UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO Escola de Ciências Humanas e Sociais Departamento de Educação e Psicologia Mestrado em Ensino – Educação Pré-Escolar COMO APRENDEM AS CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-ESCOLAR SANDRA GABRIELA DE JESUS CARDOSO Sob a orientação da: Professora Doutora Ágata Cristina Marques Aranha Vila Real, 2012 Dissertação apresentada à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Educação Pré-Escolar, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação da Professora Ágata Cristina Marques Aranha. I Agradecimentos À Professora Doutora Ágata Aranha pelo encorajamento, motivação e conhecimentos que transmitiu principalmente nos momentos mais difíceis. Sem o seu apoio seria muito difícil ultrapassar esta etapa. À Professora Doutora Maria Gabriel, pela amabilidade com que me acolheu. Ao grupo de crianças e pais/encarregados de educação com quem trabalhei, pela alegria, amizade e curiosidade com que me receberam. Ao meu filho, Vasco, pelo carinho e paciência nas alturas em que estive ausente. À minha família, que sempre acreditou em mim, especialmente à minha cunhada Paula Liberal. A todos aqueles que, direta ou indiretamente, colaboraram na elaboração deste trabalho. A todos, muito obrigado. II Resumo Apresentamos sob a forma de um relatório o trabalho desenvolvido na nossa prática pedagógica durante o ano 2010/2011, tendo como ponto de partida uma base teórica/reflexiva onde tentamos explicitar de forma organizada com se deverá implementar a prática pedagógica numa sala do ensino pré-escolar. A equiparação da habilitação para a docência ao grau de mestre é um sinal evidente das exigências da qualidade e profissionalismo, que se colocam nos dias de hoje, ao ensino tornando-se uma condição importante no desenvolvimento de um país. Estamos cientes que este relatório reflete todo o trabalho como educadora de infância que realizámos durante o ano letivo 2010/2011 com um grupo de crianças pertencente ao Agrupamento de Escolas Monsenhor Jerónimo do Amaral. Começamos com uma descrição do contexto onde exercemos funções docentes, iniciando com uma referência ao meio onde está inserido o Jardim-de-Infância, a sua caracterização/organização, passando depois para a descrição de todos os espaços existentes tanto internos como externos. De seguida fazemos uma breve reflexão, com algum suporte teórico, sobre as orientações curriculares para a educação pré-escolar que constituem um conjunto de princípios para apoiar o educador nas decisões sobre a sua prática, ou seja, para conduzir o processo educativo a desenvolver com as crianças. Estas também se diferenciam de algumas conceções de currículo por serem mais gerais e abrangentes, isto porque incluem a possibilidade de fundamentar diversas opções educativas e, portanto, vários currículos. Abordamos alguns conceitos tais como planificação, avaliação e currículo. Expomos o modelo pedagógico utilizado por nós baseando-nos também em alguns autores que o defendem. Terminamos com a reflexão sobre os projetos em educação pré-escolar e a sua importância no desenvolvimento das crianças. Palavras-chave: Educação Pré-escolar, Educador, Orientações curriculares, Planificação, Avaliação, Modelo pedagógico, Projetos. III Abstract This report serves to present the work carried out during our pedagogical practice in 2010/2011. With a theoretical/reflective basis as a starting point, we tried to make it explicit in a clear and organized manner, the way we should implement the pedagogical practice in a pre-school classroom. The equivalence of teaching qualification to a master’s degree is a clear demand for quality and professionalism in the teaching process, which becomes extremely important for the development of a country. We are aware this report reflects all the work as a kindergarten teacher in 2010/2011 with the group of children of Escolas Monsenhor Jerónimo do Amaral. We began with the description of the context, referring to the surroundings and environment of the kindergarten, its characteristics and organization, as well as its facilities. Afterwards, and with some theoretical support, we made a reflection on curricula orientations in pre-school teaching, which constitutes the necessary principles to back up the teachers’ decisions in their practice, that is, to carry through the whole learning/teaching process. Those are also different from some curriculum conceptions for being more general and far-reaching, as they include the possibility to base many teaching options, and therefore, many curricula. We approach some concepts such as planning, evaluation and curriculum. We set out the pedagogical model we used, supported in some authors. We end up with a reflection on pre-school teaching projects and their role on children’s development. Key-words: Pre-school Education, Teacher, Curricula orientations, Planning, Evaluation, Pedagogical model, Projects. IV Índice de quadros Quadro 1 - Horário Escolar Quadro 2 - Horário da Assistente Operacional Quadro 3 - Horário de Atendimento aos Pais/Encarregados de Educação Quadro 4 - Horário de Trabalho de Escola Quadro 5 - Caracterização do Grupo Quadro 6 - Nível Etário das Crianças Quadro 7 - Número de Irmãos Quadro 8 - Frequência no Jardim-de-Infância Quadro 9 - Transporte para a Escola Quadro 10 - Locais onde vivem as Crianças Quadro 11 - Planificação de outubro Quadro 12 - Planificação de novembro Quadro 13 - Planificação de dezembro Quadro 14 - Planificação de janeiro V Índice de gráficos Gráfico 1 - Caracterização do Grupo Gráfico 2 - Percentagem de Crianças segundo o Sexo Gráfico 3 - Nível Etário das Crianças Gráfico 4 - Frequência no Jardim-de-Infância VI Índice de figuras Figura 1 – Concelho de Vila Real Figura 2 – Planta da Sala Figura 3 – Área do Computador Figura 4 – Área da Loja Figura 5 – Área dos Jogos Figura 6 – Diário de Grupo Figura 7 – Mapas Figura 8 – Acolhimento/Reunião Figura 9 – Área da Pintura Figura 10 – Espaço Exterior Figura 11 – Espaço Exterior Figura 12 – Apresentação/Projeto Figura 13 – Trabalho de Projeto VII Siglas e abreviaturas Projeto Educativo ………………………….. PE Projeto Curricular de Agrupamento ………….. PCA Plano Anual de Atividades PAA ………………….. Projeto Curricular de Grupo/Sala ………….. PCG Movimento das Escola Moderna ………….. MEM Orientações Curriculares Educação Pré-escolar ... OCEPE VIII ÍNDICE GERAL 1. INTRODUÇÃO …………………...…............................................................... 2 2. REVISÃO DA LITERATURA ………………………………………………….. 5 2.1. CARATERIZAÇÃO DO CONTEXTO ……………………………………….. 5 MEIO ENVOLVENTE …………………………………………………………… 5 2.2. INSTITUIÇÃO ………………………………………………………………… 9 GESTÃO /DIREÇÃO …………………………………………………………….. 9 HORÁRIOS PRATICADOS ………………………………………………………. 10 CORPO DOCENTE /PESSOAL AUXILIAR ………………………………………… 12 LOTAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DAS CRIANÇAS ………………………………….. 12 DOCUMENTOS ORIENTADORES ……………………………………………….. 12 2.3. CARATERIZAÇÃO GLOBAL DOS ESPAÇOS ……………………………… 16 ESPAÇO INTERIOR …………………………………………………………….. 16 SALA DE ATIVIDADES /HALL …………………………………………………... 16 ÁREA DO COMPUTADOR ………………………………………………………. 19 ÁREA DA BIBLIOTECA/ESCRITA ………………………………………………. 20 ÁREA DA COZINHA ……………………………………………………………. 20 ÁREA DA LOJA ………………………………………………………………… 20 ÁREA DO QUARTO …………………………………………………………….. 21 ÁREA DOS JOGOS DE CONSTRUÇÃO …………………………………………... 21 ÁREA DOS JOGOS DE MESA/MATEMÁTICA ……………………………………. 21 ÁREA POLIVALENTE …………………………………………………………... 22 ÁREA DA PINTURA/MODELAGEM ……………………………………………... 23 ESPAÇO EXTERIOR …………………………………………………………….. 23 REFLEXÃO …………………………………………………………………….. 24 IX CARATERIZAÇÃO DO GRUPO DE CRIANÇAS …………………………………... 29 ÁREA DE FORMAÇÃO PESSOAL E SOCIAL …………………………………….. 29 ÁREA DE EXPRESSÃO E COMUNICAÇÃO ……………………………………… 30 DOMÍNIO DA EXPRESSÃO MOTORA …………………………………………… 31 DOMÍNIO DA EXPRESSÃO PLÁSTICA ………………………………………….. 31 DOMÍNIO DA EXPRESSÃO MUSICAL …………………………………………... 31 DOMÍNIO DA EXPRESSÃO DRAMÁTICA ……………………………………….. 32 DOMÍNIO DA LINGUAGEM ORAL ABORDAGEM À ESCRITA …………………… 32 DOMÍNIO DA MATEMÁTICA …………………………………………………… 33 ÁREA DO CONHECIMENTO DO MUNDO ……………………………………….. 34 3. A ATIVIDADE EDUCATIVA EM JARDIM-DE-INFÂNCIA …………………. 36 ORIENTAÇÕES CURRICULARES ……………………………………………….. 36 PLANIFICAÇÃO ………………………………………………………………... 39 AVALIAÇÃO …………………………………………………………………… 40 CURRÍCULO ……………………………………………………………………. 41 4. MODELO PEDAGÓGICO ADOTADO ………………………………………… 44 5. MODOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO ………………………………. 47 6. PERFIL DO DESEMPENHO DO EDUCADOR DE INFÂNCIA ……………….. 49 7. PROJETO CURRICULAR DE GRUPO …………………………………………. 52 IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES E INTERESSES ………………………….. 53 METAS E OBJETIVOS …………………………………………………………... 55 METODOLOGIA ………………………………................................................ 58 ORGANIZAÇÃO DO GRUPO ……………………………………………………. 59 ATIVIDADES ORIENTADAS ……………………………………………………. 59 ATIVIDADES LIVRES …………………………………………………………... 59 ATIVIDADES DE ROTINA ………………………………………………………. 60 X ATIVIDADES DE PROJETO ……………………………………………………... 60 8. UNIDADES DE TEMPO ………………………………………………………... 63 9. PLANIFICAÇÕES REALIZADAS ………………………………...................... 68 10. AVALIAÇÕES DAS PLANIFICAÇÕES ……………………………………… 79 11. CONCLUSÃO ……………………………………………............................... 85 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ………………………………………….. 89 ANEXOS ……………………………………………………………………….. 91 XI 1. Introdução Introdução 1. INTRODUÇÃO A Educação Pré-escolar é a primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida, sendo complementar da ação educativa da família, com a qual deve estabelecer estreita relação, favorecendo a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário. O Jardim-de-Infância deve ser um espaço facilitador do desenvolvimento e da aprendizagem criando condições para o sucesso, a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança. A ação e a investigação convergem para o mesmo fim, dar voz às crianças e iniciar um processo nas práticas do educador. Parece evidenciar-se que este processo, embora ainda numa fase inicial, favorece a participação mais ativa das crianças e sustenta a reconstrução da prática pedagógica em direção a uma pedagogia de participação. Deixando-as participar, elas tornam-se mais criativas, cooperantes e críticas, sentindo-se mais valorizadas. Damos a conhecer o trabalho desenvolvido como forma de dar resposta à questão que nos colocou face à realidade em estudo e que ia no sentido de sabermos a importância das práticas pedagógicas no desenvolvimento pessoal e social das crianças, não apenas porque a educação pré-escolar é essencial para o desenvolvimento da criança, tendo o educador um papel fundamental nesse desenvolvimento, na medida em que ajuda as crianças a realizarem as suas aprendizagens e a satisfazerem as suas necessidades, de acordo com as características individuais de cada um, mas porque sentimos que as crianças com quem trabalhamos, precisavam de motivação para terem uma melhor comunicação e aprenderem a respeitar-se e ajudar-se mutuamente. O presente trabalho descreve a nossa prática pedagógica em Educação Préescolar num Jardim-de-Infância da rede pública pertencente ao Agrupamento de Escolas Monsenhor Jerónimo do Amaral, durante o ano letivo 2010/2011. Para desenvolvermos este Projeto elaboramos primeiro a caracterização do contexto, seguindo-se a caraterização da Instituição, organização e documentos orientadores. Partimos depois para a caracterização do grupo segundo as diferentes áreas de conteúdo. Área é um termo utilizado na Educação Pré-escolar para designar formas de pensar e organizar a intervenção do educador e as experiências proporcionadas às crianças, encontramos as 2 Introdução dificuldades e interesses das crianças e o que necessitamos desenvolver. Fazemos ainda uma descrição de todos os espaços interiores e exteriores que compõem a estrutura do Jardim-de-Infância de Constantim. Os espaços na Educação Pré-escolar podem ser diversos mas, o tipo de equipamento, os materiais existentes e a forma como estão dispostos, condicionam o que as crianças podem fazer e aprender. Abordamos a atividade educativa em Jardim-de-Infância que pressupõe o conhecimento dos objetivos pedagógicos expressos na Lei-Quadro que, por sua vez, englobam os fundamentos e a organização das Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar. Fazemos referência à Planificação, Avaliação e Currículo em Jardim-deInfância. Caracterizamos também a avaliação na Educação Pré-escolar e abordamos a importância de um Currículo na Educação Pré-escolar. Fundamentamos o nosso modelo pedagógico de acordo com o Movimento da Escola Moderna (MEM), que é um modelo pedagógico e assenta numa prática democrática da gestão das atividades, dos materiais, do tempo e do espaço e pretende através da ação do educador proporcionar uma vivência democrática e um desenvolvimento pessoal e social da criança, garantindo a sua participação na gestão da vida da sala e escola. Esta gestão deve ser apoiada por instrumentos de pilotagem, registo e avaliação, tais como mapa de presenças, mapa de tarefas, atividades, plano semanal, lista de Projetos e diário de parede, este que se torna instrumento mediador e operador da regulação social do grupo e interativa que uma educação cooperada ou democrática pressupõe. No diário escrevem-se as ocorrências negativas e positivas do grupo, o que gostamos, o que não gostamos, o que queremos fazer e o que fizemos. No final da semana lemos o diário, conversamos e refletimos. No dia-a-dia da sala temos momentos de reunião em que planeamos o trabalho ser realizado partilhamos saberes, avaliamos trabalhos, tarefas e atitudes e comunicamos descobertas e aprendizagens. Seguidamente fazemos uma breve abordagem ao modo e instrumentos de avaliação utilizados em Jardim-de-Infância. Abordamos o nosso Projeto Curricular de Grupo e a sua importância, segundo alguns autores. Terminamos o nosso estudo com uma breve abordagem aos Projetos desenvolvidos e a importância destes para todo o grupo. 3 2. Revisão da Literatura Revisão da Literatura 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1. Caraterização do Contexto Meio Envolvente O meio envolvente onde se insere o Jardim-de-Infância, as características geográficas e socioeconómicas da região e da localidade, influenciam as aprendizagens transmitidas, na interação com as crianças, as famílias e as instituições. Tal como é dito nas Orientações Curriculares, segundo o Ministério da Educação (1997), o meio social envolvente – localidade ou localidades de onde provêm as crianças que frequentam um determinado estabelecimento de Educação Pré-escolar, a própria inserção geográfica deste estabelecimento – tem também influência, embora indireta, na educação das crianças. As características desta(s) localidade(s) – tipo de população, possibilidades de emprego, rede de transportes, serviços e instituições existentes, meios de comunicação social, etc. Não são também independentes de sistemas mais vastos e englobantes, sistemas políticos, jurídicos, educativos ainda mais alargados. Torna-se por isso fundamental que o educador faça um levantamento, do meio onde o Jardim-de-Infância se insere, de onde provêm as crianças que o frequentam, conhecendo a realidade de cada uma, possibilitando desta forma adequar o contexto educativo institucional às características e necessidades das crianças e adultos que fazem parte da instituição. Além disso, o mesmo Ministério refere ainda que compreender melhor cada criança, ao conhecer os sistemas em que esta cresce e se desenvolve, de forma a respeitar as suas características pessoais e saberes já adquiridos, apoiando a sua maneira de se relacionar com os outros e com o meio social. Reforça-se assim a ideia de que o conhecimento, do meio natural em que o Jardim-de-Infância se insere, das especificidades geográficas e socioeconómicas, das suas potencialidades passíveis de serem utilizadas no contexto educativo, é da maior importância na intervenção pedagógica que o educador possa vir a desenvolver. A cidade de Vila Real está situada a cerca de 450 metros de altitude, sobre a margem direita do rio Corgo, um dos afluentes do Douro. Localiza-se num planalto rodeado de altas montanhas, em que avultam as serras do Marão e do Alvão. Dista aproximadamente 85 km, em linha reta, do oceano Atlântico, que lhe fica a oeste, 15 km 5 Revisão da Literatura do rio Douro, que lhe corre a sul, e para norte, cerca de 65 km da fronteira com a Galiza, Espanha. Vila Real é sede de concelho e capital de distrito. Do concelho de Vila Real, sem prejuízo da feição urbana da sua sede, mantém características rurais bem marcadas. Figura 1 – Concelho de Vila Real Dois tipos de paisagem dominam: a zona mais montanhosa das serras do Marão e da serra do Alvão, separadas pela terra verdejante e fértil do Vale da Campeã, e para sul, com a proximidade do Douro, os vinhedos em socalco. Por toda a parte existem linhas de água que irrigam a área do concelho, com destaque para o rio Corgo, que atravessa a cidade num pequeno mas profundo vale, originando um canhão de invulgar beleza. O concelho é constituído por 28 freguesias: Abaças, Adoufe, Arroios, Borbela, Campeã, Constantim, Ermida, Folhadela, Guiães, Justes, Lamares, Lamas de Olo, Lordelo, Mateus, Mouçós, Nogueira, Nossa Senhora da Conceição (urbana), Parada de Cunhos, São Miguel da Pena, Quintã, São Dinis (urbana), São Pedro (urbana), São Tomé do Castelo, Torgueda, Vale de Nogueiras, Vila Cova, Vila Marim e Vilarinho da Samardã. A população do concelho é de 46.520 habitantes, para uma área de cerca de 370 Km2, havendo assim 123,2 habitantes por Km2. Constantim é uma localidade cuja fundação remonta aos primórdios da nacionalidade, tendo-lhe sido concedido um importante foral em 1096 pelo Conde Henrique. Atualmente é uma sede de freguesia, composta por quatro localidades: cabana Constantim, Ranginha e Reta da Portela, possuindo mais de dez mil e trezentos habitantes. Fica situado cerca de seis quilómetros da cidade de Vila Real e é nesta freguesia que estão implementados o Centro de Formação Profissional e a zona industrial de Vila Real. A população de Constantim dedica-se a atividades ligadas ao sector primário (vinicultura, horticultura e fruticultura), ao sector secundário (operários nas fabricas da 6 Revisão da Literatura zona industrial e em pequenas oficinas locais e na construção civil) e ao sector terciário (em serviços públicos na sede de Concelho e no comércio local). Com a implementação da zona Industrial, do Centro de Formação e a construção da autoestrada, a pacatez da aldeia de outrora foi-se gradualmente alterando e os horizontes socioculturais da comunidade local alargando: aumentaram os postos de trabalho, surgiu a atividade mobiliária de aluguer/venda de habitações, a poluição aumentou assim como os riscos em termos de segurança rodoviária e o número de pessoas que se dedicam a atividade doméstica tem vindo a diminuir. A aldeia foi palco de uma emigração intensa, sobretudo para a França, Alemanha e