THIAGO ALVES SANTOS DE OLIVEIRA
PODRIDÃO PEDUNCULAR EM MANGA OCASIONADA POR
Lasiodiploidia theobromae, Fusicoccum ribis E F. parvum
EM PÓS-COLHEITA
RECIFE -PE
FEVEREIRO – 2008
THIAGO ALVES SANTOS DE OLIVEIRA
PODRIDÃO PEDUNCULAR EM MANGA OCASIONADA POR
Lasiodiploidia theobromae, Fusicoccum ribis E F. parvum
EM PÓS-COLHEITA
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Fitopatologia da Universidade
Federal Rural de Pernambuco, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Mestre em
Fitopatologia.
COMITÊ DE ORIENTAÇÃO:
Profª Sônia M.A. Oliveira – Orientadora
Prof. Sami J. Michereff – Co-Orientador
Prof. Marcos P.S. Câmara – Co-Orientador
RECIFE - PE
FEVEREIRO – 2008
PODRIDÃO PEDUNCULAR EM MANGA OCASIONADA POR
Lasiodiploidia theobromae, Fusicoccum ribis E F. parvum
EM PÓS-COLHEITA
THIAGO ALVES SANTOS DE OLIVEIRA
Dissertação ___________ e ____________ pela Banca Examinadora em: ___/___/2008.
ORIENTADORA:
____________________________________________________
Profa. Dra. Sônia Maria Alves de Oliveira (DEPA-UFRPE)
EXAMINADORES:
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
RECIFE – PE
FEVEREIRO – 2008
A Deus, senhor da minha vida.
AGRADEÇO
A todos os Professores da UFRPE e da
UESB, que em muito contribuíram para
esse momento.
DEDICO
Ao meu pai Jaime e minha mãe Ariádenes,
aos meus irmãos Saulo e Lucas e minha
namorada Elizabeth (BBLXGTTT).
OFEREÇO
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), pelo apoio institucional e ao
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela concessão da
bolsa de estudo;
À professora Sônia M. A. Oliveira, que me acolheu, como uma mãe, em sua família
“Laboratório de Patologia Pós-colheita”, me ensinando o caminho a ser trilhado;
Ao Grande professor Sami Jorge Micherref pela amizade, por todo apoio que me foi dado e
por não negar nenhum pedido de ajuda na hora do sufoco;
À professora Rosa Mariano e demais professores do programa de Pós-Graduação em
Fitossanidades pela atenção, ensinamentos e disponibilidade;
A Saulo, Giltemberg, Rosembergue, Eddy, Waléria, Marcio, Alessandra, Sarah, Aldenir e
todos os demais alunos de Mestrado e Doutorado em Fitopatologia da UFRPE;
A Rinaldo, Nina, Alba, Wagner, Clarice que fazem parte da grande família que é o
Laboratório de Patologia Pós-Colheita;
Aos meus amigos David, Fábio, Anderson, Hybsen, Fabrício, Alex, Jean e todos os demais
colegas e professores da UESB, especialmente ao professor Adalberto Brito;
Aos meus pais, irmãos, avós, parentes e namorada por todo apoio e incentivo;
A Deus acima de todas as coisas.
SUMÁRIO
Página
RESUMO............................................................................................................
7
ABSTRACT.......................................................................................................
8
CAPÍTULO I – Introdução Geral.......................................................................
9
CAPÍTULO II – Efeito do estádio de maturação, tipo de inóculo e local de
inoculação na severidade da podridão peduncular em manga na póscolheita...............................................................................................................
28
Resumo...............................................................................................................
29
Abstract...............................................................................................................
30
Introdução...........................................................................................................
30
Material e Métodos.............................................................................................
32
Resultados e Discussão.......................................................................................
35
Referências Bibliográficas..................................................................................
37
CONCLUSÕES GERAIS...................................................................................
44
7
RESUMO
A mangueira é uma cultura de grande importância econômica para a fruticultura
brasileira. As podridões pós-colheita são responsáveis por grande parte das perdas de frutas. A
evolução da patogenicidade de microrganismos, estimulada pelas pressões ambientais, tem
revelado uma gama de patógenos, antes tidos como secundários, que se tornaram primários.
Lasiodiplodia theobromae nas várias culturas hospedeiras das diversas regiões agrícolas do
mundo, principalmente nas regiões semi-áridas, bem como espécies de Fusicoccum eram
consideradas secundárias e hoje sua importância econômica é primária. Diante da relevância
desses patógenos sobre a manga causando podridões pedunculares, este trabalho teve como
objetivoi comparar isolados das espécies L. theobromae, Fusicoccum ribise F. parvum, quanto a
patogenicidade, tipo de inóculo, local de inoculação e estádio de amadurecimento na cv. Tommy
Atkins. O teste de agressividade foi realizado com cinco isolados de L. theobromae e 10 isolados
de Fusicoccum spp. Todos os isolados testados foram patogênicos a manga. Os isolados de L2 e
L5 de L. theobromae, e os isolados F6 e F10 pertencentes às espécies F. parvum e F. ribis,
respectivamente foram considerados os mais agressivos. Os mesmos foram testados em relação
ao estádio de maturação (2; 2,5; 3; 4 e 5), tipo de inóculo (disco de meio BDA contendo
estruturas dos fitopatógenos e suspensão de conídios (105 conídios/mL) e local de inoculação
(região peduncular e região equatorial) sob a manga. No estádio de maturação 2 foi observado as
menores lesões, quando inoculada com suspenção de conidios independente do local de
inoculação para os dois fitopatógenos. De modo geral, o estádio de maturação não influenciou no
desenvolvimento da doença para L. theobromae, enquanto que para Fusicoccum spp. a medida
que ocorria o amadurecimento, aumentava a severidade da doença. Quanto ao local de
inoculação, não se observou influência pronunciada para os dois fitopatógenos.
Palavras-chave: Lasiodiplodia theobromae, Fusicoccum spp., Mangifera indica, pós-colheita
8
ABSTRACT
The mango is a crop of light economical importance for the Brazilian horticulture. The
postharvest rot is responsible for great part of the losses of fruits. The evolution of the
pathogenicity of microorganisms, stimulated by the environmental pressures, has revealed a
range of pathogens, formely considered secondary, that became primary. Lasiodiplodia
theobromae on the several crop in different agricultural areas of the world, mainly in the semiarid areas, as well as species of Fusicoccum used to be considered secondary now a days the
economical relevance of those it is primary. Before the importance of that patógenos on the
mango causing peduncle rottenness’s the objective of this work was to compare isolates of the
species L. theobromae, Fusicoccum ribis and F. parvum, on the aggressive, inoculums type,
inoculation place and ripening stadium in the cv. Tommy Atkins. The aggressive test was
accomplished with five isolated of L. theobromae and 10 isolated of Fusicoccum spp. All the
isolated were pathogenic to mango. The isolated of L2 and L5 of L. theobromae, and isolated F6
and F10 belonging to the species F. parvum and F. ribis, respectively were considered the most
aggressive. Those isolated were tested in relation to the maturation stadium (2; 2,5; 3; 4 and 5),
inóculo type (disc of PDA containing structures of the phytopathogens and conidium suspension
(105 conídios/mL) and inoculation place (peduncle region and equatorial area) under the mango.
