Recursos que favoreçam a família da pessoa com deficiência intelectual e os apoios e orientações para melhorar sua qualidade de vida Lic Blanca Núñez Modelo de trabalho centrado na família Prática centrada na família A mudança de centro da pessoa com deficiência para a família não significa minimizar as necessidades da mesma, mas reconhecer a importancia do contexto familiar no qual ela vive. Prática centrada na família Se trata de uma filosofia mediante a qual os profissionais ajudam às familias a desenvolver seus recursos e fortalezas . Tenta-se com que a família identifique e desenvolva suas fortalezas Não está centrado em corrigir suas fraquezas Tenta-se que a família tenha maior controle pessoal e maior poder na tomada de decisões Modelo de intervenção centrado na família Componente 1: identificar necessidades da família Componente 2: identificar recursos e fortalezas da família Componente 3: identificar fontes de ajuda Conceitos a abordar: Qualidade de vida familiar Necessidades da família Recursos e fortalezas Conceitos íntimamente vinculados entre si Qualidade de vida familiar • O processo de conceitualização de qualidade de vida familiar está ainda se iniciando • O processo de conceitualização de qualidade de vida familiar, é posterior à pesquisa realizada sobre qualidade de vida das pessoas com deficiência • Tem um desenvolvimento mais recente e seus resultados e implicancias aportam uma grande riqueza ao trabalho com as famílias. A qualidade de vida familiar como resultado das políticas e programas é uma extensão natural do trabalho sobre qualidade de vida individual A qualidade de vida de uma família está vinculada Com a satisfação de suas necessidades . Identificar as necessidades da família Primeiro temos que perguntar às familias quais são suas necessidades para depois abordar os recursos. Apartir de saber o que necessitam é que podemos pensar quais são os recursos para satisfazer estas necessidades Tudo para conseguir melhorar sua qualidade de vida Pesquisa O que necessitam as famílias de pessoas com deficiência? Por Liliana Pantano Blanca Nuñez Alicia Arenaza. IlustraçãoMaya Hanisch. O que é um focus group? Técnica de pesquisa qualitativa. Grupos de pessoas que discutem um tema diante de um moderador. Grupos criados a partir de um desenho experimental. A composição e o tamanho do focus group devem favorecer a conversação e a dinâmica grupal. Focus group É: Grupo de trabalho aleatório; Tem uma tarefa específica; Complementar; O testemunho que dão os seus participantes (sem juízo de valor) Não é: Grupo de terapia; Grupo de amigos; Nem de aprendizagem; Nem um fórum público (Ainda que tenha um pouco de cada coisa). Trabalho de campo. Perguntas para discussão. Que necessidades tem ou tiveram como família? Que necessidades tem em comum com outras famílias sem pessoas com deficiência? e Quais são as necessidades que esperam para o futuro? Quem forneceu as informações? 28 FG integrados 251 familiares 6 FG integrados por 52 profissionais Psicólogos/as Assistentes sociais Psicopedagogos/as Terapeutas ocupacionais Fonoaudiólogas/ Médicos (Pediatras) etc.) Advogados/as. Cuadro 1. Familiares assistentes aos Focus Groups, Segundo relações com o membro com deficiência, sexo ou ral familiar. Mulheres Mãe Homens 133 Pai Total 24 157 Irmã 19 Irmão 9 28 Esposa 17 Esposo 0 17 Avó 10 Avô 3 13 Filha 11 Filho 3 14 Tia 13 Tio 1 14 6 Outro familiar 2 8 209 42 251 Outro familiar TOTAL Quadro 2. As pessoas com deficiência destas famílias. Intelectual e Doença mental Sensorial Motriz 117 18 57 distribición según discapacidad De Fala 2 Múltipla 48 mentales motrices Total 235 multiples sensoriales habla RESULTADOS OBTIDOS Primeira pergunta Quais necessidades tem ou tiveram como família? Participacão muito ativa Valorizam o convite para conversar sobre suas próprias necessidades Mostram: - sentimento marcado pela solidão e desamparo; - desorientacão e incerteza; - excesiva responsabilidad e e estress - sobreexigencias vinculadas com o cuidado do familiar de uma pessoa com deficiência. I.- Necesidade de informação, orientação e assessoramento integral, nas diferentes etapas do ciclo vital familiar “A família não sabe nada de deficiência . Ninguém te informa. Nos sentimos desorientados” “Às vezes os médicos te explicam , mas usando têrmos médicos que não se entende nada.” “Não estamos informados sobre os direitos que têm as pessoas com deficiência. Às vezes ficamos sabendo, por acaso, por otras familias” II.- Necessidade de apoio, ajuda e sustentação ao largo do ciclo vital familiar “Como familia, necessitamos que nos apoiem, nos escutem. Para que possamos apoiar ao membro da nossa família com deficiência , nós também devemos receber apoio” III.- Necessidades vinculadas com o intrafamiliar: Tempos individuais para cada integrante da família (É a reclamação maior das mães). Espaços de interação com: - os outros filhos, - os esposos entre si, - com os amigos. IV.-Necessidades materiais e de recursos Necesidade de atenção nos serviços de saúde e educação nas diferentes etapas do cíclo vital familiar (falta de especialistas no ambito público e privado); Menos obstáculos administrativos para obter os apoios e benefícios necessários (burocrácia); e Necessidade de acessibilidade e eliminação de barreiras físicas. Necessidades da família não expressadas nos focus groups I.-Necessidade de serviços específicos de apoio ou orientação às familias. II.