteira de descarga do Classificador (material triturado pronto) Comprimento entre centros: 8000 mm Largura útil: 1500 mm Velocidade variável: 10 a 25 m/min Ângulo de inclinação: 25° Moto redutor: 5 HP Esteira de descarga do Classificador (material a ser triturado novamente) Comprimento entre centros: 5000 mm Largura útil: 1200 mm Velocidade variável: 10 a 30 m/min Ângulo de inclinação: plana Moto redutor: 5 HP 66 Esteira de retorno ao triturador Comprimento entre centros: 15000 mm Largura útil: 1200 mm Velocidade variável: 10 a 30 m/min Ângulo de inclinação: 30° Moto redutor: 5 HP 5. MACINATORE TPA 1800/250 CV Dimensões da máquina: 3000 X 2000 X 4500 mm Peso da máquina: 14000 kg Rotação: 70 a 90 rpm Peneira: 20 mm Potência : 300 CV Abertura hidráulica para manutenção da peneira Sistema de reversão por sobre carga Funil de carga com dimensões: 2000 x 1200 x 1000 mm Comprimento boca de carga: 2000 mm Diâmetro rotor: 700 mm Facas rotativas: 120 Facas fixas: 6 Central hidráulica para abertura peneira e movimento pressor: potencia do motor 15 CV 6. REFRIGERADOR PARA MOEDOR E GRANULADOR Refrigeração continua em circuito fechado Temperatura de entrada água 30 graus Temperatura de saída água ate 5 graus 2 Compressores de 15 CV 7. ESTEIRA DE DESCARGA MOEDOR Comprimento entre centros: Largura útil: Altura inicial: Velocidade: Ângulo de inclinação: Moto redutor: Parte plana 2500 mm + inclinada 5000 mm 700 mm 700 mm 35 m/min 25° 3 CV 8. CALHA VIBRATORIA PONTA INOX Comprimento Largura Motores 2,5 m 0,8 m 2 x 1,5 CV 67 9. DEFERRIZADOR ( OVERBELT ) Estrutura em tubos eletro-soldado Comprimento Largura útil Moto redutor Potência imã 1800 mm 600 mm 2 CV 6500 graus 10. ESTRUTURA DE APOIO CALHA E OVERBELT Estrutura em vigas eletro soldadas e parafusadas com passarela de inspeção 11. ESTEIRA DE EXTRAÇÃO DO AÇO Comprimento entre centros Largura útil Velocidade sentido único Moto redutor 6000 mm 800 mm 30 m/min 2 CV 12. TAMBOR MAGNETICO Diâmetro tambor Largura útil Moto redutor 300 mm 800 mm 2 CV 13. ROSCA SEM FIM DE CARGA SEPARADOR Diâmetro do fuso Comprimento Potência moto redutor 250 mm 6500 mm 3 CV 14. CANAL VIBRATORIO SEPARAÇÃO DO TECIDO Comprimento útil 4000 mm Largura útil 1000 mm Motores 2 X 2 CV Passarelas de inspeção lateral 15. ROSCA SEM FIM DE CARGA GRANULADOR Diâmetro do fuso Comprimento Potência moto redutor 250 mm 6500 mm 3 CV 16. GRANULADOR 1200/200 CV Dimensões do bocal de alimentação Facas rotativas Facas fixas 1200 x 800 mm. 15 4 68 Diâmetro do rotor Comprimento do rotor (útil) Peneira furo Motor Refrigeração na caixa de moagem 600 mm. 1200 mm. 6 mm 200 CV 17. EXTRAÇÃO PNEUMATICA Ventilador com motor de potência 20 CV Ciclone diâmetro 1,5 m Válvula estrela com diâmetro de passagem 250 mm Motor da válvula estrela 1 CV 18. ROSCA SEM FIM DE DESCARGA TRANSPORTE PNEUMATICO Diâmetro fuso Comprimento Potência moto redutor 250 mm 6000 mm 3 CV 19. TAMBOR MAGNETICO Diâmetro tambor Largura útil Moto redutor 300 mm 600 mm 2 CV 20. CANAL VIBRATORIO