In the stadium of maturation 2 it was observed the smallest lesions, when inoculated with
independent conidium suspension of the inoculation place for the two phytopathogens. In
general, the maturation stadium did not influenced the development of the disease for the L.
theobromae, while for the Fusicoccum spp. the severity of the diseases increase as the fruit
ripening, increased was happening. Regarding to the inoculation place, it was not observed
pronounced influence for the two phytopathogens.
Key words: Lasiodiplodia theobromae, Fusicoccum spp., Mangifera indica, postharvest
10
TÍTULO: Podridão peduncular em manga ocasionada por Lasiodiploidia
theobromae, Fusicoccum ribis e F. parvum em pós-colheita
INTRODUÇÃO GERAL
1.
Mangueira: origem, taxonomia e dispersão
A mangueira (Mangifera indica L.) pertence à família Anacardeaceae. É uma das mais
importantes frutas tropicais da história, descrita nos mais antigos sânscritos da mitologia
Hindu. Acredita-se que a mangueira tenha sido cultivada há mais de quatro mil anos
(MUKHERJEE, 1953; SIMÃO, 1980; CUNHA et al., 1994; SILVA, 1996). Segundo
Popenoe (1939), os portugueses foram os primeiros a introduzirem a mangueira na América,
provavelmente no Brasil, por volta de 1700 e os espanhóis no México por volta do ano de
1779.
De acordo com a classificação de Vavilov (1950), a mangueira originou-se no segundo
grande centro de origem, que se divide em dois sub-centros: o Indico-Burma-Tailandês e o
Filipínico-Celeste/Timor, os quais deram origem as duas raças de mangueiras hoje conhecidas
pelos estudiosos da mangicultura: raça indiana que possui flores com estames viáveis, frutas
monoembriônicas de formato obilongo-ovalado e, em geral, com casca rósea a vermelha e a
raça filipínica ou indochinesa cujas flores têm cinco estames viáveis, frutas poliembriônicas
de formato longo e casca de cor variando do verde ao amarelo (SILVA, 1996). Embora
existam outras espécies que também possuem frutas comestíveis como M. sylvatica Roxb. e
M. zeylanica Hook., a M. indica tem sido a única espécie considerada domésticada,
provavelmente pela alta qualidade de suas frutas para o consumo. Raças dessa espécie têm
sido cruzadas naturalmente ou artificialmente formando um complexo de híbridos interraciais ou intra-racias, originando várias variedades com características diversas, da forma das
copas, folhas e, principalmente, nas formas oval-pomiforme a obilonga-elíptica das frutas
(PINTO, 1996).
2. Panorama Mundial, Nacional e Regional da Mangicultura
Os seis principais países produtores de manga no triênio 2003/05 foram Índia, China,
Tailândia, México, Indonésia e Brasil (FAO, 2007). O destaque do Brasil na produção
mundial está diretamente envolvido aos intensificados projetos de irrigação dispostos no Vale
11
do São Francisco, voltados para a produção de manga para o mercado externo, o que garante
aos estados da Bahia e Pernambuco lugar de destaque na exportação mundial dessa fruta
(OKAZAKI, 2007).
Dentre as frutas atualmente comercializadas, a manga é a oitava colocada em volume
de comercialização no mundo, em função do seu amplo consumo nos países asiáticos e da
América Latina (AGRIANUAL, 2006). De acordo com Almeida et al. (2005), a mangicultura
é uma das principais atividades do agronegócio frutícola do Brasil, apresentando desempenho
crescente nos últimos anos.
Enquanto ocorreu redução de 15,1% no valor obtido com a produção nacional de
grãos, o valor arrecadado com a produção de frutíferas cresceu 22,6%, com média de 16,8%
do valor da safra para o ano de 2006. Os anos de 2005 e 2006 foram de expansão na produção
de laranja (1%), banana (3,8%) e uva (2,0%), que juntas corresponderam a 58,7% da
produção nacional de frutíferas. Também houve expansão para aquelas frutas de menor
impacto no agronegócio do Brasil, como manga (21,5%), maçã (21%), mamão (20,6%) e
abacaxi (11,7%) (AGROSOFT BRASIL, 2007). Um dos principais fatores para esse
desempenho foi o aumento da demanda por alimentos saudáveis, ricos em vitaminas e sais
minerais. Com isso, a receita mundial com exportação de frutas cresceu 62% no período de 10
anos (OKAZAKI, 2007).
A fruticultura no vale do São Francisco tem experimentado, nos últimos anos, um
vertiginoso crescimento. A área plantada atinge cerca de 100 mil hectares, com crescimento
anual em torno de 9 mil hectares. É hoje o maior centro produtor de uvas finas de mesa do
país, contribuindo com 80% das exportações brasileiras. Responde também por 70% das
exportações de manga, destinadas aos mercados europeu e americano (CODEVASF, 2007).
De acordo com os dados do IBGE (2007), a localização geográfica da produção
agrícola nordestina foi a maior responsável pela mudança no ranking dos dez maiores
municípios brasileiros em valor de produção (preço médio da lavoura multiplicado pela
colheita). A fruticultura foi responsável pela entrada de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) na lista
dos dez municípios brasileiros com maiores valores de produção agrícola, onde Petrolina
lidera o ranking, com receita de 424,9 milhões de reais, passando à frente de Bento Gonçalves
(RS) grande produtor de uva, consolidando-se no primeiro lugar na receita obtida com frutas
em todo o país e aparece em sexto lugar no ranking agrícola global. O Juazeiro (BA) ficou na
quarta posição, com aumento de 56,3% no valor da safra, baseada principalmente no cultivo
de manga, com expansão de 2 mil hectares plantados e alta de 15,5% no preço do produto
(AGROSOFT BRASIL, 2007).
12
3. Aspectos morfológicos da manga e cultivares de mangueira no Brasil
A manga é uma dupra aplanada e sua forma varia de redonda a ovalada oblonga com
um comprimento de 5 a 30 cm. A cor do exocarpo (casca) das frutas depende da cultivar e
varia do vermelho claro a roxo. O exocarpo é geralmente liso com lenticelas em forma de
pequenas manchas circulares de cor branca, amarela até marrom-café, dependendo do grau de
maturação da fruta. O mesocarpo (polpa) é de cor amarela alaranjada e corresponde a 65-85%
do peso total da fruta. O endocarpo é de tamanho grande e esta coberto com uma capa fibrosa,
delgada e dura (YAHIA, 1997).
A mangicultura brasileira até a década de 60 foi baseada em variedades nacionais,
quando foi implantada a M. indica cv. Haden, introduzida dos Estados Unidos, a qual foi
substituída pela cv. Tommy Atkins, introduzida da Florida em 1970, junto com muitas outras
variedades menos suscetíveis a seca (PIZA JR., 1989). Esta variedade ganhou importância
comercial e juntamente com a cv. Keitt, tem sido a mais plantada no estado de São Paulo
(DONADIO, 1996), e na região Nordeste, principalmente no Vale do São Francisco
(SAMPAIO, 1989).
A cv. Tommy Atkins é monoembriônica. A fruta mede, em média, 13 cm de diâmetro,
entre os pólos, e pesa de 380 a 750g, de forma oval a oblonga com a ponta arredondada. O
pedicelo se insere na posição reta e ligeiramente levantado. A casca é de cor amareloalaranjada e varia de vermelho brilhante a vermelho escuro, sendo grossa e resistente a danos
mecânicos. As zonas vermelhas podem cobrir a maior parte da superfície lisa da fruta. As
lenticelas são numerosas, pequenas e brancas. A polpa varia da cor amarela a amarela escura
com textura firme devido à presença de abundantes fibras finas. Essa apresenta-se firme e a
casca grossa confere resistência da fruta ao manejo. A semente é pequena e ocupa de 6 a 8%
do peso da fruta (ANGEL et al., 2006).
