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Projeto Memória da PUC Campinas
CA M P I NAS
- PUC-CAMPINAS
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CAFIERO, Carlota. Proximidade com São Paulo atrapalha. Correio Popular, Campinas, SP, 10 out. 2004. Caderno C,
Caderno, p. C-3.
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CAFIERO. Carlota. Proximidade com São Paulo atrapalha. Correio Popular,
Campinas, SP, 10 out. 2004. Caderno C, Caderno, p. C-3.
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{;ARLOTACARERO
Da Agência Anhangüera
[email protected]
ecém-chegado da Espanha, onde
expõe uma série inédita de 24pinturas na sala de exposições da Caja de
Burgos (espécie de Caixa Econômi...
ca), na cidade de Burgos, o pintor
Bernardo Caro é um pouco mais otimista sobre a existência de um mercado de
arte contemporânea em Campinas. "Não está
existindo. Quem seinteressa por arte hoje vai
a SãoPaulo. O problema de Campinas é que
está muito próxima da Capital", acredita.
Caro,que évice-cônsulhonorário da Espanha em Campinas, costuma produzir de dois
em dois anos. A nova série, baseada nos nus
femininos de pintores famosos como Goya,
Velazquez, Júlio Romero, Vermeer e Hopper,
foi feita especialmente para a mostra em Burgos- oito telas já foram vendidas entre US$2
mil eUS$8mil. "Minha produção é muito pontual, não façomuitas exposiçõespara nãovirar
figurinha fácil".
Posteriormente, a exposição viajará por
várias cidades da Espanha e fmalmente fará
parte do acervo do Museu Bernardo Caro (que
já conta com 60obras do artista) na cidade de
Villánueva deI Trabuco, em Málaga.
Nascido em Itatiba, Caro soma 40anos de
trajetória artística. Fez parte do Grupo Vanguarda eparticipou de importantes salõesna
décadade 1960-"Foram osmeus laboratórios"
-, e hoje lamenta que artistas, galerias e ateliês tenham ido embora de Campinas, principalmente pela proximidade com SãoPaulo.
ARTE PARA VENDER
Campineiro criado no Rio de Janeiro, onde
se formou na Escola Superior de Desenho
Industrial (ESDI),o pintor Mário Gravem Borgesviveudurante 20anosem Londres, na Inglaterra, entre as décadas de 1970e 80,onde fez
pós-graduação e extensão.
Hoje, tem um ateliê no bairro Cambuí, em
Campinas, e estáparticipando de duas importantes mostras no exterior: uma coletiva que
celebra 25 anos de exposição em uma mesma
galeria, a Carlyle,na Inglaterra, e na Aldo Castillo Gallery,em Chicago, nos EUA.
Mesmo com essecurrículo, Borges vende
poucos quadros em Campinas. "Viajo bastante, exponho e vendo fora. Tenho contatos com
a galeria Solar do Rosário, em Curitiba. Em
São Paulo, estou trabalhando com o colecionador Luiz Carlos Caribé", revela. No Brasil,
suas obras custam entre R$ 2 mil e R$ 10 mil.
Para Borges, um mercado de arte existe
quando existem produção, mediador e comprador. "Para isso, precisamos de artistas que
produzam, um público interessado em comprar e um mediador que estimule a produção
e tenha elementos culturais suficientes para
educar o públicocompradore agilizara pro-'
dução do artista", explica.
O artista leva a discussãoainda mais a
fú~ndoquandoquesfiona se:êm prIncípio, a'
arte contemporâneaéfeita para vender. "Seria
um erro atribuir à arte funções que ela não
tem. Mas, a troca comercial constitui parte
integrante de qualquer sociedade".
Borges lamenta que, em Campinas, apesar
de haver alguns colecionadores particulares,
muito dinheiro, universidades e algumas instituições importantes no campo das artes plásticas, não exista uma dinámica de mercado de arte.
"Aelite fmanceira da cidade não é uma elite culta. Ainda faltam pessoas curiosas e dispostasa pesquisar,entender ecolecionar obras
de arte. Falta inform~ção e vontade de investir na cidade, legando a ela instrumentos para
que se crie uma cultura de reflexão, acolhendo artistas de fora e dando aos artistas daqui
uma plataforma de trabalho compatível com
seustalentos esuascontribuições à sociedade
campineira. Falta a noção de que cultura, como
território, é um bem estratégico" .
Mas, por outro lado, o artista engrandece a iniciativa de alguns colecionadores, como
Ademar Manarini,
ANOTENAAGENDA os Manfredi, os
Camargo Pentea-
-
ARTISTAS
-
8emardoCaro 3231-8561
EgasFrancisco 9194-6354
-
Fábio
De8ittencourt
- 9138-1043
-
do, os Coutinho
Nogueira - "São
pessoas discretas e
apoiadoras. Mas
SamanthaMoreira 3251-7937
MárioGravem80rges- 3252-5052
são poucas"; e lembra a existência de
ALGUMASGALERIAS
alguns projetos e
instituições: "Tem
* Aquarela- RuaFrei Manoel da Ressurreição,
746,Guanabara,
32427512
* AteliêAberto- ProduçõesContemporâneas
- RuaSantosDumont,323,
Cambur,
fone:3251-7937
* CroquiGaleriadeArte- RuaCoro-
um museu de arte
com bons monitores (Macc) e há iniciativas públicas e
particulares como
a CPFL, excelente,
nelQuirino,1.592,Cambuí,fone:
3251-7280
e a Sanasa. Há
* GaleriadeArte daUnicamp- Rua
radores cuja formação cultural e
sensibilidade os
capacita a escoar a
Sérgio8uarquede Holanda,sin°,
BarãoGeraldo,fone:3788-7453
* Quadrante
- RuaAmérica8rasiliense,163, Cambur,fone:32512288
* ToteEspaçoCultural- Av. Maria
FrancoSalgado,
260,Sousas.
fone:
3258-9298
arquitetos e deco-
produção
dos
artistas da cidade". Nem tudo está
perdido.
