1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MARCELO ALVES CABRAL ATENÇÃO FARMACÊUTICA: DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAÇÃO DE BANCO DE DADOS RELACIONAL PARA AS AÇÕES DE SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO EM UNIDADE AMBULATORIAL DE SAÚDE DA MARINHA DO BRASIL. NOVA FRIBURGO 2013 2 MARCELO ALVES CABRAL Atenção Farmacêutica: Desenvolvimento e implantação de banco de dados relacional para as ações de Seguimento Farmacoterapêutico em unidade ambulatorial de saúde da Marinha do Brasil. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Estácio de Sá como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Farmácia. Orientadora: Prof. Carla Mariah de Oliveira Fujimaki Nova Friburgo 2013 3 MARCELO ALVES CABRAL Atenção Farmacêutica: Desenvolvimento e implantação de banco de dados relacional para as ações de Seguimento Farmacoterapêutico em unidade ambulatorial de saúde da Marinha do Brasil. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Estácio de Sá como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Farmácia. Orientadora: Prof. Carla Mariah de Oliveira Fujimaki Aprovado em _____/_____/ 2013. BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________________ Professora Carla Mariah de Oliveira Fujimaki Universidade Estácio de Sá ___________________________________________________________ Professora Kássia Cristina Vieira Waldhelm Universidade Estácio de Sá ___________________________________________________________ Professora Nádia Maria Machado dos Santos Rocha Universidade Estácio de Sá 4 Aos meus queridos pais, Manoel Getúlio e Maria Hortência. A minha esposa, Viviane, e aos meus filhos, Matheus e Marcella: inspiração e amores da minha vida. 5 AGRADECIMENTOS Sobretudo a Deus, pela oportunidade da atual experiência reencarnatória e por tudo que me tem sido concedido. Ao Excelentíssimo Senhor Contra-Almirante José Luiz de Medeiros Amarante Júnior, então Diretor do Centro Médico Assistencial da Marinha, pela confiança e incentivo dispensados a este projeto. Ao Senhor Capitão-de-Fragata Antônio Carlos Barbosa Nardin Lima, então Diretor do Sanatório Naval de Nova Friburgo, pelo incentivo, orientação sempre segura, e por ter autorizado, em caráter experimental, a implantação do banco de dados no Programa de Atenção Farmacêutica daquela Organização Militar. Ao Senhor Capitão-de-Fragata Paulo Arthur Braga Coelho Júnior, Vice-Diretor do Sanatório Naval, pela compreensão e apoio incondicional as atividades farmacêuticas desenvolvidas pelo autor no âmbito do Ambulatório do Sanatório Naval. Ao Capitão-Tenente Alessandro Tavares Carneiro, farmacêutico responsável técnico pelo Setor de Distribuição de Medicamentos do Sanatório Naval, por ter-me concedido a valiosa oportunidade de trabalhar no Programa de Atenção Farmacêutica, e pela sempre oportuna e valorosa orientação técnico-profissional. A Professora Carla Mariah de Oliveira Fujimaki, por ter aceitado e cumprido integralmente a espinhosa tarefa de me orientar neste trabalho de conclusão de curso. Aos demais membros do Corpo Docente do Curso de Graduação em Farmácia do Campus de Nova Friburgo da Universidade Estácio de Sá, por terem colaborado com a minha formação profissional. 6 “O papel do farmacêutico no mundo é tão nobre quão vital. O farmacêutico representa o órgão de ligação entre a medicina e a humanidade sofredora. É o atento guardião do arsenal de armas com que o médico combate as doenças. É quem atende as requisições a qualquer hora do dia ou da noite. O lema do farmacêutico é o mesmo do soldado: servir. Um serve à pátria, o outro à humanidade, sem nenhuma discriminação de cor ou raça. O farmacêutico é um verdadeiro cidadão do mundo. Porque por maiores que sejam a vaidade e o orgulho dos homens, a doença os abate - e é então que o farmacêutico os vê. O orgulho humano pode enganar todas as criaturas: não engana ao farmacêutico. O farmacêutico sorri filosoficamente no fundo do seu laboratório, ao aviar uma receita, porque diante das drogas que manipula não há distinção nenhuma entre o fígado de um Rothchild e o do pobre negro da roça que vem comprar 50 centavos de maná e sene." Monteiro Lobato 7 Atenção Farmacêutica: Desenvolvimento e implantação de banco de dados relacional para as ações