4. Implicações das doenças pós-colheita
A demanda mundial por frutas e hortaliças vem crescendo expressivamente nos
últimos anos. E a magnitude das perdas pós-colheita de produtos hortícolas preocupa e são
mais expressivas nas regiões tropicais, devido às condições ambientais favoráveis, que
permite o desenvolvimento de pragas e doenças. Atualmente, o controle de doenças em póscolheita tem sido feito indiscriminadamente, basicamente pelo uso maciço de agrotóxicos, os
quais representam um sério risco a população (OLIVEIRA et al., 2006).
13
A indústria de alimentos in natura representa um dos setores mais importantes no
comércio mundial. A comercialização de frutas notadamente em países em desenvolvimento,
ainda é incipiente, em decorrência de fatores adversos, entre os quais se destaca o manuseio
inadequado na pós-colheita, pelo desconhecimento da fisiologia do produto. Em
conseqüência, há perdas relativamente altas, que chegam muitas vezes a 60%. Essas perdas se
processam em diversos momentos: na pré-colheita, durante a colheita e/ou na pós-colheita,
onde nessa última correm em virtude da falta de comercialização ou de consumo do produto
em tempo hábil (CHITARRA; CHITARRA, 2005).
Provavelmente, as mais sérias causas de perdas pós-colheita são as infecções por
microrganismos, como fungos, bactérias e em menor proporção vírus, favorecidas por danos
físicos e fisiológicos, que predispõem o produto à invasão de patógenos (SNOWDON, 1990).
Essas perdas podem ser quantitativas e/ou qualitativas. As quantitativas resultam
freqüentemente de rápida e extensa infecção por microrganismo nos tecidos do hospedeiro,
enquanto que as perdas qualitativas são expressas pelo surgimento de manchas ou outros
sintomas de doenças que afetam apenas a parte externa do fruto,causando a depreciação da
qualidade do mesmo. (BENATO, 1999; WALLER, 2002; AGRIOS, 2005). Trabalhos
mostram que a, a colonização por fungos pode produzir diversos efeitos que diminuem a
qualidade do fruto, como manchas que afetam o aspecto visual, podridões que provocam
alterações na consistência e no sabor, e micotoxinas que tornam o produto inviável para o
consumo humano (KELMAN, 1984; DINIZ, 2002).
Neste contexto, o manejo de doenças pós-colheita integra diversas medidas de
controle, utilizando conhecimentos da fisiologia e da maturação de cada cultura, propiciando
adequar procedimentos viáveis a cada patossistema às condições agroecológicas de cada
região produtora, evitando tanto quanto possível, o emprego do controle químico que, quando
necessário, é indicado de maneira criteriosa, que permita garantir ao consumidor produtos
frescos, saudáveis, sem resíduos, produzidos de maneira ambientalmente correta e
socialmente justa (OLIVEIRA et al.,2006).
5. Processo infeccioso fúngico
Os
microrganismos,
em
geral,
produzem
grande
quantidade
de
inóculo,
adicionalmente, plantas doentes, restos de culturas, solos ou utensílios agrícolas podem servir
como fonte de inóculo. A disseminação ocorre por meio de agentes de inoculação, como água,
vento, insetos, homens, contêineres e caixas (AMORIM, 1995; AGRIOS, 2005). Para que
14
ocorra a infecção, é necessária uma quantidade de inóculo viável (esporos fúngicos), cujo
aumento é proporcional ao aumento do nível ou da taxa de infecção, embora existam fungos
causadores de podridões pós-colheita, que mesmo em baixa concentração de inóculo atinge o
nível máximo de doença (SILVEIRA et al., 2001; 2003). A redução do nível de inóculo
permite minimizar a infecção e/ou a manifestação da doença em pós-colheita, o qual poderá
ser realizado por meio de medidas de controle no campo, no packing-house e no
armazenamento (OLIVEIRA et al., 2006).
O processo infeccioso inicia-se com a germinação do esporo sob condições favoráveis,
envolvendo temperatura, umidade relativa, nível adequado de pH, presença de nutrientes e
oxigênio, entre outros (AMORIM, 1995; ZAMBOLIM et al., 2002; AGRIOS, 2005). As
doenças fúngicas pós-colheita são favorecidas por altas temperaturas (20 oC a 25 oC) e
umidade relativa em torno de 90%. A falta de uma temperatura ótima para a germinação e
crescimento micelial constitui fator limitante a doença. Patógenos pós-colheita requerem alta
umidade ou água livre sobre a superfície do hospedeiro, embora elevados teores de umidade
ajudem a manter a turgidez e a reduzir a perda de água do fruto, estimulando o
desenvolvimento de fitopatógenos e favorecendo o aumento das podridões pós-colheita
(SILVEIRA et al., 2001; ADASKAVEG et al., 2002; LIMA FILHO et al., 2003; PESSOA,
2005; OLIVEIRA et al., 2006).
Os patógenos nos frutos em pré e pós-colheita penetram por ferimentos, aberturas
naturais, como lenticelas, ou órgãos especiais, como flores, podendo algumas espécies de
fungos penetrar também através da superfície intacta de frutos (ZAMBOLIM et al., 2002).
6. Podridão peduncular
Podridão peduncular em manga são causadas principalmente por Lasiodiplodia
theobromae (Pat.) Griffon e Maubl. (syn. Botryodiplodia theobromae Pat.), teleomorfo
Botryosphaeria rhodina (Berk. & MA Curtis) e por espécies de Fusicoccum.
O fungo L. theobromae era considerado um patógeno pouco agressivo (HOLLIDAY,
1980), mas nos últimos anos vem se tornando importante para diversas culturas, sendo o
responsável por doenças importantes em mangueira, coqueiro (Cocos nucefera L.), cajueiro
(Anacardium occidentale L.) e Spondias spp. (FREIRE; CARDOSO, 2003; PEREIRA et al.,
2006). Levantou-se a hipótese que L. theobromae tenha evoluído em patogenicidade em
conseqüência das pressões ambientais, especialmente nas regiões semi-áridas, onde as
condições climáticas lhes são muito favoráveis (TAVARES, 2002). Levantamentos mais
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recentes, conduzidos pela Embrapa Agroindústria Tropical, revelaram um aumento no
número de hospedeiros e na severidade do ataque desse patógeno (FREIRE et al., 2004).
Lasiodiplodia theobromae é um fungo cosmopolita, polífago e oportunista, com pouca
especialização patogênica e, por conseguinte, geralmente associado a processos patogênicos
em plantas estressadas e submetidas a ferimentos naturais ou provocados por insetos,
pássaros, primatas nativos e pelo próprio homem, através de práticas culturais (OLUNLOYO;
ESURUOSO,1975; PRAKASSH; RAOOF, 1989; TAVARES et al., 1994; PEREIRA et al.,
2006). A capacidade de infectar frutos coloca-o dentre os mais eficientes patógenos
disseminados por meio de sementes e causadores de problemas pós-colheita. Até
recentemente, considerado como um patógeno ocasional de plantas estressadas, L.
theobromae vem se constituindo em um sério problema para os produtores do Nordeste
brasileiro e mesmo para os de outras regiões agrícolas do Brasil. Apresenta uma gama de mais
de 500 hospedeiros já catalogados em regiões tropicais e temperadas (FREIRE et al., 2004).