Suíça, facto que se reflete na densidade populacional e mais concretamente no número de crianças que frequentam a escola. Este fenómeno ainda hoje ocorre em muitas famílias locais. Os acessos a esta localidade são de razoável qualidade e nela existe uma rede de transportes públicos. Possui também água canalizada ao domicílio, da rede pública e um fontanário, rede de distribuição elétrica, saneamento básico e recolha de resíduos sólidos. No que se refere ao património cultural, Constantim possui uma escola onde funciona o 1º Ciclo e o Jardim-de-Infância um Centro Social e Paroquial, uma sede de Junta de Freguesia, um Cruzeiro, o lugar da Mamôa, uma Igreja Matriz reconhecida com valor arquitetónico incluindo as capelas anexas e altar mor de talha dourada com sacrário giratório. Na capela guarda-se o crânio de São Frutuoso que a tradição manda beijar a 30 de Janeiro e no último domingo de Junho. São Frutuoso é o Padroeiro da Freguesia. Constantim é também um importante Pólo de desenvolvimento desportivo. A Associação Desportiva e Cultural foi fundada em 1976, possuindo um bom parque de jogos onde se desenvolvem ativamente o ciclismo, as escolinhas de futebol e o grupo de danças e cantares. Realizam-se na freguesia de Constantim duas festas/romarias anuais, no último domingo de Julho por devoção a São Frutuoso, Santa Barbara e Santa Maria da Feira e a vinte de Janeiro em devoção a São Sebastião. O estudo do meio envolvente é de extrema importância porque o educador deve ter em conta a realidade sociológica em que a criança se encontra, favorecendo o sentimento de identidade cultural e de cidadania. O conhecimento do meio traduz-se num aproveitamento de recursos que este proporcionará, bem como no desenvolvimento da criança em si mesma com as restantes do Jardim-de-Infância e com o educador, 7 Revisão da Literatura vivenciando trocas de experiências entre a comunidade educativa. Este processo de socialização ajuda a criança a progredir enquanto cidadão, contribuindo para a sua autonomia e sentido de integração. A interação com o meio também poderá proporcionar um maior auto e hétero conhecimento entre as crianças e também com o educador. O Jardim-de-Infância de Constantim caracteriza-se por se integrar num meio rural, onde as crianças têm uma estreita relação com o mundo natural e com os elementos que dele fazem parte. Poder-se-á então aproveitar a curiosidade inata que as crianças sentem pelos elementos da natureza, para que possam realizar o maior número de aprendizagens possível. A aldeia de Constantim situa-se nas proximidades da cidade de Vila Real, o que facilita o conhecimento do meio urbano por parte dos habitantes mais jovens. De qualquer modo, o papel da escola passa por proporcionar às suas crianças o conhecimento de um meio diferente e afastado que lhes pode oferecer experiências novas e significativas. Isto porque ao conhecermos o meio em que nos encontramos, identificam-se todos os recursos existentes e inexistentes. Este conhecimento deve servir para desenvolver nas crianças determinadas competências e habilidades, tais como identificar elementos estruturantes da paisagem, ser capaz de se orientar e deslocar com segurança no espaço exterior à escola (rural e urbano), conhecer algumas normas cívicas de comportamento e conhecer espaços de valor patrimonial. As competências atrás referidas poderão ser trabalhadas no espaço envolvente da escola, assim como nas saídas ao exterior, nomeadamente a Vila Real. Na cidade poderão conhecer melhor o ambiente urbano, visitar monumentos e outros espaços que não existem na aldeia. Daí a importância de valorizar e desenvolver vivências e experiências em ambos os contextos, tanto os rurais como os urbanos, visto que os dois proporcionam aprendizagens diferentes, mas igualmente necessários, para a construção da criança enquanto cidadão ativo na sociedade. Ao nível da participação da comunidade nas atividades realizadas pelo Jardimde-Infância, é muito importante que se estabeleça uma boa relação entre pais/encarregados de educação e educadora e que as crianças o sintam. É importante que os pais/encarregados de educação se envolvam ativamente no dia-a-dia do Jardim-deInfância promovendo-se assim um bom ambiente educativo. Para Abreu, Sequeira e Escoval (1990) as crianças não deverão estar sujeitas a grandes discrepâncias entre os ambientes educativos (família, escola) pelo que os educadores e pais deverão encetar esforços de aproximação quanto aos modelos e estratégias educativas. Para além destes 8 Revisão da Literatura autores também Silva (2003) refere que uma maior coresponsabilização dos pais/encarregados de educação no processo educativo dos seus educandos, tem resultados positivos para estes, daí advenientes, para além de uma valorização social das famílias, sobretudo as de meios populares, a partir da imagem que lhes é devolvida pela instituição escolar. 2.2. Instituição O Jardim-de-Infância de Constantim pertence à rede pública e insere-se no Agrupamento Monsenhor Jerónimo do Amaral. Tal como é referido no primeiro ponto do artigo 6º do Regime de Autonomia, Administração e Gestão dos Estabelecimentos Públicos da Educação Pré-Escolar e dos Ensinos Básico e Secundário, aprovado pelo Decreto-Lei nº 75/2008, de 22 de Abril, o Agrupamento de Escolas é uma unidade organizacional, dotada de órgãos próprios de administração e gestão, constituída por estabelecimentos de Educação Pré-escolar e escolas de um ou mais níveis e Ciclos de ensino, a partir de um Projeto Pedagógico comum. Ao Agrupamento compete assegurar a estabilidade e eficiência da gestão escolar, adotar condições para o reforço da articulação entre ciclos de modo em que se aprofunde a sequencialidade curricular, promover o desenvolvimento integral dos alunos criando igualdade de oportunidades e organizar o Projeto Educativo traçado para um horizonte de quatro anos. É ainda responsável pela gestão financeira do Jardim, através de verba atribuída pelo Ministério da Educação. Guia-se por estruturas organizativas, isto é, o Conselho Geral, o Diretor, o Subdiretor e Adjuntos, o Conselho Pedagógico, o Conselho Administrativo e os diferentes Conselhos de Docentes. Apesar de pertencer ao Agrupamento, o Jardim-de-Infância de Constantim rege-se por documentos próprios, dos quais se destaca o Regulamento Interno. Este é enquadrado pelo Decreto-Lei 115-A-98, que no seu artigo nº3 refere que os Regulamentos Internos definem o regime de funcionamento da escola, bem como os direitos e deveres dos membros da comunidade escolar. Gestão/Direção Na Legislação para a Educação Pré-escolar, a Lei nº 5/97, Lei-Quadro da 9 Revisão da Literatura Educação Pré-Escolar, estabelece, no artigo 11º que cada estabelecimento de Educação Pré-escolar dispõe, de entre outros órgãos, de uma direção pedagógica assegurada por quem detenha as habilitações legalmente exigíveis para o efeito, a qual garante a execução das linhas de orientação curricular e a coordenação da atividade educativa. Este artigo refere ainda que nos estabelecimentos de Educação Pré-escolar da rede pública, a direção pedagógica será eleita pelos educadores, sempre que o seu número o permita. O Estado é o responsável por definir as orientações gerais, nomeadamente nos aspetos pedagógicos e técnicos, competindo-lhe definir regras para o enquadramento da atividade dos estabelecimentos de Educação Pré-escolar; definir objetivos e linhas de orientação curricular. Horários Praticados O Decreto-Lei nº 147/97 de 11 de Junho estabelece, no nº 1 do artigo 9º, que os estabelecimentos de Educação Pré-escolar asseguram um horário flexível, segundo as necessidades da família. No nº 2 do mesmo artigo determina que o horário será fixado antes do início das atividades de cada ano sendo ouvidos, obrigatoriamente, para o efeito, os pais/encarregados de educação ou os seus representantes. A Lei-Quadro que atesta nitidamente a articulação do horário do Jardim-de-Infância com as necessidades das famílias, diz ainda que os pais/encarregados de educação devem ser consultados sobre esse horário e a sua entrada em funcionamento sujeita à homologação pela Direção Regional de Educação do Norte. Os horários do Jardim-de-Infância de Constantim foram homologados pelo Ministério da Educação, sob proposta da direção pedagógica e ouvidos os pais/encarregados de educação. Cumprindo as normas, o horário letivo foi o seguinte: das 09h00 às 12h00, com interrupção para o almoço das 12h00 às 14h00, reabrindo novamente às 14h00 e encerrando às 16h00, cumprindo assim um total de 5 horas por dia, sendo 3 horas no período da manhã e 2 no período da tarde. Neste Jardim-de-Infância decorreram ainda as atividades de prolongamento que se realizam entre as 12h00 e as 14h00 (almoço) e entre as 16h00 e 18h00 (prolongamento). 10 Revisão da Literatura Quadro 1 – Horário Escolar Manhã Tarde 09h00 – 12h00 14h00 – 16h00 Almoço Prolongamento 12h00 – 14h00 16h00 – 18h00 O horário da assistente operacional é diferente do horário da educadora como se pode verificar no quadro a baixo representado. Quadro 2 – Horário da Assistente Operacional Manhã Tarde 08h45 – 12h15 14h00 – 17h30 O horário para atendimento aos pais/encarregados de educação está definido no Regulamento Interno, podendo ser alterado sempre que necessário e realiza-se de 15 em 15 dias, conforme o quadro abaixo mencionado. Quadro 3 – Horário de atendimento aos Pais/Encarregados de Educação 5ª Feira As reuniões com Das 16h00 – 17h00 os pais/encarregados de educação são realizadas trimestralmente, sempre que se justifiquem e fora do horário letivo, sendo da responsabilidade da educadora a sua marcação e organização. Eventualmente, surgem reuniões extraordinárias dependendo do trabalho que está a ser elaborado pelo grupo de crianças. O Trabalho de Escola (TE) foi realizado todas as 2ª feiras, tal como mostra o quadro seguinte. Quadro 4 – Horário de Trabalho de Escola (TE) 2ª Feira Das 16h00 – 17h00 11 Revisão da Literatura Corpo Docente/Pessoal Auxiliar O funcionamento do Jardim-de-Infância de Constantim foi assegurado por pessoal docente e não docente, distribuído por: - Pessoal docente: 1 educadora de Infância; - Pessoal não docente: 1 assistente operacional. Lotação e Organização das Crianças O grupo é composto por 9 crianças, 2 do sexo feminino e 7 do sexo masculino não obedecendo, segundo a Legislação para a Educação Pré-Escolar, às determinações do artigo 10º do Decreto-lei nº 147/97 de 11 de Junho onde é referido a frequência mínima de 20 e máxima de 25 crianças por sala. Apenas em situações devidamente fundamentadas, nomeadamente em zonas de baixa densidade demográfica, poderá ser autorizada, pelo Ministério da Educação, uma frequência inferior a 20 crianças por sala, ou então adaptar outra modalidade alternativa, como a educação itinerante. É um grupo que se salienta pela diferença relativamente ao sexo, idades e aprendizagens. O grupo é heterogéneo apresentando, contudo, necessidades e vivências muito iguais. Documentos Orientadores Para Abreu, Sequeira e Escoval (1990) em torno da escola, ou mesmo dentro dela, existem por vezes diferentes serviços tendo objetivos específicos e devem ter um objetivo comum a construção de um ambiente educativo de qualidade, onde as aprendizagens sejam mais viáveis e integradas. Segundo Bassedas, Huguet e Solé (1990) quando se trabalha em instituições educativas é indispensável realizar um trabalho em equipa com todos os profissionais responsáveis pela tarefa educativa. Cada instituição deve ter documentos orientadores pelos quais todos os intervenientes e responsáveis pelo processo educativo se devem reger e orientar. No Jardim-de-Infância de Constantim, o Regulamento Interno, o Projeto Educativo (PE), o Projeto Curricular de Agrupamento (PCA), o Plano Anual de Atividades (PAA) e o Projeto Curricular de Grupo/Sala (PCG) formam o conjunto de instrumentos de apoio à gestão escolar. O PE, como vem referenciado no artigo 3º do Regime de Autonomia aprovado pelo Decreto12 Revisão da Literatura Lei nº 115-A/98, é um documento que consagra a orientação educativa da escola no qual se explicitam os princípios, os valores, as metas e as estratégias segundo as quais a escola se propõe cumprir a sua função educativa. Para Barroso (1998), o Projeto Educativo corresponde a um conjunto de princípios, valores e políticas capazes de mobilizarem a ação da escola e a tomada de decisões. No nosso entender, Costa (1996) define o Projeto Educativo de forma ainda mais abrangente dizendo que é um documento de carácter pedagógico que, elaborado com a participação da comunidade educativa, estabelece a identidade própria de cada escola através da adequação do quadro legal em vigor à sua situação concreta, apresenta a missão da escola, o modelo geral de organização e os objetivos pretendidos pela instituição e, enquanto instrumento de gestão, é ponto de referência orientador na coerência e unidade da ação educativa. Pretendemos, com a elaboração do PE, a promoção do sucesso educativo, a formação integral do aluno, a igualdade de oportunidades, criar condições para uma prática de pedagogias ativas, desenvolver ações que envolvam a participação dos pais/encarregados de educação, incentivar atitudes e valores, fazer a articulação interdisciplinar, valorizar a ação educativa na sala de aula, estabelecer parcerias com entidades locais, publicas ou privadas, para desta forma rentabilizar os recursos e esforços que promovam a eficácia do serviço educativo para benefício mútuo. Depois de definidas as linhas orientadoras no PE, elaboramos o PCG. A sua operacionalidade implica um ajuste entre as exigências do PE, do PCA e o contexto socioeconómico, cultural, escolar e psicológico do ato educativo de uma forma específica. A elaboração é da responsabilidade do educador titular, e deve ser fruto das preocupações deste e do diagnóstico efetuado através da observação feita às crianças, do contexto familiar, do meio que as rodeia e do conhecimento que tem da comunidade educativa. Pretendemos com este Projeto definir as estratégias de realização e de desenvolvimento das orientações curriculares para a Educação Pré-Escolar a partir das características do grupo e sempre das necessidades do mesmo. No que se refere ao PCA, podemos concluir que é o instrumento indispensável de gestão do Currículo, estabelecendo a ligação entre o Currículo Nacional e as opções do PE, no contexto da legislação existente, da autonomia da escola e da sua realidade específica. O conceito de "Currículo" assim desenvolvido surge das interações estabelecidas entre estes fatores, e assume-se como um Currículo Individualizado, específico da realidade escolar que o elaborou, mas no entanto delimitado pelo Currículo Nacional que lhe dá origem. Os 13 Revisão da Literatura Decretos-Lei nºs. 6/2001, de 18 de Janeiro e 74/2004, de 26 de Março, estabelecem os princípios orientadores da organização e da gestão do Currículo, bem como da avaliação das aprendizagens referentes aos Ensinos Básico e Secundário, respetivamente, e determinam que as estratégias de desenvolvimento do Currículo Nacional sejam objeto do PCA integrado no PE. Por esta razão e em conformidade, este é um documento onde se descreve a política educativa para a escola num período de 4 anos, que constitui um suporte coerente daquela formação integrada, refletindo já a identidade e a autonomia próprias de cada estabelecimento de ensino. Por sua vez, o PCA concretiza e desenvolve aqueles princípios gerais anualmente. O PCA pode definir-se atendendo ao nível de prioridades estabelecidas para o Agrupamento/Escola e às competências essenciais e transversais em torno das quais se organizará o Projeto e os conteúdos que serão trabalhados em cada área curricular. Assim o desenvolvimento do PCA, além de atender aos princípios gerais do PE, como acima descrevemos, tem como padrão referencial o Currículo Nacional, adequado às opções de cada escola, devendo por isso: - Responder aos problemas reais e principais da escola, integrando e generalizando a ação dos diversos intervenientes; - Desenvolver uma ação pedagógica mais informada e esclarecida; - Promover o desenvolvimento de competências. O PCA do Agrupamento de Escolas Monsenhor Jerónimo do Amaral, do qual o Jardim-de-Infância de Constantim faz parte, pretende ser um conjunto de processos/ações de construção coletiva que concretizam as orientações curriculares de âmbito nacional em propostas globais de intervenção pedagógico/didáticas, adequandoas ao contexto deste Agrupamento. Este processo de construção e de adequação do currículo ao contexto específico da Escola/Agrupamento, tendo em conta as necessidades dos alunos, realiza-se no seio dos conselhos de docentes e departamentos/grupos disciplinares pela articulação e sequencialidade dos conteúdos, dando origem a aprendizagens significativas, numa perspetiva integrada e interdisciplinar de saberes, para que esta forma de desenvolvimento seja realmente concretizada, importa garantir alguns aspetos fundamentais para a construção de situações significativas, e que devem nortear a ação do professor. Neste contexto, o PCA encontra-se diretamente relacionado com o PE e apoia-se nele para dar sentido e voz a uma formação integral da criança/aluno, tendo por base os valores de cidadania 14 Revisão da Literatura que aí se espelham. Assim sendo, o Agrupamento decidiu, para um período de quatro anos, que o tema central do PE seria “Aprender em Comunidade”. Os objetivos gerais consagram melhorar a qualidade do sucesso escolar; implicar e comprometer os alunos nas tomadas de decisão; operacionalizar a articulação a sequencialidade entre os níveis de ensino; detetar precocidades/dificuldades; desenvolver as interações entre a escola e a comunidade educativa; melhorar o desempenho profissional do pessoal docente e não docente; melhorar as instalações e equipamentos das escolas do Agrupamento e promover uma autoavaliação reflexiva e partilhada. O PE apresenta a orientação educativa do Agrupamento para um período de quatro anos, o PAA concretiza os objetivos e as metas do PE para cada ano letivo, definindo objetivos, condições e meios. Pretendemos que o PAA seja um documento/instrumento simples, prático e flexível para planificação das atividades a desenvolver ao longo do ano letivo e deverá ter em conta os objetivos do Sistema Educativo, a promoção das aprendizagens dos alunos e atenção com a sua formação e desenvolvimento pessoal e social. Elaborado pela direção do Agrupamento, com base nas propostas de cada departamento e cada estabelecimento de educação e ensino do Pré-Escolar e 1º Ciclo, tem por objetivo fundamental facultar à comunidade educativa um resumo de todas as atividades a realizar no presente ano letivo. O PAA enquanto documento dinâmico, mobilizador e aglutinador, será avaliado e, sempre que necessário, passível de reformulação, podendo sofrer alterações e/ou melhorias ao longo do ano letivo (todas as atividades que surjam e que sejam consideradas pertinentes serão devidamente planificadas pelos seus proponentes e apresentadas em Conselho Pedagógico). A avaliação deverá ser feita no final de cada atividade, o que permite conhecer o grau de consecução dos objetivos. No Jardim-de-Infância onde exercemos funções, o PCG tenta, o mais possível, ir de encontro ao PE – “Aprender em Comunidade”, respeitando sempre o PAA. Partindo do conhecimento que temos do grupo de crianças, do PE e baseando a nossa atividade nos pressupostos previstos nas Orientações Curriculares, definimos o PCG. Os temas propostos no PE são abordados com o grupo de uma forma sistemática articulando esta opção com a necessidade de desenvolver valores, trabalhando-se a área da formação pessoal e social e a área do conhecimento do mundo, onde as questões ambientais e os projetos emergentes estão incluídos. Não havendo nenhum tema central, damos prioridade às questões que as crianças vão levantando, surgindo dessa forma muitos projetos, uns de maior e outros de menor dimensão, mas todos importantes. 