de Seguimento Farmacoterapêutico em unidade ambulatorial de saúde da Marinha do Brasil. Resumo: Este trabalho teve como objetivo dissertar sobre o processo de desenvolvimento e implantação de um banco de dados para ações de Seguimento Farmacoterapêutico em uma unidade de atenção básica de saúde da Marinha do Brasil. A prática da Atenção Farmacêutica compreende, dentre outras ações, o serviço de Seguimento Farmacoterapêutico, que por sua vez, constitui-se da determinação do perfil farmacoterapêutico do paciente e das ações empreendidas pela equipe de saúde para resolver os problemas relacionados aos medicamentos. Essa atividade clínica requer o registro de toda informação colhida durante as entrevistas dos pacientes com o profissional farmacêutico, o que geralmente é realizado em meio físico (formulários impressos). Essa forma de documentar apresenta consideráveis desvantagens quando comparada aos prontuários eletrônicos. O banco de dados desenvolvido e implantado experimentalmente no ambulatório do Sanatório Naval de Nova Friburgo visou resolver as desvantagens e dificuldades apresentadas pelo registro e documentação em meio físico, além de constituir-se em uma ferramenta de auxílio à decisão aos farmacêuticos na execução das atividades de Seguimento Farmacoterapêutico. Durante o processo de pesquisa e levantamento de informações, pode ser observado que parece não haver trabalhos produzidos e/ou publicados pelas Forças Armadas que relatem o tema abordado. Porém, cabe mencionar que este trabalho é o relato de uma experiência vivida pelo autor, e que, portanto, não representa o posicionamento oficial da Marinha do Brasil sobre o assunto. Palavras-chave: Marinha do Brasil. Atenção Farmacêutica. Seguimento Farmacoterapêutico. Banco de Dados. 8 Pharmaceutical Care: Development and implementation of relational database for stocks Pharmacotherapeutic Follow on health outpatient unit of the Navy of Brazil. Abstract: This study aimed to elaborate on the process of developing and deploying a database for stocks Pharmacotherapeutic Follow in a unit of basic health care of the Navy of Brazil. The practice of pharmaceutical care includes, among other actions, the service Pharmacotherapeutic Follow, which in turn constitutes the determination of pharmacotherapeutic profile of the patient and the actions taken by the health care team to resolve problems related to drugs. This activity requires the clinical records of all information gathered during interviews of patients with the pharmacist, which is usually performed on a physical medium (paper forms). This way to document presents considerable disadvantages when compared to electronic medical records. The database developed and implemented experimentally in outpatient Naval Sanatorium Nova Friburgo aimed to address the disadvantages and difficulties presented by the record and documentation on a physical medium, and form themselves into a tool for decision support to pharmacists in the implementation of activities Pharmacotherapeutic Follow. During the process of research and information gathering, it can be observed that there seems to be work produced and / or published by the Armed Forces to report the issue addressed. However, it is worth mentioning that this work is an account of a lived experience of the author, and therefore does not represent the official position of the Navy of Brazil on the subject. Keywords: Navy of Brazil. Pharmaceutical Care. Pharmacotherapeutic Follow. Database. 9 Lista de Figuras Número Título Página Fig. 01 Modelo de Formulário para SFT 22 Fig. 02 Prédio da Administração do Sanatório Naval 24 Fig. 03 Fachada do Ambulatório do SNNF 25 Fig. 04 Local do SeDiMe reservado às entrevistas com pacientes 25 Cartaz e folder de divulgação do SFT e do Programa de Atenção Fig. 05 Farmacêutica 26 Fig. 06 Menu Principal do BDFARM 28 Fig. 07 Formulário para Inserção de Prontuários Farmacoterapêuticos 29 Fig. 08 Tela parcial do formulário de Plano de Tratamento 30 Fig. 09 Tela parcial do formulário de Monografias de Medicamentos 31 Fig. 10 Tela parcial do formulário Resumo sobre Patologias 32 Fig. 11 Tela parcial do formulário para Anotações Técnicas 33 Fig. 12 Tela parcial do formulário de Relações e Relatórios 34 Fig. 13 Tela parcial do