CAFIERO, Carlota. Proximidade com São Paulo atrapalha. Correio Popular,
Campinas, SP, 10 out. 2004. Caderno C, Caderno, p. C-3.
Espaçopara
vendadurou
.
-
seis meses
Em fevereiro deste ano,
SamanthaMoreira, artista plástica efundadora deum dosespaços
que mais fomenta a produção em
ArÇ1
uiteta
oferece
novidades
arte contemporânea em Campinas
- o Ateliê Aberto -, decidiu abrigar e comercializar obras de 24
artistas plásticos, entre eles
Jurandy Valença, Marcelo Moscheta, Cecilia Stelini, DeI Pillar
Salum, Nilsa Volpato, Marcos
"Há profIssionais conscientes
que sabem o valor do artista contemporânea e se utilizam de sua
arte não somente como composição estética mas também como
obra cultural, de conscientização".
A frase é da arquiteta e decorado,
ra de interiores Graça Gargantini, da Unitá Arquitetura, no Cambui, em Campinas, que acredita no
mercado de arte contemporânea.
"Uma das difIculdades é quando o cliente, mesmo que tenha
poder aquisitivo, não quer inovar
e não se interessa por um resultado artistico, quer o padrão. Aí não
temos como apresentá-Io a projetos de vanguarda. Mas, sempre que
possível, ajudo os meus clientes a
descobrirem a arte contemporânea", diz a arquiteta, formada pela
Pontificia Universidade Católica
Lemes entre outros.
A galeria para a venda de quadros durou somente até setembro.
Nesse tempo, vendeu pouco
de quatro trabalhos. Este
Samantha inaugurou nova
com o nome de Ateliê Aberto-
mais
mês,
fase,
Pr0-
duções Contemporâneas.
"Existem poucas pessoas que
têm interesse e gostam de arte
contemporânea", constata. "O
que existe é um mercado para
decoração.Poucagente consome
uma obra dearte contemporânea
com a possibilidade de colocá-Ia
em casa".
Ela própria tem uma coleção.
"No começo do ano, adquiri um
quadro do Marcelo Moscheta, de
1,8x 1,5metros, por R$l,Gmil Hoje,
o mesmo quadro vale cerca de R$
3 mil, pois o artista ganhou prêmios e mais projeção. Colecionar
arte contemporânea é apostar nos
artistas", incentiva.
Samantha nota que há pessoas que consideram cara uma
obra de arte por R$ 2 mil, mas não
têm nenhum problema em gastar
R$ 4 mil em mobiliário. "Há uma
grande diferença entre o que é arte,
o que é artesanato e o que é deco-
ração".
Samantha destaca, porém, o
trabalho dearquitetos edecoradores no papeldedivulgar aarte contemporânea e criar um público
para ela. "Se existe um mercado
de arte contemporânea em Campinas, eleestávinculado a decora.
doresearquitetos.Algunsfreqüentam oAteliê Aberto, adquirem e
encomendam obras". (CC/ AAN)
de Campinas (PUC-Campinas)em
1981,e que há pouco tempo adqui-
riu duas esculturas em madeira
do artista plástico de Campinas
Scooby. Também
I
possui vários
tra.
balhosdaartista SamanthaMoreira (do Ateliê Aberto)
que fica na Rua Emilio
telefone:
no escritório,
Ribas, 1.555,
3255-8050. (ÇC/ AAN)
CAFIERO, Carlota. Proximidade com São Paulo atrapalha. Correio Popular,
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a descobrirem a arte
contemporânea"
CAFIERO, Carlota. Proximidade com São Paulo atrapalha. Correio Popular,
Campinas, SP, -10 out.
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Tereza Crlstlna Moura Penteado, da Croqui: galeria representa 80 artistas
de Camínas e região
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ireslste'-há 26-anos
Uma das galerias mais tradicionais
da cidade, a Croqui Galeria de Arte, fundada e dirigi da pela artista plástica Tereza Cristina Moura Penteado, resiste há 26
anos por "pura paixão". Surgiu como forma de divulgar e educar o público para a
arte no papel, como aquarela, litografIa e
xilogravura. Hoje, os serviços se estendem
para outros tipos de linguagem e suporte,
além da venda de molduras.
A Croqui representa cerca de 80artistas de Campinas, região e de renome naeio-
nal, como Cláudio Tozzi e Mário Bueno
(morto em 2002)."O mercado de arte está
muito parado", afIrma Tereza. "A produção artística está sempre se renovando,
mas o público não freqüenta e não consome. Este ano nemflZemos exposições, pois,
para isso, precisávamos investir em divul.
gação, coquetel, segurança, e essas coisas
não saem por menos de R$ 3 mil".
Diante das difIculdades de se vender
gravuras e pinturas, Teresa investiu nas
molduras, e hoje viaja até para o exterior
a fIm de visitar feiras e trazer novidades
da área, que esquentou. "Já fui para a Itália, Inglaterra e Estados Unidos. As pessoas preferem comprar reproduções de
artistas famosos e emoldurá-Ias", conta.
O artista plástico Mário Gravem Bor.
ges também lembra de importantes galerias que existiram e, infelizmente, fecharam na cidade: "A Galeria Campinas, a
Galeria Vera Ferro, a Galeria Mondria e
a famosa Galeria Girassol, da Maria Lui-
zaStrauss,nosanos 1970". (CC/AAN)
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