15 Revisão da Literatura 2.3. Caraterização Global dos Espaços Segundo Hohmann et al (1995), as crianças precisam de espaço em que aprendam com as suas próprias ações, espaço em que se possam movimentar, em que possam construir, escolher, criar, espalhar, edificar, experimentar, fingir, trabalhar com os amigos, trabalhar sozinhas em pequenos e grandes grupos. É muito importante fazermos o estudo de todos os espaços que as crianças possam utilizar para conhecermos e direcionarmos a nossas intenções educativas. Para Zabalza (1998) o termo espaço refere-se ao espaço físico, ou seja, aos locais para a atividade, caracterizados pelos objetos, pelos materiais didáticos, pelo mobiliário e pela decoração. O espaço é indispensável para as aprendizagens da criança. O educador deverá proporcionar ao grupo espaços estimulantes, atrativos e variados. Este espaço também deverá ter em conta os valores e objetivos pedagógicos do educador. Segundo as Orientações Curriculares (1997), os espaços podem ser variados, mas o tipo de equipamento, os materiais existentes e a forma como estão dispostos, vão condicionar, em grande parte, o que as crianças podem fazer e aprender. Assim, o educador deve interrogar-se sobre a função e finalidade educativa do espaço, material de modo a planear e justificar as razões dessa organização. A organização do espaço deverá refletir as intenções educativas, promover as aprendizagens significativas, o entusiasmo de estar na escola e que, desta forma, potencie o desenvolvimento do grupo de crianças que passam aí a maior parte do seu dia. Espaço Interior Sala de Atividades/Hall Para Hohmann et al (1995), uma sala de atividades de orientação cognitivista precisa de espaço, espaço para atividade das crianças e espaço para grande diversidade de materiais e apetrechamento. A sala precisa de espaço de arrumação visível e 16 Revisão da Literatura acessível às crianças. O espaço do Jardim-de-Infância de Constantim era constituído por uma sala de atividades, duas casas de banho (adultos e crianças) e um hall de entrada que tinha também como funções: Afixar trabalhos das crianças de modo a que os pais/encarregados de educação os pudessem observar; Afixar avisos para os encarregados de educação, assim como a lista das crianças que frequentavam, calendário escolar, normas e horário de funcionamento do Jardim-de-Infância, horários da assistente operacional e da educadora; Receber os pais/encarregados de educação nas horas das entradas e saídas das crianças; Local onde se situavam os cabides para colocação de casacos e mochilas; Placard onde eram afixados os trabalhos realizados no Projeto Leitura em Contexto Familiar; Painel das estações do ano; Arca para arrumação dos brinquedos do exterior; Espelho que ajudava as crianças na hora de apertar e desapertar botões, vestir e despir casacos (por esta razão organizamos este espaço com materiais que não estavam a ser utilizados antes); Armário onde se arrumavam livros e jogos que se trocavam consoante a necessidade do grupo; Mesa redonda para auxiliar em diversas tarefas como, por exemplo, assinar algo por parte dos pais/encarregados de educação sem ter que interromper atividades, para Projetos com o 1º Ciclo como, por exemplo, a Semana da Ciência, Semana da Leitura, Dia do Agrupamento, entre outros; Extintor na parede lateral junto a porta de acesso ao exterior; Uma pequena despensa para guardar vários tipos de material e, inclusive, o leite escolar. No que se refere a sala de atividades, o pavimento era em madeira corrida. Era resistente à lavagem e de fácil manutenção. As paredes e tetos apresentavam-se pintados com tinta de água, a iluminação era natural fazendo-se a partir de três janelas com estores de palha. A sala de atividades estava dividida em várias áreas: área polivalente, área da pintura/modelagem, área da cozinha, área do quarto, área da loja, área da 17 Revisão da Literatura biblioteca que funcionava como área da escrita, a área dos jogos de mesa e matemática, área do computador e ainda a área dos jogos de construções. Relativamente aos placards, estes existem em todas as paredes da sala e até o quadro de lousa é utilizado para expor trabalhos. A sala estava devidamente equipada com todos os requisitos de primeiros socorros, caixa que se encontra dentro da sala colocada numa parede onde só os adultos tinham acesso. Apesar desta organização, as áreas sofreram alterações e nunca poderiam ser fixas. Tudo dependeria do grupo e seus interesses e necessidades. Lobo (1988) diz que nem o número de áreas, nem o seu arranjo deverão ser fixos, devem oferecer diversas possibilidades de organização. Não é desejável que os espaços permaneçam estáticos ao longo do ano. As modificações deverão acompanhar a evolução e os interesses do próprio grupo. O espaço sala foi reorganizado com o grupo de crianças, várias vezes ao longo do ano, e era embelezado diariamente com as suas produções que nos demonstravam as aprendizagens do grupo podendo ainda originar novos projetos. Assim criamos um espaço acolhedor e agradável com o qual tanto a educadora como as crianças e pais/encarregados de educação se identificavam. A seguir apresentamos a planta da sala. Figura 2 - Planta da Sala 18 Revisão da Literatura O espaço físico da sala, como se verifica na planta, estava organizado por áreas, onde o mobiliário se apresentava à altura das crianças para permitir facilmente acesso aos materiais e também ao desenvolvimento autónomo e livre das atividades por parte do grupo. Hohman et al (1995) referem que um espaço funciona melhor com crianças que fazem as suas próprias opções. Estas áreas de trabalho ajudam as crianças a ver quais as opções possíveis, pois cada área apresenta um único conjunto de materiais e de oportunidades de trabalho. Desta forma consideramos que quando a criança opta por uma área, sabe que materiais têm à sua disposição e o que poderá fazer com eles. Hohman et al (1995) adiantam ainda que, por isso, os seus Projetos podem ser apresentados, podem ser decisões intencionais, em vez de acessos fortuitos de energia. Assim podemos afirmar que a organização do espaço torna-se importantíssima para promoção da autonomia, interação entre o grupo e o desenvolvimento das crianças. As áreas desta sala estavam delimitadas no espaço e bem definidas pelo mobiliário e materiais que as compunham. Os materiais permitiam que o grupo percebesse o seu modo de utilização tornando-o cada vez mais autónomo leva-os a tomar decisões pois olham e optam pelo que desejam fazer. Sobre isto Lobo (1988) diznos que nem o número de áreas, nem o seu arranjo deverão ser fixos, devem oferecer diversas possibilidades de organização Não é desejável que os espaços permaneçam estáticos ao longo do ano. As modificações deverão acompanhar a evolução e os interesses do próprio grupo. As áreas não permaneceram fixas e ao longo do ano, foram alteradas umas e acrescentadas outras conforme o trabalho era desenvolvido, tendo sempre em linha de conta o desenvolvimento e o bom funcionamento do grupo. Área do Computador O grupo neste espaço tinha acesso a jogos didáticos e também a possibilidade de pesquisarem com recurso à internet. Nestas idades, a utilização Figura 3 – Área do Computador de meios informáticos promovem as capacidades de expressão plástica e musical, estimulando a linguagem oral e a abordagem à escrita assim como à matemática. É desenvolvido também a coordenação visual-motora. Neste espaço existiam vários jogos, CD´S interativos e um computador que incentivava e 19 Revisão da Literatura facilitava as aprendizagens das crianças de forma divertida. Área da Biblioteca/Escrita Neste espaço o grupo tinha ao seu alcance uma estante com livros constantemente mudados conforme as opções do grupo. As crianças tiveram assim acesso a vários livros com temáticas diversificadas. As crianças aprenderam a folhear livros, a tratá-los e a conservá-los e assim foram criando e desenvolvendo o gosto pela leitura e escrita, tornando-se mais sociáveis. Com a audição e a visualização das histórias, as crianças enriqueceram o vocabulário, exercitaram a memória, a imaginação promovendo, deste modo, o desenvolvimento da língua materna. As histórias originaram nas crianças emoções e agradáveis recordações e sensações. Bettelheim (1985) diz-nos que, ler, contar e ouvir histórias com personagens ou outros seres da natureza, são excelente meio para estimular a imaginação da criança, promover projeções do inconsciente, clarificar valores e atitudes que podem, posteriormente, ser transferidas para a vida real. Área da Cozinha Esta área foi uma das mais escolhidas por quase todos os elementos do grupo. Era onde vivenciavam o “faz de conta”, onde recriavam experiências da vida quotidiana e imitações constantes da vida familiar. Área da Loja Esta área surgiu do interesse que as crianças manifestaram em comprar e vender produtos alimentares para poderem utilizar na casinha. E como tínhamos arrumado, de anos anteriores, o mobiliário da loja resolvemos colocá-lo na sala. A par disto surgiu a reciclagem dos materiais que as mães em casa colocavam no Figura 4 – Área da Loja lixo tais como embalagens de cartão e de plástico que começaram a trazer para pormos à venda na loja em diálogo também com o grupo. Foi utilizado um jogo com euros de brincar para colocarem na caixa registadora e trocarem por aquilo que queriam comprar. Com a introdução desta área as crianças vivenciaram momentos de “faz de conta” e 20 Revisão da Literatura desenvolveram, além da linguagem e socialização, várias noções de matemática. Área do Quarto O quarto é também uma área que permite a interatividade entre as crianças através de jogos e brincadeiras “faz de conta”. Nesta área existia um guarda-vestidos com várias roupas, calçado e acessórios que as crianças podiam utilizar para mais uma vez brincarem ao “faz de conta”. Era constituído por uma cama, sofás e espelho. Área dos Jogos de Construção Na nossa opinião este é um espaço que permite o desenvolvimento intelectual e motor das crianças porque, além de brincarem e jogarem, desenvolvem a imaginação, a criatividade e a capacidade intelectual. Apresenta ainda a Figura 5 – Área dos Jogos possibilidade das crianças brincarem em grupo e partilharem materiais, promovendo-se a partilha e a cooperação entre elas. Neste espaço existiam legos grandes de encaixe, puzzles de borracha, jogos com peças de madeira sendo que todos permitiam o desenvolvimento de capacidades e várias noções. Esta área foi também utilizada como pista de automóveis pois tinha também diversos carrinhos de diferentes tamanhos. Área dos Jogos de mesa e da Matemática Esta área era composta por jogos mas de dimensões mais pequenas, daí a razão de existir uma mesa com cadeiras e uma estante com variadíssimos jogos adaptados às crianças e ao seu alcance. É de salientar que, como se verifica também na área da biblioteca, os jogos iam sendo trocados semanal ou quinzenalmente, conforme necessidades do grupo. Existiam vários puzzles em madeira, dominós, enfiamentos, blocos lógicos e jogos de seriação, ordenação e sequências. 21 Revisão da Literatura Área Polivalente Designamos esta área de polivalente por Figura 6 – Diário de Grupo englobar outras. Era aqui que fazíamos diariamente o acolhimento, reunia o grupo para darmos início ao dia e a todas as atividades. Começávamos por contar as novidades, todas as crianças e adultos contam as suas e no final cada criança fazia o registo gráfico. Seguia-se a canção dos bons dias em que todos nos saudávamos e desejávamos bom dia. De seguida planificávamos o dia numa folha A3 (Anexo 1) onde a educadora registava Figura 7 – Mapas todas as atividades que iam ser realizadas tanto da parte da manhã como de tarde, enquanto ouvia e se discutiam as propostas do grupo. Era eleito o “chefe do grupo” para esse dia, que teria várias responsabilidades e funções em que uma delas seria a de, no final do dia, ouvir os seus colegas e registar no mapa dos comportamentos (Anexo 2) a respetiva bola verde, amarela ou vermelha conforme o comportamento que tivessem durante o dia. Registavam-se o estado do tempo (Anexo 3) num mapa próprio onde as crianças procuravam um cartão com a imagem correspondente ao estado do tempo (tarefa atribuída no início da semana a um membro do grupo). A seguir marcávamos as presenças (Anexo 4) de todas as crianças, com uma Figura 8 – Acolhimento/Reunião cruz no respetivo quadrado referente ao seu nome. No final do dia, o “chefe de grupo” marcava as faltas. Depois registavam-se no diário de grupo as notícias trazidas de casa ou surgidas na escola que as crianças escolhiam, as ideias eram transformadas em sugestões de trabalhos que, por sua vez, poderiam terminar em Projetos. O “acho mal” correspondia, normalmente, a situações que tinham surgido com as quais o grupo não concordava, o “acho bem” situações boas que as crianças queriam registar. Todas as opiniões eram escritas pela educadora e posteriormente a criança fazia o registo gráfico correspondente. Aqui foram também realizadas as reuniões de avaliação. Nesta área e como a mesa era extensa, 22 Revisão da Literatura também se realizavam as atividades de grande grupo como ouvir histórias do Projeto Jerónimo Saltarico, A Ler+, trabalhos realizados sobre o Projeto “Era uma vez com a Matemática”, Projeto da Semana das Ciências e Semana da Leitura que envolveram o 1º Ciclo do ensino básico. Realizavam-se colagens, corte e recortes, desenhos e trabalhavam-se os Projetos emergentes. Esta área era também onde as crianças lanchavam e onde se festejavam os aniversários. Era também onde recebíamos os pais/encarregados de educação que se envolveram, ao longo de todo o ano, em várias atividades. Como verificámos, esta área tinha várias funções. É de referir que nesta área existia um armário com todos os materiais necessários e ao alcance de todas as crianças para realização destas atividades. É ainda importante referir que todos os mapas e quadros anteriormente referidos de organização, daquele que deverá ser o trabalho numa sala de Educação Pré-escolar, eram fixados nos placard´s também nesta área. Área da Pintura/Modelagem Esta área era composta por um cavalete onde Figura 9 – Área da Pintura/Modelagem podiam estar duas crianças em simultâneo. Tinha um armário de apoio onde estavam todos os utensílios para a pintura e uma mesa onde se encontravam os utensílios da modelagem. Tinha ainda um placard onde eram expostas as pinturas quando terminadas. É uma área que fomenta o desenvolvimento da coordenação visual e motora, do ritmo, da motricidade fina e contribui para o desenvolvimento da criatividade e imaginação. Espaço Exterior Segundo o Ministério da Educação (1997), o espaço exterior é um local que pode proporcionar momentos educativos intencionais, Figura 10 – Espaço Exterior planeados pelo educador e pelas crianças. A este propósito, o espaço exterior do nosso Jardim-de-Infância era composto por um recreio comum ao 1º Ciclo do ensino básico, bastante espaçoso, sendo o solo de gravilha que, na nossa opinião, não é o mais indicado para as crianças por serem pequenas e gostarem de brincar no chão. Existiam dois baloiços grandes e um pequeno e um 23 Revisão da Literatura escorrega pequeno. Todo o espaço envolvente à escola Figura 11 – Espaço Exterior era delimitado por um muro de granito com rede no topo. Quanto à localização, o recreio estava bem situado, e tinha um acesso fácil à sala de atividade e tinha o dobro da dimensão desta. Para além das duas salas de aula, divididas em 1º Ciclo do ensino básico e Jardim-deInfância, o edifício era também constituído por três instalações sanitárias uma para os professores e duas para as crianças das quais uma era para o 1º Ciclo e outra era para o Jardim-de-Infância, dividida em duas partes e com uma sanita cada e dois lavatórios. Existia uma casa de arrumos comum à escola e ao Jardim-de-Infância para armazenar brinquedos e demais materiais. Na parte de trás da escola existia um coberto que dava acesso às instalações sanitárias, mas que no inverno não podia ser utilizado pois, lateralmente, não estava tapado deixando entrar chuva e frio. Reflexão A organização dos espaços assenta em alguns princípios do Movimento Escola Moderna (MEM). Este modelo pedagógico implica uma dinâmica de organização cooperada e onde cada criança participa ativamente com tempos, espaços e instrumentos próprios para que desta forma se organizem como grupo. No nosso entender o espaço educativo estava bem organizado, por áreas de trabalho, de modo a que as crianças pudessem realizar atividades escolhidas e por uma área polivalente para trabalhos em grupo. A opção e realização das atividades implicavam um compromisso e responsabilidade por parte de cada criança. Quanto aos materiais, estes estavam ao alcance e disposição das crianças para as tornar cada vez mais autónomas. Com esta organização permitimos às crianças frequentarem sozinhas as áreas de trabalho. A sala e hall eram assim diariamente embelezados e enriquecidos com as produções do grupo. Caracterização do Grupo de Crianças O grupo de crianças que frequentava o Jardim-de-Infância de Constantim era constituído por 9 crianças. Era um grupo heterogéneo, com idades compreendidas entre 24 Revisão da Literatura o 3 e os 5 anos de idade e constituído por 2 crianças do sexo feminino e 7 do sexo masculino. Quadro 5 – Caracterização do Grupo Rapazes Raparigas Total 7 2 9 25 20 15 Crianças 10 5 0 Rapazes Raparigas Total Gráfico 1 – Caracterização do Grupo Da leitura do gráfico acima mencionado, podemos constatar que o grupo foi constituído maioritariamente por crianças do sexo masculino e apresentava uma frequência menor do sexo feminino. 