ADMINISTRAÇÃO GERAL 1º ANO TÉCNICO – ADMINISTRAÇÃO / CONTABILIDADE Professora: Cleide Comparcida ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 1 Sumário OBJETIVOS PEDAGÓGICOS ................................................................................... 4 CONCEITO DE EMPRESA........................................................................................ 5 Praticando: .......................................................................................................................... 5 CONSTITUINDO UMA EMPRESA: ........................................................................ 6 Praticando: .......................................................................................................................... 8 TIPOS DE EMPRESA: ........................................................................................... 8 Praticando: ........................................................................................................................ 10 CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS .................................................................... 11 Praticando: ........................................................................................................................ 12 CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO ......................................................................... 13 Praticando: ........................................................................................................................ 14 O ADMINISTRADOR (GESTOR)............................................................................. 16 Praticando: ........................................................................................................................ 17 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ......................................................................... 19 Praticando: ........................................................................................................................ 20 COMPONENTES DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL .................................... 20 Sistema de Responsabilidade ........................................................................................... 21 Sistema de Autoridade ...................................................................................................... 21 Sistema de Comunicação .................................................................................................. 23 Praticando: ........................................................................................................................ 23 TIPOS DE ESTRUTURAS.................................................................................... 25 Praticando: ........................................................................................................................ 27 FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS .............................................................................. 29 Praticando: ........................................................................................................................ 31 AS TEORIAS ADMINISTRATIVAS ......................................................................... 32 ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA – TAYLOR ......................................................... 33 Praticando: ........................................................................................................................ 34 Princípios da Teoria Científica ......................................................................................... 35 Considerações finais ......................................................................................................... 36 Praticando: ........................................................................................................................ 36 ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA – FAYOL.............................................................. 38 Praticando: ........................................................................................................................ 39 Princípios da Teoria Clássica ........................................................................................... 40 Considerações finais ......................................................................................................... 41 Praticando: ........................................................................................................................ 42 LINHA DE MONTAGEM E PRODUÇÃO EM MASSA – FORD ............................. 43 ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 2 Praticando: ........................................................................................................................ 45 Princípios do Fordismo..................................................................................................... 46 Considerações finais ......................................................................................................... 47 Praticando: ........................................................................................................................ 48 RELAÇÕES HUMANAS - ELTON MAYO ............................................................. 48 Princípios .......................................................................................................................... 49 Considerações finais ......................................................................................................... 50 Praticando: ........................................................................................................................ 50 HIERARQUIA DAS NECESSIDADES – MASLOW .............................................. 51 Praticando: ........................................................................................................................ 54 TEORIA XY – DOUGLAS M. MCGREGOR .......................................................... 55 Princípios da teoria x ........................................................................................................ 55 Princípios da teoria y ........................................................................................................ 56 Considerações finais ......................................................................................................... 56 Praticando: ........................................................................................................................ 58 ORGANIZAÇÃO, SISTEMAS E MÉTODOS (OSM) ................................................ 59 Praticando: ........................................................................................................................ 61 MODELO DE ADMINISTRAÇÃO JAPONESA ........................................................ 64 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO JAPONESA ..................... 67 INSTRUMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO JAPONESA ......................................... 74 LIDERANÇA ............................................................................................................ 77 TIPOS DE LÍDERES ............................................................................................ 78 Chefe ou líder? ................................................................................................................. 80 FERRAMENTAS PARA A LIDERANÇA ............................................................... 83 LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO .................................................................................. 86 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 88 ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 3 OBJETIVOS PEDAGOGICOS O Curso Técnico em Administração tem como objetivo geral formar profissionais-cidadãos empreendedores, com conhecimentos técnicos, eticamente responsáveis e comprometidos com o bem estar da coletividade e que saibam associar a teoria à prática, fazendo uso das habilidades e atitudes compatíveis com a área de gestão e negócios. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 4 CONCEITO DE EMPRESA Para entendermos o que é e como funciona a Administração temos primeiro que entender o conceito e a definição de empresa. Uma empresa é um conjunto organizado de meios que visa exercer uma atividade particular, pública ou de economia mista, que produz e oferece bens e/ou serviços, com o objetivo de atender a alguma necessidade humana. O lucro, na visão moderna das empresas privadas, é a consequência do processo produtivo e o retorno esperado pelos investidores. Empresa, aqui significa o empreendimento, os esforços humanos organizados, feitos em comum, com um fim específico, um objetivo. As instituições (empresas) podem ser públicas, sociedades de economia mista ou privadas, com ou sem fins lucrativos. As empresas de titularidade do Poder Público têm a finalidade de obter rentabilidade social. As empresas podem ser individuais ou coletivas, dependendo do número de sócios que as compõem. Definição: empresa é uma unidade de produção constituída para o desenvolvimento de atividades econômicas com o objetivo de lucro. Pessoa física: é a pessoa natural, o indivíduo fisicamente representado. Pessoa jurídica: é uma organização constituída por uma ou mais pessoas com ou sem finalidade de lucro. Possui: nome fantasia (marca), razão social e CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas. Praticando: 1- Qual a definição de empresa? ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 5 _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 2- João possui CPF – Cadastro de Pessoas Físicas e não exerce nenhuma atividade empresarial, podemos dizer que João é uma pessoa _____________________. 3- Maria tem uma empresa de doces e salgados e está devidamente registrada nos órgãos competentes possuindo, assim, CNPJ. Nesse caso, dizemos que Maria é uma pessoa _____________________. CONSTITUINDO UMA EMPRESA: 1.1.1 A primeira etapa para a constituição de uma empresa é a definição da sua missão, visão e valores. Missão – são os objetivos institucionais, e aos motivos pelos quais foi criada, à medida que representa a sua razão se ser. A Missão é algo perene, sustentável. Visão – é um plano, uma ideia mental que descreve o que a organização quer realizar objetivamente nos próximos anos de sua existência. Normalmente é um prazo longo (pelo menos, cinco anos). Visão é mutável por natureza, algo concreto a ser alcançado. Jamais confundir Missão e Visão. Valores – representam os princípios éticos que norteiam todas as suas ações. Normalmente, os valores são compostos de regras morais que simbolizam os atos de seus administradores, fundadores, e colaboradores em geral. 1.1.2 A segunda etapa envolve o Fator territorial: sua localização é fundamental. Deve-se escolher o local exato para a instalação da empresa considerando fatores como: proximidade dos consumidores, fornecedores, residência dos funcionários, melhor transporte, alimentação e estacionamento. E as Condições de trabalho: as perfeitas condições de trabalho influenciam o desempenho das tarefas e representam um dos principais fatores para a alta produtividade. Um ambiente de trabalho onde a iluminação, ventilação, limpeza, som, decoração, disposição de móveis, equipamentos estão bem apresentados e dispostos geram um maior desempenho por parte dos empregados. 1.1.3 OBJETO: O objeto social não poderá ser ilícito, impossível, indeterminado ou indeterminável, ou contrário aos bons costumes, à ordem pública ou à moral. Ele deverá indicar com precisão e clareza as atividades a serem desenvolvidas pelo empresário, sendo vedada a inserção de termos estrangeiros, exceto quando não houver termo correspondente em português ou já incorporado ao vernáculo nacional. Entende-se por precisão e clareza a indicação de gêneros e correspondentes espécies de atividades. Assim temos as atividades CIVIS – aquelas que têm por objetivo a prática de atos ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 6 relacionados principalmente com a prestação de serviços. Exemplos: hotéis, escolas particulares, bancos etc. MERCANTIS – aquelas que se encarregam da prática de atos de natureza comercial. Exemplos: o comércio em geral (lojas, supermercados, etc.). 1.1.4 O número de proprietários deve ser definido para que a empresa seja classificada. Essa classificação será: EMPRESÁRIO: são aquelas que pertencem a um único proprietário. SOCIEDADES EMPRESÁRIAS: são aquelas que pertencem a um ou mais proprietários, que são geralmente denominados sócios. 1.1.5 A definição da origem e valor do capital a ser investido na empresa. Empresas constituídas com capital do Governo (federal, estadual ou municipal), para atender interesse da coletividade. Exemplos: Caixa Econômica Federal, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, etc, são denominadas PÚBLICAS. As PRIVADAS também denominadas empresas particulares, são constituídas com capitais de particulares. Exemplo: Casas Bahia, Carrefour, etc. E as MISTAS são constituídas com capital do Governo e de particulares ao mesmo tempo, sendo o Governo seu maior proprietário, isto é, mais de cinquenta por cento do capital a ele pertence. Exemplo: o Banco do Brasil S.A. é uma instituição bancária de economia mista, com participação da União (governo federal brasileiro) com 70% das ações; Eletrobrás é uma empresa de economia mista e de capital aberto sob controle acionário do Governo Federal brasileiro e atua como uma “holding” – empresa com participação acionária majoritária em uma ou mais empresas- , controlando empresas de geração e transmissão de energia elétrica. 1.1.6 A definição da responsabilidade dos sócios sobre a empresa. Empresa de responsabilidade LIMITADA: são sociedades em que a responsabilidade dos sócios perante os compromissos assumidos pela empresa tem como limite o valor do capital. Em caso de falência, os bens particulares dos sócios não serão utilizados para pagamento das obrigações, salvo nos casos de fraude. Empresa de responsabilidade ILIMITADA: podem ser firmas individuais ou sociedades, nas quais a responsabilidade dos proprietários ou dos sócios perante o compromisso assumido pela empresa é integral, isto é, não se limita ao valor do capital. No caso de falência, os bens particulares do proprietário ou dos sócios podem ser utilizados para pagamento das dívidas. Empresas de responsabilidade MISTA: são sociedades das quais participam sócios com responsabilidade limitada ao valor do capital e sócios com responsabilidade ilimitada ao valor do capital. Ao constituirmos uma empresa estamos definindo o setor da economia que iremos atuar. A economia de um país pode ser dividida em setores (Primário, Secundário e Terciário) de acordo com os produtos produzidos, modos de produção e recursos utilizados. Estes setores econômicos podem mostrar o grau de desenvolvimento econômico de um país ou região. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 7 SETOR PRIMÁRIO: está relacionado à produção através da exploração de recursos da natureza. Podemos citar como exemplos de atividades econômicas do setor primário: agricultura, mineração, pesca, extrativismo vegetal e caça. É o setor primário que fornece matéria – prima para a indústria de transformação. Este setor da economia é muito vulnerável, pois, depende muito dos fenômenos da natureza como, por exemplo, do clima. A produção e exportação de matérias – primas não geram muita riqueza para os países com economias baseadas neste setor econômico, pois, estes produtos não possuem valor agregado como ocorre, por exemplo, com os produtos industrializados. SETOR SECUNDÁRIO: é o setor da economia que transforma as matérias – primas (produzidas pelo setor primário) em produtos industrializados (roupas, máquinas, automóveis, casas, alimentos industrializados, eletrônicos, etc.). Como há conhecimentos tecnológicos agregados aos produtos do setor secundário, o lucro obtido na comercialização é significativo. Países com bom grau de desenvolvimento possuem uma significativa base econômica concentrada no setor secundário. A exportação desses produtos também gera riquezas para as indústrias destes países. SETOR TERCIÁRIO: é o setor econômico relacionado aos serviços. Os serviços são produtos não materiais em que as pessoas ou empresas prestam a terceiros para satisfazer determinadas necessidades. Como atividades econômicas deste setor, podemos citar: comércio, educação, saúde, telecomunicações, serviços de informática, seguros, transporte, serviços de limpeza, serviços de alimentação, turismo, serviços bancários e administrativos e etc. Este setor é marcante nos países de alto grau de desenvolvimento econômico. Quanto mais rica é uma região, maior é a presença de atividades do setor terciário. Com o processo de globalização, iniciado no século XX, o terciário foi o setor da economia que mais se desenvolveu no mundo. Praticando: 1- Considerando as etapas para a constituição de uma empresa. Crie uma empresa definindo o setor da economia que atuará. A atividade deverá ser realizada em grupo. TIPOS DE EMPRESA: 1.1.7 EMPRESÁRIO: Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços. É a antiga Firma Individual, assim, muitos dos que até então eram considerados autônomos, passam a ser empresários, como é o caso do representante comercial, do mecânico de ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 8 automóveis, do profissional que conserta eletrodoméstico, do encanador, do pintor, do pedreiro etc. 1.1.8 EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LTDA – EIRELI: Constituída por uma única pessoa, física ou jurídica, que será titular da totalidade do seu capital social. Cada pessoa natural somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. Ao contrário do que acontece hoje com o EMPRESÁRIO, a pessoa que constituir uma EIRELI gozará de proteção patrimonial e seguirá as mesmas regras aplicáveis às sociedades empresárias limitadas, naquilo que couber. O capital social não poderá ser inferior a cem vezes o maior salário mínimo vigente no país, que deverá ser totalmente integralizado. Conforme sua natureza jurídica, essa empresa será registrada nas Juntas Comerciais ou nos Cartórios de Registro de Pessoas Jurídicas. 1.1.9 SOCIEDADE EMPRESÁRIA LTDA: É o tipo de sociedade mais comum, constituída por dois ou mais sócios com sua responsabilidade limitada e restrita ao valor de suas quotas. 