A evolução da patogenicidade de microorganismos, estimulada pelas pressões
ambientais, tem revelado uma gama de patógenos, antes tidos como secundários, que se
tornam primários. Assim também acontece com o fungo L. theobromae nas várias culturas
hospedeiras das diversas regiões agrícolas do mundo, principalmente nas regiões semi-áridas,
onde apresenta alta severidade de doença, por encontrar condições climáticas mais ou menos
uniformes durante o ano e favoráveis ao seu desenvolvimento (TAVARES et al., 1991).
No Brasil, Tavares et al. (1991) fizeram o primeiro relato de L. theobromae como
patógeno responsável pela morte de plantas de vários pomares de manga na região semi-árida
do Nordeste, onde a doença pode ser comumente conhecida por morte descendente, seca de
ponteiros, podridão basal de fruto, podridão de pedúnculo, cancro de tronco e de ramos ou
podridão por Lasiodiplodia ocorre o ano todo e em qualquer fase fenológica da cultura. Sua
incidência de forma preocupante foi inicialmente evidenciada em pomares de Petrolina- PE e
Juazeiro- BA no ano de 1990, com ocorrência atualmente em todas as áreas irrigadas da
região. Este fungo tornou-se patógeno primário e generalizado, na mesma proporção em que
foi adotado o uso da tecnologia de indução floral da mangueira na região semi-árida,
aumentando o seu potencial de inóculo (TAVARES et al., 1994). É considerado um fungo
muito agressivo em
fruteiras, principalmente em regiões semi-áridas. No Brasil, um
levantamento em várias fruteiras em áreas irrigadas do trópico do semi-árido foi realizado por
Tavares (1995), onde detectou no Vale do São Francisco que esse é um dos grandes
problemas fitossanitários por ocasionar altos níveis de infecção.
16
Danos causados por esse fungo nos pomares de manga são diversos, porque reduzem a
vida útil da planta, diminuem a produção, desqualificam as frutas para fins de comercialização
e aumentam os custos de cultivo. Na pré-colheita, além de Pernambuco e Bahia, registros de
morte de mangueiras também foram verificados nos estados do Piauí, Rio Grande do Norte,
Minas Gerais, São Paulo, Goiás e no Distrito Federal (CUNHA et al., 1994).
Esse fungo não é sistêmico, portanto sua infecção é localizada e progressiva,
destruindo célula por célula, até penetrar no interior do órgão vegetal. Sua disseminação é
feita através do vento e penetra no tecido do hospedeiro, ocorrendo quando a planta
hospedeira encontra-se predisposta, principalmente por estresse hídrico e podas (TAVARES
et al., 1991).
Os sintomas no campo podem iniciar nos ponteiros da copa, principalmente na
panícula da frutificação anterior, progride para os ramos e atinge as gemas vegetativas, que
reagem com a produção de exsudados gomosos de coloração clara a escura. Observa-se
também, morte de ramos com folhas de coloração palha e com pecíolo necrosado. Nos ramos
podados e sem proteção, a podridão inicia-se pelo ferimento, avança de forma progressiva e
contínua, podendo também, se observar necrose e abortamento de flores e de frutas. Nos
ramos mais grossos e no tronco, a infecção acontece de fora para dentro do lenho, iniciando
nas rachaduras naturais do tronco, das bifurcações e sob o córtex, onde são observadas lesões
escuras, que progridem para o interior do lenho e causan anelamento do órgão afetado,
sobrevindo à morte da planta (EMBRAPA, 2004)
Na pós-colheita, o L. theobromae tem registro em todas as regiões produtoras do
mundo. Este causa problema quando o pedúnculo da fruta é infectado, pois provoca a
podridão peduncular, além das infecções nas partes laterais da polpa, ou das infecções
quiescentes, desqualificando-o para o mercado (ANGEL et al., 2006).
A podridão peduncular se desenvolve na pós-colheita, principalmente em frutas
provenientes de pomares velhos ou através da redução da severidade da antracnose com a
aplicação de fungicidas na pré-colheita (PLOETZ, 1994). O sintoma inicial é de consistência
aquosa na casca da fruta, ao redor do pedúnculo, devido à ação de enzimas pectinoliticas,
posteriormente essa parte se enegrece e as manchas coalescem. A necrose permanece abaixo
da cutícula e pode afetar toda a polpa da fruta, em torno de sete dias. Muitas vezes com o
aparecimento de crescimento micelial ao redor da lesão do pedúnculo, ou em alguma ruptura
da casca ou diretamente na epiderme e um fluido aquoso pode sair da ruptura da epiderme
(ANGEL et al., 2006).
17
A infecção se desenvolve em condições de umidade relativa alta e temperatura de
28°C. O fungo penetra por ferimento tanto no pedúnculo quanto na casca e cresce ao redor do
pedúnculo e, posteriormente se desenvolve por completo em toda a fruta (SOMMER et al.,
1992). A podridão peduncular se desenvolve de três a 12 dias em frutas armazenadas póscolheita em temperatura ambiente (ANGEL et al., 2006).
Estudos têm sido reportado com espécies de Fusicoccum infectando manga e abacate
(SLIPPERS et al., 2004; 2005). Segundo Hartill (1991), foram encontrados espécies de
Fusicoccum em abacate na Nova Zelândia. Na Califórnia, Ramos et al. (1991) observaram o
Fusicoccum anamorfo de Botryosphaeria ribis Grossenb. & Duggar em mangueira.
Isolados de Dothiorella dominicana Pert. & Cif. foram encontrados atacando mangas
na Australia (JOHNSON, 1992), identificados e reportados como a espécie F. parvum
Pennycook & Samuels (PENNYCOOK; SAMUELS, 1985; SLIPPERS et al., 2004; 2005).
Segundo Johnson (1992), o F. parvum é um dos mais comuns fitopatógenos atacando
mangueira e causando podridão peduncular em frutas, morte dos ponteiros e queima de botão.
No hemisfério norte, o Fusicoccum tem causado sérios prejuízo em pomares de
ameixeira localizados em regiões úmidas. Uma infecção severa pode acarretar a morte da
planta. Em épocas de muita chuva observa-se, em pomares mal conduzidos, infecção na
maioria das cultivares plantadas comercialmente. No sul do Brasil, tem sido encontrado com
freqüência em pomares de pessegueiros (ANDRADE; DOCROQUET, 2002).
7. Fatores de influência na suscetibilidade de frutos a doenças pós-colheita
As mangas apresentam um comportamento tipicamente climatérico em pós-colheita.
Em geral, apresentam um gradiente de maturação que inicia nos pontos mais internos do
mesocarpo avançando ao mais externo. O tempo de maturação oscila de oito a 10 dias
(dependendo da cultivar) e requer temperaturas que variam de 20 a 25 ºC, para obter
características organolépticas ótimas. Temperaturas superiores a 27 ºC favorecem a formação
de sabores desagradáveis e manchas indesejáveis na casca de alguns cultivares (ANGEL et
al., 2006). Em geral, frutas que amadurecem a 18 ºC adquirem coloração da casca mais
atrativa (ACOSTA et al., 2000).