25 Revisão da Literatura 22,2% Raparigas Rapazes 77,7% Gráfico 2 – Percentagem de crianças segundo o sexo Pelo gráfico acima referenciado, 77,7% do grupo de crianças é do sexo masculino. Por sua vez, 22,2% são raparigas. Quadro 6 – Nível etário das crianças Crianças Idades 4 5 3 3 2 4 8 7 6 Crianças Idades 5 4 3 2 1 0 Gráfico 3 – Nível etário das crianças 26 Revisão da Literatura Dos dados apresentados podemos agrupar as idades das crianças em três níveis etários, ou seja, temos 4 crianças com 5 anos de idade; 2 crianças de 4 anos de idade e por fim 3 crianças de 3 anos de idade. Quadro 7 – Número de Irmãos Número de irmãos Número de crianças 0 2 1 6 3 1 Analisando o quadro 7 verifica-se que 2 crianças não tinham irmãos, 6 crianças tinham 1 irmão e 1 criança tinha 3 irmãos. Quadro 8 – Frequência no Jardim-de-Infância Frequência no Jardim Número de crianças 1ª Vez 4 2ª Vez 2 3ª Vez 3 10 9 8 7 6 Crianças 5 4 3 2 1 0 1ª vez 2ª vez 3ª vez Gráfico 4 – Frequência no Jardim-de-Infância 27 Revisão da Literatura Analisando o quadro 8 e o gráfico 4 constatamos que 4 crianças frequentaram o Jardim-de-Infância pela primeira vez, 2 crianças frequentaram-no pela segunda e 3 crianças frequentaram-no pela terceira vez. Quadro 9 – Transporte para a Escola Transportes para a escola Número de crianças A pé 1 Carro 8 Através do quadro podemos verificar que 8 crianças vinham para o Jardim-deInfância de carro e 1criança vinha a pé. Quadro 10 – Local onde vivem as crianças Local Número de crianças Vale de Nogueiras 1 Constantim 5 São Pedro 1 Paúlhe 1 Fonteita 1 Da análise do quadro verificou-se que 5 crianças viviam em Constantim, sendo que as restantes distribuíam-se pelas localidades de Vale de Nogueiras, São Pedro, Paúlhe e Fonteita. 28 Revisão da Literatura Caraterização do Grupo de Crianças (Segundo as áreas de conteúdo das OCEPE) Área de Formação Pessoal e Social Apresenta um conteúdo transversal, presente em todas as outras áreas, e é uma área integradora. Segundo o Ministério da Educação (1997), tem a ver com a forma como a criança se relaciona consigo própria, com os outros e com o mundo, num processo que implica o desenvolvimento de atitudes e valores. Esta área deverá auxiliar a promover nas crianças atitudes e valores que lhes permitam tornar-se adultos conscientes, solidários e habilitando-os para a resolução de problemas da vida. O Ministério da Educação (1997) vai ainda mais longe referindo que a relação que o educador estabelece com cada criança, a forma como a valoriza e respeita, estimula e encoraja os seus progressos, contribuem para a autoestima da criança e constituem um exemplo para as relações que as crianças estabelecerão entre si. Em relação a esta área é importante referir que: - As crianças manifestavam impaciência ou prazer diante de determinadas situações - Modificavam várias vezes de postura corporal e realizavam movimentos faciais, demonstrando desagrado; - As crianças solicitavam os adultos para pequenos gestos como as idas à casa de banho ou para limpar o nariz; -Todas as crianças iam à casa de banho sozinhas mas algumas ainda não conseguiam desapertar os botões; - Todos conseguiam, com mais ou menos dificuldades, tirar o casaco, pendurá-lo, assim como a mochila; - Quase todas as crianças conseguiam colocar a palhinha no leite; - Algumas crianças conseguiam calçar-se sozinhas quando os sapatos tinham atacadores; - A maior parte das crianças comiam o lanche sem necessitar da ajuda do adulto; - Durante a realização das atividades, nem todo o grupo era autónomo, necessitando com alguma frequência do adulto ou mesmo dos colegas mais velhos; 29 Revisão da Literatura - Quanto ao cuidado com os materiais da sala, as crianças mais velhas ajudavam sempre os mais novos nessas tarefas, principalmente na hora de arrumar; - As crianças chamavam à atenção das outras quando alguma coisa se encontrava fora do lugar. Normalmente as crianças mais velhas ajudavam as crianças mais novas a arrumar as coisas no sítio certo; - As crianças mais pequenas mostravam dificuldades em terminarem uma atividade quando esta era mais elaborada; - Ficavam impacientes quando esperavam por algo, ou na ajuda de uma atividade, ou na preparação de algum trabalho, chamando constantemente pelo educador; - A relação que o grupo estabeleceu com os adultos da sala era boa, apesar de existirem algumas crianças que eram mais dependentes deles. Normalmente aceitavam bem as propostas dos adultos; - Todas as crianças se relacionavam bem com os seus colegas. Era um grupo carinhoso, afetivo e todos amigos uns dos outros. Nota-se por parte das crianças mais velhas uma grande proteção e preocupação com as crianças mais novas; - Todas demonstravam gostar imenso de brincar/jogar no exterior. Área de Expressão/Comunicação Para o Ministério da Educação (1997), esta área engloba as aprendizagens relacionadas com o desenvolvimento psicomotor e simbólico que determinam a compreensão e o progressivo domínio de diferentes formas de linguagem. Apenas nesta área podemos distinguir diversos domínios estreitamente ligados, todos relacionados com as aprendizagens dos códigos essenciais à comunicação com os outros. Isto é: - Domínio das expressões: motora, dramática, plástica e musical; - Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita; - Domínio da matemática. 30 Revisão da Literatura Domínio da Expressão Motora O grupo gostava muito de fazer jogos orientados, mas também gostava de brincar livremente. A nível de postura corporal/equilíbrio, a maior parte das crianças conseguiam deslocar-se com facilidade, corriam, saltavam a pés juntos e transpunham obstáculos sem grandes problemas, exceto as mais pequenas que ainda tinham dificuldades. Gostavam de fazer exercícios de expressão corporal e de ritmo, reproduzindo gestos, imitando movimentos que envolviam todo corpo ou algumas partes. Esta era uma atividade que todos gostavam de fazer. Assim, às sextas-feiras e por opção do grupo realizávamos danças e jogos pré-desportivos. Domínio da Expressão Plástica Gostavam de realizar atividades plásticas, explorando materiais e gostavam de materiais novos, saber como funcionavam, para que serviam. Dependendo da atividade plástica que era realizada, o grupo necessitava de mais ou menos ajuda na realização do trabalho e na utilização dos materiais. Adoravam pintura e colagens e os mais pequenos ainda não conseguiam manipular muito bem o pincel, nem dosear a cola e tintas mas tentavam e foram melhorando até ultrapassar esse obstáculo. Todas as crianças identificavam as cores sem dificuldade, exceto as mais pequenas. Algumas crianças já pintavam sem sair dos contornos. Algumas crianças tinham dificuldade em recortar, em segurar corretamente na tesoura. Havia crianças que nem sempre mostravam confiança nas suas potencialidades, e o “não consigo” vencia a tentativa de concretizarem as atividades. Porém, quando realizavam algum trabalho que consideravam que estava bonito ou bem feito, demonstram uma enorme satisfação, querendo mostrá-lo a todo o grupo. Domínio da Expressão Musical Todas as crianças demonstraram gostar de cantar e aprender músicas novas. As crianças conseguiam memorizar as músicas, umas com mais facilidade do que outras. As crianças demonstravam gostar de cantar com o acompanhamento de gestos. 31 Revisão da Literatura Conseguiam reproduzir os gestos, umas com mais facilidade do que outras. As crianças mais velhas, já conseguiam cantar e bater palmas seguindo o ritmo da canção, identificando e reproduzindo sons. Domínio da Expressão Dramática Referindo o Ministério da Educação (1997), é um meio de descoberta de si e do outro, de afirmação, de relação com os outros que corresponde a uma forma de se apropriar de situações sociais. As crianças gostavam de brincar na casinha, desenvolvendo o jogo simbólico, onde criaram situações do quotidiano de uma família, retratando as suas vivências. Gostavam de inventar e recriar histórias. Eram capazes de imitar animais utilizando voz e movimento. As crianças criavam livremente brincadeiras e jogos. Domínio da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita O grupo demonstrou muitas dificuldades em comunicar e expressar-se corretamente, isto em relação às crianças mais novas, e a algumas das mais velhas que foram até encaminhadas para a terapia de fala. Na hora das novidades, as crianças gostavam de contar tudo aquilo que fizeram, mas as mais pequenas ainda estavam a começar a dialogar em grande grupo. Houve uma criança de cinco anos na sala que teve a ser acompanhada na terapia este ano e também em Pedopsiquiatria, pois tinha diagnóstico comprovado de hiperatividade com défice de atenção. Existiam ainda outras crianças neste grupo que apenas falavam quando eram solicitadas, limitando-se a responder às questões colocadas. Quanto ao interesse em ouvir explicações dos adultos, o grupo dividia-se: algumas crianças interessavam-se por ouvir o que era dito, mas depois quando estavam muito tempo concentrados, começavam a distrair-se. Outras crianças demonstravam algumas dificuldades em estar concentradas e ouvir uma explicação até ao fim. O grupo não demonstrava dificuldades em compreender o que se dizia dentro da sala a nível de explicações, tarefas e ordens. Todas as crianças mais velhas conseguiam escrever o seu nome. As mais novas faziam tentativas de copiar. 32 Revisão da Literatura Todas as crianças gostavam de ouvir histórias, assim como observar as imagens, tanto nos livros como no computador era como se fosse um mundo mágico. Domínio da Matemática Na Matemática, as crianças espontaneamente desenvolvem noções matemáticas a partir das vivências do dia-a-dia. As estruturações destas noções fundamentam-se na vivência do espaço e do tempo, partindo de atividades espontâneas e lúdicas das crianças. Por essa razão tivemos na sala, puzzles, dominós, blocos lógicos, o “tangram” e outros jogos de classificação, para formarem conjuntos, seriarem, ordenarem e formarem diversos padrões, em conjunto com a exploração das situações dos seus quotidianos, foram úteis para que as crianças desenvolvessem noções matemáticas. Estes jogos tornam-se recursos indispensáveis para fundamentar aprendizagens matemáticas. O educador também deverá estar atento e provocar. Segundo o Ministério da Educação (1997), as situações problemáticas que permitam que as crianças encontrem as suas próprias soluções, que as debatam com outra criança, num pequeno grupo, apoiando a explicitação do porquê da resposta e que todas as crianças tenham oportunidade de participar no processo de reflexão. O educador deve estimular o desenvolvimento do raciocínio e do espírito crítico. Quanto à orientação no tempo, algumas crianças tinham dificuldades no que diz respeito a antes/depois, ontem/amanhã. Algumas das crianças ainda não identificavam as quatro formas geométricas mais elementares (quadrado, triângulo, retângulo e círculo), daí que tivéssemos esse facto em atenção e trabalhássemos as formas em várias atividades. Todas as crianças gostavam de jogar, manipular objetos, concentrando-se sozinhas ou a pares, a realizarem puzzles e construções. Todo o grupo conseguia contar até 10, mas 4 crianças que já contavam até 20. Gostavam de realizar pequenos jogos com os materiais existentes na sala. Utilizavam o corpo como meio de aprendizagem (contar os dedos, contar os olhos, etc.). 33 Revisão da Literatura Área de Conhecimento do Mundo Referindo o Ministério da Educação (1997), esta área enraíza-se na curiosidade natural da criança e no seu desejo de saber e compreender o porquê. A área do conhecimento do mundo deverá ser uma sensibilização às ciências, que poderá estar mais ou menos relacionada com o meio próximo, mas que aponta para a introdução a aspetos relativos a diferentes domínios do conhecimento humano: a história, a sociologia, a geografia, a física, a química e a biologia. As crianças gostavam muito de aprender, descobrir coisas e situações novas. Quando aprendiam alguma coisa de novo mostravam-se interessadas, entusiasmadas e participativas. No meio envolvente, as crianças identificavam algumas infraestruturas existentes. As crianças identificavam a sua casa, onde moravam e com quem moravam. As crianças mais velhas enumeravam o agregado familiar. Gostavam de trabalhar com as novas tecnologias e solicitavam-nas. 34 3. A Atividade Educativa em Jardim-de-Infância A Atividade Educativa em Jardim-de-Infância 3. A Atividade Educativa em Jardim-de-Infância Só se pode falar em atividade educativa no Jardim-de-Infância se tivermos conhecimento da Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar principalmente do “Princípio Geral” e dos “Objetivos da Educação Pré-escolar” referidos no artigo 10º, que nos reporta para o documento “Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar” que explicita, pormenorizadamente, aquele princípio e os objetivos que dele advêm. Assim a atividade educativa parte do reconhecimento da criança como sendo o sujeito do processo educativo, valorizando os seus saberes e neles fundamentando as novas aprendizagens. Privilegia-se, deste modo, a cooperação no grupo, promove-se o crescimento pessoal e social da criança e favorece-se a aquisição gradual da sua consciência como cidadão. Neste perspetiva, é fundamental que a aprendizagem se inicie a partir dos saberes de cada criança para promoção de novas aprendizagens e através de experiências diferenciadas interligando com pares e adultos. Assim formamos adultos responsáveis e respeitadores das diferenças dos outros. Orientações Curriculares As Orientações Curriculares dividem-se em duas partes. A primeira, trata “Princípios Gerais e Objetivos Pedagógicos enunciados na Lei-Quadro”, fazendo referência ao princípio geral já referido, que define a Educação Pré-Escolar como a primeira etapa da educação básica, complementar da ação educativa da família, enuncia os objetivos pedagógicos decorrentes daquele princípio geral. Referem ainda os fundamentos e organização das Orientações Curriculares e apresentam as orientações globais para o educador. A segunda parte denomina-se “Intervenção Educativa”, aborda os temas Organização do ambiente educativo, Áreas de conteúdo, Continuidade educativa e Intencionalidade educativa. Assim, como já verificámos, é do Princípio Geral estabelecido pela Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar que advêm todos os objetivos gerais pedagógicos definidos para a Educação Pré-Escolar. Torna-se, então para nós, fundamental analisar esses objetivos e o modo como eles se traduzem nas Orientações Curriculares: 36 A Atividade Educativa em Jardim-de-Infância 1) Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida democrática numa perspetiva da educação para a cidadania. Este primeiro objetivo informa o educador do quanto é importante que a aprendizagem parta dos saberes de cada criança. Estimulando a interação com o grupo, ensinando o respeito por si mesmo e pelos outros, promove-se assim uma educação para a vida em sociedade; 2) Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva consciência como membro da sociedade. Este objetivo completa o primeiro, uma vez que a interação com os outros (o grupo), com as suas diferenças culturais e sociais, contribui para formar o indivíduo como cidadão, capaz de participar ativamente na sociedade; 3) Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso da aprendizagem. Este objetivo aponta para um processo pedagógico tendo em conta o grupo na sua diversidade, com vista ao desenvolvimento da autoestima e da autoconfiança de todas as crianças, transmitindo as condições necessárias para abordar com sucesso a etapa seguinte; 4) Estimular o desenvolvimento global da criança no respeito pelas suas características individuais, incutindo comportamentos que favorecem aprendizagens significativas e diferenciadas. Este objetivo aponta para respeitar e valorizar as características individuais de cada criança, com a sua cultura e os seus saberes próprios, como sujeito do processo educativo. A possibilidade de usufruir de experiências diversificadas, num contexto com outras crianças e adultos, permite que cada criança vá aprendendo e vá contribuindo para o desenvolvimento e aprendizagens dos outros; 5) Desenvolver a expressão e a comunicação através de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo. O enunciado deste objetivo encaminha para o conteúdo das áreas de Expressão e Comunicação e Conhecimento do Mundo. Deste modo a primeira constitui uma área básica que contribui simultaneamente para a Formação Pessoal e Social e para o Conhecimento do Mundo; 6) Despertar a curiosidade e o pensamento crítico. É um dos objetivos que pode ser concretizado nas diferentes áreas de conteúdo que se articulam numa formação global. Devem-se proporcionar atividades e situações que levem a criança à exploração e à descoberta, constituindo-se assim momentos privilegiados para despertar a curiosidade e o gosto por aprender; 37 A Atividade Educativa em Jardim-de-Infância 7) Proporcionar à criança ocasiões de bem-estar e de segurança, nomeadamente no âmbito da saúde individual e coletiva. O bem-estar e segurança dependem em grande parte do ambiente educativo, em que a criança se sinta acolhida, escutada e valorizada, o que contribui para aumentar a sua autoestima e o seu bem-estar físico e psicológico; 8) Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências ou precocidades e promover a melhor orientação e encaminhamento da criança. A deteção prematura das deficiências ou precocidades, aliada a uma pedagogia diferenciada, promove a inclusão de todas as crianças no grupo, promove a igualdade de oportunidades e a aceitação e o respeito pela diferença. A escola assume um papel de grande responsabilidade que poderá ser determinante para o futuro de uma criança como cidadão; 9) Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efetiva colaboração com a comunidade. Partindo do conhecimento do meio familiar e da cultura de cada criança, a Educação Pré-Escolar pode tornar-se mediadora entre as culturas de origem das crianças e a cultura a que terão de se adaptar para terem uma aprendizagem com sucesso. O documento “Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar” foca outro importante tema, as Orientações Globais para o educador, que orientam a intervenção profissional do educador de infância, que passa por diversas etapas interligadas que vão acontecendo e aprofundando, o que pressupõe: observar cada criança e o grupo, planear todo o processo educativo em função do que sabe sobre o grupo e de cada criança, agir ou concretizar na ação as suas intenções, avaliar todo o processo e os efeitos, comunicar todo o conhecimento que adquire da evolução de cada criança, articular ou promover a continuidade educativa, constituindo todos estes instrumentos etapas interligadas e contínuas do processo educativo. Observar cada criança e o grupo – “Observar cada criança e o grupo para conhecer as suas capacidades, interesses e dificuldades, recolher as informações sobre o contexto familiar e o meio em que as crianças vivem (…) o conhecimento da criança e da sua evolução ” (Ministério da Educação, 1997, p.25). Com esta observação o educador pode adaptar a sua atividade educativa ao grupo e a cada criança, compreender os seus interesses e dificuldades, e planear o desenvolvimento das suas potencialidades. Planear o processo educativo para concretizar na ação as intenções educativas – “Planear implica que o educador reflita sobre as