formulário inicial do Módulo de Dados Estatísticos 35 Fig. 14 Tela parcial do formulário de Estatística Mensal 35 Fig. 15 Tela parcial do formulário de Dados Estatísticos Gerais 36 Fig. 16 Tela parcial do formulário Estatística em Gráfico 37 Fig. 17 Tela parcial do formulário Agenda de Entrevistas 38 Fig. 18 Formulário de Marcação de Entrevista 39 Fig. 19 Formulário para inclusão de Usuários do BDFARM 40 Fig. 20 Tela parcial do formulário Manutenção e Reparo 41 10 Lista de abreviaturas e siglas ANEMAR – Anuário Estatístico da Marinha ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária CMAM - Centro Médico Assistencial da Marinha DN - Distritos Navais DSM – Diretoria de Saúde da Marinha FMV - Farmacovigilância MB – Marinha do Brasil OMAC - Organização Militar de Apoio e Contato OMFM - Organização Militar com Facilidades Médicas OMH - Organização Militar Hospitalar ORALT - Orientações durante a alta hospitalar ORGER - Orientações Gerais ORINT - Orientações durante a internação PRM - Problema Relacionado a Medicamento PSM – Programa de Saúde da Marinha RDC – Resolução da Diretoria Colegiada SeDiMe - Setor de Distribuição de Medicamentos SisDiMe – Sistema de Distribuição de Medicamentos SFT - Seguimento Farmacoterapêutico SINITOX – Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas SNNF – Sanatório Naval de Nova Friburgo SSM - Sistema de Saúde da Marinha 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 12 2 METODOLOGIA.................................................................................................... 16 3 DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 17 3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO: UM BREVE OLHAR SOBRE O MODELO ASSISTENCIAL DO SISTEMA DE SAÚDE DA MARINHA ............................ O PROGRAMA DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA DA MARINHA.................... 17 19 3.2 3.3 O SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO E A IMPORTÂNCIA DO REGISTRO E DA DOCUMENTAÇÃO SISTEMATIZADA DAS INFORMAÇÕES CLINICO FARMACOLÓGICAS DOS PACIENTES ............... 3.4 O SANATÓRIO NAVAL DE NOVA FRIBURGO.................................................... 20 23 3.5 O PROGRAMA DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO SNNF E O SFT............... 25 3.6 DESENVOLVIMENTO E DESCRIÇÃO SUCINTA DA ESTRUTURA DO BDFARM ................................................................................................................... 27 3.6.1 Módulo de Operações com Prontuários ................................................................ 28 3.6.2 Módulo Banco de Dados de Medicamentos .......................................................... 31 3.6.3 Módulo Banco de Dados de patologias .................................................................. 32 3.6.4 Módulo de Anotações Técnicas .............................................................................. 33 3.6.5 Módulo de Relatórios .............................................................................................. 34 3.6.6 Módulo de Dados Estatísticos ................................................................................. 34 3.6.7 Módulo Agenda de Entrevistas .............................................................................. 37 3.6.8 Módulo de Controle de Acesso e Manutenção ...................................................... 39 3.7 A IMPLANTAÇÃO DO BDFARM NO SERVIÇO DE SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO DO SNNF.................................................................. 41 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 43 5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 50 12 1 INTRODUÇÃO No contexto das ações em saúde, a busca pela otimização da eficácia e da segurança dos tratamentos farmacológicos sempre foi uma constante preocupação de farmacêuticos, médicos, pesquisadores e gestores públicos. E se por um lado, o avanço das tecnologias e recursos médicos dos últimos tempos aumentou a probabilidade de cura e/ou de controle das doenças, além de terem proporcionado uma substancial melhora da qualidade da vida humana; por outro lado, elevou sobremaneira os custos dos Sistemas de Saúde, sejam esses públicos ou privados. Dessa forma, dentro de uma lógica social e econômica, tornou-se