1.1.10 SOCIEDADE EM NOME COLETIVO: Tipo societário pouquíssimo utilizado, pois exige que os sócios sejam pessoas físicas, com responsabilidade solidária e ilimitada por todas as dívidas da empresa, podendo o credor executar os bens particulares dos sócios, mesmo sem ordem judicial. Usa sempre razão social no nome (não podendo utilizar nome fantasia ou denominação), composta pelo nome dos sócios, podendo ser acrescentada a expressão "& Cia" ao final (Ex.: José e Maria ou José, Maria & Cia). ESCLARECENDO: Razão Social é composta pelo nome de um ou mais sócios por inteiro ou abreviado aditando a expressão e CIA antes do tipo societário no caso LTDA, quando ocultar algum sócio. Denominação é composta por uma expressão qualquer seguida de uma das atividades e LTDA tipo societário. Podendo ainda mesclar a Razão Social com a Denominação. Art. 1158 NCC – Normas Contábeis e Comerciais. 1.1.11 SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES: Também pouco utilizado, sendo formada a empresa por sócios comanditados (participam com capital e trabalho, tendo responsabilidade solidária e ilimitada) e comanditários (que aplicam apenas capital; possuindo responsabilidade limitada ao capital empregado e não participando da gestão dos negócios da empresa). Empresa de capital fechado (não negociável em Bolsa). Usa sempre razão social no nome (devem figurar apenas os sócios comanditados, sob pena de responsabilidade solidária e ilimitada do sócio que constar na razão social). 1.1.12 SOCIEDADE ANÔNIMA: Espécie mais utilizada que as anteriores, principalmente nos casos de grandes empresas, onde o capital encontra-se dividido em ações e cada acionista é responsável apenas pelo preço de emissão de suas próprias ações (responsabilidade limitada e não solidária). Os acionistas controladores respondem por ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 9 abusos. Possui várias espécies de títulos (ações, partes beneficiárias, debêntures e bônus de subscrição), é regulamentada por diversos órgãos (Assembleias Gerais e Especiais, Diretoria, Conselho de Administração e Conselho Fiscal), devendo publicar seus atos no Diário Oficial e em jornal de grande circulação editado no local da sede da companhia (atos arquivados no registro do comércio). Seu nome pode ser a denominação ou nome fantasia (não utiliza razão social), acrescidos da expressão "S/A" ou antecedido da expressão "Companhia" ou "Cia". 1.1.13 SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES: Também em processo de extinção, é regida pelas normas relativas às sociedades anônimas (artigos 280 e seguintes da Lei 6.404/76), salvo a restrição de que somente os acionistas podem ser diretores ou gerentes (sócios comanditados, nomeados no estatuto e destituídos por 2/3 do capital), respondendo ilimitadamente pelas obrigações da empresa, enquanto os sócios comanditários (demais acionistas não gerentes ou diretores) possuem responsabilidade limitada ao capital social. Assim como as S/As, pode ser empresa de capital aberto (ações em Bolsa de Valores). Seu nome é denominação ou nome fantasia, firma ou razão social, acrescidas da expressão "Comandita por Ações" ou "C/A". Praticando: 1- Quais são os tipos de empresas existentes? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 2- Ana investiu o valor de R$50.000,00, sozinha, para abertura de uma pequena loja de roupas. Com base nesses dados podemos dizer que o tipo de empresa da Ana é _________________. 3- Pedro e Pietra investiram R$100.000,00 cada para a abertura de uma empresa, nesse caso a responsabilidade de cada sócio sobre o capital da empresa é __________________________. 4- Antônio possui um colégio, no entanto seu faturamento está gerando prejuízos. Pensando em uma estratégia para tal situação resolveu abrir o capital social da empresa. Nesse caso Antônio acaba de criar uma __________________________________________. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 10 5- Júnior da Silva é mecânico e abriu uma mecânica sozinho com R$100.000,00. Esta classificado como __________________________. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS As empresas são classificadas quanto ao seu porte conforme legislação vigente. É importante saber qual a classificação de sua empresa, para que esta possa ter acesso às linhas de financiamento diferenciadas. O SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas e o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social têm definições diferentes para classificar essas empresas. O primeiro segue o Estatuto da Micro e Pequena Empresa de 1999, atualizado pelo Decreto nº 5.028/2004, de 31 de março de 2004 e o segundo se baseia no regime de tributação simplificado – Simples Nacional, conforme Lei Complementar 123/2006 de 01.07.2007 e atualizada pela Lei Complementar 139/2011 de 01.01.2012. Conforme o SEBRAE os pequenos negócios são divididos da seguinte maneira: MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL: Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Seu faturamento anual é de até R$60.000,00; MICROEMPRESA – ME: sociedade empresária, sociedade simples ou empresário a que se refere o art. 966 da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil Brasileiro), devidamente registrados no registro de empresas mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Seu faturamento anual é de até R$360.000,00; EMPRESA DE PEQUENO PORTE – EPP: sociedade empresária, sociedade simples ou empresário a que se refere o art. 966 da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil Brasileiro), devidamente registrados no registro de empresas mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Seu faturamento anual é entre R$360.000,01 até R$ 3.600.000,00 Conforme o BNDES a classificação de porte de empresa é de acordo com a receita operacional bruta anual da seguinte forma: MICROEMPRESA: menor ou igual a R$ 2.400.000,00; PEQUENA EMPRESA: maior que R$2.400.000,00 e menor ou igual a R$16.000,00; ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 11 MÉDIA EMPRESA: maior que R$16.000.000,00 e menor ou igual a R$90.000.000,00; MÉDIA-GRANDE EMPRESA: maior que R$90.000.000,00 e menor ou igual a R$300.000.000,00. Praticando: 1- Segundo o SEBRAE qual o conceito de ME? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 2- Segundo o SEBRAE qual o conceito de EPP? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 3- A empresa Silva e Silva Ltda fatura R$380.000,00 anuais, podemos classificá-la como _____________________. 4- A empresa Começando Ltda fatura R$150.000,00 anuais, podemos classifica-la como _______________________. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 12 CONCEITO DE ADMINISTRAÇAO Administração é o ato de Administrar ou Gerenciar negócios, pessoas ou recursos, com o objetivo de alcançar metas definidas. É uma palavra com origem no latim “administratione”, que significa “direção, gerência”. A administração é um ramo das ciências humanas que se caracteriza pela aplicação prática de um conjunto de princípios, normas e funções dentro das organizações. É praticada especialmente nas empresas, sejam elas públicas, privadas, mistas ou outras. E pode ser classificada em cinco grupos: Administração de produção; Administração financeira; Administração de Recursos Humanos; Administração de Marketing; e Administração Geral. A Administração, também chamada Gerenciamento ou Gestão de Empresas, supõe a existência de uma instituição a ser administrada ou gerida, ou seja, uma Entidade Social de pessoas e recursos que se relacionem num determinado ambiente, físico ou não, orientadas para um objetivo comum, estabelecido pela a empresa. A necessidade de organizar os estabelecimentos nascida com a revolução industrial levou os profissionais de outras áreas mais antigas e maduras a buscar soluções específicas para problemas que não existiam antes. Assim a aplicação de métodos de ciências diversas para administrar estes empreendimentos deu origem aos rudimentos da ciência da administração. A organização constitui um ponto de convergência de inúmeros fatores de produção (recursos naturais, capital e trabalho), isto é, de recursos produtivos, que devem ser aplicados com eficiência e eficácia. Recursos naturais: a natureza oferece a matéria-prima que será processada e transformada em produto. Capital: proporciona meio de pagamento para a aquisição dos materiais e matérias-primas e para pagamento da mão-de-obra empregada. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 13 Trabalho: representa a intervenção humana. Administrar significa dirigir os Recursos Organizacionais reunidos em unidades organizadas, dinâmicas e capazes de alcançar os objetivos da organização. Esses recursos são: Humanos: que são as pessoas que trabalham em todos os níveis da empresa, desde o presidente até o mais humilde dos operários. As pessoas são os únicos recursos vivos e inteligentes de uma empresa, capazes de lidar com todos os demais recursos empresariais; Financeiros: que são recursos monetários, como capital, dinheiro em caixa ou em bancos, créditos, investimentos, contas a receber etc.; Mercadológicos: que são os recursos comerciais que as empresas utilizam para colocar seus produtos ou serviços no mercado, como vendas, promoção, propaganda, pesquisa de mercado, definição de preços etc.; Administrativos: que são os recursos gerenciais que as empresas utilizam para planejar, organizar, dirigir e controlar suas atividades, e Materiais: que são os recursos físicos, como: edifícios, prédios, máquinas, equipamentos, instalações, ferramentas, matérias-primas etc. Numa organização empresarial capitalista, são três os objetivos principais: A satisfação do consumidor; O serviço produzido; e O lucro na comercialização. Em uma empresa, o ato de administrar significa planejar, organizar, coordenar e controlar tarefas visando alcançar produtividade, bem-estar dos trabalhadores e lucratividade, além de outros objetivos definidos pela organização. A forma como as organizações são administradas é que vai determinar se conseguirão utilizar eficazmente os seus recursos para atingir os objetivos propostos. Por isso, o papel do administrador tem um forte impacto sobre o desempenho das organizações. Cabe a ele buscar o máximo com o mínimo de esforços. Os administradores de todas as organizações devem ter: Eficiência – a melhor forma de desenvolver uma tarefa, (fazer certo). Eficácia – cumprimento dos objetivos traçados, (fazer a coisa certa). Praticando: 1- Qual a definição de Administração? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 14 2- Onde é aplicada a Administração e como ela pode ser classificada? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 3- É necessária a existência de uma empresa para que haja a prática da Administração? Justifique. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4- Como a revolução industrial contribuiu para a origem da ciência administrativa? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 5- Cite e explique os fatores de produção. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 6- Quais são os recursos organizacionais? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 7- Qual o principal objetivo de uma organização capitalista? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 8- Qual a diferença entre eficiência e eficácia? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 15 O ADMINISTRADOR (GESTOR) O administrador é responsável pelo gerenciamento da rotina diária de uma organização; desde o controle dos recursos financeiros, materiais e humanos ao desenvolvimento de estratégias de mercado. O administrador tem conhecimentos alargados para atuação em diversas áreas, como por exemplo, Marketing e Publicidade, Comércio Exterior, Sistemas de Informação, Gestão Ambiental, Logística, Terceiro Setor etc. As mudanças ocorrem a todo o momento, e dentro das organizações essas mudanças ocorrem cada vez mais rapidamente. A dinâmica que envolve desenvolver novas tecnologias, novos produtos e serviços, buscando atender às novas necessidades e aos desejos dos consumidores, e até a própria sobrevivência da empresa frente à concorrência, está inteiramente ligada ao papel do gestor, como esse profissional irá administrar o andamento adequado dos processos e alcançar os objetivos desejados. Hoje o gestor está à frente de uma equipe deve exercer princípios adquiridos como: planejamento, organização, liderança e controle. Planejar é definir o futuro da empresa ou projeto, os recursos que serão utilizados, as pessoas que participarão do desenvolvimento do projeto e os caminhos para alcançar os objetivos com sucesso. O gestor precisa conhecer tudo acerca do projeto para organizar o seu andamento – os recursos físicos, humanos e financeiros. A organização deve ser bem desempenhada para evitar contratempos durante a execução do projeto, como por exemplo, gastos excessivos ou não previstos. Nunca um tema foi tão abordado como liderança. As pessoas mudaram a forma de pensar, trabalhar e viver em sociedade ou grupo. Tornou-se cada vez mais desafiante para os líderes gerenciar uma equipe de diferentes culturas, hábitos, personalidades e costumes, trabalhando dentro do mesmo time. Além de administrar conflitos, o gestor ainda desenvolve o papel motivacional para sua equipe, e talvez essa seja a tarefa mais difícil dentre as atividades do líder, pois pessoas diferentes sentem ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 16 necessidades distintas, e suprir necessidades individuais não é nada fácil, pois a empresa tem políticas padronizadas, que buscam atender a maior proporção de colaboradores. No processo controle, o papel do gestor é averiguar se as atividades estão ocorrendo dentro da programação, se os resultados prévios estão dentro do esperado para o projeto, como prazos e custos. Exercendo o controle o gestor, junto com sua equipe, pode identificar se as etapas do projeto estão sendo realizadas conforme planejado. O gestor precisa possuir todas essas habilidades? Sim, é necessário ter o conhecimento para dominar a situação e desenvolver um bom projeto ou gerenciar uma equipe. Porém, como ninguém nasce preparado para desempenhar esse papel de múltiplas atividades, o caminho é a busca pelo constante de conhecimento e aperfeiçoamento. Para se tornar um excelente gestor o caminho está em desenvolver habilidades técnicas, humanas e conceituais. As habilidades técnicas são ligadas à execução do trabalho e ao domínio do conhecimento específico para executar o trabalho operacional. As humanas são necessárias para um bom relacionamento. Já as habilidades conceituais são necessárias: aos gestores, ao proprietário, presidente, CEO “Chielf Executive Officer” – Diretor Executivo em Português, pois mantêm a visão da organização como um todo, influenciando diretamente no direcionamento e na administração da empresa. O desenvolvimento de habilidades é um processo longo e contínuo, que pode ser iniciado ainda na universidade. O conhecimento atribuído às experiências adquiridas ao longo da vida ajudará na formação do profissional que deseja ser. O importante para ser um excelente gestor é gostar do que está fazendo e amar sua equipe. A dedicação e a disciplina são fatores de sucesso para obtenção de resultados. Fazer sempre as melhores escolhas possíveis também, pois, em todo projeto, ser o gestor é carregar a responsabilidade de sucesso do projeto, da equipe e da organização como todo. E, mais do que tudo isso, ter satisfação do sucesso na obtenção dos objetivos. O Dia do Administrador é comemorado no Brasil em 9 de setembro, desde 1965, data em que foi regulamentada a profissão de administrador. Praticando: 1- Como deve ser o perfil de um gestor? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ 2- Qual é o papel do gestor em uma organização? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 17 ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 3- Qual o conceito de CEO? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ 4- Pedro é administrador de uma loja de roupas. Atualmente ele possui 3 vendedoras, 1 caixa, 1 supervisora e 1 faxineira. A caixa Maria está grávida de 7 meses, sabendo-se que é novembro. Como Pedro resolverá o problema? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 5- Joaquim é administrador da agência de veículos MM Ltda. Com o aumento dos impostos veiculares suas vendas tiveram uma queda brusca e esse mês ele não possui o valor para pagamento de seus funcionários. Como ele deve resolver essa situação? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 18 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL A Estrutura organizacional é o elemento fundamental para que uma empresa mantenha o foco nos seus objetivos, depois de definidos a missão, a visão, os valores que servem de bases para definição de como a empresa vai dirigir suas atividades no mercado, isto é quais são as suas estratégias de mercado. Estas servirão de base para a formulação da sua estrutura. Os benefícios de uma estrutura adequada são: Identificação das tarefas necessárias; Organização das funções e responsabilidades; Informações, recursos, e “feedback” aos empregados; Medidas de desempenho compatíveis com os objetivos; Condições motivadoras. A estrutura organizacional dentro de um contexto geral se subdivide em duas: Estrutura Informal e Formal. ESTRUTURA FORMAL: Deliberadamente planejada e formalmente representada, em alguns aspectos pelo seu organograma. Suas principais características são: Ênfase a posições em termos de autoridades e responsabilidades. É estável. Está sujeita a controle. Está na estrutura. Líder formal. ESTRUTURA INFORMAL: Surge da interação social das pessoas, o que significa que se desenvolvem espontaneamente quando as pessoas se reúnem. Representa relações que usualmente não aparecem no organograma. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 19 São relacionamentos não documentados e não reconhecidos oficialmente entre os membros de uma organização que surgem inevitavelmente em decorrência das necessidades pessoais e grupais dos empregados. Suas principais características são: Está nas pessoas. Sempre existirão. A autoridade flui na maioria das vezes na horizontal. É instável. Não está sujeita a controle. Está sujeita aos sentimentos. Líder informal. Desenvolve sistemas e canais de comunicação. Praticando: 1- Qual a importância da estrutura organizacional? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 2- Como se divide a estrutura organizacional? _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 3- Explique como se dá a estrutura informal de uma empresa. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ COMPONENTES DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Nas organizações encontramos: Autoridade – são os que cobram, dão ordens e instruções; e Responsabilidade – são os que recebem ordens e orientações. Essa relação denomina-se hierarquia. Hierarquia é a ordenação de elementos em ordem de importância, podendo significar também, mais especificamente: ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 20 A distribuição ordenada de poderes. A graduação das diferentes categorias de funcionários ou membros de uma organização, instituição ou igreja. A ordenação de elementos visuais para tornar a informação mais facilmente inteligível ou para destacar elementos de uma composição nos campos da arquitetura, artes plásticas, desenho, design gráfico, escultura, pintura, tipografia, entre outros. Os componentes da estrutura organizacional são: Sistema de Responsabilidade; Sistema de Autoridade; Sistema de Comunicações. Sistema de Responsabilidade É constituído por: Departamentalização; Linha e assessoria; Especialização do trabalho. DEPARTAMENTALIZAÇÃO: é o agrupamento, de acordo com um critério específico de homogeneidade, das atividades e correspondente recursos (humanos, financeiros, materiais e equipamentos) em unidades organizacionais. O processo organizacional de determinar como as atividades devem ser agrupadas chama-se departamentalização. LINHA E ASSESSORIA: As unidades organizacionais de Linha têm ação de comando e é ligada às atividades fins da empresa. Já as de Assessoria não têm ação de comando, pois só aconselham as unidades de linha no desempenho de suas atividades e é ligada às atividades meio da empresa. ESPECIALIZAÇÃO DO TRABALHO: o grau em que as funções na organização são subdivididas em tarefas separadas. Sistema de Autoridade É constituído por: amplitude administrativa ou de controle; níveis hierárquicos; delegação; centralização ou descentralização. Ao descer do nível Hierárquico mais alto para o nível hierárquico mais baixo, a amplitude de autoridade vai diminuindo até chegar ao limite mínimo. AMPLITUDE DE CONTROLE: Número de subordinados que um chefe pode supervisionar pessoalmente, de maneira efetiva e adequada. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 21 NÍVEIS HIERÁRQUICOS: Representam um conjunto de cargos na empresa com um mesmo nível de autoridade. ORGANOGRAMA: É uma espécie de diagrama usado para representar (visualizar) as relações hierárquicas dentro de uma empresa, ou simplesmente a distribuição dos setores, unidades funcionais e cargos e a comunicação entre eles. Exemplos: ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 22 DELEGAÇÃO: Transferência de determinado nível de autoridade de um chefe para seu subordinado, fazendo com que ele esteja comprometido com a execução da tarefa delegada. CENTRALIZAÇÃO OU DESCENTRALIZAÇÃO: É a maior concentração do poder decisório na alta administração de uma empresa. Já a descentralização é a menor concentração do poder decisório na alta administração da empresa, sendo, portanto, mais distribuído por seus diversos níveis hierárquicos. Sistema de Comunicação Resultado da interação das unidades organizacionais é constituído por: o que, como, quando, de quem e para quem comunicar. Para uma organização ser orientada para o cliente é necessário que haja um ótimo fluxo de comunicação, ou seja, de baixo para cima; de cima para baixo e lateral. Criando-se uma estrutura mais apropriada, com uma equipe multidisciplinar em que todos se interajam, é possível alcançar todos os objetivos estabelecidos. Praticando: ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 23 1- Defina hierarquia. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 2- Quais são os componentes da estrutura organizacional? _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 3- Como é constituído o sistema de responsabilidade? _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4- Qual a importância da departamentalização para uma organização? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 5- Como é constituído o sistema de autoridade? _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 6- Defina organograma. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 7- O que é e como é constituído o sistema de comunicação? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 24 TIPOS DE ESTRUTURAS ESTRUTURA FUNCIONAL: São agrupadas de acordo com as funções da empresa. Vantagens: Economias de escala; Boa coordenação interdepartamental; Desenvolvimento de habilidades funcionais. Desvantagens: Resposta lenta às mudanças, baixa flexibilidade; Baixa cooperação interdepartamental; Visão restrita da organização. A especialização do trabalho na Estrutura Funcional faz com a organização seja mais formalizada, não permite visão ampla entre o conjunto, é mais centralizada e ainda a especialização gera conflitos entre as unidades. Para que ela seja mais orientada ao cliente, é melhor a estrutura orgânica, onde o ambiente é flexível permitindo mudanças, aceitando novas ideias, podendo ser mais criativo e inovando para obter uma estrutura que melhor satisfaça aos clientes. Outro aspecto é o departamento de Marketing que é o que foca no cliente, pois é o marketing quem busca o cliente, é ele quem faz pesquisa de mercado, busca todas as informações a respeito do cliente, então se faz necessário que este departamento tivesse certo grau de autoridade sobre os demais departamentos, a fim de criar interação e através disso, que a organização realize os seus objetivos e metas. ESTRUTURA TERRITORIAL (OU LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA): Este tipo é usado por empresas territorialmente espalhadas. Vantagens: Responsabilidade sobre produtos/regiões é clara; Permite adaptação à diferenças, considerando produto/região/cliente. Desvantagens: Duplicação de recursos entre as divisões; Identificação regional, mas não global; Exige alto grau de coordenação. ESTRUTURA POR PRODUTOS: Neste tipo, as atividades são agrupadas feitas de acordo com as atividades essenciais a cada um dos produtos ou serviços da empresa. Vantagens: Descentralizada; Responsabilidade sobre produtos e contatos é clara; Permite adaptação à diferenças de produto/cliente. Desvantagens: Duplicação de recursos entre as divisões; Dificulta a padronização entre linhas de produtos; Exige alto grau de coordenação. ESTRUTURA POR CLIENTES: Neste tipo as atividades são agrupadas com base as necessidades diversas e exclusivas dos clientes da empresa. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 25 Vantagens: condições para conhecer e dar melhor tratamento ao cliente; atendimento contínuo e rápido aos diferentes tipos de clientes. Desvantagens: Troca de recursos, pois várias vezes o atendimento ao cliente é sazonal, ou seja periódico; Dificuldade de coordenação devido ao tratamento especial exigido pelos gerentes de cada departamento de cliente. ESTRUTURA POR PROCESSOS: Neste são agrupadas conforme as etapas de um processo. Vantagens: Níveis hierárquicos reduzidos; Controle de processos, não de pessoas (capacitação permanente); Aumento da comunicação externa e interna. Desvantagens: Baixa coordenação interdepartamental/ baixa flexibilidade para ajustes; Fragmentação/ especialização: cada departamento tem somente parte do processo. ESTRUTURA POR PROJETOS: As atividades e as pessoas recebem atribuições temporárias. ESTRUTURA MATRICIAL: Caracterizada por dupla linha de autoridade; combina a departamentalização funcional com a departamentalização de produto. ESTRUTURA VIRTUAL: Organização pequena, concentrada em suas essência e com a maior parte de suas funções terceirizadas. ESTRUTURA POR EQUIPE: Organizada a partir de equipes multifuncionais. ESTRUTURA SEM FRONTEIRAS: Busca eliminar a cadeia de comando, ter amplitude ilimitada de controle e substituir os departamentos por equipes autônomas. A empresa orientada para o cliente é aquela que busca conhecer o seu público alvo a fundo, trazendo informações sobre seus desejos e necessidades; é aquela que busca compreender seu cliente e comparar o que ela oferece com os produtos e serviços do concorrente. E então procura criar maior valor, obtendo vantagem competitiva. Seu principal objetivo é surpreender o cliente, e lucrar ao satisfazê-lo. Segundo Drucker (1995), hoje em dia, toda a empresa deve orientar suas ações de acordo com o cliente, mas também de acordo com o mercado. Pode-se dizer que a estrutura da organização com este enfoque serve como elemento facilitador, a estrutura funcional, por exemplo, garante maior especialização nos departamentos específicos, tudo depende de quais as prioridades e estratégias da empresa. Se ela foca suas ações no cliente, esta estrutura deve dar mais ênfase nas características deste, e no mercado onde atua. Cada estrutura enfatiza a uma área da empresa ou a um objetivo específico, isso significa que nem ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 26 sempre o cliente está em primeiro lugar, no entanto é possível independente da estrutura a empresa ter metas apoiadas por informações do mercado e dos clientes. Mas isso não é corriqueiro, na maioria dos casos ocorre o contrário muitas empresas se dizem focada no cliente mais não conseguem traduzir as informações coletadas em ações e metas executáveis. Partimos do princípio de que existem muitos fatores que moldam uma "empresa cliente", mas, o principal deles são as pessoas, a cultura, a missão e os objetivos da empresa. . Não existe um modelo de estrutura organizacional que todas as empresas possam seguir, não existe uma estrutura perfeita, existe aquela mais adequada as atividades e estratégias da organização. E a estrutura depende inteiramente da definição dos objetivos, se ela volta-se para o mercado como a orientação ao cliente sua estrutura deve facilitar: O fluxo de informação – para cima, para baixo e lateral; Favorecer a geração de ideias - inovar – equipes multidisciplinares; Proporcionar maior grau de autoridade ao departamento de marketing; Ser flexível – maior grau de descentralização; Possibilitar uma visão ampla da organização. A empresa deve: Adotar critérios de medidas de desempenho baseadas em resultados, das informações obtidas no mercado e dos clientes. Valorizar e incentivar mudanças – ser flexível. Valorizar as informações obtidas pelos vendedores ou outros departamentos mais próximos do cliente. Praticando: 1- Quais são os tipos de estruturas? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 2- Faça em seu caderno organogramas para representar uma: a) Estrutura funcional b) Estrutura territorial c) Estrutura por produtos d) Estrutura por clientes ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 27 3- Existe um modelo de estrutura organizacional que todos podem seguir? Justifique. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4- O administrador deve elaborar sua estrutura organização com foco: a) No cliente b) No produto c) No resultado d) No serviço ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 28 FUNÇOES ADMINISTRATIVAS A função administrativa abrange desde o instante inicial de criação e imaginação, estendendo-se por todos os passos até a materialização dos objetivos e sua consequente avaliação. Ao administrador cabe planejar as atividades a serem executadas, prover o devido suporte organizacional, orientar as ações que derivam e controlar o rumo dos acontecimentos de forma usual e constante. A tendência de classificar as funções deve ser encarada como uma forma prática de estudá-las, visto que na realidade do dia a dia de um administrador, essas atividades fundem-se causando o desempenho de todas as funções simultaneamente. Agora estudaremos cada uma para entender melhor o conceito e como cada uma se aplica no cotidiano das empresas: PLANEJAR: o planejamento é a mais fundamental de todas as funções administrativas, pois envolve a seleção de cursos alternativos de ação para a empresa como um todo, e para cada departamento e pessoa que a integram. Função que estima os meios que possibilitarão realizar os objetivos. Para que as decisões sejam tomadas de forma correta, evitando futuros problemas que venham a atrapalhar os processos organizacionais. Deve-se antecipadamente especificar e selecionar os objetivos a serem alcançados e quais os planos aplicados para se atingir este objetivo. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 29 Planejar é decidir antecipadamente o que fazer, de que maneira fazer, quando fazer e quem deve fazer. Significa, portanto escolher entre as diversas alternativas disponíveis as que melhor satisfaçam todas as condições para se atingir um objetivo. Quem planeja também comanda; e às pessoas que exercem o comando são essenciais que tenham alguns poderemos, tais como: Poder de Decisão; Poder de determinação das tarefas a outras pessoas; Poder de delegar – transferir ao outro parte do seu próprio poder; Poder de propor sanções (créditos ou penalidades) àqueles que cumpriram ou não as determinações feitas. É necessário avaliar (verificar e analisar) constantemente se o determinado ou o estabelecido atingiu os objetivos esperados. Assim se torna possível corrigir as decisões os objetivos fixados e/ou os procedimentos que levam a fixação errada de objetivos. ORGANIZAR: ocupa a atenção do administrador sob várias formas. Esta função visa dispor adequadamente os diferentes elementos: materiais, humanos e processos que compõem a organização. Sempre com o objetivo de aumentar a eficiência organizacional. A função de organizar contribui decisivamente para o sucesso da empresa, motivo pelo qual é importante a observação e aplicação dos princípios organizacionais e a conscientização de que tal função deverá ser exercida com toda cautela. Uma vez organizada a empresa é necessário coordenar (ligar, unir, harmonizar) todos os atos e todos os esforços coletivos. Há dois tipos de coordenação: Vertical / Hierárquico - que se faz com as pessoas sempre dentro de uma rigorosa observância das linhas de comando; Horizontal - possibilita a comunicação entre as pessoas de vários departamentos e de diferentes níveis hierárquicos. DIREÇÃO: o ato de dirigir (supervisionar) abrange vários aspectos, tais como: comunicação, liderança e motivação. Essa função deve servir como guia aos esforços desenvolvidos por subordinados na busca dos objetivos da empresa. O administrador pelo fato de conhecer a estrutura da empresa, suas tradições e sua história deverá dirigir da forma mais racional e eficaz possível. As formas de dirigir são variadas, porém a direção desenvolvida com honestidade faz com que exista um clima mais favorável a confiança, facilitando assim a consecução dos objetivos empresariais. CONTROLAR: Esta função se aplica tanto para pessoas como para tarefas e processos. É a função administrativa através da qual se verifica se o que foi estabelecido ou determinado foi cumprido (sem entrar especificamente no mérito se deu ou não bons resultados). Um sistema de controle deve ter: Um objetivo, um padrão, uma linha de atuação, uma norma, uma regra, um critério e uma unidade de medida. Um meio de medir a atividade desenvolvida. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 30 Um procedimento para comparar tal atividade com o critério fixado. Algum mecanismo que corrija a atividade com o critério fixado. O processo de controle é realizado em quatro fases: Estabelecimento de padrões ou critérios; Observação do desempenho; Comparação do desempenho com o padrão estabelecido; Ação para corrigir o desvio entre o desempenho atual e o desempenho esperado. Praticando: 1- Quais são as funções administrativas? _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 2- Existe uma hierarquia que as funções administrativas devem obedecer? Justifique. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 3- Qual a função administrativa mais importante? Justifique. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4- Relacione corretamente: (A) CONTROLAR ( ) Função que estima os meios que possibilitarão realizar os objetivos. Para que as decisões sejam tomadas de forma correta, evitando futuros problemas que venham a atrapalhar os processos organizacionais. (B) DIREÇÃO ( ) Esta função visa dispor adequadamente os diferentes elementos: materiais, humanos e processos que compõem a organização. (C) ORGANIZAR ( ) Abrange vários aspectos, tais como: comunicação, liderança e motivação. (D) PLANEJAR ( ) É a função administrativa através da qual se verifica se o que foi estabelecido ou determinado foi cumprido (sem entrar especificamente no mérito se deu ou não bons resultados). ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 31 AS TEORIAS ADMINISTRATIVAS FENÔMENO: ASPECTOS DA REALIDADE QUE PODEM SER PERCEBIDOS OU VIEVENCIADOS. As teorias administrativas surgem como forma de permear as relações de trabalho, de modo a analisar o comportamento do homem, os fatores que interferem nesse comportamento e os resultados desse trabalho. O pensamento administrativo acompanha momentos históricos, políticos e sociais e se diferem entre si pela ênfase em certos tópicos e conteúdos específicos. No entanto, todas as teorias divergem para cinco temas em comum: pessoas, ambiente, estrutura, tarefas e tecnologia. Segundo Jean-Jacques Rousseau, na Teoria do Contrato Social, o homem constitui um ser de natureza pacífica e acaba por ser deturpado pela sociedade. Karl Marx e Engels defendiam a teoria do Estado como força da dominação sobre o homem. No Marxismo a natureza humana limitada no seu tempo e espaço se opõe ou desejo idealista. Tanto a Igreja Católica como a organização militar tinham como influência o poder centralizado, porém o segundo determinou a divisão por hierarquia tendo como preceitos a disciplina e a unidade de direção, mostrando a importância de que todos os envolvidos tivessem ciência de suas funções e dos objetivos finais. Os economistas influenciaram as teorias administrativas com o conceito de livre concorrência, motivadas pelas drásticas mudanças ocorridas no setor industrial como a produção em larga escala e a divisão do trabalho. Com o início da Revolução Industrial, os produtos deixam de ser fabricados por estrutura familiar de forma artesanal e passam a fabricação por complexo industrial com o surgimento das máquinas a vapor, em seguida a invenção do motor a combustão e eletricidade, aumento da demanda trabalhista, produção em larga escala, péssimas condições de trabalho, conflitos trabalhistas, cenário em que foi criada a primeira lei trabalhista na Inglaterra. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 32 Estudaremos a seguir alguns precursores da Administração e suas teorias. Aproveitem o passeio pela história. ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA – TAYLOR “O indivíduo atinge sua maior prosperidade, isoladamente, quando alcança o mais alto grau de eficiência, isto é, quando diariamente consegue o máximo rendimento.” Frederick W. Taylor Esta teoria foi desenvolvida por Frederick Winslow Taylor, nascido aos 20 dias do mês de Março de 1856, na cidade de Filadélfia, Estado da Pensilvânia – EUA. Iniciou sua carreira aos 18 anos como aprendiz de torneiro e maquinista de uma fábrica de bombas hidráulicas, chegando ao posto de engenheiro chefe tendo uma rápida ascensão em pouco tempo de carreira. Sendo homem de posses chegou a registrar 50 patentes de invenção, Taylor é visto como um cientista insensível e desumano, porém, é notório que a preocupação dele era com o aumento da eficiência da produção, buscando redução dos custos não apenas para elevar os lucros, mas também para elevar a produtividade dos trabalhadores, aumentando seus salários. Neste período, dedica-se a diversos estudos que visam racionalizar o desempenho dos funcionários, objetivando sempre a melhor maneira de executar um determinado trabalho, entre os quais se destacam: O Estudo dos Tempos – que tinha por objetivo determinar o tempo-padrão para cada operação do processo produtivo, além de determinar os requisitos físicos para o operário padrão; O Sistema de Incentivo a Produção por Peça – cujo objetivo era estimular o funcionário premiandoo com um aumento em seus ganhos após um limite de peças produzidas. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 33 Em 1911, publica sua obra mais famosa, “Princípios da Administração Científica”, a qual tinha por objetivo indicar por meio de uma série de exemplos práticos a enorme perda que as empresas sofriam em função da ineficiência dos seus empregados. Praticando: 1- Taylor é considerado o “pai da administração”, no entanto é visto como um cientista insensível e desumano, porquê? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 2- Quais foram os estudos que Taylor fundamentou sua teoria? _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 3- Qual a obra mais famosa publicada por Taylor? _________________________________________________________________________________ 4- No que consistia esta obra? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 34 Princípios da Teoria Científica SELEÇÃO CIENTÍFICA DO TRABALHADOR: o trabalhador deve desempenhar a tarefa mais compatível com suas aptidões. A maestria da tarefa, resultado de muito treino, é importante para o funcionário (que é valorizado) e para a empresa (que aumenta sua produtividade). TEMPO-PADRÃO: o trabalhador deve atingir no mínimo a produção-padrão estabelecida pela gerência. É muito importante contar com parâmetros de controle de produtividade, porque o ser humano é naturalmente preguiçoso. Se o seu salário estiver garantido, ele certamente produzirá o menos possível. PLANO DE INCENTIVO SALARIAL: a remuneração dos funcionários deve ser proporcional ao número de unidades produzidas. Essa determinação se baseia no conceito do “Homo-Economicus”, que considera as recompensas e sanções financeiras as mais significativas para o trabalhador. TRABALHO EM CONJUNTO: os interesses dos funcionários (altos salários) e da administração (baixo custo da produção) podem ser conciliados, através da busca do maior grau de eficiência e produtividade. Quando o trabalhador produz muito, sua remuneração aumenta e a produtividade da empresa também. GERENTES PLANEJAM OPERÁRIOS EXECUTAM: o planejamento deve ser de responsabilidade exclusiva da gerência, enquanto a execução cabe aos operários e seus supervisores. DIVISÃO DO TRABALHO: uma tarefa deve ser dividida no maior número possível de subtarefas. Quanto menor e mais simples a tarefa, maior será a habilidade do operário em desempenhá-la. Ao realizar um movimento simples repetido várias vezes, o funcionário ganha velocidade na sua atividade, aumentando o número de unidades produzidas e elevando seu salário de forma proporcional ao seu esforço. SUPERVISÃO: também deve ser funcional, ou seja, especializada por áreas. A função básica do supervisor, como o próprio nome indica, é controlar o trabalho dos funcionários, verificando o número de unidades produzidas e o cumprimento da produção-padrão mínima. ÊNFASE NA EFICIÊNCIA: existe uma única maneira certa de executar uma tarefa - “the best way”. A administração deve empreender um estudo de tempos e métodos, decompondo os movimentos das tarefas executadas pelos trabalhadores. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 35 Considerações finais Enfoque mecanicista do ser humano – a visão da organização como uma máquina, que pode e deve seguir um projeto definido, recebe críticas. Concepção, de que cada funcionário é considerado uma mera engrenagem no corpo da empresa, tendo desrespeitada sua condição de ser humano. Homo Economicus – o incentivo monetário, apesar de importante, não se revela suficiente para promover a satisfação dos trabalhadores. O reconhecimento do trabalho e os incentivos morais e Autorrealização são aspectos fundamentais, que a administração científica desconsidera. Abordagem fechada – a administração cientifica não faz referência ao ambiente da empresa. A organização é vista de forma fechada, desvinculada do seu mercado, tendo negligenciadas as influências que recebe e impõe ao que cerca. Superespecialização do operário – com a fragmentação das tarefas, a qualificação do funcionário passa a ser supérflua. Ele passa a desenvolver tarefas cada vez mais repetitivas, monótonas e desarticuladas do processo como um todo. Exploração de seus empregados – a alienação do funcionário, da falta de consideração de seu aspecto humano, falta de legislação trabalhista digna, proibição de movimentos sindicais, cria-se um ambiente para a administração científica legitimar a exploração dos operários, em prol dos interesses patronais. Observa-se com base nestes princípios, que para Taylor a Administração Científica se constituía em uma combinação global, podendo ser resumida: Ciência em lugar de empirismo (tentativa e erro); Harmonia em lugar da discórdia; Cooperação e não ao individualismo; Rendimento máximo ao invés de produção reduzida; Desenvolvimento de cada homem no sentido de alcançar maior eficiência e prosperidade; Cooperar cordialmente, com os empregados para articular todo o trabalho com os princípios da ciência que foi desenvolvida; Manter a divisão equitativa do trabalho e da responsabilidade. Praticando: 1- Por que na teoria científica cada funcionário é tido como uma mera engrenagem no corpo da empresa? ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 36 _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 2- Explique o conceito de Homo Economicus. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 3- De que forma a empresa é vista na administração cientifica? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4- Como as tarefas eram realizadas pelos funcionários na administração científica? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 5- Como a administração cientifica legitimou a exploração dos funcionários? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 6- Quais são os princípios da teoria científica? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 37 ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA – FAYOL “Dirigir é conduzir a empresa, tendo em vista os fins visados, procurando obter as maiores vantagens possíveis de todos os recursos de que ela dispõe.” Henri Fayol Henri Fayol nasceu em Constantinopla (atualmente Istambul) – Turquia, a 29 de Julho de 1841. Aos 19 anos formou-se pela Escola de Minas de Saint Etiene. Toda sua vida profissional desenvolveu-se dentro de uma indústria de mineração, começando como estagiário e galgando postos em nível de diretoria. Fayol desenvolveu suas atividades com base em princípios técnicos, que por ele formulados, originaram um conjunto de princípios da administração, que poderiam ser úteis para todo tipo ou ramo de empresa. O fundamento da teoria de Fayol se baseia em um conjunto de seis funções básicas existentes dentro da empresa, estabelecidos por ele da seguinte forma: ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 38 Operações Técnicas: corresponde à atividade produtiva da empresa (produção, fabricação, transformação). Operações Comerciais: abrange as tarefas de compra de mercadorias (matéria – prima, materiais de consumo, etc.), necessários ao desenvolvimento das atividades empresariais, assim como a venda dos bens e serviços por ela produzidos. Operações Financeiras: refere-se à atividade de obtenção e gerência dos recursos financeiros, em termos de dinheiro e crédito. Operações Contábeis: correspondem à atividade de classificação e registro dos fatos econômicos – financeiros ocorridos na empresa, com a finalidade de apurar seus bens, seus direitos e obrigações, lucros ou prejuízos. Operações de Segurança: diz respeito ao controle de um conjunto de normal e materiais, visando a proteção do humano (salubridade dos trabalhadores, condições de iluminação, temperatura e prevenção de acidentes), e à proteção material (segurança de equipamentos, instalações e construções), em geral combater todos os obstáculos que possam comprometer o progresso e até a vida da empresa. Operações Administrativas: refere-se ao trabalho gerencial (planejamento, organização, comando, coordenação e controle) das atividades para que a empresa possa atingir racionalmente seus objetivos. Para Fayol o administrador devia possuir predicados mentais, físicos, morais, além de uma educação geral (conhecimento de assuntos não ligados especificamente à função desempenhada), conhecimento especializado (peculiar à função que desempenhava) e experiência (conhecimento a partir do desempenho da função). Praticando: 1- Henri Fayol desenvolveu toda sua carreira dentro de uma indústria de mineração. Essa afirmação está: a) Correta b) Incorreta 2- No que se baseia o fundamento da teoria clássica? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 39 _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 3- Relacione corretamente: (A) Administrativas ( ) corresponde à atividade produtiva da empresa (produção, fabricação, transformação). (B) Segurança ( ) abrange as tarefas de compra de mercadorias (matéria – prima, materiais de consumo, etc.), necessários ao desenvolvimento das atividades empresariais, assim como a venda dos bens e serviços por ela produzidos. (C) Contábeis ( ) refere-se à atividade de obtenção e gerência dos recursos financeiros, em termos de dinheiro e crédito. (D) Financeiras ( ) correspondem à atividade de classificação e registro dos fatos econômicos – financeiros ocorridos na empresa, com a finalidade de apurar seus bens, seus direitos e obrigações, lucros ou prejuízos. (E) Comerciais ( ) diz respeito ao controle de um conjunto de normal e materiais, visando a proteção do humano (salubridade dos trabalhadores, condições de iluminação, temperatura e prevenção de acidentes), e à proteção material (segurança de equipamentos, instalações e construções), em geral combater todos os obstáculos que possam comprometer o progresso e até a vida da empresa. (F) Técnicas ( ) refere-se ao trabalho gerencial (planejamento, organização, comando, coordenação e controle) das atividades para que a empresa possa atingir racionalmente seus objetivos. Princípios da Teoria Clássica DIVISÃO DO TRABALHO: a especialização dos funcionários, dos executivos da administração aos operários da fábrica, favorece a eficiência na produção, aumentando a produtividade. AUTORIDADE E RESPONSABILIDADE: autoridade é o direito dos superiores hierárquicos de dar ordens que serão supostamente obedecidas; responsabilidade é a contrapartida da autoridade. UNIDADE DE COMANDO: um empregado deve receber ordens apenas de um superior, evitando contraordens. UNIDADE DE DIREÇÃO: o controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para grupos de atividades com os mesmos objetivos. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 40 DISCIPLINA: necessidade de se estabelecer normas de conduta e de trabalho, válidas para todos os funcionários. A ausência de disciplina joga a organização no caos. PREVALÊNCIA DOS INTERESSES GERAIS: os interesses gerais da corporação devem prevalecer sobre os interesses individuais. REMUNERAÇÃO: deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da organização. CENTRALIZAÇÃO: as atividades cruciais da organização e a autoridade para a sua adoção devem ser centralizadas. HIERARQUIA: defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade fixa. ORDEM: deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar para cada coisa (pessoa) e cada coisa (pessoa) em seu lugar. EQUIDADE: a justiça deve prevalecer também no ambiente de trabalho, justificando a lealdade e a devoção dos funcionários à empresa. ESTABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS: a alta rotatividade do pessoal tem consequências negativas sobre o desempenho da organização e o moral dos trabalhadores. INICIATIVA: deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo. COOPERAÇÃO: o trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro das equipes. Os componentes de um mesmo grupo precisam ter consciência de classe, para com isso estimular o espírito de equipe e a conjunção dos esforços para meta final. Considerações finais Obsessão pelo comando: tendo como ótica a visão da organização a partir da gerência administrativa, Fayol centrou seus estudos na unidade de comando, na autoridade e na responsabilidade. Em função disso, é normalmente visto como obcecado pelo comando gerencial. A empresa como sistema fechado: outra crítica frequentemente endereçada à administração clássica é que considerava a empresa como um sistema fechado, ou seja, parte isolada do ambiente. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 41 Manipulação dos trabalhadores: assim como na administração cientifica, a administração clássica foi tachada de incentivar a exploração dos trabalhadores. A causa disto é provavelmente a deturpação da teoria por parte de alguns empresários. Divisão do Trabalho: tanto no tempo como no espaço, isto é, abrangendo fases e etapas de um mesmo trabalho e diversos trabalhos de um mesmo conjunto. Autoridade e responsabilidade: tanto do ponto de vista da posição na empresa como pessoal, ou seja, moral e em termos de qualificação. Disciplina: mediante regras de subordinação aos superiores. Unidade de comando: certo número de subordinados recebe e acata ordens de um único superior. Unidade de direção: certo número de atividades obedece à supervisão de um único supervisor. Subordinação do interesse individual ao coletivo: o interesse de um indivíduo não deve prevalecer contra o interesse coletivo. Remuneração: salários justos do ponto de vista da empresa e do trabalhador. Centralização: concentrando a maior soma de direção possível nas mãos de um único controle ou direção. Cadeiras hierárquicas: definindo uma rigorosa estrutura de autoridade e responsabilidade. Ordem: a perfeita ordenação humana e material. Equidade: garantindo a conciliação mais justa entre os interesses empresariais e trabalhistas. Iniciativa: abrangendo o dinamismo desde o principal executivo até os mais baixos níveis de autoridade. Cooperação: estimulando o espírito de equipe e a conjugação dos esforços para a meta final. Praticando: 1- Quais são os princípios da administração clássica? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 42 _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 2- Por que Fayol é visto como obcecado pelo comando gerencial? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 3- Na administração clássica a empresa é vista considerando o ambiente externo. Essa afirmação está: a) Correta b) Incorreta 4- Certo número de subordinados recebe e acata ordens de um único superior. Esse é o conceito de qual princípio da administração clássica? _________________________________________________________________________________ 5- As técnicas criadas por Fayol são aplicáveis em qualquer tipo de empresa? Justifique. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ LINHA DE MONTAGEM E PRODUÇÃO EM MASSA – FORD “O fracasso é a oportunidade de se começar de novo inteligentemente.” “Se existe um único segredo do sucesso, ele está na capacidade de ver as coisas do ponto de vista da outra pessoa.” Henry Ford ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 43 Com a Revolução Industrial (máquinas e divisão do trabalho) a economia deixou de ter uma base artesanal e manufatureira para se firmar na produção industrial mecanizada provocando um processo de transformação em toda a sociedade. O nascimento das fábricas impõe o primeiro paradigma da administração, defendendo a racionalização da produção, divisão das tarefas em múltiplas etapas, supervisão cerrada e obediência hierárquica. Henry Ford nasceu a 30 de Julho de 1863, na cidade de Dearborn, Estado do Michigan; desde os 12 anos de idade demonstrou forte inclinação pela mecânica onde passava a maior parte de seu tempo numa pequena oficina consertando e reparando máquinas da fazenda e dos vizinhos. É visto como um dos grandes responsáveis pelo grande salto qualitativo no desenvolvimento da atual organização empresarial. Ciente da importância do consumo de massa, lançou alguns princípios que buscavam agilizar a produção, diminuindo seus custos e tempo de fabricação: Em 1903 funda a Ford Motor Company, seu primeiro automóvel produzido e vendido a 23 de Julho no mesmo ano. Ford desejava criar um modelo de carro útil, de baixo preço e que fosse produzido em grande quantidade. A partir de 1909, o modelo T é fabricado com exclusividade, e o principal mérito de Ford foi criar a linha de montagem na fabricação de automóveis. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 44 Praticando: 1- O principal objetivo do fordismo era reduzir ao máximo os custos de produção e assim baratear o produto, podendo vender para o maior número possível de consumidores. Essa afirmação está: a) Correta b) Incorreta ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 45 2- Como Henry Ford foi visto? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 3- Qual empresa foi fundada por Ford em 1903? a) Ford Motor Company b) Ford City Company c) Ford Company d) N.d.a. 4- Qual modelo de carro foi criado por Ford em 1909? _________________________________________________________________________________ 5- Qual foi o objetivo da criação do Ford Modelo T? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 6- Filme Tempos modernos. Princípios do Fordismo O Fordismo caracterizou-se pelo trabalho dividido, repetido, contínuo e se fundamentou principalmente nos princípios da eficiência, produtividade, intensificação e economicidade: PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA: Não temer o futuro, nem idolatrar o passado – o insucesso é apenas uma oportunidade para começar o novo com mais inteligência. Não há vergonha alguma num insucesso, há vergonha em temer o sucesso, quanto as passado ele nos serve para fornecer indicações para os progressos do futuro. Despreocupar-se da competição – quem faz o melhor deve ser o único a fazer, é um crime aproveitarse em benefício próprio da situação conquistada por seu semelhante; é imperar pela força, em vez de imperar pela inteligência. Sobrepor a produção ao interesse do produtor – sem lucros, não se desenvolve uma empresa, mas os lucros só devem vir e vem como a recompensa de uma boa produção. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 46 Não reduzir a indústria à arte de vender caro o que se fabrica barato – a indústria consiste em obter matéria-prima por preços razoáveis, transformá-la com a menor despesa possível em produtos vendáveis e entregar estes ao consumidor, o jogo de especulação e a fraude só podem entravar a marcha das operações. PRINCÍPIO DA PRODUTIVIDADE: Consistia em se aumentar sucessivamente a capacidade de produção de cada operário, este princípio partia da visão em que se ao mesmo tempo, consegue o trabalhador produzir mais em um curto espaço de tempo e recebendo maio salário, consequentemente seriam beneficiados o próprio operário e consumidor. PRINCÍPIO DA INTENSIFICAÇÃO: Visa reduzir o ciclo de produção relacionado ao capital aplicado. O capital de giro é aplicado em operações de transformação, pagando as compras dos itens necessários e os salários. Vendido o produto o capital de giro é recuperado com certa margem de lucro, voltando a perfazer seu fluxo, dessa forma, reduzindo os processos de fabricação, implica tornar mais rápido o ciclo de produção, reavendo assim do consumidor o capital investido em menor prazo. PRINCÍPIO DA ECONOMICIDADE: Consistia em reduzir o volume de matéria-prima em curso de transformação, como escreveu Ford: “se o transporte fosse perfeito e a entrada de matéria-prima regular, não haveria a necessidade de estoques. Os materiais chegariam na ordem, de acordo com os contratos, se encurtaria o ciclo de manufatura reduzindo assim o empate de dinheiro em material”. Considerações finais Com sua filosofia de produção em massa, preços baixo, altos salários e organização eficiente do trabalho, destacando-se nela a rapidez de fabricação, Ford apresentou à admiração mundial de um dos maiores exemplos de Administração eficiente individual que a história conhece. INTEGRAÇÃO VERTICAL E HORIZONTAL – produção integrada, da matéria-prima ao produto final acabado (integração vertical) e instalação de uma enorme rede de distribuição (integração horizontal). PADRONIZAÇÃO – ao instaurar a linha de montagem e a padronização do equipamento utilizado, Ford obtinha agilidade e redução de custos, em detrimento da flexibilização do produto. É anedota comum atribuir a Ford a ideia de que o consumidor podia escolher qualquer carro Ford, desde que fosse “de bigode preto”. ECONOMOCIDADE – redução dos estoques e agilização da produção. “o minério sai da mina sábado e é entregue sob a forma de um carro, ao consumidor, na terça-feira à tarde”. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 47 Praticando: 1- Quais são os princípios da teoria da linha de montagem e produção em massa? _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 2- Por que o Fordismo é tido como um dos maiores exemplos de Administração eficiente individual que a história conhece? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 3- Como o capital de giro era utilizado no Fordismo? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4- Qual o princípio do fordismo que consistia em reduzir o volume de matéria-prima em curso de transformação, considerando a não necessidade de estoques? _________________________________________________________________________________ 5- O fordismo começou a declinar em 1980 com o aparecimento do Toyotismo. Essa afirmação está: a) Correta b) Incorreta RELAÇÕES HUMANAS - ELTON MAYO "A primeira transformação necessária para que ocorra a felicidade é passar a acreditar na possibilidade de um mundo onde todos possam se realizar". Elton Mayo ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 48 George Elton Mayo, australiano, é considerado o precursor do movimento das Relações Humanas e da Sociologia Industrial. Para Elton Mayo, o trabalho era uma atividade grupal, assim sendo, o administrador deve liderar grupos bem estruturados, e não horda de indivíduos independentes. A busca de uma maior eficiência nas empresas exigiu a reconsideração da humanização dos conceitos administrativos, que permitiam compreender melhor o funcionamento da psicologia do trabalhador. Suas pesquisas propiciaram um cenário favorável à introdução de uma nova abordagem na solução dos problemas da administração, focalizada no processo de motivar os indivíduos para alcançar as metas organizacionais. Princípios Integração e comportamento social – embora dotado de excelentes condições físicas para o trabalho, o trabalhador socialmente desajustado terá baixa eficiência. Isso porque os aspectos sociológicos, psicológicos e emocionais são mais importantes do que os técnicos. O papel da integração grupal é patrimonial para o bem estar psicoemocional dos trabalhadores. Eles não agem individualmente, mas como membros de grupos. A administração que busca a eficiência e o aumento da produtividade deve então atentar as conciliação dos objetivos empresariais com os interesses dos trabalhadores, para obter os resultados desejados. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 49 Participação nas decisões – o trabalhador é um ser pensante; ele deve estar sujeito a um controle de resultados, mas não a uma supervisão estrita principalmente no que se refere ao modo de realizar sua tarefa. A participação nas decisões, favorecida através de uma comunicação de baixo pra cima, estimula a iniciativa dos funcionários e aumento a produtividade empresarial. Homem social – o comportamento dos trabalhadores está condicionado não somente a aspectos biológicos, mas também a normas e padrões sociais. Trabalhador necessita de reconhecimento, aprovação social e participação. Conteúdo do Trabalho – trabalhos simples e repetitivos são monótonos e negativos para a motivação do trabalhador. As tarefas devem ser estimulantes, incentivando o trabalhador a se interessar pela produtividade e qualidade do que se desenvolve. Considerações finais A integração social do individuo é o fator determinante de seus níveis de produtividade. O comportamento do indivíduo é determinado pelas normas de funcionamento do grupo a que pertence. As organizações são compostas por diferentes grupos formais que não coincidem exatamente com sua estrutura formal. Uma supervisão mais cooperativa e preocupada com os trabalhos influencia positivamente a eficiência organizacional. Praticando: 1- Assinale a alternativa correta quanto ao precursor do movimento das Relações Humanas e da Sociologia Industrial. a) Elton Mayo b) Taylor c) Fayol d) Ford e) N.d.a. 2- Como o trabalho era visto por Elton Mayo? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 50 _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 3- A motivação era considerada importante para Mayo? Justifique. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4- Quais são os princípios da teoria de Mayo? _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 5- Qual foi o método de solução de problemas, adotado pelo movimento das relações humanas? a) Método da barganha b) Método da integração.. c) Método da força d) N.d.a. 6- A Escola das Relações Humanas achava que a principal tarefa da administração seria de: a) Solucionar o problema da produtividade. b) Resolver o conflito entre os interesses dos operários e dos patrões, no sentido de incrementar os lucros de ambos. c) Solucionar o conflito entre os interesses humanos e os da organização, no sentido de aumento a satisfação e a felicidade.. d) Resolver o conflito entre indivíduos e grupos com a preocupação de estabelecer uma convivência prática entre o homo economicus e o homem social e) N.d.a HIERARQUIA DAS NECESSIDADES – MASLOW “Há sempre a escolha entre voltar atrás para a segurança ou seguir em frente para o crescimento. O crescimento deve ser escolhido uma, duas, três e infinitas vezes; o medo deve ser superado uma, duas, três e infinitas vezes.” Abraham Maslow ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 51 Abraham Maslow (1908-1970) foi um dos primeiros representantes das teorias motivacionais. Em um artigo publicado em 1943, ele sugere que os seres têm cinco níveis de necessidade: fisiológica, de segurança, de pertencimento ao grupo social, de autoestima e autorrealização. As necessidades seguem uma hierarquia, não sendo possível satisfazer as necessidades de escalas mais altas, tais como autoestima e de autorrealização, sem antes satisfazer as necessidades mais básicas, como as de ordem fisiológicas e de segurança. No campo da corporação caberia aos administradores facilitar esse processo, encorajando ações que satisfaçam, simultaneamente, os objetivos organizacionais e as necessidades das pessoas. Escala a partir Natureza das das mais baixas Necessidades 1º. Fisiológicas Estímulo motivador “dominante” Os estímulos motivadores de consideração são inoperantes; o que surte efeito é mesmo o aumento salarial. 2º. Segurança Os melhores estímulos motivadores são os planos assistenciais, estabilidade no emprego. 3º. Sociais Os melhores estímulos motivadores são provocados por: elogio, valorização e trabalho em grupo. 4º. Ego (estima/ status) Os estímulos motivadores devem proporcionar: confiança, respeito, reconhecimento. 5º. Autorrealização Os estímulos motivadores envolvem: delegação, independência para definir táticas de ação, missões desafiadoras com exigência de criatividade e inovação. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 52 Ilustrações sobre a hierarquia das necessidades ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 53 Praticando: 1- No que se baseou o artigo publicado por Maslow em 1943? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 2- Segundo Maslow as necessidades seguem uma hierarquia, porque essa hierarquia não pode ser quebrada? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 54 3- Relacione corretamente: (A) Fisiológicas ( ) Os estímulos motivadores envolvem: delegação, independência para definir táticas de ação, missões desafiadoras com exigência de criatividade e inovação. (B) Segurança ( ) Os estímulos motivadores devem proporcionar: confiança, respeito, reconhecimento. (C) Sociais ( ) Os melhores estímulos motivadores são provocados por: elogio, valorização e trabalho em grupo. (D) Ego ( ) Os melhores estímulos motivadores são os planos assistenciais, estabilidade no emprego. (E) Autorrealização ( ) Os estímulos motivadores de consideração são inoperantes; o que surte efeito é mesmo o aumento salarial. 4- Em seu caderno monte uma escala de necessidades pessoais e uma escala de necessidades profissionais. TEORIA XY – DOUGLAS M. MCGREGOR São vários os estudos voltados para o comportamento humano; mas para alguns estudiosos de Douglas M. Mcgregor ele foi um dos mais famosos autores behaviorista (Behaviorismo = o comportamento como objeto da Psicologia) da administração, que se preocupou em comparar dois estilos opostos e antagônicos de administrar: de um lado, um estilo baseado na teoria tradicional, excessivamente mecanicista e pragmática (a que deu nome a teoria X) e de outro, um estilo baseado nas concepções modernas a respeito do comportamento humano (a que determinou a teoria Y). Princípios da teoria x As pessoas têm aversão natural ao trabalho e sempre possível o evitarão; Dada essa aversão ao trabalho, as pessoas devem ser controladas, forçadas, dirigidas, etc., para que seus esforços sejam dirigidos no sentidos dos objetivos empresariais; ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 55 As pessoas normalmente procuram evitar responsabilidades, tem pouca ambição, preferem ser dirigidas a dirigir e se preocupam, acima de tudo, com sua própria segurança; Se atentarmos para as afirmações acima, notaremos que elas levam a crer na impossibilidade de aplicação da motivação positiva dentro de uma organização. Princípios da teoria y As pessoas não tem aversão ao trabalho; ao contrário, pode ser fator de motivação, desde que existam condições favoráveis; As pessoas não são dirigidas apenas a partir do controle externos ou através de ameaças, punições, etc., pois, em condições controláveis podem exercer autocontrole ou auto dirigir-se, desde que sejam convencidas a fazê-lo; As pessoas podem aceitar e assumir responsabilidades; As pessoas em geral têm potencial criativo normalmente “esquecido” pelas organizações, assim sendo, uma participação maior pode ser conseguida. As pessoas não buscam apenas satisfações econômicas no trabalho. Existem outras necessidades ou interesses. Considerações finais Institucionalização da ideia de que as organizações são altamente dependentes do comportamento dos indivíduos que a compõem, assim como os grupos sociais. Ênfase na motivação como fator relevante do comportamento humano no contexto organizacional. Crescente compreensão das variáveis complexas que influenciam o fenômeno de liderança nas organizações. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 56 ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 57 Praticando: 1- Defina Behaviorismo. _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 2- No que consiste a teoria XY? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 3- José, gestor de serviços da Empresa “A”, comanda uma equipe com pessoas que têm aversão ao trabalho, precisam ser dirigidas e premiadas materialmente para se esforçarem. Antônio, por sua vez, gestor de serviços da Empresa “B”, comanda uma equipe com pessoas que aceitam responsabilidades e são compromissadas com o objetivo da organização. É correto afirmar que o gestor da empresa: a) “A” e o da “B” adotam o estilo de gestão da Teoria Y. b) “A” adota o estilo de gestão da Teoria X.. c) “A” adota o estilo de gestão da Teoria Z. d) “B” adota o estilo de gestão da Teoria X-Y. e) “B” adota o estilo de gestão da Teoria Z. 4- O estilo tradicional de direção (Teoria X) está apoiado numa concepção da natureza humana que enfatiza: a) o caráter egocêntrico dos homens e a oposição entre os objetivos pessoais e os objetivos da organização.. b) o caráter naturalmente empreendedor e ativo dos homens quando motivados por objetivos organizacionais ambiciosos. c) a natureza independente, a predisposição ao autocontrole e facilidade ao comportamento disciplinado. d) a capacidade de imaginação e de criatividade na solução de problemas como atributo comum à maioria dos homens. e) a responsabilidade da administração em proporcionar condições para que as pessoas reconheçam e desenvolvam suas potencialidades. 5- Qual é a posição adotada pelo líder na teoria Y? _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 58 ORGANIZAÇAO, SISTEMAS E METODOS (OSM) Organização, Sistemas e Métodos é uma área clássica da administração que lida com um conjunto de técnicas que tem como objetivo principal aperfeiçoar o funcionamento das organizações. A função de Organização e Métodos é reconhecida pelas siglas: O&M e OSM (Organização, Sistemas e Métodos). Para Oliveira (2005, p.478), a responsabilidade básica da área de Sistemas, Organização e Métodos é a de executar as atividades de levantamento, análise, elaboração e implementação de sistemas administrativos na empresa. O objetivo é o de criar ou aprimorar métodos de trabalho, agilizar a execução das atividades, eliminar atividades em duplicidade, padronizar, melhorar o controle, fazer o gerenciamento dos processos e solucionar problemas, também chamados de patologias organizacionais. Segundo Cury (2005, p.122) a função de Organização e Métodos é uma das especializações de Administração que tem como objetivo a renovação organizacional. Ela modela a empresa, trabalhando sua estrutura (organograma), seus processos e métodos de trabalho. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 59 A função de Organização e Métodos baseava-se originalmente na abordagem estruturalista da administração, composta da Teoria da Burocracia de Weber e na Teoria Estruturalista. Hoje a ênfase de O&M é dada pela Teoria da Contingência e Holismo, embora a base ainda seja a Teoria do Desenvolvimento Organizacional e Teoria Geral dos Sistemas. Dentre as atividades de O&M, as mais comuns são (Caldas, 1999, p. 7): Desenho, racionalização e normatização de processos e procedimentos organizacionais; Desenho, formalização e mudança da estrutura organizacional; Desenho, racionalização e normatização de formulários; Normatização e racionalização do uso do espaço físico e layout na empresa. A metodologia do trabalho de O&M consiste na realização de um diagnóstico também chamado de Análise Administrativa. Suas fases são: identificação do problema, coleta de dados, análise propriamente dita, elaboração de sugestões ou do novo sistema, treinamento, implantação e acompanhamento. No Brasil, a carreira de Organização e Métodos teve muito prestígio nas décadas de 1970 e 1980, sendo incluída no currículo mínimo do curso de administração pelo Conselho Federal de Educação. Graças a isto e ao aumento do número de administradores, houve um avanço significativo na gestão das empresas brasileiras. Paralelamente, a partir da década de 1980, a função da qualidade ganha prestígio e incorpora algumas das atribuições de O&M. Os principais cargos dos profissionais desta área são: Analista de O&M e Gerente de O&M. Embora tenha sido reduzida a demanda destes profissionais, muitas empresas ainda os procuram como forma de obter melhorias consistentes em suas organizações. Outras organizações se utilizam de consultorias externas, cujas metodologias consistem basicamente em técnicas de O&M. O conceito de organização dentro do campo administrativo é de gerir capital, recursos humanos, equipamentos e processos com o objetivo de se atingir um determinado resultado. A Organização no sentido sistêmico ou no sentido puro da atividade de OSM é vista como o desenvolvimento ou adequação dos sistemas funcionais da Empresa, de forma a capacitá-la ao desenvolvimento de suas atividades dentro dos conceitos de produtividade. Quanto ao Método, de forma mais prática, seria traduzido como a forma de executar os referidos sistemas com o menor dispêndio de energia e maior eficácia do executante. EVOLUÇÃO DA FUNÇÃO: história, relacionamento sistêmico. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 60 Dentro dos princípios da Escola Clássica de Administração, o pioneirismo ditava o desenvolvimento dos métodos de trabalho a serem cumpridos rigidamente por seus executores, dando ênfase, exclusivamente, à forma de se fazer o trabalho e à forma final do produto. A função da área de OSM era voltada para o desenvolvimento de um sistema "entre quatro paredes" para as várias unidades organizacionais da Empresa, às quais cabia a implantação. A prática mostrou inviável esta forma de atuação uma vez que: Não havia comprometimento das unidades com o sistema implantado; O sistema era imposto "de cima para baixo" e, não raras vezes, deixado de lado depois de algum tempo; Os empregados não se sentiam parte integrante da Empresa, uma vez que não eram ouvidos no desenvolvimento de sistemas que afetavam diretamente suas atividades; Depois de implantado, verificava-se que o sistema não atendia ao usuário, cuja visão e conhecimento específico não eram levados em consideração; Choque de poder entre as unidades, com a área de OSM sendo vista como impostora. Na atualidade, analisa-se o homem como peça fundamental do processo, estuda-se o comportamento das funções e o comportamento do indivíduo. Assim, as normas ou métodos de trabalho deixam de serem trilhos rígidos e passam a ser trilhas orientadoras. Abre-se espaço para a criatividade e para as metas desafiadoras, jogando-se com estes mecanismos motivacionais para o atingimento dos propósitos da Organização, aliado ao desenvolvimento pessoal e profissional dos empregados. Atualmente é considerado o ideal que os sistemas sejam desenvolvidos "pelas" várias unidades organizacionais usuárias, sob a atuação efetiva do princípio sistêmico da área de Sistemas, Organização e Métodos. Praticando: 1- Qual o conceito de OSM? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 2- No que consiste a metodologia do trabalho em OSM? ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 61 _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 3- Quais são as fases do diagnóstico de OSM? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4- Quais são os principais cargos dos profissionais de OSM? _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 5- Atualmente algumas organizações se utilizam de consultorias externas, cujas metodologias consistem basicamente em técnicas de OSM. Essa afirmação está: a) Correta b) Incorreta 6- Organização no sentido sistêmico de OSM significa: a) É gerir capital, recursos humanos, equipamentos e processos com o objetivo de se atingir um determinado resultado. b) É vista como o desenvolvimento ou adequação dos sistemas funcionais da empresa, de forma a capacitá-la ao desenvolvimento de suas atividades dentro dos conceitos de produtividade.. c) É um conjunto de bens, direitos e obrigações. d) N.d.a. 7- Método em OSM significa: a) A forma de executar os sistemas com o menor dispêndio de energia e maior eficácia do executante.. b) Maneira de ordenar os sistemas com eficiência. c) É um trabalho sistemático, na busca de respostas às questões estudadas, é o caminho que se deve seguir para levar à formulação de uma teoria científica. d) N.d.a. 8- Por que a área de OSM se mostrou inviável na administração clássica? ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 62 _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 9- Atualmente o ideal é que os sistemas sejam desenvolvidos pelas várias unidades organizacionais usuárias, sob a atuação efetiva do princípio sistêmico da área de OSM. Essa afirmação está: a) Correta b) Incorreta ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 63 MODELO DE ADMINISTRAÇAO JAPONESA A administração japonesa nasceu no chão de fábrica, nos setores operacionais da manufatura, com a filosofia básica de evitar qualquer tipo de desperdício e de promover o melhoramento continuo. Com esta filosofia, agregada a permanente busca de conhecimentos e tecnologias avançadas de produção (controle estatístico de processos, planejamento de produção, engenharia de produtos) e aliados ao favorecimento da política econômica governamental, os produtos japoneses alcançaram um diferencial competitivo no mercado internacional. A partir disso, a gestão da produção passou a ser novamente incluída na discussão das estratégias do negócio. Buscou-se, então, adaptar o sistema de produção japonês a outros ambientes, desprendendo-o de sua origem na manufatura, buscando implementá-lo amplamente em qualquer tipo de indústria e em outros setores. O sistema de produção japonês tal como é estruturado atualmente surgiu nos vinte e cinco anos seguintes à Segunda Guerra Mundial, na Toyota Motor Co. Seu maior idealizador foi o engenheiro Taiichi Ohno. Daí decorre as duas outras denominações do método: Sistema Toyota de Produção ou Ohnoismo. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 64 São características básicas do Ohnoismo: JUST IN TIME – sincronização do fluxo de produção, dos fornecedores aos clientes. É o coração do sistema. É um sistema sincronizado de produção em fluxo sem estoques. Significa que as partes certas necessárias devem chegar na hora certa e somente na quantidade necessária. Pensa a produção ao contrário, do fim para o começo. A linha de montagem final é, na verdade, o ponto de partida na concepção toyotista, regulando e balanceando o sistema, definindo as necessidades de materiais para os processos anteriores. O operador vai até o processo anterior pegar apenas o material e peças necessários. Evita que os problemas sejam escondidos. Eles vêm à tona e têm que ser resolvidos imediatamente de modo a evitar danos maiores. Daí exigir 100% de qualidade no processo, obrigando-se a fazer certo da primeira vez. Reduz o tempo total de produção, reduz as necessidades de espaço físico e possibilita aumentar a flexibilidade. KANBAN – sistema de informação visual, que aciona e controla a produção. O kanban é o sistema de informação que aciona e controla a produção, definindo através de um simples cartão a quantidade a ser produzida do tipo de peça e componente determinado. Ao mesmo ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 65 tempo, dá instruções de trabalho, controla visualmente o volume de produção, previne o excesso de produção e indica os problemas. E a forma de conectar uma seção à outra. Nada deve ser produzido ou retirado sem o kanban. Sua simplicidade esconde sua mágica. Um simples pedaço de papel contém um volume enorme de informações confiáveis, atualizadas e importantes. Os trabalhadores cruzam os braços se não tiverem nada para produzir. Param a linha se algum problema ocorrer. Isso cria embaraços e, ao tornar o problema visível a todos, obriga sua resolução. "Uma linha de produção que não para ou é perfeita, ou tem enormes problemas", afirmou Ohno. MUDA – busca da eliminação total de qualquer tipo de desperdício. Significa eliminar totalmente desperdícios de materiais, pessoal, movimentos, peças defeituosas, transportes desnecessários, esperas, produzir além do necessário etc. O principal estímulo da redução de desperdícios é o próprio JIT. Por exemplo, produzir além do necessário, um dos piores desperdícios, cria estoques supérfluos, espaço físico desnecessário, custos financeiros extras, papelada a mais, pessoal extra para controle, mais confusão etc. A obsessão e agressividade com que Ohno busca eliminar todas as atividades que não adicionam valor superaram os esforços de Henry Ford e Frederick Taylor. A ênfase em produtividade torna o processo de contratação de um novo funcionário muito rigoroso, devendo sua justificação ser extremamente convincente de que a nova pessoa vai fazer algo que não pode ser feito por outra já empregada. Os métodos de trabalho são analisados cuidadosamente, de modo a serem otimizados, evitando movimentos desnecessários. A simplificação do trabalho é fundamental para garantir a sincronização, facilitando o aprendizado dos trabalhadores e a rotação entre as diferentes tarefas, permitindo que os operadores tenham mais facilidade de ver e possam sugerir as melhorias possíveis. A simples distinção entre tempo de máquina e tempo de trabalho do operador implicou em uma série de decorrências, como a múltipla operação de máquinas e os dispositivos de controle automático de parar a máquina quando a produção se encerrava, na medida em que o operador não precisa simplesmente ficar monitorando a máquina. Um trabalhador que esteja olhando a máquina funcionar, para intervir só no caso de algum problema, é considerado um desperdício a ser evitado. Andar não é considerado sinônimo de trabalhar. Uma movimentação desnecessária para pegar uma ferramenta situada em lugar não adequado deve ser evitada. Os sistemas de movimentação de materiais, a disposição de ferramentas etc. devem facilitar o trabalho. A ergonomia é levada a sério, de modo a não causar esforços físicos inúteis. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 66 Talvez o desperdício mais importante que o sistema reduziu tenha sido o das capacidades intelectuais dos trabalhadores, subutilizada nos sistemas de produção anteriores. KAIZEN – busca do melhoramento continuo em todos os aspectos, portanto se refletindo na produtividade e na qualidade, sendo os círculos de controle da qualidade apenas um dos seus aspectos. As outras características do Sistema Toyota de produção são de certa forma, decorrentes dessas citadas e outras são parcialmente independentes, mais relacionadas ao ambiente cultural que privilegia a coletividade. É o melhoramento contínuo da produtividade e qualidade. Ohno afirmou que o melhoramento é eterno e infinito. Por melhor que possa parecer uma situação, ela pode sempre ser melhorada. E deve. Esse princípio deve estar presente no dia a dia da administração, sendo responsabilidade de todos, embora alguns programas especiais, como Círculos de Controle de Qualidade (CCQ), planos de sugestões individuais etc, tenham a responsabilidade pelo desenvolvimento dessas melhorias. A atitude da administração deve favorecer constante aprendizado e ser receptiva às mudanças e sugestões. A Toyota foi a segunda empresa no Japão a adotar um programa de Círculos de Controle de Qualidade, em 1962, e tem tido um enorme sucesso em termos de participação, número e qualidade das sugestões, medido pela porcentagem de implementação e pelos resultados econômicos alcançados. As outras características do SPT (Sistema de Toyota de Produção), algumas decorrentes dessas citadas e outras parcialmente independentes, são: CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO JAPONESA ADMINISTRAÇÃO PARTICIPATIVA - A administração japonesa se baseia na forma participativa de gestão, envolvendo participação dos funcionários no processo decisório, negociação de metas trabalha em grupo, controle exercido através de liderança, comunicação bilateral, participação nos resultados. PREVALÊNCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO – A falta de planejamento desperdiça mão-deobra, recursos materiais e tempo, elevando os custos de produção, gerando perdas de mercado e desemprego. Através do estabelecimento de um planejamento estratégico a empresa ganha flexibilidade, utilizando seus pontos fortes para atender às necessidades de seus clientes e conquistar os clientes da concorrência. VISÃO SISTÊMICA – A empresa é um sistema, pressupondo o conhecimento das inter-relações de seus diversos componentes. O desempenho de cada componente do sistema deve ser considerado por sua contribuição ao objetivo do sistema. Os objetivos propostos só podem ser atingidos ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 67 eficientemente quando os membros da organização agem de forma eficiente. O trabalhador tem consciência de que se a empresa alcançar lucros maiores, ele terá benefícios diretos (melhorando seu nível de vida) e indiretos (participando dos resultados). SUPREMACIA DO COLETIVO – O coletivo prevalece sobre o individual. O ser humano, visto como o bem mais valioso das organizações deve ser estimulado a direcionar seu trabalho para as netas compartilhadas da empresa, preenchendo suas necessidades humanas e se auto-realizando através do trabalho. Satisfação e responsabilidade também passam a ser valores coletivos. BUSCA DA QUALIDADE TOTAL – A Qualidade Total é assegurada pelo Controle de Qualidade Total – (TQC ou TQM), baseado em um sistema de métodos estatísticos, centralizado no melhoramento do desempenho administrativo. Seus resultados são garantia da qualidade, redução de custos, cumprimento dos programas de entrega, desenvolvimento de novos produtos e administração do fornecedor. A abrangência do TQC ultrapassa os limites físicos da empresa, começando com os esforços totais de treinamento de gerentes e operários. Verticalmente tem início na alta gerencia, prolongando-se até supervisores e operários. Horizontalmente, inclui de fornecedores a consumidores externos. A forma mais usual de se por em prática o TQC é através dos círculos de controle de qualidade, grupos pequenos, que executam voluntariamente as atividades de controle de qualidade. A própria estrutura do sistema JIT obriga a produzir com qualidade. Assume-se que o operador é responsável pela qualidade de sua produção. Foram incorporadas inúmeras técnicas de Controle Estatístico de Qualidade, basicamente desenvolvidas por norte-americanos e simplificadas de modo a poderem ser compreendidas e manipuladas pelos operadores da produção. Os gráficos de Controle Estatístico do Processo (CEP) ao lado de cada máquina são preenchidos e analisados pelos operadores, que podem tomar várias decisões, caso algum problema ocorra. Outro conceito importante foi estender a preocupação com qualidade para todas as fases do processo, chegando até os fornecedores, de um lado, e de outro, a procurar produzir de acordo com o desejo do consumidor (Controle Total de Qualidade). Assim, as atividades de controle de qualidade abrangem da pesquisa de mercado até o desenvolvimento de produtos, passam pela produção e vão até o desenvolvimento dos fornecedores. No chão da fábrica, os dispositivos bakayoke funcionam como sensores das máquinas, detectando disfunções; são capazes de identificar partes faltantes e montagens erradas, de parar automaticamente as máquinas e de garantir assim, a qualidade do processo. A inexistência de área de reparo no final das linhas é uma indicação da expectativa de se produzir seus defeitos e é uma das evidências mais fortes da falta de problemas de qualidade em uma linha, não exigindo retrabalho. Nas fábricas da Toyota, praticamente inexistem áreas de reparo no final da linha. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 68 PRODUTIVIDADE – O aumento da produtividade é um dos objetivos de qualquer organização. A administração japonesa propõe que, para atingi-lo seja adotada uma visão cooperativa dos funcionários, incentivando o envolvimento de todos na consecução das metas da empresa. Além da participação nas decisões e da autorrealização profissional, resultante do sucesso da empresa, as gratificações por níveis de produtividade são freqüentes nas organizações orientais. Apesar de calcar sua filosofia nos valores de realização pessoal dos funcionários, a empresa japonesa reconhece que o incentivo monetário é uma poderosa ferramenta na busca do comprometimento de seus membros com os objetivos empresariais. FLEXIBILIDADE – Para responder rapidamente às flutuações de mercado, a flexibilidade é refletida em vários aspectos: racionalização do espaço, equipamentos de utilidade geral e versáteis, layout celular, nivelamento e seqüenciamento da produção em pequenos lotes, redução de estoques, quadro de trabalhadores qualificados e flexíveis. a) tecnologia e administração do espaço. Devem-se evitar equipamentos fixos e especializados em favor de equipamentos que tenham utilidade geral e versatilidade. O layout funcional é substituído pelo celular, com o agrupamento de diferentes máquinas a partir da sequência de produção, facilitando transportes, utilizando melhor a força de trabalho com um operador cuidando de mais de uma máquina, evitando estoques, facilitando a produção de lotes pequenos, estimulando a comunicação entre os trabalhadores e aproveitando melhor o espaço. Novas tecnologias como robôs e máquinas-ferramentas de comando numérico devem ser flexíveis, de modo a serem fácil e rapidamente programadas para acomodar as mudanças constantes da linha de produtos. b) nivelamento e sequência da produção. A linha de montagem ideal é aquela que produz muitos modelos diferentes e pequena variância no volume de produção. O sequenciamento da linha de produção garante um modelo diferente em seguida do outro. Por exemplo, em uma linha, a sequência ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 69 A-B-C-A-B-C-A-BC é melhor do que A-A-A-B-B-B-C-C-C. Assim, se uma empresa tem um volume de produção de 100.000 unidades por mês de três produtos diferentes com a seguinte distribuição (50.000 de x e 25.000 de y e z), a programação da produção diária seria feita de tal modo que, supondo 20 dias no mês, 2.500 x e 1.250 y e z seriam produzidos, balanceada a linha da seguinte forma (x y x z x y x z). Se houver uma redução de demanda, para esse esquema é mais fácil ajustar do que se fossem produzidas, em duas semanas, todas as unidades x, uma semana para y e outra para z. Não se acumulam estoques, a programação da produção pode ser mais facilmente mudada, no dia anterior se for o caso, economiza-se espaço porque se pode ter uma linha ao invés de duas e não se requerem tantos supervisores. Combinada com isso, tem-se a rápida troca de ferramentas e moldes. Na metade dos anos 50, a troca de moldes na Toyota demorava de 2 a 3 horas; chegou a 15 minutos em 1962. No final dos anos 60, reduziu-se para três minutos. Algumas inovações tecnológicas facilitam essa melhoria, como a padronização dos moldes, a redução do tamanho dos equipamentos (exemplo: prensas maiores), carrinhos para o transporte dos moldes, métodos de otimização das trocas etc. c) trabalhadores qualificados e flexíveis (shojinka). Não deve haver rígidas especializações de tarefas e os trabalhadores devem fazer o máximo possível de rodízio entre as diferentes tarefas. Deve haver muito treinamento e