suas intenções educativas (...)” (Ministério da Educação, 1997, p.25). O planeamento a partir do conhecimento da 38 A Atividade Educativa em Jardim-de-Infância criança e do grupo, bem como do contexto familiar e social, auferido pela observação atenta e continuada, permite criar um ambiente estimulante de desenvolvimento e promover aprendizagens significativas. Cabe, ao educador, planear situações de aprendizagem desafiadoras, para captar e estimular cada criança, ou optar por fazer o planeamento com a participação das crianças. Este processo permite ao educador fazer a previsão e a organização de recursos bem como a articulação entre as diferentes áreas de conteúdo. Agir – “Concretizar na ação as suas intenções educativas, adaptando-as às propostas das crianças e tirando partido das situações e oportunidades imprevistas” (Ministério da Educação, 1997, p.26). Envolver quer o grupo quer a comunidade (pais, famílias, técnicos auxiliares, outros docentes, etc.) é uma forma de alargar as interações das crianças e uma maneira de engrandecer o processo educativo. Avaliar o processo e os efeitos – “Implica tomar consciência da ação para adequar o processo educativo às necessidades das crianças e do grupo e à sua evolução” (Ministério da Educação, 1997, p.26). A avaliação efetuada com o grupo de crianças é uma atividade educativa, constituindo também uma base de avaliação para o educador. Comunicar – “O conhecimento que o educador adquire da criança e do modo como esta evolui é enriquecido pela partilha com outros adultos (…)” (Ministério da Educação, 1997, p.26). A troca de opiniões com os pais permite um melhor conhecimento da criança e de outros conceitos que influenciam a sua educação. Articular – “Cabe ao educador promover a continuidade educativa….em colaboração com os pais e em articulação com os colegas do 1º ciclo (…)” (Ministério da Educação, 1997, p.27). É fundamental que o educador assegure e fomente a continuidade educativa e o percurso para a escolaridade obrigatória. É também função do educador proporcionar condições para aprendizagens com sucesso na etapa seguinte, nomeadamente através da colaboração com as famílias e com os docentes. Planificação Planificar significa para nós transformar uma ideia numa ação. Para Vasconcelos (1991), planear é coordenar um conjunto de ações entre si, em ordem a obter um determinado resultado. Para alcançarmos as metas a que nos propomos, devemos 39 A Atividade Educativa em Jardim-de-Infância delinear e fazer uma previsão da ação, isto é, devemos projetar. Segundo Escudero, citado por Zabalza (1997), planificar é prever possíveis cursos de ação de um fenómeno e plasmar de algum modo as nossas previsões, desejos, aspirações e metas num Projeto que seja capaz de representar, dentro do possível, as nossas ideias acerca das razões pelas quais desejaríamos conseguir, e como poderíamos levar a cabo, um plano para as concretizar. A partir do conhecimento do grupo, o educador parte para a planificação do processo educativo. Assim promoverá um ambiente estimulante de desenvolvimento que origine aprendizagens significativas e diversificadas. Planificar implica a reflexão sobre intenções educativas e as formas de as adequar ao nosso grupo; Facilita a previsão e a organização dos recursos; Possibilita a articulação entre todas as áreas de conteúdo e; Promove a partilha e interação do grupo o que origina a aprendizagem e o desenvolvimento. Planificar torna-se uma necessidade, é um apoio indispensável para o educador desenvolver o seu trabalho auxiliando-o, levando-o a refletir e avaliar em tudo o que faz de forma a progredir ou reajustar o processo ou a sua prática educativa. O educador deve encontrar o seu modelo de planificação, pois existem diferentes maneiras de planificar. Para Vasconcelos (1991) compete a cada educador encontrar o seu modelo, procurando tornar coerente o seu modo de pensar e de agir, os seus valores em articulação com aquilo que o conhecimento nos diz sobre as crianças. Avaliação A avaliação na Educação Pré-escolar tem o papel importante na verificação e eficácia da ação educativa, contribuindo para a sua inovação com o objetivo de aperfeiçoar, cada vez mais e melhor, os processos de desenvolvimento das crianças. Para Ferreira (2007) ter diferentes sentidos e ser aplicada em várias situações e contextos de vida quotidiana, também na educação pode ter finalidades e funções distintas que vão desde o currículo ao processo de ensino-aprendizagem, aos Projetos desenvolvidos na escola. Desta forma consideramos que a avaliação é complexa, porque avaliar abarca diferentes domínios. Avaliar é um método que pressupõe a capacidade de questionar o nosso modo de trabalhar e de agir, os nossos comportamentos e as nossas propostas. Ao avaliarmos não 40 A Atividade Educativa em Jardim-de-Infância o devemos fazer apenas em relação à evolução do grupo mas também ao programa, à prática pedagógica, ao Projeto e à sua intervenção educativa. Para Bassedas, Huguet e Solé (1999), a avaliação serve para valorizar o que acontece quando colocamos em prática o programa que planejamos previamente e para verificar se é preciso modificar ou não determinadas atuações. Ao planearmos temos o propósito de alcançar objetivos. Depois são realizadas as atividades para as crianças atingirem os objetivos, quer gerais quer específicos. Por essa razão temos de observar se as crianças atingem ou não esses objetivos. Avaliar significa analisar se os objetivos foram alcançados pela criança e intervir para modificar e melhorar a prática. Segundo Bassedas, Huguet e Solé (1999), a avaliação é importante para valorizar quando se realiza uma atenção adequada à diversidade das crianças que formam o grupo e se estamos a proporcionar experiências pertinentes que as ajudam a avançar e a desenvolver-se. Currículo Zabalza (1994) diz que o Currículo é o conjunto dos pressupostos de partida, das metas que se deseja alcançar e dos passos que se dão para as alcançar; é o conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes que são consideradas importantes para serem trabalhados na escola, ano após ano. Este autor refere ainda que o professor deverá provar, em termos científicos, as decisões tomadas e deve conhecer os meios que o levam à prática para que se obtenha bons resultados de aprendizagens com o grupo de crianças e, eventualmente, proceder a alterações, se necessário. Contudo, para Spodek (1993) as experiências organizadas proporcionadas às crianças são feitas num enquadramento escolar. Para este autor são as próprias crianças que originam o Currículo. A circular do Ministério da Educação sobre Gestão do Currículo na Educação Pré-escolar (Circular nº17/DSDC/DEPEB/2007), diz-nos que o desenvolvimento curricular é da responsabilidade do educador, que este deve prever e organizar o tempo estruturado e flexível para que todos os momentos tenham sentido para o grupo de crianças, com o objetivo de promover processos de desenvolvimento e de aprendizagens pensadas e organizados com intenção pelo educador. Nesta circular, há dois documentos de apoio para organização e gestão do currículo: 41 A Atividade Educativa em Jardim-de-Infância • Projeto Curricular de Estabelecimento/Escola – que define as estratégias de desenvolvimento do Currículo, visando adequá-lo ao contexto de cada estabelecimento/escola ou de Agrupamento e integrado no respetivo Projeto Educativo; • Projeto Curricular de Grupo/Turma – que define as estratégias de concretização e de desenvolvimento das orientações curriculares para a Educação Pré-Escolar e do Projeto Curricular de Estabelecimento/Escola, visando adequá-lo ao contexto de cada grupo/turma. A organização do Currículo auxilia o educador a operacionalizar as orientações curriculares contribuindo para alterar positivamente a perceção social da importância do Ensino Pré-escolar. Zabalza (1994) diz que a existência de Currículos que valorizem a Educação Préescolar e difundam esta perspetiva contribui para o reconhecimento, pela sociedade, do direito das crianças a uma educação de qualidade antes da sua entrada na escolaridade obrigatória e para o reforço da posição da Educação Pré-escolar na perceção social e na própria organização do sistema educativo. Assim na construção de um Currículo pretendemos definir orientações globais que sejam explícitas e que apoiem a prática pedagógica dos educadores. 42 4. Modelo Pedagógico Adotado Modelo Pedagógico Adotado 4. Modelo Pedagógico Adotado O modelo pedagógico adotado por nós é o Movimento Escola Moderna (MEM). Pela nossa passagem ao longo de alguns anos, por vários Jardim-de-infância enquanto educadora de apoio pode-se constatar que é um método bastante utilizado até no 1º Ciclo do ensino básico com o qual nós não só concordamos como apoiamos. O modelo do MEM assenta, desde 1966, na autoformação cooperada entre docentes cujas práticas educativas constituem ensaios estratégicos e metodológicos apoiados por uma reflexão teórica contínua e uma forte componente de interação com as famílias e comunidade educativa, baseada numa herança sociocultural que é redescoberta com o apoio dos pares e dos adultos. Os docentes que se associam a este modelo, para Grave-Resendes e Soares (2002), põem em prática metodologias ativas e diferenciadas de trabalho pedagógico, que fomentam a participação democrática dos educandos, tanto na vivência em cooperação na sala de aula como nos contextos da vida escolar. Partindo sempre das necessidades e interesses do grupo de crianças e partilhando com ele a gestão dos conteúdos, dos tempos e dos recursos. Este modelo afirma-se, tal com é referido por Grave, Resendes e Soares (2002), sociocêntrico, cuja prática democrática da gestão dos conteúdos, das atividades, dos materiais, do tempo e do espaço se fazem em cooperação. A participação dos alunos na organização, gestão e avaliação cooperadas de toda a vida da turma constitui um exercício de cidadania democrática ativa. Neste modelo as crianças/alunos participam na organização, gestão e na avaliação do dia-a-dia do grupo originando um exercício de cidadania democrática ativa. Com estratégias de aprendizagem, valoriza-se o ensino mútuo e cooperativo o que implica um reforço no sentido de cooperação de forma a contribuir para o desenvolvimento educativo e social da criança, isto é, a criança tem de fazer para aprender visto ser através da ação que ela descobre, compreende e se desenvolve. Para Grave, Resendes e Soares (2002), a pedagogia deste modelo distingue-se pelo modo como organiza e gere a vida da sala, ou seja, pela forma como considera a opinião de cada criança e pela forma como respeita as decisões tomadas em conjunto. As aprendizagens realizam-se através do fazer da experiência, da interação cooperada, pela participação de todos e pela partilha entre todos. Este modelo concebe um ambiente na sala de pertença, segurança, o que permite a comunicação e a partilha 44 Modelo Pedagógico Adotado de sentimentos, tendo como objetivo estimular a curiosidade natural da criança promovendo a sua autonomia e auxiliando-a no seu processo de formação como individuo e como cidadão, desenvolvendo as competências de saber ser, saber aprender e saber fazer. Desta forma, este tipo de aprendizagem democrática origina a liberdade de pensamento e a expressão na criança que vai permitir encaminhar as aprendizagens conforme as capacidade e as necessidades e, simultaneamente, proporciona um ambiente que leva a criança à descoberta, à resolução de problemas e ao trabalho de grupo. O modelo pressupõe que o espaço educativo seja organizado em função dos conceitos de ensino-aprendizagem para permitir que as crianças realizem simultaneamente atividades várias em diferentes métodos de trabalho quer em pequeno grupos quer em pares, individualmente ou em coletivo. O ambiente da sala deverá ser estimulante e agradável sendo que as paredes são utilizadas como expositores constantes das produções das crianças para desta forma, também, embelezar a sala. Em relação às atividades, este modelo apresenta dois períodos de tempo diferentes: período da manhã e período da tarde. Neste modelo pedagógico a planificação de todo o trabalho, bem como a sua avaliação, realizam-se diariamente em reunião de cooperação pelas crianças e pelo educador. Pensamos que o educador no MEM é considerado como um executador indispensável da educação incitando o exercício de valores, a autonomização e a colaboração. Pensamos também que é um promotor da organização participada tendo a responsabilidade de incentivar a expressão individual da criança, a sua atividade em grupo num espírito de entreajuda e cooperação. Tem ainda a responsabilidade o desenvolvimento da socialização da criança, a valorização do pensamento lógico e das iniciativas em relação à leitura e escrita através das interações estabelecidas diariamente. Tem ainda a função de gerir e guiar as atividades, as descobertas, as dificuldades apoiando e compreendendo a criança nas diferentes tarefas e adequando sempre o processo ensino-aprendizagem ao conhecimento prévio da mesma. Concluindo, pensamos que as crianças ao serem envolvidas neste Sistema de Educação Pré-escolar têm um importante papel de promoção e de uma organização participada tanto por elas como o educador. A criança estimula a cooperação e torna-se ouvinte ativo, com expressão livre e uma atitude crítica, sendo responsáveis por manter e estimular a autonomia. 45 5. Modos e Instrumentos de Avaliação Modos e Instrumentos de Avaliação 5. Modos e Instrumentos de Avaliação Podemos afirmar que a avaliação em Jardim-de-Infância é tão importante como em qualquer outro nível de ensino. Para Zabalza (2000) torna-se desta forma uma peça fundamental no trabalho dos bons profissionais de educação, desde que se afaste dessa imagem convencional e redutora em que avaliar é dar notas, avaliar é examinar, avaliar é estar obcecados com o rendimento e pela consecução de umas metas impostas, avaliar é medir as crianças, avaliar é comparar e introduzir diferenças entre os pequenos. É importante dizermos que neste modelo pedagógico é na constante interação entre educador e grupo de crianças que surge a observação formativa. Para além desta há ainda os documentos que nos dão a regulação formadora, registos coletivos e individuais de produções do grupo de crianças. A planificação em grande grupo, o mapa de tarefas, as rotinas, o mapa das presenças, o mapa de comportamento, o mapa de tempo, os Projetos e os Projetos emergentes, o diário de grupo. Temos ainda outras fontes que nos dão informação e observação que são as comunicações elaboradas por todas as crianças do grupo no final de cada Projeto quando expõe ao 1º Ciclo do ensino básico todos os passos pelos quais o grupo passou para desenvolver determinado Projeto. Assim a utilização deste tipo de informação dá origem a uma avaliação cooperada, integrada na ação e nas aprendizagens. A participação dos pais/encarregados de educação, também assume um papel importante no modelo pedagógico por nós utilizado. Torna-se pertinente dizer que durante este ano letivo os pais/encarregados de educação foram envolvidos, ao longo de todo o ano letivo, nos Projetos deste Jardim e todos eles foram participantes ativos. Mensalmente vinham ao Jardim-de-Infância trabalhar connosco ou faziam em suas casas atividades com os seus filhos relacionadas com atividade do Projeto Leitura em Contexto Familiar ou ainda com Projetos relacionados com a sala. No final, os pais/encarregados de educação apresentavam ao grupo, juntamente com os seus filhos, os trabalhos desenvolvidos. Tiveram lugar várias reuniões de pais/encarregados de educação que tinham como finalidade, de os envolver e captá-los para fazerem também uma avaliação do trabalho realizado com o grupo ao longo de todo o ano. Existiu assim um grande envolvimento com as famílias, que se tornou enriquecedor para o desenvolvimento dos seus educandos. 47 6. Perfil do Desempenho do Educador de Infância Perfil do Desempenho do Educador de Infância 6. Perfil do Desempenho do Educador de Infância O Perfil Específico de Desempenho Profissional do Educador de Infância diznos que o educador deve avaliar sempre formativamente a sua intervenção pedagógica, o ambiente educativo e os processos que adotou; deve avaliar o desenvolvimento e as aprendizagens de cada uma das crianças e do grupo de crianças em geral. Por estas razões verifica-se que a avaliação na Educação Pré-escolar distingue-se da avaliação tradicional, que se centra mais nos resultados do que nos processos. A partir da observação de cada criança e do grupo conhecemos as suas capacidades, interesses e dificuldades. Temos também que conhecer o contexto familiar e o meio em que as crianças vivem para compreendermos as suas características e adequarmos o processo educativo às necessidades do grupo. Fizemos uma avaliação diagnóstica para elaborarmos o Projeto Curricular de Grupo. No entanto, a observação contínua, recurso aos trabalhos e formas de registo das crianças foram fundamentais. À medida que fomos conhecendo o grupo e cada criança, planeou-se o ambiente educativo incluindo sempre a participação ativa das crianças neste processo. A avaliação e a autoavaliação com o grupo serviram de referência e suporte ao planeamento. Podemos assim afirmar que a avaliação do desenvolvimento/aprendizagem de cada criança é imprescindível para planificarmos e implementarmos o Projeto Curricular. Segundo Cardoso et al (1998) a avaliação emerge, assim, como um importante mecanismo de regulação do processo educacional com potencial para beneficiar a aprendizagem da criança individual e melhorar o programa é, nessa medida, um elemento fundamental de trabalho dos profissionais de educação de infância competentes. Este autor refere ainda que o educador deve definir um sistema de avaliação compreensivo, de acordo com as suas conceções de educação e que integre, de forma articulada, os conteúdos do currículo e estratégias de ensino/aprendizagem que aplica e ter em atenção o contexto onde se desenvolve a aprendizagem. Assim partilhamos da opinião de Guerra (2003) que defende que a avaliação é um fenómeno que permite tornar claras todas as nossas conceções sobre a sociedade, as instituições de ensino, a aprendizagem e a comunicação interpessoal. Reforça a ideia de que avaliação envolve conceitos e versões com significados muito díspares. 49 Perfil do Desempenho do Educador de Infância Importa ainda referir que no nosso Jardim-de-Infância existiam instrumentos de avaliação, que designamos por “informantes da regulação formativa” Foram instrumentos de trabalho utilizados ao longo do ano sendo analisados semanalmente e/ou mensalmente ou seja, o diário de grupo, o plano de atividades, os mapas de tarefas, presenças, comportamento e mapa de leite. Com o apoio de todos estes instrumentos utilizados diariamente por todo o grupo de crianças faziam-se as avaliações e discutia-se, com todo o grupo, o trabalho de toda a semana e era onde surgiam as ideias para a semana seguinte. Desta forma verificámos que tínhamos elementos para podermos avaliar e para as crianças se autoavaliarem. No final, em conjunto, podia ocorrer uma avaliação permanente participada e objetiva em que todos aprendiam e emitir a sua opinião, a aceitar críticas e a partilhar os seus trabalhos e Projetos. Concluímos assim que no modelo pedagógico do MEM, a avaliação é um sistema que se encontra totalmente integrado no próprio processo de desenvolvimento da educação que este modelo vive diariamente. Concluímos ainda que a função de regulação formativa e principalmente formadora desempenham um papel fundamental. 