A cor da casca é um índice confiável de determinação da maturação fisiológica, o qual
permite identificar o momento mais oportuno para colheita, na maioria das cultivares de
manga, exceto para a cv. Manila. As frutas são colhidas quando apresentam uma mudança de
cor do verde escuro ao verde brilhante ou ligeiramente amarelo (YAHIA, 1997; ANGEL et
18
al., 2006). Portanto, a aparência é um fator de qualidade importante, limitante e determinante
para o valor de comercialização do produto (CHITARRA; CHITARRA, 2005).
Vários fatores relacionados com a fruta, com o patógeno, com o clima e com as
condições em pós-colheita determinam a incidência e a severidade das doenças (ECKERT,
1993). O controle das doenças em pós-colheita é uma atividade imprescindível para manter a
qualidade e aumentar a vida de prateleira, especialmente quando o período entre a colheita e o
consumo for amplo (AGRIOS, 2005).
Segundo Oliveira et al. (2006), o conhecimento básico da fisiologia pós-colheita de
características do hospedeiro, do patógeno e das condições ambientais que favorecem o
desenvolvimento da doença, são eficazes para indicar medidas de controle. Tentativas de
controle de doenças pós-colheita em frutas, baseadas em informações insuficientes sobre os
fitopatógenos, podem levar a pouca ou nenhuma redução do problema, bem como elevarem
os custos sem um aumento substancial na qualidade dos produtos (SILVEIRA et al., 2001).
Para o desenvolvimento de métodos adequados de controle de doenças exigem-se
inicialmente conhecimentos relacionados a aspectos morfológicos, fisiológicos, nutricionais e
ambientais que influenciam no crescimento do fitopatógeno e, conseqüentemente, na relação
patógeno-hospedeiro (AGRIOS, 2005).
De acordo com Chitarra e Chitarra (2005), as causas das perdas pós-colheita podem
ser fisiológicas (inevitáveis e decorrentes de fatores endógenos), mecânicas, e
microbiológicas (causadas por microrganismos), principalmente por fungos, que atuam na pré
e na pós-colheita. As alterações provocadas nas frutas por infecções fúngicas representam,
para certos países exportadores de frutos in natura, até 8% do total da produção, mesmo que
se utilizem corretamente as técnicas disponíveis nas operações que envolvem a colheita, o
transporte e a manipulação das mesmas (TUSET, 1987). No caso do Brasil, as condições
climáticas são distintas, embora, sejam propícias ao desenvolvimento de doenças pós-colheita,
não havendo, até o momento, estudos que quantifiquem essas perdas (POZZAN, 2004).
Para testes de patogenicidade, bem como para estudos genéticos, citológicos e
taxonômicos torna-se necessário uma grande quantidade de esporos fúngicos suficiente para
permitir uma adequada padronização da concentração das suspensões para inoculação, onde
deficiências na inoculação têm sido apontadas como a principal causa da alta variabilidade de
dados obtida em experimentos realizados sob condições de ambiente controlado (MADEIRA;
REIFSCHNEIDER, 1987; RIBEIRO, 1991; PEREIRA et al., 1998).
Segundo Silveira et al. (2001) os aspectos relacionados à influência dos fatores
ambientais e da concentração de inóculo no progresso de podridões pós-colheita são de suma
19
importância, devido a alguns aspectos não serem totalmente esclarecidos. Fatores do meio
estão relacionados à epidemiologia das doenças em determinadas áreas, atuando no
estabelecimento e na ocorrência endêmica das mesmas. A distribuição geográfica dos
patógenos esta relacionada com a capacidade de adaptação dos mesmos às condições de
ambiente. Assim, um patógeno capaz de se desenvolver sob uma gama de variação ambiental
tem uma disseminação mais ampla, enquanto que aqueles menos tolerantes à variação do
meio apresentam uma distribuição geográfica mais restrita. A ação do ambiente é exercida de
diferentes formas, podendo interferir nos processos de sobrevivência, disseminação, infecção,
colonização e reprodução (BEDENDO, 1995).
As doenças pós-colheita geralmente tem inicio no campo e ficam quiescentes,
manifestando-se somente após a colheita em condições ambientais favoráveis (GOMES,
1996). O patógeno no estádio de quiescência mantém baixo nível de metabolismo, entretanto,
pode ativar fatores de patogenicidade que resultam em parasitismo ativo nos tecidos do
hospedeiro (PRUSKY, 1996). A ocorrência e a manutenção do patógeno em quiescência
sobre o hospedeiro ou dentro do mesmo indicam um equilíbrio dinâmico entre hospedeiro,
patógeno e meio ambiente (JARVIS, 1994).
Após a colheita, os frutos passam por uma série de transformações endógenas
resultantes do metabolismo celular (ECKERT, 1993). O aumento dos açúcares solúveis, de
água livre e das pectinas, é acompanhado pela redução de alguns componentes fenólicos e
protopectínicos, que tornam os frutos mais sensíveis aos danos mecânicos e ao ataque de
microrganismos, principalmente de fungos causadores de podridões (PALAZÓN, 2000).
Segundo Silveira et al. (2005), estudos epidemiológicos envolvendo doenças póscolheita permite maior entendimento dos patossistemas, bem como fornece subsídios
importantes para o desenvolvimento de estratégias de manejo.
Geralmente, frutos imaturos são resistentes a patógenos facultativos, tornando-se mais
suscetível em estádios mais avançados de maturação. Um dos aspectos da quebra de
resistência ao aumento da suscetibilidade é a diminuição do teor de compostos fenólicos. A
concentração desses compostos diminui com o avanço da maturação dos frutos (CHITARRA;
CHITARRA, 2005). Vários fatores relacionados com o fruto, o patógeno, o clima e as
condições em pós-colheita determinam a incidência e a severidade das doenças (ECKERT,
1993).
Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo, avaliar a influência da
agressividade, métodos de inoculação e tipos de inóculo em diferentes estádios de maturação
na severidade da podridão peduncular em manga na pós-colheita.
20
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29
1
Efeito do estádio de maturação, tipo de inóculo e local de inoculação na severidade da
2
podridão peduncular em manga
3
Thiago A.S. Oliveira1, Sônia M.A. Oliveira1, Sami J. Michereff1, Marcos P.S. Câmara1 &
4
Severina R.O. Lins1
5
1
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento da Agronomia, Área de
6
Fitossanidade, av. Dom Manoel de Medeiros, S/N, Dois Irmãos, CEP 52171-900, Recife, PE,
7
Brasil, e-mail: [email protected]
8
9
(Aceito para publicação em
/
/
)
Autor para correspondência: Thiago A.S. Oliveira
10
OLIVEIRA, T.A.S., OLIVEIRA, S.M.A., MICHEREFF, S.J., CÂMARA, M.P.S. & LINS,
11
S.R.O. Efeito do estádio de maturação, tipo de inóculo e local de inoculação na severidade da
12
podridão peduncular em manga na pós-colheita. Fitopatologia Brasileira.
13
RESUMO
14
A mangicultura é uma das principais atividades do agronegócio frutícola do Brasil,
15
apresentando desempenho crescente nos últimos anos. As podridões pós-colheita são
16
responsáveis por grande parte das perdas de frutas armazenadas, destacando-se sobre mangas
17
os fungos Lasiodiplodia theobromae e Fusicoccum spp. este trabalho teve como objetivo
18
comparar isolados das espécies L. theobromae, Fusicoccum ribise F. parvum, quanto a
19
patogenicidade, tipo de inóculo, local de inoculação e estádio de amadurecimento na cv.