mais racional o incremento no investimento e na adoção de ações que visam à prevenção e/ou o controle do agravo à saúde, retificando o antigo modelo centrado no médico e no hospital. (MAFRA, 2010). Aliados a isso, o aumento da expectativa da vida humana, o crescimento populacional e o surgimento de novas patologias exigem cada vez mais a racionalização no emprego dos recursos materiais, econômicos e humanos na área da saúde. (CARMO, 2003). Há ainda o fato de que a utilização incorreta ou abusiva dos insumos em saúde, além dos prejuízos econômicos, traz para o paciente consequências tão ou mais danosas quanto à abstinência ao tratamento, sobretudo quando se trata de medicamentos. Segundo Wannmacher (2005, p. 04), “erros de medicação acarretam custos humanos, econômicos e sociais”. Nesse aspecto, constam na literatura inúmeros trabalhos de pesquisa que confirmam a importância econômica e social da utilização racional dos medicamentos, que atualmente é compreendida como a prática de se administrar de maneira eficaz e segura o medicamento correto, na sua dose correta, pelo tempo necessário e com menor custo possível. (MELO, et al, 2006). Apesar de ainda não existirem resultados de estudos no Brasil, a morbimortalidade relacionada a medicamentos pode ser considerada um problema de saúde pública. Segundo informações disponibilizadas pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), ligado à Fundação Oswaldo Cruz, dos 91.554 casos registrados de intoxicação humana em 2010, os medicamentos permanecem como os lideres da lista de principais agentes tóxicos com 27,52% das ocorrências. (SINITOX, 2010). Considerando a necessidade de se avaliar os resultados terapêuticos obtidos por meio de tratamentos farmacológicos, o acompanhamento dos pacientes e sua 13 monitorização são essenciais para se garantir a efetividade e a segurança dos medicamentos, bem como para fiscalizar a qualidade dos medicamentos comercializados por meio das ações de farmacovigilância. (IVAMA, et al., 2002). Todos esses aspectos reafirmam a necessidade de inclusão do profissional farmacêutico na equipe de saúde, com a finalidade de agregar conhecimentos e serviços especializados sobre medicamentos, além de manter um contato direto com o paciente. Segundo Bisson (2007, p. 03), “está comprovado que o trabalho do farmacêutico aumenta a adesão do paciente aos regimes terapêuticos, diminui custos nos sistemas de saúde ao monitorar reações adversas e interações medicamentosas e melhora a qualidade de vida dos pacientes.”. De uma maneira mais abrangente, a prática farmacêutica focada diretamente no usuário visa à prevenção, identificação e à resolução dos Problemas Relacionados a Medicamentos (PRM), que podem ser entendidos como os eventos indesejáveis que interferem ou podem interferir nos resultados esperados, não se restringindo às enfermidades e sintomas, mas também a qualquer problema relacionado com os aspectos psicológicos, fisiológicos, socioculturais ou econômicos. (CIPOLLE, et al., 2000). Historicamente, essa filosofia teve início com a Farmácia Clinica, movimento profissional norte-americano a partir do final da década de 1960 que questionava a formação e as atitudes do farmacêutico na área assistencial, especialmente no ambiente hospitalar (ANGONESI, 2010). Esse foi o início da reorientação das atividades farmacêuticas tendo o paciente como centro das suas atenções. No Brasil, segundo o Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica, a Atenção Farmacêutica é: Um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica. Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e co-responsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades biopsico-sociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde. (IVAMA, et al., 2002, p. 16). Em âmbito nacional, a Atenção Farmacêutica esta regulamentada principalmente pela RDC nº 44/2009 da Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA), que dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário, do funcionamento, da 14 dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias. Na Marinha do Brasil o Programa de Atenção Farmacêutica é parte efetiva dos Programas de Saúde, e visa, dentre outros objetivos, a redução da morbimortalidade relacionada a