50 7. Projeto Curricular de Grupo Projeto Curricular de Grupo 7. Projeto Curricular de Grupo Nos dias de hoje a qualidade do ensino e a capacidade de responder às situações reais, mobilizando recursos locais, passa pelo envolvimento das escolas e dos seus agentes na obtenção de respostas que se adaptem a contextos específicos e propiciem uma formação coerente e objetiva para todas as crianças. Esta conceção engloba várias situações e a flexibilização de percursos e meios de formação onde enquadramos Projeto Educativo (PE), Projeto Curricular de Agrupamento (PCA) e Projeto Curricular de Grupo (PCG). A Educação Pré-escolar, como não tem carácter obrigatório, engloba um conjunto de orientações curriculares elaboradas pelo Ministério da Educação que nos permitem uma maior flexibilidade pedagógica de acordo com as especificidades do grupo, do meio e da comunidade educativa. Torna-se assim o educador o construtor e gestor de um Projeto, fundamentado por este, a partir dos seus princípios, das orientações curriculares e da situação onde se insere. Assim, nesta etapa da educação há uma liberdade curricular que se revê nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar. Segundo a Circular nº 17/DSDC/DEPEB (2007) o Desenvolvimento Curricular na Educação Pré-Escolar é da responsabilidade do educador. A atividade educativa/letiva de 5 horas diárias deve prever e organizar um tempo simultaneamente estruturado e flexível em que os diferentes momentos tenham sentido para as crianças com a finalidade de proporcionar processos de desenvolvimento e de aprendizagem pensados e organizados pelo educador, intencionalmente. Ainda Segundo o Ministério de Educação (1997) o Projeto Curricular de Grupo só faz sentido se elaborado com a equipa pedagógica, ouvindo os saberes das crianças e das suas famílias e os desejos da comunidade e, também, as solicitações dos outros níveis educativos. O Projeto Curricular de Grupo organiza toda a atividade do Jardim-de-Infância conferindo-lhe coerência e intencionalidade tendo sempre por base as orientações curriculares, a realidade demográfica e o meio envolvente. Este Projeto elaborado em conformidade com o Projeto Educativo deverá ser flexível, geral e abrangente originando diversas opções educativas que proporcionem às crianças um contacto com a cultura e os instrumentos que lhes vão ser imprescindíveis para a realização de uma aprendizagem ao longo da vida. O educador, numa sala de Jardim-de-Infância e perante 52 Projeto Curricular de Grupo um grupo de crianças, deve criar relações afetivas e de socialização que lhe vão permitir executar um diagnóstico de competências/aprendizagens que estas possuam bem como das suas necessidades e motivações. No parecer do Ministério da Educação (1997) observar cada criança e o grupo para conhecer as suas capacidades, interesses e dificuldades, recolher as informações sobre o contexto familiar e o meio em que as crianças vivem, são práticas necessárias para compreender melhor as características das crianças e adequar o processo educativo às suas necessidades. Sempre com o suporte do Projeto Educativo e das Orientações Curriculares, o educador define o Projeto que pretende desenvolver com o grupo tendo total consciência de que é um instrumento de trabalho podendo ser alterado e/ou enriquecido conforme as manifestações que as crianças demonstram. Quando procedermos a alterações é sempre necessária a realização de auto e heteroavaliação, tanto pelo educador como pelas crianças, promovendo-se o desenvolvimento do espírito crítico. Para Figueiredo (2005) o Projeto Curricular de Grupo deve ser visto como um instrumento de gestão pedagógica, no qual deve ser visível a reflexão e a análise dos processos de ensinar e de fazer aprender/desenvolver. Identificação das Necessidades e Interesses A análise que passamos a apresentar resultou da observação do grupo de crianças e de cada uma em particular, além de utilizarmos uma grelha global de avaliação diagnóstica. Sempre tentámos privilegiar todas as situações em interação, em contexto e a observação do comportamento das crianças, bem como os seus desempenhos nas atividades ou tarefas propostas, as produções, os diálogos das crianças sobre e/ou durante as atividades e registos de observação que fomos recolhendo constituem um dos nossos dados. Também estabelecemos várias conversas formais e informais com todos os pais/encarregados de educação principalmente nas situações que entendemos necessitar de mais informação ou de uma melhor articulação em termos de intervenção, visto não termos dados suficientes no Jardim-de-Infância e, num caso mais específico, mandamos relatórios à Pedopsiquiatra de uma criança, e também falamos quinzenalmente com a 53 Projeto Curricular de Grupo Terapeuta de fala da criança em questão pois só trabalhando em equipa e interligando as atividades podemos esperar bons resultados. E foram estes elementos que nos levaram a identificar os interesses e necessidades e a estabelecer as nossas opções educativas e intenções de trabalho para este ano letivo. O grupo de crianças do Jardim-de-Infância de Constantim era muito peculiar, onde a diversidade de comportamentos adotados nas diferentes situações era muito distinto. A nível de criatividade geral, o grupo apresentava um nível médio. A criatividade coletiva era verificada nas produções que realizavam a nível do desenho, onde o grupo em geral apresentava produções muito ricas de cor, forma e temas. As brincadeiras nos diferentes espaços, eram bem-dispostas, criativas e animadas. Quando se encontravam em atividades livres, no espaço dos jogos de construção, realizavam construções engraçadas que, na minha opinião, tinham bastante criatividade, capacidade de imaginação e combinação entre as diferentes peças. No grupo existia uma contradição muito grande em termos de autonomia e responsabilidade, caracterizava-se autónomo em tudo o que fazia e realizava, quer nas tarefas a desempenhar ao longo do dia (em geral), quer nos hábitos de rotina. Apesar do grupo, na sua maioria, se ter apresentado autónomo, ainda apresentava dificuldades de nível da responsabilização, ou seja, a maioria das crianças quando estavam nas suas brincadeiras, em atividades livre, não tinham a iniciativa de arrumar o que desarrumavam. Uma parte do grupo era autónoma nos momentos de rotina instituídos. Por exemplo, utilizavam a casa de banho sozinhos, sendo necessário apenas ajudar os mais novos a desapertar ou apertar os botões. Na hora do lanche iam buscar as suas mochilas de onde retiravam o seu lanche e algumas das crianças mais novas vestiam e despiam os seus casacos. O grupo, por vezes na realização de atividades, quando não lhes apetecia trabalhar parecia que deixavam de ser autónomos e diziam que não sabiam o que fazer (em vez de dizerem que não lhes apetecia fazer e queriam era ir brincar). Em relação à responsabilidade foi algo que tentámos incutir, pois além das várias regras da sala e os mapas que tinham para preencher, o Quadro de Tarefas permitia controlar os esquecimentos. Não era um grupo que gostasse muito de arrumar o que desarrumava, como já anteriormente referimos, deixava trabalhos para terminar, e por vezes esqueciam as tarefas a cumprir ao longo do dia (no entanto julgamos que este facto foi ultrapassado gradualmente). O poder de concentração deste grupo era razoável na sua grande maioria. E foi mais ou menos fácil incutir regras. 54 Projeto Curricular de Grupo Quanto à participação, atividade e dinamismo, era um grupo que, quando queria e estava disposto a trabalhar, reunia sem dificuldade estas três características. A participação nas diferentes atividades orientadas era de grande entusiasmo, mas estas tinham que incidir em temas que os cativassem. Daí resultaram produções muito bonitas. No entanto, quando isto não acontecia, começavam a dispersar e a distraíremse. Face a esta situação, tentámos sempre aproveitar as suas ideias para desenvolver as atividades, pois assim sentir-se-iam mais integrados na realização das mesmas. O dinamismo do grupo traduzia-se numa agitação, a maioria das crianças não conseguiam estar paradas. Diariamente nesta sala era uma agitação. Não só por serem mais rapazes e por isso mais enérgicos mas também devido ao facto da criança hiperativa estar em constante agitação e originar esta situação. Esta energia era sempre canalizada, na sua maioria, para atividades lúdicas, pois tínhamos notado uma grande necessidade de libertação desta. Para colmatar esta situação recorremos a jogos de expressão motora e utilizámos muitas danças do “Canal Panda” porque além de serem educativas, tinham bastante movimento e eram muito alegres. Também tentámos utilizar bastantes jogos no exterior ou, se estivesse a chover, jogos no hall de entrada. De uma maneira geral, existia uma boa socialização entre o grupo, apesar de existirem alguns conflitos, no que diz respeito à partilha de materiais. Estes conflitos foram ultrapassados com diálogos com as crianças. Os locais privilegiados pelo grupo, na sala de atividades, eram os espaços dos jogos de construção onde também funcionavam as pistas que as crianças montavam e desmontavam, a casinha das bonecas, o espaço dos jogos de mesa/matemática. Mas notava-se um crescente interesse pelo espaço da biblioteca para ver novas histórias, o computador para ouvir músicas, dançar e também para ver histórias em PowerPoint. Metas e Objetivos As metas aqui referidas dizem respeito aos objetivos gerais pedagógicos privilegiados, que foram os seguintes: Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança, pois este objetivo é fundamental na inserção da criança no contexto escolar tendo em conta a sua existência e a dos outros, realçando também a importância das relações e 55 Projeto Curricular de Grupo interações entre as crianças, os adultos e a comunidade, tendo em conta a aquisição de regras e valores; Estimular o desenvolvimento global da criança no respeito pelas suas características individuais, pois cada criança tem características diferentes e essas devem ser respeitadas dentro de uma sala e desenvolvidas ao ritmo da criança, pois assim irão ser incutidos comportamentos que favoreçam aprendizagens significativas e diferenciadas; Desenvolver a expressão e a comunicação através de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo. Este será um dos objetivos a ser posto em prática, pois pretende-se desenvolver na criança a oralidade e a abordagem à escrita levando a que esta tome consciência da importância das mesmas. Assim as áreas de conteúdo a privilegiar foram a Área de Formação Pessoal e Social e também a Área da Expressão e Comunicação, principalmente no domínio da linguagem oral e abordagem à escrita. A linguagem é imprescindível ao homem. Sem ela, certamente encontrará muitos obstáculos a sua volta. Constatámos, através de diálogos com as crianças e da observação realizada, que as suas maiores necessidades se centravam no domínio da linguagem oral e abordagem à escrita, área básica de conteúdos, porque incide sobre aspetos essenciais do desenvolvimento, da aprendizagem e engloba instrumentos fundamentais para a criança continuar a aprender ao longo da vida e; na Área de Formação Pessoal e Social, área transversal e integradora. Estas necessidades foram detetadas ao nível da capacidade de expressão oral, nomeadamente nas reuniões de grande grupo, atividades que exigiam a expressão do raciocínio das crianças, em registos/produtos realizados pelas mesmas onde tinham de escrever pequenas palavras, como o seu nome, data, ou alguns registos alusivos aos trabalhos realizados. No que diz respeito à Formação Pessoal e Social, algumas crianças demonstravam dificuldades em cumprir as regras estabelecidas em grupo, nomeadamente nas reuniões de grande grupo. Assim, as áreas de conteúdo a que atribuímos mais atenção foram aquelas acima enunciadas, ou seja, Expressão e Comunicação (domínio da linguagem oral e abordagem à escrita) e a Formação Pessoal e Social. Por esta razão dinamizámos repetidamente a área da biblioteca, diversificámos os livros e trabalhámos várias 56 Projeto Curricular de Grupo histórias e registos que implicavam escrita e linguagem oral. Desenvolvemos várias atividades para trabalharmos esta área, nomeadamente, nas rotinas. Tínhamos o registo das presenças, a dinamização do diário do grupo, a marcação do tempo, marcação do mapa do leite, as reuniões diárias, as planificações, a marcação das tarefas no início para preparação do dia. No final do dia para a avaliação do mapa de tarefas semanal e a marcação dos comportamentos. Nas atividades livres, foram contempladas as atividades na biblioteca, em todos os registos da escrita e no computador, essencialmente. No que diz respeito às atividades orientadas que pretendíamos insistir foram as histórias, produção de histórias, as canções, os “Trava Línguas”, as “Lengalengas”, poemas, adivinhas e todos os jogos e até danças que abordavam trocadilhos da linguagem, bem como a dinamização dos Projetos Jerónimo Saltarico e Contexto Familiar. Este último teve a participação ativa de todos os pais/encarregados de educação. Quanto à área da Formação Pessoal e Social, pretendíamos realizar atividades para desenvolver as crianças nesse sentido, nomeadamente a criação de regras nos espaços, bem como as reuniões e diálogos que fomentassem o espírito de grupo, a solidariedade, a socialização e a interação das crianças entre si e também com os adultos. Assim esperávamos que as crianças conseguissem um bom relacionamento, que interiorizassem valores essenciais para o seu dia-a-dia. Nas reuniões e avaliações pretendíamos que emitissem juízos de valor, refletindo sobre os seus atos, comportamentos e produções, assim como nas dos seus colegas. Julgámos que todas as atividades planeadas no PCG, assentavam nas necessidades e nos interesses das crianças, tentando sempre aliar atividades que as desenvolvessem a diversos níveis com atividades de interesse para estas, tentando que fossem aliciantes e cumprindo os objetivos propostos. A planear o ato pedagógico implica que o educador reflita sobre o processo e intencionalidades educativas para assim proporcionar as vivências numa interdisciplinaridade entre as áreas de conteúdo. Assim não podemos, nem devemos, dissociar as áreas. Por esta razão implicámos todas as áreas na nossa prática pedagógica. Estas metas/objetivos e áreas de conteúdo foram privilegiadas na medida em que verificámos algumas dificuldades na aplicação das mesmas. Deste modo trabalhámos atividades para ajudar a combater estas dificuldades. Acrescentámos também as metas e 57 Projeto Curricular de Grupo objetivos gerais que constam no Plano Anual de Atividades (PAA) de departamento e que valorizámos durante o ano letivo, ou seja: Consolidar os elevados valores de sucesso escolar; Melhorar a qualidade do sucesso escolar; Atingir um grau satisfatório de articulação e sequencialidade pedagógica; Operacionalizar a articulação e a sequencialidade entre os vários níveis de ensino; Atingir uma participação ativa dos pais/encarregados de educação nas atividades educativas dos seus educandos e em ações de formação/informação; Desenvolver as interações entre a escola e a comunidade educativa; Atender às prioridades definidas neste Projeto Educativo (PE) em todos os Projetos/atividades realizadas no Agrupamento; Realizar Projetos/atividades que potenciem as aprendizagens dos alunos e a articulação no Agrupamento. Metodologia A metodologia assentou numa pedagogia ativa em que as crianças foram os construtores do seu próprio conhecimento e o educador um facilitador e orientador do processo. Em relação ao método de trabalho assentava no modelo pedagógico do MEM (Movimento Escola Moderna), como já referimos anteriormente, no que respeita aos instrumentos de organização e gestão do grupo e na pedagogia de Projeto como o ponto de partida dos interesses das crianças para desenvolver conteúdos. Para nós é importante destacar os interesses e motivações das crianças e orientar o processo ensino-aprendizagem nesse sentido, de forma a responder às suas curiosidades tão próprias desta faixa etária. A criança é o centro da ação educativa. A partir dela o educador organiza, orienta e ensina os saberes, numa ação conjunta e construtiva. 58 Projeto Curricular de Grupo Organização do Grupo Conforme a realização das atividades e o seu grau de dificuldade ao longo do dia de trabalho, fomos verificando a necessidade de trabalhar em grande grupo, em pequenos grupos ou mesmo individualmente, se fosse necessário. Os pequenos grupos de trabalho a constituir no âmbito do desenvolvimento das atividades, podiam ser por idades ou por relação de gostos nas curiosidades demonstradas pelas crianças e por afinidade nos Projetos a desenvolver. O grande grupo reunia de manhã para se fazer o acolhimento e o planeamento do dia e ao fim do deste para fazer o balanço. As histórias, as sessões de movimento e outras atividades foram feitas em grande grupo. Diariamente foram realizados diferentes tipos de atividades que passamos a mencionar. Atividades Orientadas Estas atividades foram pensadas e planeadas previamente pelo educador, para realizar com as crianças, individualmente ou em grupo, tendo em conta as necessidades de cada criança. Estas atividades podiam ser realizadas, quer no interior quer no exterior, e podiam e deviam ser sugeridas pelas crianças. As atividades orientadas respondem a uma finalidade educativa, a objetivos específicos de aprendizagem com uma estruturação interna. Forem exemplos de atividades orientadas o contar e explorar uma história, uma sessão de culinária, uma sessão de movimento. Atividades Livres Foram atividades escolhidas e desenvolvidas pelas crianças, sem serem diretamente orientadas pelo educador. E desenvolveram-se nas várias áreas de sala. Estas atividades desenvolveram-se, normalmente, em pequenos grupos. As atividades realizaram-se informalmente a partir da organização dos espaços e materiais, as “regras são internas” e não dirigidas do exterior. A criança escolhe a área que quer frequentar ou o jogo que quer fazer, por exemplo, no recreio, sem que haja a intervenção direta do educador. Contudo, as crianças não devem abandonadas com o mesmo material e no mesmo espaço durante muito tempo. 