qualificação. Assim, além de conhecer bem diferentes tipos de máquinas e tarefas, o operador deve ser responsável pela qualidade, manutenção corretiva, limpeza e transporte de materiais. d) organização flexível minimizando os conflitos entre fronteiras. Muitas vezes, os conflitos entre departamentos diferentes de uma mesma empresa são tão ou mais significativos do que entre os diferentes níveis hierárquicos. Para que o SPT funcione efetivamente, torna-se necessária muita cooperação entre os diferentes departamentos envolvidos como CQ, manutenção, métodos e processos, os diferentes setores da produção etc. Uma das consequências mais visíveis desse princípio é, por exemplo, a organização de equipes conjuntas de pessoal de produção e projeto do produto, para o desenvolvimento de novos modelos que levem em conta a manufaturabilidade, resultando em ciclos de desenvolvimento de produtos mais curtos e em produtos muito mais fáceis de fabricar, com mais partes em comum, reduzindo ou facilitando operações de montagem. RECURSOS HUMANOS – A ênfase é no trabalho em grupo, na cooperação no aproveitamento da potencialidade humana. Nas grandes empresas existe estabilidade no emprego, distribuição de bônus e outros benefícios. A ascensão na carreira é lenta. O treinamento é intenso e a estrutura de cargos é extremamente vaga (distanciada). Apesar de todas as inovações e revoluções tecnológicas trazidas pelo SPT, sem dúvida sua força fundamental encontra-se na qualidade e motivação do pessoal. O aproveitamento da potencialidade ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 70 humana em todos os seus níveis é um dos grandes méritos do sistema. A ênfase é no trabalho em grupo e na cooperação. Algumas características da relação de trabalho no Japão favorecem o maior envolvimento dos funcionários. A estabilidade no emprego nas grandes empresas tem tanto um sentido moral como econômico, retendo trabalhadores que desenvolveram um elevado grau de conhecimento sobre as operações específicas da empresa. A ascensão na carreira é lenta, baseada em tempo de serviço, e promoções são definidas cuidadosamente baseadas em uma avaliação minuciosa do desempenho individual em um período longo, no qual se acompanham não apenas a produtividade no trabalho mas, também, participação, criatividade, assiduidade etc. O recrutamento é baseado mais em habilidades sociais de convivência, capacidade de adaptação ao trabalho em grupo e atitude com relação ao aprendizado, do que propriamente em conhecimento técnico. O treinamento é extensivo, realizado no próprio local de trabalho porque é na produção que efetivamente se aprende? Comumente, engenheiros recém-contratados passam um ano desempenhando tarefas manuais, trabalhando em todas as fases do processo produtivo para, posteriormente, por exemplo, trabalhar no desenvolvimento de novos produtos; ou então, um economista contratado pode passar meses manobrando uma empilhadeira antes de ir trabalhar com custos. A estrutura de cargos é extremamente vaga, sem tarefas rigorosa ou rigidamente definidas, com demarcações genéricas, facilitando as constantes transferências de posições. Os salários não são vinculados diretamente à estrutura de cargos e são definidos pelo tempo de serviço, pelo nível educacional e pelo status da posição, além de bônus individuais e da companhia. Não há discriminação entre horistas e mensalistas, sendo todos mensalistas. Os sindicatos por empresa tendem a colaborar com a administração. Os benefícios adicionais como esporte, lazer, casa na empresa, empréstimo financeiro para casa própria, hospital, cooperativa de consumo, clube de campo, fazem parte de um conjunto de práticas paternalistas que tratam o funcionário de uma forma "integral", reforçando sua identificação com a empresa. TECNOLOGIA E PADRONIZAÇÃO – busca-se a harmonia entre o homem, máquina e processo. O trabalho padronizado é tido como fundamental para garantir um fluxo contínuo de produção. Primeiro ocorre à racionalização do processo, depois se conveniente, a automação. A constatação de que os tipos de máquinas e equipamentos têm embutidos determinados conceitos e pressupostos a respeito do processo produtivo foi uma importante descoberta do SPT Ohno não acredita que as tecnologias sofisticadas sejam necessariamente melhores. Presume, por exemplo, que os computadores, embora muito importantes, produzem mais informações do que o ser humano pode assimilar devendo sua utilização ser cuidadosa, pois pode eventualmente causar mais problemas do que resolvê-los. Um dos exemplos mais evidentes são a simplicidade, clareza, ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 71 facilidade de operação e baixo custo do kanban em oposição à complexidade, dificuldade de alimentação e uso, e alto custo do MRP (Planejamento das Necessidades de Materiais), ambos tendo objetivos semelhantes. Ohno procura a harmonia da tecnologia com o homem e da máquina com o processo produtivo, que é mais importante do que a sofisticação. Alta tecnologia e alta velocidade tendem a gerar capacidade ociosa e desperdício. Manter máquinas antigas funcionando, de acordo com ele, seria, muitas vezes, melhor do que comprar novas. Trabalho padronizado. Os ciclos de trabalho, o tempo para cada operação, tendem a ser bastante reduzidos e a seqüência de trabalho definida através da utilização das tradicionais técnicas de tempos e métodos. A diferença é que seu desenvolvimento tende a ser feito em conjunto com os trabalhadores, com muitas tentativas e modificações, sempre sujeito a melhorias dentro do princípio do kaisen. A padronização do trabalho torna possível manter o mesmo nível de produtividade e qualidade independente do operador individual, balanceando as linhas e evitando os estoques em processo. Facilita o aprendizado, tornando possível a múltipla qualificação dos trabalhadores. A monotonia que os ciclos reduzidos trazem é compensada com as freqüentes mudanças e a ampliação das tarefas. E fundamental para garantir o fluxo contínuo da produção e facilita a introdução de inovações tecnológicas. O melhoramento do trabalho é mais importante do que o melhoramento em tecnologia. MANUTENÇÃO – Os operadores são responsáveis pela manutenção básica, dispondo de enorme autonomia para interromper um processo errado. A manutenção preventiva também é privilegiada. As máquinas não podem parar sem colocar em risco o sistema, dado o elevado grau de interdependência de todo o processo. Os operadores são treinados com princípios básicos de manutenção para poder desempenhar atividades corretivas, sem precisar chamar pessoal especializado. Procura-se, assim, garantir o máximo de autonomia ao próprio operador para resolver os problemas de manutenção corretiva. De qualquer maneira, uma excepcional manutenção preventiva também é imperativa. LIMPEZA E ARRUMAÇÃO - São responsabilidades de todos, visando à manutenção do ambiente e a facilitação da administração dos recursos. Os trabalhadores são responsáveis por suas próprias áreas de trabalho. A fábrica deve ser bem iluminada e limpa. As ferramentas devem estar guardadas apropriadamente. Não apenas porque as pessoas se sentem melhor, mas, também, porque facilita a administração da produção, livrar-se de "lixos" dos mais diferentes tipos. Especial atenção é dada para organização dos estoques, sendo frequente a marcação, no chão, dos locais que devem ser usados para eles, o que constitui mais uma pressão para sua redução. Para facilitar a política de comunicação visual e do kanban na linha de montagem e de visualização das luzes, a fábrica deve estar limpa e organizada. Uma boa iluminação também facilita o controle de qualidade. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 72 RELAÇÃO COM FORNECEDORES E DISTRIBUIDORES – A subcontratação externa, prática antiga no Japão, mantém-se e é reforçada pela formação dos Keiretsu. Com o desenvolvimento no pósguerra, ela evoluiu para uma relação de apoio técnico e financeiro, cooperação e confiança. Ao contrário do fordismo tradicional, que procurava aumentar ao máximo os níveis de integração vertical, o SPT trabalha com um alto nível de subcontratação externa. Em parte por razões históricas porque a Toyota não tinha recursos financeiros para verticalizar -, a empresa desenvolveu uma rede de fornecedores em torno de Toyota City, muitos dos quais têm participação acionária da Toyota. A relação com esses fornecedores tem sido de apoio técnico, cooperação e confiança. Aliás, as relações com os distribuidores seguem os mesmos princípios. Os fornecedores começaram a entregar JIT apenas depois que a Toyota conseguiu implantá-lo em todas as suas unidades internas. Atualmente, os fornecedores entregam peças diretamente à linha, tendo sua qualidade assegurada, sem a necessidade de inspeções prévias antes de chegar à linha porque se sabe que o material não tem defeitos. As entregas são múltiplas durante um mesmo dia. CULTURA ORGANIZACIONAL – Procura-se estabelecer um clima de confiança e responsabilidade, baseado no respeito à hierarquia, na participação das pessoas no desenvolvimento da tarefa, nas decisões consensuais e na harmonia das relações. Uma vez listadas as características do sistema de produção japonês, não fica difícil abstrair características genéricas do estilo de administração japonesa que podem ser aplicadas em outros ambientes culturais. Paralelamente, é possível articular melhor os temas afins, tais como terceirização, gestão da qualidade total e organização de células de produção, no sentido de facilitar a comunicação e não romper com a hierarquia. Uma das mais fundamentais mudanças requeridas por esse sistema é a de valores e de cultura. Assumem-se diferentes concepções a respeito da natureza e do relacionamento humano, muitas delas derivadas da própria cultura japonesa. Procura-se estabelecer relações de confiança e responsabilidade. Os trabalhadores devem ter sua dignidade respeitada e suas opiniões consideradas. Devem ser informados ao máximo do que ocorre na organização. Deve-se estimular seu aprendizado constante e não se deve temer cometer erros. A simplicidade deve estar presente em todas as atividades. Cooperação e ajuda mútua devem ocorrer entre todos os membros da organização. Distâncias sociais e diferenças de status precisam ser diminuídas. A administração precisa descer do pedestal em que acredita estar e aproximar-se dos problemas cotidianos da produção. Menos ênfase nos indivíduos e mais nos grupos e nas relações. Há uma tendência a se criarem estruturas organizacionais achatadas, com equipes de trabalho autogeridas e responsáveis pela maioria das atividades diretas e indiretas na produção, staff reduzido e alta administração preocupada com planejamento a longo prazo e decisões estratégicas. A organização deve procurar desenvolver-se sempre e manter-se flexível, inovadora e dinâmica. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 73 VULNERABILIDADES E PONTOS FORTES: Conforme ressaltado, o sistema de produção japonês não é um sistema perfeito, como alguns de seus defensores querem fazer crer. Dois pontos frágeis são bastante visíveis, o sistema depende da cooperação irrestrita das pessoas, e é um sistema praticamente sem folgas. Sendo assim, qualquer erro gera graves repercussões em todo o processo. Ele depende basicamente das pessoas, da sua competência, exigindo, portanto qualificação, treinamento e reciclagem constantes. Outros pontos vulneráveis poderiam ser inferidos. A busca de consenso e o emprego vitalício, por exemplo, podem favorecer a burocracia e a morosidade no processo decisório. A estabilidade no emprego implica no rigoroso planejamento das necessidades de pessoal, seu plano de carreira e critérios de avaliação, mas depende principalmente da relativa estabilidade do faturamento da empresa, que é cada vez mais influenciado pelas tendências e preferências de um mercado globalizado. Outro aspecto vulnerável não tão explicita é a eficiência das atividades administrativas, outros é o crescimento excessivo do número de produtos, a diminuição do seu ciclo de vida, o desenvolvimento de um consumismo ambientalmente irresponsável e a concorrência predatória também podem ser: INSTRUMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO JAPONESA O processo de tomada de decisão por consenso; A proposta de decisão nasce nos níveis mais baixos; Cerimonial e respeito por gerações; Controle implícito; Prioridade para atividades fins; Cooperação, harmonia e lealdade. Deve-se sempre perguntar por que cinco vezes, de modo a poder chegar à raiz dos problemas, evitando-se assumir posições precipitadas e incorretas. Deve-se evitar a atitude de procurar os culpados e enfatizar uma perspectiva construtiva de resolver conjuntamente o problema. A ênfase deve ser na ação. É mais uma forma de reduzir desperdícios. Um dispositivo custando $200,00 pode ser inicialmente justificado porque substitui um trabalhador, mas quando se analisa melhor e se chega à conclusão de que mudando a sequência de trabalho se obtém o mesmo resultado, então, esse investimento é supérfluo. Não se deve deixar levar pelas aparências e pelas primeiras impressões. Segundo Ohno, a administração tem uma parcela de mágica (ninjutsu); e com treinamento, competência e criatividade é possível resolver problemas que parecem insuperáveis a princípio. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 74 ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 75 COM ISSO PODEMOS CONCLUIR QUE APESAR DAS INUMERAS TEORIAS SURGIDAS AO LONGO DAS ULTIMAS DECADAS, AS ORGANIZAÇÕES AINDA SE “ESTRUTURAM” NO MODELO DE TAYLOR, FORD, MAYO, FAYOL E TAIICHI OHNO, EMBORA JA SE TENHA UMA OUTRA VISÃO DO HOMEM, A DE SER UM SER PRODUTIVO E QUE TAMBÉM ESPERA RECOMPENSAS SOCIAIS ALÉM DAS FINANCEIRAS. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 76 LIDERANÇA A formação de Liderança tem como objetivo trabalhar desenvolver o potencial individual dos participantes para a prática da liderança diária. Liderança é o processo de influenciar pessoas no sentido de que ajam em prol dos objetivos da instituição. É a capacidade de levar alguém a cooperar espontaneamente. Quando o gerente não tem liderança, o funcionário adota a estratégia de fingir que faz ou que obedece e faz o mínimo necessário para não perder o emprego. A liderança traz o poder sólido e sustentável. Nesse sentido atuaremos: No desenvolvimento da autodisciplina e do autocontrole; No processo de mudança e flexibilidade na empresa; No reconhecimento e utilização dos diversos estilos de liderança nas situações adequadas; Na comunicação como fator motivador para a equipe; No gerenciamento de pessoas e na administração do tempo com eficácia; No planejamento de suas atividades, Na administração de conflitos de forma produtiva e Na delegação de tarefas para tornar-se um agente de mudanças dentro da empresa, direcionando os funcionários para uma visão de futuro. Liderança consiste em: INFLUENCIAR; COOPERAR; TER UM OBJETIVO ESPECÍFICO E CLARO PARA AÇÃO DE TODOS. Os instrumentos para a Liderança são: Contatos frequentes e estreitos; Manter os colaboradores informados; Oferecer a todos a atenção, justiça e imparcialidade; ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 77 Assumir suas responsabilidades; Ser um Comunicador. TIPOS DE LÍDERES LÍDER AUTOCRÁTICO Determina as ações do colaborador/grupo Preocupação com as tarefas Tende a centralizar a autoridade Tende a gastar tempo, desenvolvendo as tarefas de seus subordinados Tende a controlar por inspeção Tende a dar maior ênfase aos resultados LÍDER DEMOCRÁTICO Ênfase em compartilhar, facilitar e cooperar Valoriza as decisões/realizações do grupo Compartilha a autoridade Encoraja o grupo a buscar soluções, propõe desafios O líder busca se ocupar do planejamento organizacional Idêntica às necessidades do grupo e os direciona no sentido de obter resultados lucrativos LÍDER LIBERAL Ênfase em delegar tarefas Possibilita grande autonomia ao pessoal Contribui com opiniões e recursos quando solicitado Acompanha e valoriza os resultados eficientes A equipe deve estar altamente treinada e motivada, profissionais competentes e dispostos O líder se ocupa do planejamento organizacional ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 78 Falar de liderança e de competências gerenciais é hoje em dia algo tão trivial como dizer que as empresas possuem uma responsabilidade social perante a sociedade. Sem dúvida alguma tais assuntos são extremamente debatidos e estudados no âmbito organizacional, mas as explicações às quais se encontram nos diversos artigos, livros e obras sobre tais assuntos nem sempre vêm de encontro às necessidades das empresas. Na maioria das vezes, discute-se a respeito do que um líder deve fazer, e se esquece de refletir sobre aquilo que ele deve ser. Tal distinção não é de modo algum irrelevante, ou seja, é importante levar-se em consideração sua personalidade, seu caráter e suas características intrínsecas não somente as ações e atitudes nas tomadas de decisões. Sabe-se que a busca de resultados tangíveis sempre foi um dos grandes motores da vida das organizações. Foi com este objetivo que Taylor com a administração científica, Ford com a linha de montagem, Fayol com o processo de administração e Max Weber com a teoria da burocracia desenvolveram a Escola Clássica. Depois, através de Elton Mayo e seu famoso estudo de Hawthorne incorporam-se novas variáveis ao processo de Management, ou seja, gerência ou administração, como por exemplo, a necessidade de reconhecimento, segurança e sentido de pertinência, conforme discutido no capitulo anterior. A descoberta destes fatores promoveu a primeira grande mudança na forma de conduzir a empresa e os seus empregados. Como consequência, mudou-se também os parâmetros que definiam um bom chefe e começou a delinear-se a concepção do moderno conceito de liderança. É verdade que houve uma mudança de enfoque, mas não se alterou significativamente o modo de tratar com as pessoas dentro da organização, justamente porque continuaram sendo vistas como um instrumento para conseguir aquilo que se deseja. Liderar é liberar a capacidade criativa das pessoas, visando atingir objetivos de acordo com os valores da organização. Tal nível de comprometimento leva consigo uma dupla exigência: 1) que a liderança seja digna da confiança dos seus liderados e 2) que os liderados sejam por sua vez, dignos da confiança do líder. A confiança, ao mesmo tempo em que é recíproca pode ser também uma consequência das atividades do líder (BULLARA, 2003). O líder não é aquele que consegue resultados através das pessoas, mas com as pessoas. Enquanto no primeiro caso, o resultado é o fim em si mesmo, e as pessoas, o instrumento, ou seja, usa as pessoas para se alcançar algo mesmo que para isso seja necessário manipular; no segundo caso, o resultado é a consequência natural do processo de liderança, e as pessoas estão em primeiro lugar. Chega-se a um ponto onde a confiança mútua é manifestada. Líderes e liderados realmente trabalham em conjunto visando a um objetivo comum. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 79 Chefe ou líder? Muitos autores fazem uma diferenciação entre chefe e líder, outros comparam gerente e líder, há ainda os que chamam de patrão e líder. Para Gibb (apud Penteado 1981) há uma distinção muito clara entre liderança e dominação. 1 - A Dominação é mantida através de um sistema organizado e não por um reconhecimento espontâneo. 2 - O objetivo do grupo é escolhido pelo chefe, de acordo com os interesses dele, chefe, sem ser determinado pelo próprio grupo. 3 - Na Dominação há pouco ou nenhum sentimento de participação na consecução dos objetivos. 4 - Nas relações de Dominação há um abismo entre chefe e subordinados e o chefe procura manter essa distância como uma ajuda à coação que exerce sobre o grupo. 5 - Basicamente, essas duas formas de influência diferem quanto à fonte da autoridade exercida: a Dominação não leva em conta o consentimento. Ainda seguindo essa linha de raciocínio Charles W. Johnson (apud Penteado 1981) faz algumas comparações entre o patrão e o líder, vistas no Quadro 1: PATRÃO LÍDER Manda Orienta Amedronta Entusiasma DIZ: Vá! Diz: Vamos! Baseia-se na autoridade Baseia-se na cooperação Diz: eu Diz: nós Atrapalha Ajuda Procura “culpados Assume responsabilidades Faz mistério Comunica Fiscaliza Acompanha Desmoraliza Confia Promete e não cumpre Nunca promete o que não possa cumprir Fonte: PENTEADO, Whitaker J. R. Técnica de Chefia e Liderança. 6 ed. São Paulo: Pioneira, 1981.p. 108. Este paralelo mostra os diferentes pontos de vista de quem chefia e de quem lidera. É absolutamente indispensável realizar um esforço para ampliar a visão das empresas no sentido de acreditar que além das qualificações de gerenciamento, são necessárias também as ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 80 qualidades de liderança, a fim de que a eficiência e a eficácia sejam alcançadas e o êxito seja concretizado. Ainda na mesma linha façamos outra comparação: CHEFE LÍDER Diz: Eu, Façam Diz: Nós, Façamos Manda, impõe Sugere, orienta, comanda Inspira medo Inspira confiança Isola-se do Grupo Está com o grupo Desconfia Confia Interesse exclusivo pelo Trabalho Interesse também pelas pessoas Pouco disposto a escutar Disposto a escutar sempre Não considera as diferenças individuais Leva em conta as diferenças pessoais É grosseiro É educado Toma sempre as decisões sem consultar o Com frequência ouve o grupo antes de tomar grupo decisões O chefe muitas vezes é fruto de ato administrativo, pelo qual, se assume o cargo sem habilitação. Sua principal atribuição, em muitas vezes é fazer o grupo funcionar. Porém, ele deve ir além, buscar a aproximação com o ideal. Chefes que não são líderes têm apenas o poder da autoridade, não de respeito e comando. Ele apenas “manda”, buscando impor-se pelo poder de coação e dominação, sem exercer uma ação humana individual e grupal em busca de um objetivo comum. O líder não muda as pessoas, ele influencia o querer das pessoas. O líder é aquele que conquista, cativa, desenvolve a automotivação, influencia as ideias e por meio delas promove mudanças. Ele deve simbolizar os objetivos, aspirações e anseios do grupo de trabalho. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 81 Todo líder sabe que a empresa é uma fábrica de ideias e, como tal, deve haver a possibilidade de que as ideias fluam, permitindo a inovação e a eficácia de seus colaboradores. Profissional Eficiente Profissional Eficaz Preocupada em trabalhar Preocupada com resultados O esforço, a atividade e o tempo contam Só conta o resultado final, independente de esforço, muito tempo. Voltada para resolução de problemas Voltada para exploração de suas potencialidades, criatividade e limitações. Zela pelos recursos Maximiza, otimiza, agilizando os recursos Diminui custos, gastos Aumenta os lucros, produz Faz o planejado Tem flexibilidade a novos fatos Elimina riscos Calcula os riscos Segundo pesquisa da Harvard Business School, uma cultura forte e flexível, baseada em valores compartilhados levou algumas empresas americanas a, num período de 11 anos, faturarem quatro vezes mais, criarem sete vezes mais emprego, terem suas ações aumentadas 12 vezes mais rápido e obterem lucratividade 750% superior às com cultura rígida e autoritária. Outro estudo mostrou que cada valor limitante de uma empresa centralizadora pode aumentar os custos em até 7%. Neste sentido, para sustentar as mudanças necessárias, é necessário uma transformação pessoal dos níveis superiores das organizações, que capacite os profissionais a responder, e não a reagir aos desafios. Reagir é o fundamento da impulsividade ou da acomodação, de acordo com padrões limitadores do passado – é “dirigir olhando pelo retrovisor”. Responder é a base da responsabilidade, agindo de forma consciente, com referência no presente (abertura) e no futuro (visão). Líderes responsáveis discernem as ameaças imaginárias (modelos mentais pessoais) das reais (questões objetivas) e assim enxergam oportunidades e criam uma visão motivadora. Valorizam o trabalho em equipe e apoiam o aprendizado e a iniciativa. Não abrem mão da ética por objetivos de curto prazo, pois sabem que a missão da empresa vai além dos resultados financeiros. No primeiro estágio da mudança – transformação pessoal – os novos líderes têm de encarar seus medos e se tornar mais autênticos, aprendendo a questionar verdades estabelecidas e práticas que limitam a evolução da empresa. Por exemplo, libertam-se do pressuposto de que para crescerem e estarem “bem na foto” e precisam ser viciados em trabalho. Eles se tornam líderes facilitadores. Entre os desafios estão: ter clareza e apoiar os valores no trabalho, estabelecer uma missão e uma visão pessoal e alinhá-las com as da empresa, saber gerenciar a transição – isso é, libertar- ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 82 se das atitudes de gerente e apoiar as de líder – e ter as competências para lidar com o estresse. No segundo estágio – competência emocional – eles aprendem a se conectar com os seus colegas para fortalecer o espírito de equipe e de coesão interna. Tornam-se líderes colaboradores. Para isso, aprendem as habilidades do líder-coach, como a capacidade de escutar de forma ativa e de fazer perguntas desafiadoras (sem oferecer respostas prontas). Parece muito trabalhoso? O fato é que enquanto muitos dirigentes estão paralisados pelas possíveis consequências das mudanças listadas acima, principalmente sobre o seu estilo de gestão, seus competidores podem ter reconhecido serem elas o elemento chave para criar organizações eficientes e de sucesso financeiro. Lembre-se: não são as organizações que se transformam, mas as pessoas (ZIEMER 2005). O resultado final disto é o crescimento da organização como um todo. O verdadeiro líder é aquele que percebe esta realidade. Tem plena consciência de que não basta apenas conseguir resultados - ser eficaz. Torna-se necessário pensar sobre o modo pelo qual se obtém tais resultados. Segundo Hersey (2005), a liderança ideal é feita por quem sabe influenciar sem manipular, é flexível na medida exata para se adaptar rapidamente a situações diversas, não se deslumbra facilmente com o poder que o cargo lhe confere e, acima de tudo, vibra quando os que estão à sua volta são bem sucedidos. Somente o verdadeiro líder tem essa intenção de ajudar ao seu grupo a ponto de vibrar com uma vitória conjunta. Um líder não nasce feito, ele se faz em decorrência do desenvolvimento de sua personalidade FERRAMENTAS PARA A LIDERANÇA Gerenciamento de Pessoas: O líder precisa ter uma perspectiva de visão global, onde possa perceber a organização como um todo, mostrando como sua equipe se integra a empresa e a importância de cada atividade para os resultados gerais. Baseado nessa visão global deve definir e solucionar problemas, avaliar as oportunidades do ponto de visto amplo, não só de sua equipe. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 83 Precisa saber receber, transmitir e implementar metas e planos da direção, equilibrando necessidades e expectativas pessoais, com os resultados e necessidades empresariais. O líder é aquele que representa a sua equipe, transmitindo aos superiores as suas ideias, preocupações e sugestões, repassando informações que os ajude a planejar, organizar, direcionar e administrar toda a empresa. Quando você estiver gerenciando pessoas que ainda não conhece, procure conversar com elas, ouça, observe o que fazem, qual a situação geral de sua área e suas preocupações especiais. Solicite as pessoas da equipe impressões sobre os problemas de trabalho, ouça suas sugestões e opiniões de melhoramentos, implemente-as tanto quanto forem possíveis. Procure conhecer a escolaridade, a experiência, as atribuições e habilidades de cada membro. Administração do Tempo: Se administrássemos bem nosso tempo não reclamaríamos de sua falta. Muitos de nós não controlamos o tempo, é o tempo que nos controla, já que muitas vezes fazemos coisas, sem pensar sobre como nossas horas são gastas. Se planejarmos nosso tempo de modo a nos concentrarmos nas atividades que se relacionam com nossas metas e deixarmos de lado as atividades menos importantes, com certeza atingiremos nossos objetivos. A administração do tempo ajuda a prevenir muitos problemas e distrações que poderiam interromper seu trabalho. Um líder tem várias atividades importantes, por isso é preciso administrar bem seu tempo para não se perder. Algumas regras básicas para administração do tempo: Organize sua mesa e sua área de trabalho para uma eficácia máxima. Posicione-a fora da vista de quem passa, evitando muitos visitantes e paradas de trabalho desnecessárias; Verifique as tarefas que você pode delegar aos funcionários; Organize e classifique a correspondência que você recebe e crie uma pasta de arquivo para cada categoria, não guarde papéis que sejam inúteis, elimine tudo o que puder; Cuide de cada documento apenas uma vez, se possível; Prepare modelos de cartas, relatórios, deixando prontas os já padronizados; ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 84 Planejamento de Ações: Uma pessoa bem sucedida é aquela que tem um objetivo na vida, uma meta profissional e planeja passo a passo o que irá fazer para atingi-los. Definida a meta e preciso traçar os planos para alcançá-la. Planejar antes a ação impede improvisações e riscos desnecessários, que só nos fazem perder tempo e dinheiro. Ao planejar é preciso ter flexibilidade suficiente para permitir alterações, se as circunstâncias exigirem. Algumas regras básicas para Planejamento: Decide o que deve ser feito, por que, quando e como. Em seguida atribua responsabilidades a seus funcionários; Mostre os benefícios reais que os planos se propõem a produzir para a equipe e para cada funcionário; Estimule-os a perguntar, esclarecer todas as dúvidas. Faça acompanhamentos sempre que necessários para esclarecer e obter feedback. Expresse suas metas em números tornando-as claras e objetivas. Mantenha controles para medir o ritmo do progresso conquistado pelo grupo, utilizando recursos como gráficos, fotos, permitindo a todos constatarem como as coisas mudaram, melhoraram. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 85 LIDERANÇA E MOTIVAÇAO “A melhor forma de liderar um grupo começa por procurar conhecê-lo.” Para começar é necessário ter empatia com ele, se colocar no lugar da outra pessoa. Na verdade a empatia requer a capacidade de compreender o quadro geral, isto é, a situação global de uma pessoa ou de um grupo, buscando reconhecer seus pensamentos e sentimentos. Para identificar-se com o que as outras pessoas pensam ou sentem começa com o fato de escutálas. Se o grupo percebe que você escuta irão dizer-lhe o que sentem ou pensam. Escutar suas queixas, ideias, recomendações ou conselhos. Isto quer dizer que precisamos utilizar nossas percepções, ouvir, ver e sentir o nosso meio e as pessoas que fazem parte dele, para conseguirmos atingir um nível de comunicação mais amplo e refinado. Além disso, é importante dar atenção ao que “escutamos” e agir com base nessas informações, caso contrário às pessoas do grupo acharão inútil informar-nos sobre as situações, sentimentos e tudo mais, se nada acontecer para mudar ou melhorar. Regras para a escuta ativa, segundo Donald Weiss: Preparar-se para a ação: você escuta de maneira ativa, preparando-se para agir e limpando a mente de qualquer coisa que possam meter-se no caminho. Seja franco: deixe a outra pessoa dizer o que tem para dizer, não importando o que seja, agrade ou não a você. Ficar na defensiva, recusar-se a ouvir coisas desagradáveis, soa fatores que obstruem a comunicação. Faça Perguntas: compreenda tudo o que a outra pessoa esta dizendo, e assegura-se de que compreendeu fazendo perguntas para esclarecimento ou para detalhar melhor. Estude a Linguagem corporal: As pessoas “falam” com seu tom de voz, com os olhos, com as mãos, com a postura. E, em geral, aquilo que dizem dessa maneira comunica o que sentem mais do que as palavras. Enquanto alguns sinais tem significado universal, as pessoas também transmitem sinais que lhes são únicos, sinais que você tem que aprender a decodificar. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 86 Reconhecer: deixe a pessoa saber que você compreende e, sobretudo, deixe saber que você compreende seus sentimentos. Dê feedback: parafraseie o que a outra pessoa diz. Reflita os sentimentos dela, sendo empático diante da situação. Faça Resumos: antes de avançar ou mudar de assunto, assegure-se de que a outra pessoa terminou. Demonstre interesse e respeito pelo o que o outro apresenta. Lembre-se que a comunicação é o resultado que você obtém dela. Isto significa que transmitir uma informação pura e simplesmente não significa que tenha sido entendida pelo outro: preste atenção no feedback (retorno) que esta pessoa lhe dá como consequência do que você quis transmitir. Para que a comunicação ocorra é necessário: EMISSOR (aquele que vai emitir a mensagem) MENSAGEM (o conteúdo transmitido) RECEPTOR (o que recebe a mensagem) Para a comunicação existir é preciso pelo menos duas pessoas, o Emissor e o Receptor, percebemos que a maior responsabilidade da comunicação eficaz esta nas mãos do Emissor, pois somente ele pode verificar se sua mensagem foi entendida pelo Receptor. Precisamos ser claros: Explique, demonstre, escreva etc. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 87 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SANTANA, Flávio Dias, Revista Administrador, p.34, 2013 CALDAS, Miguel P. O Triste Destino da Área de O&M - II. RAE-Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 39, n. 3, p. 7, jul./set. 1999. CURY, Antonio. Organização e métodos: uma visão holística. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2005. ISBN 85224-4058-1 HESSEL, José Ribeiro. Organização e métodos. 2.ed. Porto Alegre: D.C. Luzzato, 1987. 149 p. ISBN 85-85038-58-6 OLIVEIRA, Djalma, P.R. 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Edição compacta. São Paulo, Atlas, 2006. Sistemas, Organização e Métodos: uma abordagem gerencia / Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira. – 14. Ed. – São Paulo: Atlas, 2004. Comportamento organizacional / Stephen P. Robbins Tradução técnica: Reynaldo Marconsdes – 9. Ed Teoria das Organizações: evolução e crítica /Fernando C. Prestes Motta. São Paulo: Pioniera,1986. MENEGHETTI, Antonio. Dicionário de Ontopsicologia. 2 ed. rev. Recanto Maestro: Ontopsicologica Editrice, 2008. ISBN 978-85-88381-41-4 PRADO, Jonas Reginaldo, Iniciação a Administração. 6 ed: Global. http://www.enfbox.com/2009/03/teorias-administrativas.html#.UizFyNI3st4 A vantagem japonesa no setor automobilístico é registrada por KRAFCICK.J. & MACDUFFIE, J. P. Explaining High Performance Manufacturing; the international Automotive Assembly Plant Study. Apresentado no III Policy Forum, International Motor Vehicle Program, MIT. México, 1989. Termo originalmente definido por WOMACK, J. "A Post-National Auto Industry by Year 2000". The JAMA Forum,8(1), 1989. ] CUSUMANO, M. The Japanese Automobile Industry - Technology and Management at Nissan and Toyota.Cambridge, Ma., Council on East Asian Studies, Cambridge, Harvard University Press, 1985. OHNO, T. Toyota Production System. Cambridge, Ma., Productivity Press, 1988. KRAFCICK, J. & MACDUFFIE, J. P. Op. cit. A transferência das plantas japonesas para os EUA é discutida com detalhe em SHIMADA, H.& MACDUFFIE, J. P. Industrial Relations and 'Humanware'; Japanese Investments in the U.S. Canadá, trabalho apresentado no I Policy Forum, International Motor Vehicle Program, MIT, 1989. Entre outros trabalhos descritivos do sistema, ver MONDEN, Y. Toyota Production System. Norcross, Ga., Industrial Engineering and Management Press, 1987, SUZAKI, K. The New Manufacturing Challenge. New York, The Free Press, 1987; KRAFCICK, J. "Triumph of the Lean Production System". Sloan Management Review, Fall, 1988; e SUGIMORI, Y. et alii. "Toyota Production System and Kanban System; Materialization of Just in Time and Respect-for-human System". International Journal of Production Research, 75(6), 1977. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 88 Exemplos da introdução do "ohnoísmo" no Brasil são dados por SALERNO, M. "Produção, Trabalho e Participação: CCQ e Kanban numa nova imigração japonesa". In: FLEURY, M. T. L. & FISCHER, R. M. (orgs.)Processo e Relações de trabalho no Brasil. São Paulo, Atlas, 1985; FERRO, J.R. Strategic Alternatives for the Brazilian Motor Vehicle Industry. México, trabalho apresentado no III Policy Forum, International Motor Vehicle Program, MIT. Especificamente sobre CCQ ver TOLEDO, J. C. Qualidade e Controle de Qualidade.São Paulo, Atlas 1986. Uma avaliação crítica é feita em SUGO, A. O mito do sistema administrativo japonês. São Paulo, Dissertação de Mestrado, EAESP/FGV, 1985. BULLARA, César F. C. As Exigências de uma Política de Responsabilidade Social. 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Iniciação à Administração Geral: São Paulo. Manole Editora, 2009. ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 89 ADMINISTRAÇÃO GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2015 90