20
Tommy Atkins. O teste de agressividade foi realizado com cinco isolados de L. theobromae e
21
10 isolados de Fusicoccum spp. Todos os isolados testados foram patogênicos a manga. Os
22
isolados de L2 e L5 de L. theobromae, e os isolados F6 e F10 pertencentes às espécies F.
23
parvum e F. ribis, respectivamente foram considerados os mais agressivos. Os mesmos foram
24
testados em relação ao estádio de maturação (2; 2,5; 3; 4 e 5), tipo de inóculo (disco de meio
25
BDA contendo estruturas dos fitopatógenos e suspensão de conídios (105 conídios/mL) e local
30
26
de inoculação (região peduncular e região equatorial) sob a manga. No estádio de maturação 2
27
foi observado as menores lesões, quando inoculada com suspensão de conídios independente
28
do local de inoculação para os dois fitopatógenos. De modo geral, o estádio de maturação não
29
influenciou no desenvolvimento da doença para L. theobromae, enquanto que para
30
Fusicoccum spp. a medida que ocorria o amadurecimento, aumentava a severidade da doença.
31
Quanto ao local de inoculação, não se observou influência pronunciada para os dois
32
fitopatógenos.
33
Palavras-chave adicionais: Lasiodiplodia theobromae, Fusicoccum spp., Mangifera indica.
34
ABSTRACT
35
Effect of maturation stage, inoculum type, and inoculation region in the stalk rot
36
severity in mango post-harvest
37
The mango crop is one of the principal activities of the brazillian agribusiness,
38
presenting a constantly increasing of performance. The postharvest rots are responsible for a
39
great losses in fruit storage with a great importance the fungi Lasiodiplodia theobromae and
40
Fusicoccum spp. Before the importance of that patógenos on the mango causing peduncle
41
rottenness’s the objective of this work was to compare isolates of the species L. theobromae,
42
Fusicoccum ribis and F. parvum, on the aggressive, inoculums type, inoculation place and
43
ripening stadium in the cv. Tommy Atkins. The aggressive test was accomplished with five
44
isolated of L. theobromae and 10 isolated of Fusicoccum spp. All the isolated were
45
pathogenic to mango. The isolated of L2 and L5 of L. theobromae, and isolated F6 and F10
46
belonging to the species F. parvum and F. ribis, respectively were considered the most
47
aggressive. Those isolated were tested in relation to the maturation stadium (2; 2,5; 3; 4 and
48
5), inóculo type (disc of PDA containing structures of the phytopathogens and conidium
49
suspension (105 conídios/mL) and inoculation place (peduncle region and equatorial area)
50
under the mango. In the stadium of maturation 2 it was observed the smallest lesions, when
31
51
inoculated with independent conidium suspension of the inoculation place for the two
52
phytopathogens. In general, the maturation stadium did not influenced the development of the
53
disease for the L. theobromae, while for the Fusicoccum spp. the severity of the diseases
54
increase as the fruit ripening, increased was happening. Regarding to the inoculation place, it
55
was not observed pronounced influence for the two phytopathogens.
56
Additional keywords: Lasiodiplodia theobromae, Fusicoccum spp., Mangifera indica,
57
postharvest.
58
INTRODUÇÃO
59
A mangueira (Mangifera indica L.) é uma das mais importantes frutas tropicais da
60
história da humanidade (Silva, 1996). Seus principais produtores são Índia, China, Tailândia,
61
México, Indonésia e Brasil (FAO, 2007). O destaque do Brasil na produção mundial está
62
diretamente envolvido aos projetos de irrigação dispostos no Vale do São Francisco, voltados
63
para a produção de manga destinada ao mercado externo. Entre os estados brasileiros vale
64
destacar Bahia e Pernambuco na exportação mundial dessa fruta (Okasaki, 2007). Dentre as
65
frutas atualmente comercializadas, a manga é a oitava colocada em volume de
66
comercialização no mundo, em função do seu amplo consumo nos países asiáticos e da
67
América Latina (Agrianual, 2006). De acordo com Almeida et al. (2005), a mangicultura é
68
uma das principais atividades do agronegócio frutícola do Brasil, apresentando desempenho
69
crescente nos últimos anos. A demanda mundial por frutas e hortaliças vem crescendo
70
expressivamente, entretanto a magnitude das perdas pós-colheita de produtos hortícolas
71
preocupa e são mais expressivas nas regiões tropicais, devido às condições ambientais
72
favoráveis, que permite o desenvolvimento de pragas e doenças (Oliveira et al., 2006).
73
A evolução da patogenicidade de microrganismos, estimulada pelas pressões
74
ambientais, tem revelado uma gama de patógenos primarios, antes tidos como secundários.
75
Isso ocorreu com o Lasiodiplodia theobromae (Pat.) Griffon e Maubl, principalmente nas
32
76
regiões semi-áridas, onde apresentam alta severidade de doença, por encontrar condições
77
climáticas mais ou menos uniformes durante todo o ano e favoráveis ao seu desenvolvimento
78
(Tavares et al., 1991). Levantou-se a hipótese que L. theobromae tenha evoluído em
79
patogenicidade em conseqüência das pressões ambientais, especialmente nessa região
80
(Tavares, 2002). Trabalho recente revelou um aumento no número de hospedeiros e na
81
severidade do ataque deste fitopatógeno (Freire et al., 2004). No Brasil, em levantamento
82
realizado por Tavares (1995), em fruteiras de áreas irrigadas do semi-árido nordestino,
83
observou-se que este patogeno é responsável por grandes problemas fitossanitários no Vale do
84
São Francisco.
85
Na pós-colheita, o L. theobromae tem registro em todas as regiões produtoras de
86
manga do mundo, causando problema quando o pedúnculo da fruta é infectado, devido a
87
podridão peduncular e infecções nas partes laterais da polpa, que a desqualifica para o
88
mercado (Angel et al., 2006).
89
Estudos têm apresentado espécies de Fusicoccum infectando mangas na Califórnia
90
(Ramos et al., 1991) e abacate na Nova Zelândia (Hartill, 1991). Isolados de Dothiorella
91
dominicana Pert. & Cif, foram encontrados infectando frutos de mangueira na Australia
92
(Johnson, 1992) onde foram identificados como a espécie Fusicoccum parvum Pennycook &
93
Samuels (Pennycook & Samuels, 1985; Slippers et al., 2004; 2005).
94
Johnson (1992) mostra claramente que o F. parvum (reportada como D. dominicana) é
95
um dos fitopatógenos mais comuns infectando mangueira, causando morte dos ponteiros e
96
queima de botão na mangueira e frutas podridão peduncular em frutas.
97
No hemisfério norte, o Fusicoccum tem causado sérios prejuízos em pomares de
98
ameixeira (Prunus domestica L.), localizados em regiões úmidas, onde uma infecção severa
99
pode acarretar a morte da planta, sendo observado em épocas de muita chuva, em pomares
100
mal cuidados, infecção na maioria das cultivares plantadas comercialmente. No sul do Brasil,
33
101
tem sido encontrada com freqüência em pomares de pessegueiros (Prunus persicae L.)