59 Projeto Curricular de Grupo Atividades de Rotina Estas atividades desenvolveram-se durante todo o ano letivo. Realizaram-se quase sempre à mesma hora e devem ter a orientação de um adulto. Podem ser desenvolvidas em grande grupo, pequeno grupo ou individualmente. Através destas atividades, as crianças adquirem e compreendem a noção de tempo e de espaço, desenvolvendo assim a responsabilização e a autonomia. A sucessão de cada dia ou sessão tem um determinado ritmo existindo, deste modo, uma rotina que é educativa porque é intencionalmente planeada e porque é Figura 12 – Apresentação/Projeto conhecida pelas crianças que sabem o que podem fazer nos vários momentos e prever a sua sucessão, tendo a liberdade de propor modificações. As referências temporais são elementares para a criança e servem como fundamento para a compreensão do tempo: passado, presente, futuro; contexto diário, semanal, mensal, anual. Atividades de Projeto Estas atividades foram surgindo das ideias e sugestões das crianças. Estas poderão ter desenvolvimento e posterior orientação do educador conforme o valor educacional de cada uma. As atividades de Projeto dependem também da motivação e interesse das crianças. Surgem, normalmente, em momentos de diálogo ou de realização de atividades. Poderão partir de ideias e sugestões das crianças, mas também podem surgir do educador, tendo em conta o trabalho que se está a desenvolver. Tendo como objetivo o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos, os projetos pedagógicos permitem integrar um conjunto diversificado de atividades e a abordagem a diferentes áreas de conteúdo, numa finalidade comum que os relaciona em diferentes momentos de decisão, planeamento, realização, avaliação e comunicação. São exemplos de atividades de Projeto o estudo de um animal, a resolução de um problema detetado, o estudo de um fenómeno natural. Conhecer as diferentes atividades, prever o que vai fazer e tomar consciência do que foi realizado, é fundamental para a criança, facilitando a organização democrática do grupo. 60 Projeto Curricular de Grupo Em relação aos Projetos desenvolvidos neste Jardim-de-Infância, a maioria partiu do interesse das crianças do grupo, de problemas levantados por elas, de acontecimentos e de situações que lhes levantaram interesse e que quiseram, por essa razão, encontrar respostas pesquisando dando origem aos Projetos. Começámos por escrever numa folha do tamanho do quadro de lousa dividida em cinco partes: Como surgiu? O que sabemos? O que Figura 13 – Trabalho de Projeto queremos descobrir? O que descobrimos? O que fizemos? Depois, fazemos a conclusão e avaliação de todo o Projeto. Terminámos com a comunicação, que é a apresentação de todo o trabalho elaborado por parte do grupo de crianças, sempre com a supervisão do educador, aos professores do1º Ciclo e também aos pais/encarregados de educação. A fase de divulgação torna-se muito importante para todo o grupo, pois é onde se reorganizam as ideias, se sistematizam as informações e onde decidimos o “papel” de cada criança e o que cada elemento do grupo vai falar sobre o que aprendeu. Para Grave, Resendes e Soares (2002), este é um momento de divulgação de partilha, de articulação e de sistematização de conhecimentos e também de avaliação. 61 8. Unidades de Tempo Unidades de Tempo 8. Unidades de Tempo No dia-a-dia dos Jardim-de-Infância há uma sequência de atividades que podem ser de rotina, de livre escolha, orientadas ou atividades de Projeto, onde as crianças trabalham em pequeno/grande grupo e individualmente. É fundamental referir que a organização do tempo não é rígida, pois a atividade educativa no Jardim-de-Infância não é compatível com a noção exata da duração de uma atividade. Em seguida apresentamos a distribuição dos vários tipos de atividade que se desenvolveram diária, semanal, quinzenal, mensal e anualmente, seguindo sempre a calendarização semanal adotada por nós e pré-estabelecida com as crianças. Diariamente Horas Atividades 09:00 - Marcação das presenças (Atividades de rotina); 09:20 - Acolhimento/reunião/planificação do dia em grupo (Atividades de rotina); 09:45 - Atividades Orientadas/Projeto/Livres; 10:30 - Arrumar a sala /Higiene/Lanche/Recreio (atividade de rotina); 11:00 - Atividade orientada ou início de uma outra atividade; 12:00 - Atividades de rotina (almoço); 14:00 - Atividades de rotina (diálogo com as crianças); 14:15 - Atividades orientadas (terminar as atividades iniciadas da parte da manhã); 15:15 - Atividades livres (brincar nas varias áreas da sala ou no recreio); 15:40 - Atividades de rotina (arrumar os materiais utilizados nas atividades); 15:50 - Atividades de rotina (reunião de avaliação do dia marcar o mapa dos comportamentos marcar mapa do leite); 16:00 - Saída. Os dias da semana tiveram atividades estipuladas pelas crianças do grupo, desde o início de novembro. 63 Unidades de Tempo Quadro 7 – Atividades diárias Segunda-feira Terça-feira Dia dos jogos onde foi também desenvolvido o projeto – “Passezinho”. Atividades de expressão plástica (corte recorte dobragens, colagens , etc.). Atividades de linguagem abordagem a escrita Quarta-feira onde também se desenvolveram os Projetos Jerónimo Saltarico e A Ler+/Leitura em Contexto Familiar. Quinta-feira Sexta-feira Atividades de pintura (utilizando vários suportes e técnicas ao longo do ano). Jogos de movimento que podiam ser feitos no interior / exterior conforme o estado do tempo. Semanalmente - Contar as novidades; - Distribuir e avaliar tarefas; - Eleição do chefe de grupo; - Planificar a semana seguinte; - Registo do fim-de-semana; - Jogos do projeto “Passezinho”; - Atividades relacionadas com a matemática; - Atividades de expressão motora; - Atividades de expressão musical; - Contar recontar folhear registar histórias; - Atividades de expressão plástica; - Avaliação do mapa do tempo; - Avaliação do mapa das tarefas. 64 Unidades de Tempo Quinzenalmente - “Trava línguas”; - “Lengalengas”. Mensalmente - Avaliação do mapa de presenças; - Avaliação do mapa do leite; - Avaliação do mapa dos comportamentos; - Avaliação do Projeto Leitura em Contexto Familiar; - Verificação do próximo aniversário. Trimestralmente - Atividades relacionadas com as estações do ano. Anualmente - Dia da Alimentação; - Aniversários; - Halloween; - S. Martinho (magusto); - Natal; - Cantar os Reis; - Dia do Idoso; - Carnaval; - Dia dos Namorados; - Dia do Pai; - Páscoa; - Dia da Mãe; - Dia do Agrupamento; - Festa de Fim de Ano; - Atividades de Projeto; 65 Unidades de Tempo - “Era uma vez com a Matemática” (elaboração de um jogo); - Jerónimo Saltarico, A Ler+; - Atividade Leitura em Contexto familiar; - Atividade Experiências Cruzadas; - A Árvore dos Afetos (semana da leitura como 1º Ciclo); - Semana das Ciências (experiências com o 1º Ciclo). 66 9. Planificações Realizadas Planificações Realizadas 9. Planificações Realizadas A planificação é um fator essencial pois transforma uma ideia numa ação. O educador deve ter um registo do que pensa fazer para depois converter esse registo numa planificação que constitui um guia de orientação. Nicolau (2000) refere que a planificação das atividades na Educação Pré-escolar constitui um valioso recurso para que os objetivos sejam alcançados. Contudo, é um instrumento, nunca um fim em si mesmo. Pensamos que os educadores deverão fazer planos a curto e a longo prazo. A curto prazo temos em atenção o equilíbrio diário e as relações estabelecidas entre as diferentes áreas de conteúdo. A longo prazo, porque nos auxiliam na visualização das atividades para todo o ano e nos permitem realizar novas atividades a partir das experiências do grupo de crianças. À medida que o grupo progride podemos e devemos alterar/modificar a nossa planificação. Na nossa opinião o importante é que a planificação envolva todo o grupo e este possa participar ativamente. Daí que, ao longo do ano no nosso Jardim-de-Infância, as planificações foram sempre elaboradas com a participação das crianças tendo estas um papel ativo em todas as fases que envolveram o processo de planificação do trabalho a desenvolver. Desta forma fundamentamos mais uma vez a nossa prática pedagógica. Assim passamos a apresentar as nossas planificações, bem como a nossa avaliação nas mesmas. 68 Planificações Realizadas Quadro 11 – Planificação do mês de outubro Áreas de conteúdo Objetivos Ser capaz de: Área de Formação Pessoal e Social Área da Expressão e Comunicação - fazer escolhas - exprimir ideias - expressar-se em grupo - cumprir o que se propõe - exprimir-se corretamente - verbalizar ideias de forma compreensível - cumprir a sua tarefa - marcar a sua presença - conhecer o seu nome - conhecer e dizer os dias da semana Linguagem oral e abordagem à escrita Matemática Expressão plástica -contar os pacotes de leite -exprimir-se corretamente Área de Conhecimento do Mundo -observar o tempo que faz -associar o desenho Área da Expressão e Comunicação Linguagem oral e abordagem à escrita -responder as questões solicitadas -esperar a vez par falar -nomear semelhanças e diferenças entre si e os outros Expressão plástica -representar através do desenho as suas características físicas -perceber o antes e o depois -perceber a simbologia da bandeira Área de Formação Pessoal e Social -estar atento à representação do 1Ciclo Situações de aprendizagem “O que queremos fazer” - *introdução dos quadros das planificações - planificação das atividades para o mês de outubro feita com o grupo de crianças “Introdução dos mapas” Obs *este quadro de planificação passa assim a ser utilizado todas as semanas - presenças - tempo - tarefas - leite - comportamento “negociação” com o grupo sobre a avaliação dos mapas “Quem somos” -diálogos -entrevistas individuais -elaboração do quadro das entrevistas -quadro de pesos -quadro de alturas “O que foi a implantação da república” - Comemorar implantação da república com o 1º ciclo - Simbologia da bandeira “Atividade inserida no projeto experiências cruzadas” Área da Expressão e Comunicação Linguagem oral e abordagem à escrita -desenhar a bandeira de Portugal e pintar “Atividade elaborada com o 1º ciclo” Expressão plástica 69 Planificações Realizadas Área de Formação Pessoal e Social Área do conhecimento do Mundo Área da Expressão e Comunicação Linguagem oral e abordagem à escrita Expressão plástica -conviver com outras crianças e adultos “Dia mundial da alimentação” -descobrir o que e uma alimentação saudável -quais os bons e os maus alimentos -qual a importância da sopa -perceber quais são os frutos do Outono -Separar agrupar frutos -sequencias de frutos -elaboração de espetadas de frutas do Outono Matemática Área da Expressão e Comunicação -estar atento Expressão musical Área de Formação Pessoal e Social -conhecer o estado do tempo nesta época do ano sons Área da Expressão e Comunicação Expressão musical -elaboração de colagens pinturas, desenhos para o portefólio sobre a alimentação saudável e a roda dos alimentos. -canções alusivas alimentação -conseguir repetir ritmos -memorizar Expressão plástica -power-point (a roda dos alimentos) -história a sopa verde a e -elaboração do painel do Outono” -recortes desenhos colagens -recortar -pintar -desenhar -pintura e decalque de folhas e outros elementos alusivos ao Outono. -desenvolver a acuidade musical -ouvir -estar atento às mudanças de - “Canção de outono” (doidas, doidas andam as 70 Planificações Realizadas Área da Expressão e Comunicação Linguagem oral e abordagem à escrita Expressão plástica ritmo folhinhas) -perceber a mensagem da história -registar o que mais gostou -desenvolver a linguagem -aprender novas palavras -alargar o vocabulário Histórias: -A Nuvem e o Caracol (powerpoint) - fazer o registo gráfico -fazer colagens -O Rato Renato não que comer -Adivinha quanto gosto de ti -Dizer a verdade* -O João pé de feijão* *Histórias trazidas por 2 crianças do grupo e contadas por essas crianças “Projeto Jerónimo Saltarico” 71 Planificações Realizadas Área da Expressão e Comunicação - identificar formas geométricas -distinguir formas geométricas Matemática -conviver/socializar-se -perceber as tradições de culturas diferentes da nossa Área de Formação Pessoal e Social -estar atento -fazer registos gráficos Área da Expressão e Comunicação -desenvolver o vocabulário - Comemorar o Halloween - Recorte e enfeite das abóboras - Pinturas, desenhos e colagens alusivas ao Halloween - História do Halloween - Visualização de uma história em powerpoint (Por acaso achas que és uma Bruxa?) Atividade elaborada em conjunto com o 1º Ciclo da manhã Expressão plástica Área do Conhecimento do Mundo 72 Planificações Realizadas Quadro 12 – Planificação do mês de novembro Áreas de conteúdo Objetivos Situações de aprendizagem Obs Ser capaz de: Área de Formação Pessoal e Social Área da Expressão e Comunicação Linguagem oral e abordagem à escrita Área de Conhecimento do Mundo Área de Formação Pessoal e Social Área da Expressão e Comunicação Linguagem oral e abordagem à escrita - Fazer escolhas -Exprimir as suas ideias - Se expressar em grupo - Cumprir aquilo a que se propôs -Se exprimir corretamente -Verbalizar as ideias de forma compreensível -Conseguir associar as atividades ao período em que estamos - Planear tarefas de acordo com o tempo que tem para as cumprir - Fazer escolhas e exprimir as suas ideias - Expressar-se em grande grupo Expressão Plástica Área do Conhecimento do Mundo Planificação das atividades para o mês de Novembro feita com o grupo de crianças. “Projeto Passezinho” Jogos -Fingir que se lê. -O meu brinquedo melhor que o teu. -ultrapassa as gomas -As caras e os sabores. é “Introdução do mapa das atividades diárias” -Segunda: Jogos -Terça: At. exp. plástica Recorte colagens -Quarta: Histórias dramatizações -Quinta: Pintura -Sexta: At. exp. motora -Danças e jogos - Perceber a mensagem da história - Registar o que mais gostou Desenvolver a atenção/comunicação - Desenvolver o vocabulário - Explorar o texto - Recontar a história “Projeto Jerónimo Saltarico” - Descrever-se - Apresentar-se - Falar sobre o que gosta - Falar do que não gosta - Desenhar o que quer transmitir aos colegas - Dizer onde mora - Dizer onde é o Jardim de Infância “Troca de correspondência” “Carta” - Envio de uma carta para os meninos do J.I. de Guiães e J.I. de Vila Nova - Responder à carta enviada pelos meninos do J.I. de Guiães e J.I. de Vila Nova - Elaboração de um Placard para colocação dos trabalhos realizados Expressão plástica Área da Expressão e Comunicação Linguagem oral e abordagem à escrita “O que queremos fazer” Atividade inserida no Projeto “Experiências Cruzadas” 73 Planificações Realizadas Área da Expressão e Comunicação Expressão corporal Área da Expressão e Comunicação Matemática Área da formação pessoal e social Expressão Motora Expressão musical Área da Expressão e Comunicação Linguagem oral e abordagem à escrita - Perceber - Estar atento Conseguir repetir os movimentos que visualizou - Orientar-se corretamente no espaço - Articular e coordenar os exercícios - Dançar - Fazer sequências com jogos da sala - Fazer sequências com enfiamentos de círculos, quadrados e retângulos - Pintar dentro dos contornos - Conviver com outras crianças e adultos - Estar atento - Perceber a mensagem - Correr e saltar e dançar - Ser capaz de ouvir - Cantar em diferentes ritmos - Fazer escolhas - Explicar e recontar a história em grande grupo Avaliar os trabalhos produzidos com as mães e os pais em grupo “Danças Canal Panda” “Matemática” Sequências e pinturas com pincel das formas geométricas “Dia de S. Martinho” Comemoração do Dia de S. Martinho Power-point – Lenda de S. Martinho Jogos tradicionais Canções alusivas ao Dia de S. Martinho Atividade inserida no projeto leitura em contexto familiar “Projeto A Ler+” Cada criança em conjunto com a mãe ou o pai escolhe a história que vai trabalhar em casa e que vai posteriormente contar aos seus colegas com ajuda do pai ou da mãe e no final faz-se a exposição dos trabalhos que serão depois avaliados pelo grupo Projetos emergentes *Projeto “Os Sapos” 74 Planificações Realizadas Quadro 13 – Planificação do mês de dezembro Áreas de conteúdo Área de Formação Pessoal e Social Objetivos Ser capaz de: - Fazer escolhas -Exprimir as suas ideias - Se expressar em grupo - Cumprir aquilo a que se propôs Área da Expressão e Comunicação Linguagem oral e abordagem à escrita -Exprimir-se corretamente -Verbalizar ideias de forma compreensiva Área da Expressão e Comunicação Expressão Plástica - Contactar com outras realidades - Troca de experiências Área da Expressão e Comunicação Linguagem oral e abordagem à escrita - Perceber a mensagem da história - Desenvolver a linguagem - Alargar o vocabulário - Aprender novas palavras - Mencionar o que mais gostou para o adulto escrever - Registar (desenhar) Expressão plástica Área da Expressão e Comunicação Linguagem oral e abordagem à escrita -Promover o contato Pais/Jardim de Infância -Desenvolver linguagem -Contactos com outras realidades Área da Expressão e Comunicação Expressão plástica -Contactar com diversos materiais usados -Perceber o que é a reutilização de materiais e a importância destes gestos para o planeta Situações de aprendizagem Obs “O que queremos fazer” - Planificação das atividades para o mês de Dezembro feita com o grupo de crianças “Projeto Passezinho” - Jogos - Como escovar os dentes. - Jogo dos beijinhos. - Fingir que se lê. “Troca de atividades relacionadas com época natalícia” Atividade inserida no projeto experiências cruzadas “Projeto Jerónimo “Atividade inserida no projeto Jerónimo Saltarico” Saltarico” “Projeto leitura em contexto familiar” (uma das mães levou a História “Pedro e o Pinheirinho de Natal” livro que escolheu com o seu filho para trabalhar em casa e posteriormente contar ao grupo e fazer uma atividade alusiva a história) Atividade inserida no Projeto leitura em contexto familiar (lanche alusivo ao pequeno almoço do Pai Natal história escolhida pela mãe de outra das crianças “dicionário de 75 Planificações Realizadas -Divulgação de alguns trabalhos que se podem fazer com estes materiais sempre numa perspetiva reutilizada. Área da Expressão e Comunicação Linguagem oral e abordagem à escrita Expressão Musical Expressão motora -Desenvolvimento da linguagem -Promover o gosto pela educação musical -Desenvolvimento da atenção/concentração -Desenvolvimento da locomoção coordenação natal”) -enfeitar a sala -Confeção do pinheiro de natal utilizando apenas materiais reciclados -Elaboração de postais de boas festas para os Pais/Encarregados de Educação e outros -Elaboração dos convites de par a festa de Natal. “Atividade inserida no projeto postais de Natal do A.E.M.J.Amaral” “Elaboração do postal de Natal par o shopping doce-vita de Vila Real” “Preparação da festa de Natal que se realizará no Centro Social e Paroquial de Constantim” -Danças -Canções 76 Planificações Realizadas Quadro 14 – Planificação do mês de janeiro Áreas de conteúdo Área de Formação Pessoal e Social Área da Expressão e Comunicação Linguagem oral e abordagem à escrita Área do conhecimento do mundo Área da Expressão e Comunicação Linguagem oral e abordagem à escrita Área da Expressão e Comunicação Objetivos Ser capaz de: - Fazer escolhas -Exprimir as