SEPARAÇÃO DO TECIDO Comprimento útil Largura útil Motores Passarelas de inspeção lateral 4000 mm 1000 mm 2 X 2 CV 21. SEPARADOR DENSIMETRICO DO TECIDO Estrutura em chapa de aço eletro-soldada Comprimento útil 3000 mm Largura útil 1000 mm Motores 2 X 1,5 CV Turbinas de insuflo ar 4 ( potencia motor 1 CV ) Suporte com anti-vibrantes 22. ROSCA SEM FIM DE DESCARGA DENSIMETRICO Diâmetro do fuso Comprimento Potência moto redutor 250 mm 4000 mm 3 CV 69 23. PENEIRA DE CLASSIFICAÇÃO DO GRANULADO Comprimento útil 4000 mm Largura útil 1000 mm Motores 2 X 2 CV 2 Deks para classificação do granulado de 0 a 2 mm e de 2 a 4 mm Passarelas de inspeção lateral 24. ROSCA SEM FIM PARA CARGA dos begs Diâmetro fuso Comprimento Potência moto redutor 200 mm 4000 mm 2 CV 25. GRANULADOR DE REFINO 1200/200 CV Dimensões do bocal de alimentação Facas rotativas Facas fixas Diâmetro do rotor Comprimento do rotor (útil) Peneira furo Motor Refrigeração na caixa de moagem 1200 x 800 mm. 15 4 600 mm. 1200 mm. 3 mm 200 CV 26. EXTRAÇÃO PNEUMATICA Ventilador com motor de potência Ciclone diâmetro Válvula estrela com diâmetro de passagem Motor da válvula estrela 20 CV 1,5 m 250 mm 1 CV 27. ROSCA SEM FIM DE DESCARGA TRANSPORTE PNEUMATICO Diâmetro fuso Comprimento Potência moto redutor 200 mm 6000 mm 3 CV 28. PENEIRA DE CLASSIFICAÇÃO DO PO Comprimento útil 4000 mm Largura útil 1000 mm Motores 2 X 2 CV 2 Deks para classificação do granulado de 0 a 2 mm e maior de 2 mm Passarelas de inspeção lateral 29. ROSCA SEM FIM PARA CARGA DOS BEGS OU SACOS Diâmetro fuso 200 mm 70 Comprimento Potência moto redutor 4000 mm 3 CV 30. SISTEMA DE ASPIRAÇÃO E FILTRO A MANGAS Filtro de mangas com 240 mangas anti-estática Sistema de limpeza automatico das mangas Válvula estrela diâmetro de passagem de 250 mm com motor de 1 CV Ventilador com motor de 75 CV Capacidade 50.000 m3/h 31. TUBOS E CONEXOES PARA LINHA DE ASPIRAÇÃO Tubos de diâmetro variável de 100 mm a 600 mm Tubos flexíveis para conexão nos equipamentos 32. PAINEL ELETRICO DE COMANDO O painel elétrico de comando é projetado para acionar todos os motores da linha DE GRANULAÇÃO em modo seqüencial, com todas as seguranças e controle de funcionamento dos mesmos. São previstos todos os controles de falta de fase e sobre carga por amperagem dos motores. PLC de comando com possibilidade de alteração nos tempos de partida e parada seqüencial de cada equipamento. Liga e desliga em modo manual para cada motor 2 - FUNCIONÁRIOS OPERACIONAIS E ADMINISTRATIVOS 2.1 Funcionários operativos Para cada turno: N. 1 líder operacional N. 1 mecânico/elétrico de manutenção N. 2 funcionários para descarga e movimentação dos pneus N. 1 funcionário para movimentação dos pneus de caminhão e destalonamento N. 2 funcionários para carga da linha N. 1 funcionário para embalagem do tecido N. 1 empilhaderista N. 1 funcionário para limpeza da fabrica e serviços gerais Total funcionários operativo por turno: 10 funcionários x 2 turnos dia = 20 funcionários 2.2 - Funcionários