102
(Andrade & Docroquet, 2002).
103
Diante do exposto e pela importância que essa fruta representa na cadeia produtiva,
104
esse trabalho teve como objetivo avaliar a agressividade de isolados L. theobromae e espécies
105
de Fusicoccum e efeito do tipo de inoculo, local de inoculação e estádio de maturação na
106
severidade da podridão peduncular na cultivar de mangueira Tommy Atkins em pós-colheita.
107
MATERIAL E MÉTODOS
108
Obtenção dos isolados
109
Os isolados das espécies de L. theobromae (L1, L2, L3, L4, L5), Fusicoccum parvum
110
(F2, F3,F4, F6, F9) e F. ribis (F1,F5, F7, F8, F10) foram cedidos pela Micoteca do
111
Laboratório de Micologia, Área de Fitossanidade, Departamento de Agronomia da
112
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Os fungos foram isolados a partir de
113
mangas da cv. Tommy Atkins com sintomas característicos de podridão peduncular e
114
sintomas na mangueira. Os fitopatógenos foram obtidos nas localidades assim discriminadas:
115
Afonso Bezerra/ RN (L5), Petrolina/PE (L1, L2, L3, L4, F1, F2, F5, F6, F7, F8 e F9), Casa
116
Nova/BA (F3 e F4), e de Ipanguaçu/RN (F10).
117
Todos os isolados foram repicados em placas de Petri e tubos de ensaio contendo meio
118
Batata-Dextrose-Ágar (BDA) e preservados pelo método de Castellani (Menezes & Assis,
119
2004).
120
Avaliação da agressividade
121
O experimento foi realizado no Laboratório de Patologia Pós-colheita, Área de
122
Fitossanidade, Departamento de Agronomia da UFRPE, onde os isolados ficaram incubados
123
em placas de Petri com meio BDA durante 25 dias, tempo necessário para a formação de
124
estruturas reprodutivas.
34
125
Na avaliação da agressividade foram utilizadas mangas no estádio de maturação entre
126
2,5 e 3 (Assis, 2004). No experimento, utilizou-se todos os isolados de L. theobromae e de
127
Fusicoccum spp., contendo cinco repetições por isolado, perfazendo um total de 75 frutas. As
128
mangas, após lavagem com sabão e água corrente e secas em temperatura ambiente,
129
receberam ferimentos provocados com auxilio de um furador com oito estiletes de 2 mm de
130
profundidade na região equatorial da fruta, sendo depositado um disco de meio BDA com 5
131
mm de diâmetro contendo estruturas dos fitopatógenos. A testemunha foi inoculada com disco
132
do meio BDA na região equatorial. As frutas inoculadas foram mantidas em câmara úmida
133
por 48h, sendo essa composta de um saco plástico umedecido com água destilada. A
134
agressividade dos isolados foi mensurada durante cinco dias, depois de retirada da câmara
135
úmida, determinando-se a área lesionada externa através da medição do diâmetro da lesão em
136
dois sentidos diametralmente opostos com auxilio de um paquímetro.
137
Influência do tipo de inóculo, local de inoculação e estádio de maturação na severidade
138
da podridão peduncular
139
Diante dos resultados obtidos no experimento anterior, foram eleitos dois isolados de
140
L. theobromae (L2 e L5), um de F. parvum (F6) e um de F. ribis (F10). As mangas da cv.
141
Tommy Atkins foram lavadas com água e sabão e secas ao ar em temperatura ambiente. Os
142
tratamentos consistiram de frutas que receberam discos de meio BDA contendo estruturas dos
143
fitopatógenos e ferimentos provocados por um furador contendo oito estiletes de 2 mm de
144
profundidade, na região peduncular e outras na região equatorial. O mesmo ocorrendo com a
145
suspensão de conídios, as quais foram ajustadas na concentração de 105 conídios/mL, com
146
auxílio de um hemacitometro onde cada fruta recebeu 10 L do mesmo. As mangas
147
testemunhas foram inoculadas com disco de meio BDA e outras com a deposição de 10 μL de
148
ADE (água destilada esterilizada) na região peduncular e na região equatorial. Após a
149
inoculação, as frutas foram acondicionadas em bandejas plásticas, contendo cinco frutas por
35
150
cada tipo de inóculo e local de inoculação, e submetidas à câmara úmida por 48h. Os estádios
151
utilizados foram: estádio 2, estádio 2,5, estádio 3, estádio 4, e estádio 5 (Assis, 2004). A
152
mensuração da lesão provocada pelos fitopatógenos iniciou após a retirada da câmara úmida,
153
mediante a utilização de um paquímetro durante cinco dias a cada 24h. O delineamento
154
estatístico foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 2x5 (dois tipos de inóculo x cinco
155
estádios de maturação). As médias foram comparadas pelo teste de Duncan a 5% de
156
probabilidade, utilizando o programa Sanest (Zonta & Machado, 1996).
157
Os experimentos foram conduzidos sob temperatura de 27  2 ºC, umidade relativa de
158
65  5%, temperatura interna da fruto, aferida por meio de um sensor Datalogger (HOBO),
159
de 29  2 ºC.
160
161
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Avaliação da agressividade
162
Todos os isolados de L. theobromae e isolados de Fusicoccum spp. estudados
163
mostraram-se patogênicos quando inoculados em manga (Figura 1). Os isolados de L.
164
theobromae exibiram sintomas 72 h após a inoculação, enquanto que para os isolados de
165
Fusicoccum spp. os sintomas surgiram 120 h após a inoculação, variando quanto à
166
agressividade.
167
Os sintomas da doença provocados pelos fitopatógenos foram caracterizados pela
168
formação de lesões úmidas que evoluíram para lesões de coloração marrom e resultaram em
169
podridão das frutas. Foi observado nos isolados de L. theobromae sintomas como rachadura
170
da epiderme, exsudação de liquido e crescimento micelial na epiderme da fruta, de acordo
171
com Angel et al. (2006), são sintomas caracteristicos de podridão peduncular caudado por L.
172
theobromae em manga. E nas espécies de Fusicoccum não foi observado o aparecimento
173
destes sintomas, o que pode ser uma característica de diferenciação entre esses dois gêneros.
174
Com relação à agressividade dos isolados, verificou-se que o isolado L5 foi mais agressivo ao
36
175
hospedeiro dentro do mesmo gênero (Figura 1), seguidos dos isolados L2, L3, L1 e L4, sendo
176
o mesmo observado para os isolados F10, F6 e F8, (Figura 1) quando comparado com os
177
isolados F2, F5, F7, F9, F3, F4 de Fusicoccum. Esses resultados mostram que ocorreram
178
variações quanto à agressividade em diferentes isolados oriundos da mesma cultura.
179
Observou-se que os isolados L5 e F10 comportaram-se como os mais agressivos, sendo
180
oriundos da mesma região geográfica (Rio Grande do Norte).
181
Tais variações na agressividade entre isolados podem ser explicadas por fatores
182
externos, como as diferenças edafoclimáticas das regiões de onde procederam ou por fatores
183
internos, em que uma espécie difere da outra e um isolado dentro da mesma espécie difere de
184
outro devido à suas características genéticas (Ram,1993; Moraes et al., 1995; Lima, 1996;
185
Perreira et al., 2006).