medicamentos. Para isso, são desempenhadas, sobretudo, a orientação individual aos pacientes por ocasião da dispensação, a realização de palestras relacionadas à utilização racional dos medicamentos, e a realização de Seguimento Farmacoterapêutico, entendido simplificadamente como a prática profissional na qual o farmacêutico se responsabiliza pelas necessidades do paciente relacionadas com os medicamentos. Por sua vez, a prática do Seguimento Farmacoterapêutico dos pacientes requer o emprego de uma metodologia que possibilite a obtenção, o registro e a documentação sistematizada das informações clínico-farmacológicas obtidas por meio de entrevistas com o profissional farmacêutico. Comumente, para esse registro são utilizados formulários impressos em folhas de papel, os quais irão formar o prontuário do paciente. Essa forma de registrar e arquivar as informações apresenta consideráveis desvantagens quando comparada à forma eletrônica. Cardoso (2011, p. 54) afirma que “a documentação da prática clínica é a chave para quase tudo”, e cita como vantagens o fato de permitir consultas posteriores a essas informações, além de disponibilizar dados estatísticos acerca da importância das ações farmacêuticas para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. A regulamentação do registro, a guarda e o manuseio de informações resultantes da prática da assistência farmacêutica nos serviços de saúde esta disposta na resolução nº 555 de 30 de novembro de 2012 do Conselho Federal de Farmácia (CFF). A referida norma considera “que o farmacêutico tem o dever de registrar de forma clara as informações resultantes do processo de assistência farmacêutica, compreendendo a orientação farmacêutica ao paciente e à equipe de saúde”; e em seu artigo 2º estabelece que esse registro deva ser realizado, “preferencialmente”, em meio eletrônico. Foi nesse sentido que se objetivou desenvolver, e implantar em caráter experimental no ambulatório do Sanatório Naval de Nova Friburgo, um banco de dados personalizado, baseado na metodologia Dáder, capaz não só de registrar e documentar as informações clinico-farmacológicas dos pacientes em meio eletrônico, mas também de gerar relatórios e dados estatísticos automaticamente, além de constituir uma ferramenta de auxílio à decisão clínica para profissional farmacêutico. 15 O objetivo do presente trabalho é o de relatar o processo de desenvolvimento e implantação do banco de dados para o serviço de Seguimento Farmacoterapêutico, além de explicitar os resultados obtidos na avaliação quanto aos seus requisitos funcionais, a sua funcionalidade, usabilidade e confiabilidade. 16 2 METODOLOGIA O presente trabalho de pesquisa é do tipo descritivo, longitudinal, e compreende o relato do processo de desenvolvimento, implantação e avaliação de um banco de dados destinado às ações de Seguimento Farmacoterapêutico empreendidas no ambulatório do Sanatório Naval de Nova Friburgo, ocorrido entre os meses de outubro de 2011 a junho de 2013. O levantamento dos dados teóricos foi realizado por meio de consultas de artigos científicos em sítios da internet; no Manual do Método Dáder para Seguimento Farmacoterapêutico; em literatura especializada; e em publicações da Marinha do Brasil. O recurso material utilizado para se desenvolver o banco de dados (BDFARM) foi um microcomputador (notebook) de configurações básicas, com acesso à internet e possuidor do software Access 2007. A estrutura, a sequência e a disposição dos campos que compõem os diversos formulários do BDFARM foram baseadas nas etapas do processo de entrevista farmacêutica previsto no Manual do Método Dáder. O banco de dados foi implantado experimentalmente como ferramenta de trabalho do profissional farmacêutico para o exercício do Seguimento Farmacoterapêutico e como instrumento de gerenciamento das ações inerentes ao Programa de Atenção Farmacêutica existente no Sanatório Naval. O BDFARM foi avaliado quanto ao cumprimento dos seus requisitos funcionais, quais sejam, o de possibilitar a elaboração do perfil farmacoterapêutico dos pacientes; de disponibilizar informações confiáveis e relevantes sobre os principais medicamentos utilizados na prática clínica; de disponibilizar informações sucintas sobre as doenças crônicas mais prevalentes; e de gerar relatórios gerenciais das atividades desenvolvidas. Além disso, a funcionalidade; a usabilidade; e a confiabilidade foram características consideradas relevantes para caracterizar a sua qualidade em nível de usuário. 