- Necessidade de participação em movimentos associativos. Segunda pergunta Que necessidades tem em comum com outras famílias sem pessoas com deficiência? Silêncio, Espanto, Incompreensão, Dificuldade para responder , Manifestação de tensão. A maioria não encontra necessidades compartilhadas com outras famílias sem pessoas com deficiência. Se sentem diferentes “Não há necessidades comuns, já que o aparecimento da deficiência produz uma modificação fundamental nas necessidades da família. Há um antes e um depois na vida familiar” “As necessidades são as mesmas, mas ao ter um membro da família com deficiência, se intensificam, torna-se mais complexo e difícil satisfazêlas” Terceira pergunta Quais são as necessidades que esperam para o futuro? Pergunta que provocou major mobilização e angústia entre os participantes, Chegando ao pranto, em vários casos. “Dentro de pouco tempo não vou ter forças para levantá-lo e trocá-lo: Não sei o que vou a fazer!” “Que Deus o leve primeiro para que não sofra neste mundo”. “No futuro o irmão vai ter que cuidá-lo . Não resta outra!” “Me entristece pensar que quando não estejamos aqui, possa terminar em um asilo. Só de pensar nisto, me dá um nó na garganta…” “Não penso no amanhã porque me angustia, vivo o presente.” “O futuro me assusta, melhor não falar”. Identificar os recursos e as fortalezas das famílias Uma vez identificadas as necessidades das famílias Teria que identificar recursos e fortalezas das mesmas Há que ter confiança de que as familias podem desenvolver suas próprias fortalezas e recursos As famílias têm dificuldades para identificar suas próprias fortalezas e aptidões. Para as famílias é mais fácil falar de preocupações e centrar-se em aspectos negativos. Os profissionais ao escutar suas histórias familiares podem ajudá-los a identificar fortalezas, aptidões e aspectos positivos. Identificar as fontes de ajuda Os profissionais podem ajudar na identificação de fontes de ajuda formal e informal para contribuir com as famílias a usar suas fortalezas e cobrir suas necessidades. Fortalecer nas famílias o benefício do pedido de ajuda. Ajudar a identificar: -fontes de ajuda informais (vizinhos, amigos) -fontes de ajuda formais (instituições..) -fontes de ajuda que não tenham sido exploradas, ou seja, fontes potenciais de ajuda e assistência a que ainda não se tenha acudido As famílias não devem ser postas somente em um lugar passivo-receptivo acentuando os apoios e as soluções que outros podem oferecer-lhes de fora. É imprescindível também dar-lhes um lugar ativo e de protagonistas na busca de recursos próprios, capacidades e fortalezas. Fortalezas familiares registradas na minha prática como terapeuta familiar - Capacidade de establecer redes sociais (parentes, amigos, vizinhos, outros pais que atravessam situações parecidas) e encontrar neles fontes de apoio, sustentação e ajuda. - Bom nivel de autoestima, de pelo menos um dos integrantes adultos do meio familiar. - Confiança nas próprias capacidades de dominio e controle da situação - Bom nivel de comunicação a nível familiar sobre o tema da deficiencia. - Possibilidade de reconhecer e falar dos sentimentos. - Possibilidade de disfrutar das circunstâncias da vida - Predominio de emoções vinculadas com o otimismo. - Sentido de humor que permite colocar-se por cima da situação problemática. -Poder de flexibilidade na redefinição dos papéis e das funções familiares a partir do diagnóstico. -Posição ativa e capacidade de iniciativa -Tendência a desculpabilizar, compreender que a adversidade não é culpa de ninguém. -Funcionamiento familiar que não gira de forma exclusiva ao redor da deficiência. -Capacidade de solidaridade e de compartidas cooperação, compromisso, assumir responsabilidades -Capacidade de procurar e oferecer colaboração - Atitudes demonstrativas de apoios emocionais (ter autoconfiança, ter confiança nas competencias dos outros) Criação de Serviços de Apoio e Assessoramento às Famílas • Que seja um serviço estruturado e independente; • Que considere a família como um cliente do serviço, receptora de apoios e recursos; • Que colabore com as famílias na identificação de suas necessidades e recursos; • Que ajude a orientar a tomada de decisões em diferentes atividades familiares; • Que cumpra funções de coordenação de diferentes serviços e organizações; e • Que ajudem a estabelecer reder e a coordenar recursos comunitários. ¿Quem são os beneficiários deste Servicio? As famílias e não as pessoas com deficiência. ¿Cómo chegam as famílias ao Serviço? Las familias llegan al servicio por: a) derivação dos profissionais ou outro serviço da Instituição, outros serviços externos, organismos diversos, etc. b) iniciativa da própria familia; c) respondendo a uma convocatoria para atividades diversas que seja realizado pelo próprio Serviço de Atenção à Famílias (conferências de expertos, Jornadas, etc) Recursos Humanos O serviço deve estar integrado por profissionas que tenham determinado perfil: Que tenham uma formação sólida e experiência no trabalho com família e deficiência Que tenham capacidade de escuta Que saibam oferecer à família um clima aconchegante, acessibilidade e proximidade A equipe mínima integrante do serviço deve ser um trabalhador social e um psicólogo. Pode-se contar com outros profissionais, instituições ou entidades pertencentes à comunidade que sejam consultores ou prestadores dos serviços que sejam requeridos.. Recursos materiais Espaço independente e de uso exclusivo. Que tenha certo grau de privacidade de modo que seja identificado pelas famílias como um lugar exclusivo separado dos outros serviços que funcionam na instituição.