186
Influência do tipo de inóculo, local de inoculação e estádio de maturação na severidade
187
da podridão peduncular
188
Os resultados obtidos com os isolados de L. theobromae (L2 e L5) estão dispostos na
189
Figura 2. Observa-se que, de modo geral, a inoculação com discos contendo estruturas do
190
fitopatógenos exibiram maiores lesões sobre a hospedeira. O estádio de maturação não
191
influenciou no desenvolvimento da doença nos isolados utilizados, exceto o L5 que
192
apresentou diferença significativa no estádio 5 de maturação, quando utilizou-se os discos
193
contendo estruturas dos fitopatógenos inoculado na região peduncular. Com relação ao local
194
de inoculação região peduncular, os isolados proporcionaram menores lesões quando
195
inoculados no estádio de maturação 2 com suspensão de conídios diferindo dos demais
196
estádios, tipo de inóculo e local de inoculação.
197
Na Figura 3 encontram-se os resultados de Fusicoccum spp. sobre as mangas.
198
Independente do tipo de inóculo e local de inoculação, as lesões apresentaram valores
199
crescentes à medida que o estádio de maturação avançava. Semelhante ao observado para os
37
200
isolados de L. theobromae no que se refere ao tipo de inóculo, o disco contendo estrutura do
201
fitopatógeno propiciou maiores lesões. No estádio 2 de maturação, ocorreu diferença
202
significativa entre os tipos de inóculo, sendo a suspensão de conídio proporcionado menor
203
desenvolvimento da lesão, independente do local de inoculação (região peduncular e região
204
equatorial). O método de inoculação utilizando-se suspensão de conídios justifica-se pela
205
padronização na quantidade de inóculo depositada sobre a superfície do hospedeiro, uma vez
206
que a inoculação com o disco de meio de cultura contendo estruturas do fitopatógeno possui
207
uma fonte extra de substrato, o que não ocorre na natureza (Pessoa et al., 2007).
208
A severidade da doença foi significativamente maior no estádio mais avançado de
209
maturação concordando com Pessoa et al. (2007), onde observaram que banana (Musa spp.)
210
em estádio de maturação mais elevado foram altamente suscetíveis à infecção por
211
Colletotrichum musae Berk. & Curt., enquanto que frutas verdes ou em estádio de maturação
212
pouco avançado apresentam maior resistência a infecção. Chillet et al. (2006) trabalhando
213
com C. musae demonstraram que a idade fenológica é um fator chave na suscetibilidade da
214
hospedeira ao fitopatógeno. Geralmente, frutas verdes são mais resistentes a fitopatógenos,
215
devido à presença de fitoalexinas e outros compostos em maior quantidade (Chitarra &
216
Chitarra, 2005).
217
Este é o primeiro relato a respeito da correlação entre o estádio de maturação, tipo de
218
inóculo e local de inoculação no patossistema manga x L. theobromae e espécies de
219
Fusicoccum.
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300
301
302
303
304
305
306
307
308
309
310
311
312
313
314
315
316
317
318
319
320
42
CV (%) = 10,15
321
322
323
324
CV (%) = 7,87
325
326
327
*Médias seguidas de mesma letra não diferem significativamente pelo teste de Duncan (P ≤ 0,05).
FIG. 1 – Desenvolvimento de lesão em manga cv. Tommy Atkins, ocasionadas por isolados
328
de Lasiodiplodia theobromae (L1, L2, L3, L4 e L5) e de Fusicoccum parvum (F2, F3, F4,
329
F6 e F9) e F. ribis (F1, F5, F7, F8, e F10), após sete dias de inoculação.
330
após sete dias de inoculação.
43
L2- RP
L2- RE
160
160
*
aA
aA
140
bA
140
abA
120
aA
aA aA
100
120
aA
aA
aA
Lesão (cm2)
Lesão (cm2)
aA
aA
80
60
bB
aA
aA aA
aA
aA
abA
abA
100
80
60
40
40
20
20
0
2
2,5
3
4
0
5
2
Estádio de maturação
2,5
3
4
5
Estádio de maturação
CV(%): 20,48
CV(%): 21,37
L5- RE
L5- RP
160
160
aA
140
aA
abA
bA
aA
abA
bA
120
100
80
cB
aA
aA
abA
bcB
100
DF
SC
80
60
60
40
40
20
20
0
0
2
2
CV(%): 15,18
cB
120
aA
abA
aA
aA
bA
Lesão (cm2)
Lesão (cm2)
140
aA
bA
2,5
3
4
5
Estádio de maturação
2,5
3
4
5
Estádio de maturação
CV(%): 13,65
331
332
333
334
*Médias seguidas de mesma letra, minúscula dentro da categoria e maiúscula entre as categorias, não diferem
significativamente pelo teste Duncan (P ≤ 0,05).
335
FIG. 2 - Efeito do estádio de maturação e tipo de inóculo (disco e suspensão de conídios)
336
sobre a podridão de L. theobormae em manga, inoculadas com os isolados L2 e L5 na região
337
peduncular (RP) e na região equatorial (RE).
338
339
340
341
44
F6- RP
F6- RE
160
160
140
140
120
100
aA
aA
80
60
Lesão (cm2)
Lesão (cm2)
120
*
cA
bA
bA
bA
bA
cB
80
bcA abA
cA
bA
bca
60
40
20
20
eB
dB
0
0
2
2,5
3
4
2
5
Estádio de maturação
CV(%): 21,61
2,5
3
160
160
140
140
120
100
bA
bB
cA
bA
bA
cB
60
40
aA aA
bA
Lesão (cm2)
Lesão (cm2)
5
F10- RE
120
80
cB
60
aA aA
aA
aA
bA
bA
aA
bA
DF
SC
cB
20
0
0
2
CV(%): 19,99
100
40
dB
20
342
4
Estádio de maturação
CV(%): 19,64
F10- RP
80
bA
cB
dB
40
aA aA
100
2,5
3
Estádio de maturação
4
5
2
CV(%): 16,71
2,5
3
4
5
Estádio de maturação
343
344
345
*Médias seguidas de mesma letra, minúscula dentro da categoria e maiúscula entre as categorias, não diferem
significativamente pelo teste Duncan (P ≤ 0,05).
346
FIG. 3 - Efeito do estádio de maturação e tipo de inóculo (disco e suspensão de conídios)
347
sobre a podridão de Fusicoccum parvum (F6) e Fusicoccum ribis (F10) em manga, na região
348
peduncular (RP) e na região equatorial (RE).
45
CONCLUSÕES GERAIS

Os isolados de L. theobromae, F. parvum e F. ribis, foram patogênicos a manga;

Os isolados L2 e L5 de L. theobromae, F6 de F. parvum e F10 de F. ribis, se
comportaram como os mais agressivos;

No estádio de maturação 2, observou-se menores valores de lesão na manga quando
inoculados com suspensão de conídios do fitopatogeno, independente do local de
inoculação;

Os estádio de maturação da manga não influenciou no desenvolvimento da doença,
para os isolados de L. theobromae;

A severidade da doença aumentou à medida que ocorreu o amadurecimento das
mangas para as espécies de Fusicoccum;

A inoculação com discos contendo estruturas dos fitopatógenos propiciou maiores
lesões em manga com relação a suspensão de conídios de fitopatógenos;

A inoculação na região equatorial da manga apresentou maior desenvolvimento da
doença em relação à região peduncular;
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THIAGO ALVES SANTOS DE OLIVEIRA PODRIDÃO