suas ideias - Se expressar em grupo - Cumprir aquilo a que se propôs -Exprimir-se corretamente -Verbalizar ideias de forma compreensiva - Desenvolver o gosto pelo livro. - Alargar o vocabulário -Aprender novas palavras -Mencionar o que mais gostou para o adulto escrever Linguagem oral e abordagem à escrita Matemática Área da Expressão e Comunicação Linguagem oral e abordagem à escrita Expressão musical -Repetir o exemplo dado. -Contar Seriar Agrupar -Contactar com outras realidades -Desenvolvimento da socialização -Estar atento -Cantar ouvir e repetir a letra da música. Expressão plástica -Recortar colar e pintar as coroas dos reis. Área da Expressão e Comunicação Linguagem oral e abordagem à escrita Área do conhecimento do mundo Área da Expressão e Comunicação Linguagem oral e abordagem à escrita Matemática -Estar atento -Perceber a mensagem da história -Recontar a história -Como se apresenta o estado do tempo nesta altura do ano. - Qual o vestuário adequado. - Estar atento - Compreender a mensagem da história - Noções topológicas por exemplo alto/baixo -Qual o mais alto e qual o mais baixo Situações de aprendizagem Obs “O que queremos fazer” - Planificação das atividades para o mês de Janeiro feita com o grupo de crianças “Projeto Passezinho” -Jogos -Qual o meu desporto favorito? “Exploração na internet da situação geográfica Dos JI de Guiães e de Vila nova.” -pesquisa no Google do mapa de Vila Real. Atividade inserida no projeto Experiências Cruzadas Atividade elaborada em parceria com o primeiro ciclo Atividade inserida no projeto “Era uma vez com a Matemática” “Projeto Jerónimo Saltarico” -O rinoceronte muito malcriado -As cores do arco iris “Cantar os reis” -Cantar os reis pelas ruas da vila. “Canção: Nós somos os três Reis” “Elaboração das coroas dos Reis” “História o pobre boneco de neve” em Power-Point “ As estações do ano o Inverno” -Pesquisa na internet -O estado do tempo no inverno. - Leitura do livro: “Alice no País das Maravilhas” 77 10. Avaliação das Planificações Avaliação das Planificações 10. Avaliação das Planificações Avaliação do mês de outubro No que se refere ao mês de outubro, além de continuarmos a dar atenção à integração do grupo, fizemos também a implementação dos métodos com os quais realizámos a nossa prática pedagógica. Assim iniciámos o quadro das planificações, os mapas de tempo, tarefas, presenças, mapa de leite, comportamento e foi explicado em que consistia cada um deles. As crianças mantiveram-se atentas e colaboraram. Durante este mês fizemos a introdução, também, do Projeto “Experiências Cruzadas” explicando às crianças em que consistia pois, no ano anterior, não havia sido realizado. As atividades foram escolhidas com o grupo de Vila Nova e Guiães, “Quem Somos”, em que cada grupo fez a sua apresentação, enviando posteriormente as evidências para os colegas. Começámos também a trabalhar o Projeto “Jerónimo Saltarico”. Surgiram ainda as primeiras articulações com o 1º Ciclo do ensino básico, nomeadamente, a Implantação da República. Seguiu-se o Dia Mundial da Alimentação e terminámos com o Halloween. Foi também introduzido e explicado como se realizava o Projeto “Passezinho”. Neste primeiro mês fizemos a escolha da mascote e a elaboração do dossier para colocar as evidências. Trabalhamos também o “Outono” realizando várias atividades alusivas ao tema. A par destas atividades fomos fazendo a diagnose do grupo e verificámos que tinham algumas dificuldades na lógico-matemática, nomeadamente, no conhecimento das formas geométricas. Por essa razão, as formas geométricas foram “trabalhadas” de diferentes formas. No que se refere à linguagem, foi sempre muito valorizada e trabalhada. Também se começou a verificar que havia crianças com dificuldade ao nível da linguagem oral e abordagem à escrita. Julgámos que os objetivos a que nos propusemos foram cumpridos e as crianças colaboraram muito em todas as atividades propostas. É importante salientar que durante este mês começámos por organizar os portefólios individuais para cada criança do grupo, divididos por atividades e onde, mensalmente, registámos as competências relativas a cada uma das áreas de conteúdo e se arquivavam todos os trabalhos realizados. 79 Avaliação das Planificações Avaliação do mês de novembro Em relação ao mês de novembro foi introduzido o mapa das atividades diárias, em reunião de grupo, ficando decidido uma atividade principal por dia. Continuámos com os Projetos iniciados no mês anterior e foi implementado mais um novo Projeto: Projeto Leitura em Contexto Familiar. Começámos por realizar um inquérito aos pais/encarregados de educação. Depois foi explicado às crianças e aos pais/encarregados de educação como iria ser desenvolvido este Projeto. Assim, durante este mês, os pais/encarregados de educação escolheram, em conjunto com as crianças, os livros que iriam trabalhar. À medida que o tempo ia passando, foram surgindo trabalhos muito interessantes, realizados entre pais/mães e filhos. No final de todos os trabalhos, foram entregues em reunião de grupo e cada criança fez a sua avaliação para depois ser eleito o que mais tinha gostado, ficando registado em ficha elaborada também com o grupo. Este foi um trabalho de que gostámos imenso, porque notámos que, tanto crianças como pais/encarregados de educação, se envolveram bastante na sua realização e com o Jardim-de-Infância. Em relação ao Projeto “Jerónimo Saltarico” contámos as histórias “A casa da mosca fosca”; “Desculpa, por acaso és uma bruxa?” (que já tinha sido contado à Pré e 1º Ciclo na atividade do “Halloween” em PowerPoint e para todas as crianças) resolvemos, a pedido do grupo, ler a história novamente; “O Tom Ratão e a Rata Tomasa”. Todas estas histórias foram exploradas e registadas por todo o grupo. Em relação a articulação com o 1º Ciclo, realizámos o convívio de “São Martinho” onde introduzimos os Jogos Tradicionais. Assistimos à apresentação, em PowerPoint, da “Lenda de S. Martinho”. No final, terminámos com um lanche-convívio. No Projeto “Experiências Cruzadas” foi feita a troca de correspondência em que cada criança disse onde vivia e desenhou a sua casa. Foi ainda elaborado um placard para expormos os trabalhos que realizámos e que enviámos. Durante este mês, devido a uma história que contamos, surgiu o Projeto “Os Sapos” através de uma das crianças que nos perguntou se nós achávamos que os sapos mudavam de cor. Com esta iniciativa, foi elaborado um quadro onde foram registados todos os passos deste Projeto, de tudo o que estudámos e descobrimos. Este Projeto contou também com e envolvimento dos pais/encarregados de educação que se 80 Avaliação das Planificações mostraram colaborantes com todas as solicitações feitas por nós. Sendo um Projeto a longo prazo, manteve-se o seu desenvolvimento até a curiosidade das crianças estar satisfeita. Este Projeto englobou todas as áreas de conteúdo da Educação Pré-escolar. Após a sua conclusão, foi apresentado a todos os alunos do 1º Ciclo, de Constantim. Avaliação do mês de dezembro O mês de dezembro foi o mês de magia, alegria e muita excitação por parte de todas as crianças. Daí termos de gerir da melhor forma toda esta agitação para conseguir desenvolver as atividades previstas para o mês em curso. Assim, realizaram-se muitas atividades. No que se refere ao Projeto “Experiências Cruzadas”, foram trocadas atividades relacionadas com o Natal como sendo postais e canções. Quanto ao Projeto “Jerónimo Saltarico” foram lidas duas histórias. Foram histórias interessantes onde fizemos vários registos. Em relação ao Projeto “Passezinho”, desenvolvemos alguns jogos relacionados com a saúde mental e oral. Este Projeto suscitou muito interesse por parte de todo o grupo. No que se refere ao Projeto “Leitura em Contexto Familiar”, optámos por selecionar histórias da época natalícia, deixando ao critério dos pais/encarregados de educação e das crianças, a escolha dos livros para realizarem os seus trabalhos. Mais uma vez os pais/encarregados de educação apresentaram trabalhos muito interessantes (que fizemos questão de enviar, mensalmente, para o e-mail da biblioteca escolar do Agrupamento). Neste mês, duas das mães, chegaram inclusive a preparar biscoitos de Natal, levando todos os materiais necessários para a execução da atividade que, neste caso, foi enfeitar o pinheiro com biscoitos de Natal e o lanche do Pai Natal. No Projeto “Postais de Natal”, realizámos esta atividade em articulação com o 1º Ciclo, fazendo todo o trabalho de expressão plástica, na nossa sala, com os alunos da manhã e da tarde. Optámos por reutilizar materiais. Neste mês e como era habitual, realizaram-se muitas atividades na área da expressão plástica e, mais uma vez, reutilizámos materiais, convencionámos a árvore de Natal, elaborámos postais e convites alusivos ao Natal, cartões de Boas Festas e decorámos um suporte para uma vela. Durante este mês também fomos preparando a festa de Natal que iria ser realizada 81 Avaliação das Planificações no Centro Social e Paroquial de Constantim. A festa constava de canções, teatro e recitação de quadras. Ao Pré-escolar coube a parte das danças e canções. Verificámos bastante entusiasmo por parte do grupo na preparação desta atividade. Para a festa foram feitos, pelas crianças, os convites para serem enviados aos pais/encarregados de educação e às entidades locais. No dia da festa fomos surpreendidos pela visita dos motards de Constantim que presentearam as crianças. Da parte da tarde desenrolou-se a festa onde foram apresentadas todas as atividades planeadas. A festa terminou com o Pai Natal a distribuir os presentes, oferecidos pela Junta de Freguesia de Constantim com lanche-convívio de iguarias do Natal que foi oferecido, a todos os presentes, pelos pais/encarregados de educação e docentes. Avaliação do mês de janeiro Durante este mês as crianças continuaram a vivenciar inúmeras atividades. No que se refere a novos Projetos, foi introduzido o Projeto “Era uma vez com a Matemática” que consistia em ler a história “A Alice no Pais das Maravilhas” e que, posteriormente, seria escolhido um ou vários conceitos matemáticos para trabalhar com o grupo. Em conjunto com os dois colegas de Matemática do 2º Ciclo, reunimos para chegarmos a um acordo sobre qual o tipo de jogo a fazer e testar com as crianças. Pensámos que esta história foi muito interessante e abordava vários temas podendo facilmente serem trabalhados com o grupo. Durante este mês fizemos a leitura e a exploração da história e foi dividida em três partes porque, só assim, se conseguia que as crianças captassem a mensagem, estivessem atentas e envolvidas até ao final de cada leitura. As crianças fizeram o registo do que mais gostaram. Foi uma atividade bastante interessante e em que todo o grupo esteve envolvido. Ficou decidido com o grupo que, no 2º período, se faria o jogo para se poder aplicar. Em relação ao Projeto “Jerónimo Saltarico”, foram contadas três histórias, todas elas foram registadas pelo grupo. Notou-se uma evolução por parte do grupo em relação ao desenho. As crianças estiveram mais perfeitas a desenhar e também começaram a pintar melhor. Além destas histórias, foi também visualizado e depois recontado por algumas crianças do grupo, a história do “Pobre Boneco de Neve” em PowerPoint. Pesquisámos 82 Avaliação das Planificações na Internet como se encontra o estado do tempo. Foi elaborado o painel do inverno em que todo o grupo participou. Foi trabalhado o “Boneco de Neve” em termos matemáticos, que consistia em recortar o boneco e montá-lo, em três formas possíveis, utilizando as formas geométricas (circulo, triangulo e oval). Em relação à articulação aprendemos a “Canção dos Reis”, elaboramos as coroas e fomos cantar os Reis com o 1º Ciclo ao Centro Paroquial de Constantim. No que diz respeito ao Projeto “Passezinho” foram realizados, todas as semanas, jogos relacionados com a atividade física, saúde mental e educação alimentar. No Projeto “Contexto Familiar”, os pais/encarregados de educação continuaram a requisitar livros e a elaborar trabalhos interessantes que divulgámos junto da biblioteca escolar. 83 11. Conclusão Conclusão 11. Conclusão A prática pedagógica é uma parte fundamental da formação dos professores/educadores onde é feito o contacto com a realidade do ensino. Na nossa perspetiva a Educação Pré-escolar é fundamental para o desenvolvimento completo da criança pois é a primeira etapa da educação básica. Todas as crianças deveriam ter a oportunidade de passar por este nível de ensino. Podemos comprovar ao longo deste trabalho que relata a nossa prática pedagógica durante o ano letivo 2010/2011. É a partir dela que se formam indivíduos/cidadãos e se adquirem as competências, que ganham suportes e alicerces para prosseguirem nas suas vidas com sucesso. É uma etapa que não deverá ser anulada na vida da criança. Ao longo deste ano letivo pudemos confirmar que, apesar de termos tido um grupo bastante reduzido, conseguimos demonstrar como se pode trabalhar com crianças dos 3 aos 6 anos de uma forma lúdica mas sempre com a intenção de as estimular ao máximo para que tirem o máximo de aproveitamento. Durante este ano julgamos que foi desenvolvida uma prática pedagógica muito completa e coerente. Começámos por fazer uma breve observação do grupo de crianças e dos seus contextos familiares. Depois fizemos um estudo do meio/comunidade onde se insere o Jardim-de-Infância e Instituição, para fazer a elaboração do Projeto Curricular de Grupo (PCG) tendo presente o Projeto Educativo (PE) do Agrupamento onde se insere, ou seja, Agrupamento de Escolas Monsenhor Jerónimo do Amaral. Segue-se a atividade educativa em Jardim-de-Infância onde abordámos as orientações curriculares. Para Vasconcelos (1990), pretende-se que estas orientações sejam “ponto de apoio” para uma Educação Pré-escolar enquanto primeira etapa da educação básica, estrutura de suporte de uma educação que se desenvolve ao longo da vida. Poderão contribuir para que a Educação Pré-escolar se torne motor de cidadania, alicerce de uma vida social, emocional e intelectual, que seja um todo integrado e dinâmico para todas as crianças e não apenas para algumas. Fizemos ainda referência à planificação, à importância da avaliação e do Currículo em Jardim-de-Infância. Descobrimos que existe bastante discrepância no modo de atuar ao nível da Educação Pré-escolar o que, por vezes, suscita dúvidas sobre 85 Conclusão a sua eficácia. Não podemos deixar de focar o modelo pedagógico utilizado por nós, pois, na nossa perspetiva, este método de trabalho elaborado e completo, tendo sempre em linha de conta os interesses do grupo, torna as crianças cada vez mais livres e autónomas. Este modelo também tem outro aspeto importante que é o facto de fazer uma grande articulação com as famílias que, como vimos, foram imensas as atividades e Projetos em que estas foram envolvidas. Abordámos modos e instrumentos de avaliação em Jardim-de-Infância tão importante como em qualquer outro nível de ensino, tornando-se fundamental no trabalho dos bons profissionais em educação. Fazemos também referência ao perfil específico de desempenho profissional do educador de infância que nos diz que, enquanto educadores, devemos avaliar formativamente a nossa intervenção pedagógica, o ambiente educativo e os processos adotados e ainda avaliar o desenvolvimento de cada criança e do grupo em geral. Todo o trabalho desenvolvido com o grupo de crianças foi planeado e avaliado conjuntamente connosco, o que comprova que as crianças participaram em todas as decisões. As planificações, assim como as reuniões de avaliação com o grupo, foram muito importantes, as crianças tiveram sempre presentes em todas as decisões e deram imensas opiniões. Visto ser um grupo pequeno, também nós podemos dar mais atenção e apoio mais individualizado. Tivemos a preocupação constante de preencher tanto o plano de trabalho como o diário de grupo, sempre em conjunto, e tivemos em atenção o facto de afixarmos tudo no placard correspondente. Estes momentos ajudam-nos a recolher os interesses e saberes do grupo de crianças para partirmos para novas aprendizagens. Desenvolveram-se também trabalhos de Projeto em que todo o grupo participou, partindo dos interesses das crianças em que o educador alarga e contextualiza fomentando a curiosidade e o desejo de saber mais. Estas atividades foram supervisionadas por nós e tiveram o empenho de todo o grupo. Terminamos assim a nossa pequena reflexão, pequena porque, no nosso entender, haveria muito para dizer sobre Crianças/Educação Pré-escolar. Salientamos mais uma vez a importância da Educação Pré-escolar como primeira etapa na preparação do futuro das nossas crianças. Julgamos acima de tudo que o educador é que tem de fazer a diferença, pois, este ano e apesar da infelicidade para nós de só termos nove crianças no grupo, conseguimos, no entanto, trabalhar imenso e fazer com que todas as crianças desenvolvessem ao máximo as suas competências. Ficou assim 86 Conclusão provado, na nossa opinião, que a Educação Pré-escolar ao contrário do que se possa pensar, não se resume a “tomar conta”. Assim, apenas nos resta afirmar que fica a vontade em continuar, pois na Educação Pré-escolar, vivenciam-se situações maravilhosas e criam-se laços que duram uma eternidade. Mas para que isso aconteça é preciso… Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante. Os homens esqueceram esta verdade. Mas tu não deves esquecê-la. Ficas sempre responsável por aquele que cativaste. Antoine de Saint-Exupéry 87 12. Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas 12. Referências Bibliográficas ABREU, I.; SEQUEIRA, A.; ESCOVAL, A. (1990). Ideias e Histórias – Contributos para uma Educação Participada. Ministério da Educação. Edição Instituto de Inovação Educacional. Lisboa. BASSADAS, E.; HUGUET, T.; SOLÉ, I. (1999). Aprender e Ensinar na Educação Infantil. Porto Alegre. Artmed. CARDOSO et al. (1998). 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Núcleo de Educação Pré89 Referências Bibliográficas Escolar. Editora do Ministério da Educação. Lisboa, pp.25-27. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. (1998). Qualidade e Projeto na Educação Pré-Escolar. Departamento da Educação Básica. Núcleo de Educação Pré-Escolar. Ministério da Educação. Lisboa. NICOLAU, M. (2000). A Educação Pré-Escolar, Fundamentos e Didática. 10ª Edição. Editora Ática. RODRIGUES, F. (1995). Da necessidade de Construção Curricular em Educação PréEscolar. In Cadernos de Educação de Infância. Publicação Trimestral nº 34. Edição APEI. Lisboa. SPODEK, B. (1993). Quais são as Origens do Currículo na Educação Pré-Escolar? In Cadernos de Educação de Infância nº 28. Publicação Trimestral. Edição APEI. Lisboa. VASCONCELOS, T. (1990). Prática adequada em termos do desenvolvimento em programas para a 1ª e a 2ª Infância. In Cadernos de Educação de Infância nº 13. Publicação Trimestral. Edição APEI. Lisboa. VASCONCELOS, T. (1991). Planear visões de futuro. 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