administrativos N. 1 Gerente geral N. 1 responsável da produção N. 1 secretaria N. 2 administrativo para serviços gerais 71 N. 1 funcionário para limpeza escritório Total funcionários administrativos: 6 funcionários dia 3 - INSTALAÇÃO Para as instalações da usina são necessários: N. 1 Cobertura para recebimento dos pneus galpão aberto 20 x 30 m = 500 m2 N. 1 Galpão para instalação da linha galpão fechado 30 x 60 m = 1800 m2 N. 1 Cobertura para estoque do produto final galpão aberto 20 x 30 m = 500 m2 Área externa mínima: 5.000 m2 Energia necessária instalada para os equipamentos e iluminação dos galpões: 600 KW 4 - EQUIPAMENTOS COMPLEMENTARES São necessários: N. 1 Balança rodoviária de 40 tons N. 1 Retro escavadeira N. 1 Empilhadeira 3 tons N. 1 balança para pesagem dos begs 1 ton 5 - CONDIÇÕES ECONÔMICAS E COMERCIAIS 5.1 Preços dos componentes ITEM QTA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 DESCRICAO PRECO R$ DESTALONADOR Esteira de carga TRITURADOR TRITURADOR 2 eixos - 1300/200 HP SISTEMA DE CLASSIFICACAO COM ESTEIRAS Macinatore modelo 1800/250 CV REFRIGERADOR Esteira desc MACINATORE CALHA VIBRATORIA PONTA INOX OVERBELT Estrutura de apoio calha e overbelt ESTEIRA DE EXTRACAO DO FERRO SEPARADOR A TAMBOR Rosca de carga DENSIMETRICO A DEGRAL CANAL VIB. SEP. TECIDO ROSCA DE CARGA GRANULADOR GRANULADOR 1200 - 200 cv EXTRACAO PNEUMATICA - 7000 MC 114.400,00 70.400,00 431.200,00 255.200,00 563.200,00 61.600,00 61.600,00 63.840,00 65.120,00 35.200,00 40.480,00 65.120,00 40.480,00 66.880,00 40.480,00 228.800,00 61.600,00 72 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 4 1 1 1 Rosca desc extrator SEPARADOR A TAMBOR sem caixa CANAL VIB. SEP. TECIDO CLASSIFICADOR DENSIME Roscas descarga DENS PENEIRA VIBRAT CLASS Roscas descarga PENEIRA CL GRANULADOR 1200 - 200 cv EXTRACAO PNEUMATICA - 7000 MC Rosca desc extrator PENEIRA VIBRAT CLASS Roscas descarga PENEIRA CL ASPIRACAO GERAL - 50000 MC Tubos e conexoes flexíveis PAINEL ELETRICO 33 1 34 35 1 1 MATERIAL PARA INSTALACAO, CHUMBADORES ETC CALHAS E PROTECOES LONA PARA VEDACAO, E FIXACAO 36 1 40.480,00 32.560,00 69.800,00 44.000,00 40.480,00 114.900,00 40.480,00 228.800,00 61.600,00 40.480,00 82.080,00 105.600,00 352.000,00 26.400,00 119.540,00 26.370,00 21.510,00 17.320,00 ASSISTENCIA A INSTALACAO, DEFINICAO PREOGETO GLOBAL, E INSTALACOES GERAIS PREÇO DA LINHA COMPLETA 3.780.000,00 Condições de pagamento: expedição : Impostos: Transporte: Prazo de entrega: Fabricação componentes: 50.000,00 R$ 40% na confirmação do pedido 20% a 30 dias da confirmação do pedido 10% a 60 dias da confirmação do pedido 10% a 90 dias da confirmação do pedido 15% com aviso de mercadoria pronta para 5% a 30 dias da data de entrega da usina ICMS 12% incluso no preço - IPI isento Transporte e seguro de todos os componentes por conta do cliente de 120 a 150 dias a contar a data do pedido Instalação mecânica e elétrica: de 30 a 45 dias Testes de funcionamento e entrega técnica: previsto 15 dias 73