17 3 DESENOLVIMENTO 3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO: UM BREVE OLHAR SOBRE O MODELO ASSISTENCIAL DO SISTEMA DE SAÚDE DA MARINHA Para que se proceda a análise consubstanciada de determinada atividade em saúde, torna-se necessário que antes se proceda a sua contextualização no sistema em que se encontra inserida, sistema esse que, por sua vez, foi concebido no espaço-tempo pelas necessidades apresentadas pela população a que se destina e pela disponibilidade de recursos e de tecnologias. No universo gerencial das ações em saúde, convencionou-se classificar por meio de “modelos assistenciais” a forma como são organizadas, no contexto histórico-social de uma sociedade, as ações de atenção à saúde, envolvendo os aspectos físicos, financeiros, tecnológicos e humanos disponíveis para enfrentar e resolver os problemas de saúde de uma coletividade. (LIRA Jr.; ALVES, 2007). A Marinha do Brasil conta com sistema próprio de saúde, pautado na sua Política Assistencial, que oferece atendimento a 303.308 usuários (ANEMAR, 2011), dentre militares da ativa, militares inativos, dependentes e pensionistas. A aplicação da Política Assistencial para o Sistema de Saúde da Marinha (SSM) visa essencialmente incorporar, ao processo saúde doença tradicional, o conceito de bem-estar físico pleno, consideradas as condições epidemiológicas da população assistida na área de abrangência de cada Distrito Naval. Busca também otimizar as ações assistenciais para adequar a capacidade instalada ideal das Organizações Militares Hospitalares (OMH) e Organizações Militares com Facilidades Médicas (OMFM) às necessidades do seu universo de usuários. (PORTARIA nº 429/MB, 2009) Dentro da estrutura organizacional do SSM, a vertente Assistencial proporciona atendimento a seus usuários de forma ampla com ações objetivas para prevenção de doenças, recuperação e manutenção da saúde, por meio dos Serviços de Saúde executados por uma rede compreendida pelas Divisões e Departamentos de Saúde das Organizações Militares, Ambulatórios Navais, Sanatório Naval, Policlínicas, Hospitais Distritais, Odontoclinica Central da Marinha, Unidade Integrada de Saúde Mental e pelo Hospital Naval Marcílio Dias, subordinadas administrativamente ou não à Diretoria de Saúde da Marinha, porém sob sua orientação técnica. Essa forma de organizar os serviços de saúde procura atender às demandas dos usuários a partir de suas necessidades e enfrentar, de forma programada, os problemas de saúde prioritários, a partir de um diagnóstico epidemiológico. Neste sentido, são 18 aplicadas a lógica clínica (que proporciona o paradigma do conhecimento e atenção individualizada aos pacientes) e a lógica epidemiológica (que adiciona o conhecimento da realidade de saúde com dimensão social e cultural para a intervenção sobre a coletividade). (PORTARIA nº 429/MB, 2009). O Modelo Assistencial na Marinha pauta-se no desenvolvimento pleno de três eixos de ações, independentes e inter-relacionados entre si: Prevenção e Promoção de Saúde (1º eixo); Atenção Básica (2º eixo); e Atenção Especializada (3º eixo). (Portaria nº 429/MB, 2009). Em uma ordenação decrescente de complexidade e custo dos serviços de saúde, situa-se em plano mais elevado a Atenção Especializada (3º Eixo), que por sua vez, é subdividida em Alta Complexidade (compreende o conjunto de procedimentos de alta tecnologia e de alto custo), e em Média Complexidade (emprega profissionais especializados e utiliza recursos tecnológicos para o apoio diagnóstico e tratamento). Esses serviços são executados pelos Hospitais Distritais, Policlínicas, Unidade de Saúde Mental, Odontoclínica Central (para média complexidade) e pelo Hospital Naval Marcílio Dias (média e alta complexidade). No plano intermediário de complexidade e custo situa-se a Atenção Básica, que representa o primeiro nível de assistência à saúde, e compõe o segundo Eixo do Modelo Assistencial da Marinha. Neste estágio, emprega-se tecnologia de baixa complexidade através de profissionais com especialidades generalistas, consultas de enfermagem e de odontologia básica, com apoio de um setor de diagnóstico básico composto por posto de coleta para patologia clínica e realização de exames simples (hemograma e glicemia), ultrassonografias, eletrocardiogramas e radiologia para exames não complexos. Esse segundo eixo é executado pelas Policlínicas, Ambulatórios Navais, Sanatório Naval e pelos Hospitais Distritais. Ao nível de menor complexidade (1o Eixo) são executados os Programas de Saúde e as Campanhas Assistenciais, caracterizadas pelo baixo custo e sem emprego de tecnologia apreciável. O primeiro eixo de assistência deve ser executado pelos componentes da rede do SSM, e sob coordenação do Centro Médico Assistencial da Marinha (CMAM) em todo território nacional. Os Programas de Saúde (tabela 1) são estruturados a partir de Linhas de Cuidados, e desenvolvem atividades direcionadas à prevenção da doença. 19 Tabela 1 – Programas de Saúde preconizados pela Diretoria de Saúde da Marinha Programa de Imunizações Programa de Diabetes Programa de Dermatologia Sanitária Programa de Saúde da Mulher Programa de Saúde do Idoso Programa de Atenção Farmacêutica Programa de Atenção às Doenças Profissionais Programa de Hipertensão Arterial Programa de DST / AIDS Programa de Pneumologia Sanitária Programa de Saúde Bucal Programa de Reabilitação Programa de Saúde Mental Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente Programa de Saúde do Homem Fonte: Portaria 429/MB, 2009. 3.2 O PROGRAMA DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA DA MARINHA Na prática da atenção farmacêutica o paciente é o centro de todo o processo de promoção da saúde, prevenção e cura das doenças. A RDC nº 44/2009 da ANVISA estabelece que a atenção farmacêutica deve ter como objetivos a prevenção, detecção e resolução de problemas relacionados a medicamentos, promover o uso racional dos medicamentos, a fim de melhorar a saúde e qualidade de vida dos usuários. Na Marinha do Brasil, os Programas de Saúde (PSM) foram implantados a partir do ano de 2000 com o objetivo de desenvolver atividades direcionadas à prevenção da doença, seja pela promoção da saúde, diagnóstico e tratamento precoces, seja pelas ações voltadas à limitação do dano e à reabilitação. Dentro dessa lógica, o Programa de Atenção Farmacêutica da Marinha possui como objetivos principais implementar um sistema de registro e acompanhamento qualificado da dispensação de medicamentos; estabelecer uma rotina sistemática de orientação farmacêutica e farmacovigilância; reduzir a morbimortalidade relacionada ao uso de medicamentos; e apoiar os demais Programas de Saúde. (Marinha do Brasil, 2009). O profissional farmacêutico atua no Programa de Atenção Farmacêutica da Marinha, principalmente, por meio da avaliação das prescrições quanto às interações medicamentosas; do fornecimento aos pacientes de orientações relacionadas à farmacoterapia (contra-indicações, reações adversas, conservação dos medicamentos e cuidados especiais); do fortalecimento da adesão dos pacientes aos tratamentos propostos; e da realização do Seguimento Farmacoterapêutico. As diversas ações inerentes ao Programa de Atenção Farmacêutica da Marinha, e sobretudo, o seguimento farmacoterapêutico, devem ser praticadas no Setor de Distribuição de Medicamentos (SeDiMe), que são setores especiais localizados, preferencialmente, em Organização Militar Hospitalar (OMH) e Organização Militar 20 com Facilidade Médica (OMFM), sob responsabilidade técnica de um profissional farmacêutico, e destinados à distribuição dos medicamentos aos usuários do Sistema de Saúde da Marinha (SSM). Nesse sentido, cumpre aos SeDiMe dispor de uma área reservada às entrevistas com os pacientes, provida de mobiliário apropriado e ambiente que proporcione o nível de privacidade adequado. As principais ações empreendidas pelas unidades de saúde da Marinha através do Programa de Atenção Farmacêutica podem ser didaticamente divididas nos seguintes grupos: - Orientações Gerais para Pacientes (ORGER) quanto ao uso correto de seus medicamentos; - Orientações aos Pacientes na Internação (ORINT); - Palestras (PAL) quanto ao uso racional de medicamentos e Educação em Saúde; - Orientações ao Paciente na alta hospitalar (ORALT); - Farmacovigilância (FMV); e - Seguimento Farmacoterapêutico (SFT), com ênfase na adesão ao tratamento e na efetividade terapêutica. 3.3 O SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO E A IMPORTÂNCIA DO REGISTRO E DA DOCUMENTAÇÃO SISTEMATIZADA DAS INFORMAÇÕES CLINICO FARMACOLÓGICAS DOS PACIENTES No rol das macrofunções da Atenção Farmacêutica, o Seguimento Farmacoterapêutico é considerado pelos profissionais farmacêuticos como o seu braço forte. Seguimento Farmacoterapêutico é um componente da Atenção Farmacêutica e configura um processo no qual o farmacêutico se responsabiliza pelas necessidades do usuário relacionadas ao medicamento, por meio da detecção, prevenção e resolução de Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM), de forma sistemática, contínua e documentada, com o objetivo de alcançar resultados definidos, buscando a melhoria da qualidade de vida do usuário. (IVAMA, et al., 2002, p. 19) No entender de Bisson (2007, p. 35), “seguir um paciente significa acompanhálo; portanto, o trabalho de seguimento envolve documentação, consultas de retorno nos casos ambulatoriais e vínculo profissional farmacêutico-paciente, que só se concretiza com confiança mútua adquirida ao longo do tempo”. Nessa prática, o farmacêutico avalia as necessidades do paciente e determina 21 possíveis problemas relacionados com medicamentos e, se houver, trabalha conjuntamente com o paciente e os demais profissionais de saúde no sentido de determinar, implementar e monitorar um plano de cuidado. Ainda, o contato direto do farmacêutico com os pacientes propicia ao profissional a realização de ações de promoção à saúde, buscando a melhoria da qualidade de vida da população atendida. Em relação à profissão Farmacêutica, o enfoque dado à qualidade de vida corresponde à qualidade de vida relacionada à saúde, considerada quando se objetiva avaliar o impacto da doença e o tratamento na vida do paciente. A qualidade de vida relacionada à saúde pode ser conceituada como a medida da opinião subjetiva individual considerando sua saúde nas dimensões físicas, psicológicas e sociais. (SEIDL; ZANNON, 2004) A execução das diversas ações que compõem o Seguimento Farmacoterapêutico necessita do emprego de um método, ou seja, um modo padrão de se fazer a “coisa”; um caminho seguro que permita identificar, colher, e interpretar com a maior coerência e correção possíveis as questões apresentadas. A explicitação desta necessidade pode ser encontrada na tradução do Manual de Acompanhamento Farmacoterapêutico do Método Dáder: Realizar o Acompanhamento Farmacoterapêutico (AFT) requer um método de trabalho rigoroso por várias razões. Se por um lado se trata de uma atividade clínica e, portanto, condicionada à decisão livre e responsável de um profissional, por outro lado exige que seja realizada com o máximo de informação possível. Isto é, trabalhar para que algo tão pouco previsível como a resposta e o benefício de uma ação em um paciente, se produza com a maior probabilidade de êxito. Por esse motivo, os profissionais clínicos necessitam nessas atividades de protocolos, manuais de atuação, consensos, etc. para sistematizar parte do seu trabalho. O AFT, como qualquer outra atividade sanitária necessita, para ser realizada com a máxima eficiência, de procedimentos de trabalho protocolizados e validados, por meio da experiência, que permitam uma avaliação do processo e, sobretudo, dos resultados. (MACHUCA; FERNÁNDEZ; FAUS, 2003, p. 05) Nesse sentido, os principais métodos empregados na atualidade são o PWDT (Pharmacist’s Workup of Drug Therapy – “Modelo Minnesota”), desenvolvido por Cipolle, Strand e Morley; TOM (Therapeutical Outcomes Monitoring), DOT ( Direct Observed Treatment), FARM (Finds, Assessment -Resolution / Monitoring), e o Método Dáder, do Grupo de Pesquisa em Atenção Farmacêutica da Universidade de Granada. Inserida nesse contexto metodológico encontra-se a importância da forma como as diversas informações coletadas ao longo do processo de Seguimento 22 Farmacoterapêutico são sistematicamente registradas e documentadas. Geralmente, isso se dá por meio da utilização de formulários impressos padronizados, cujo conteúdo varia conforme as necessidades conjunturais e o método empregado (Fig. 01). Apesar da simplicidade, essa forma de trabalho apresenta, dentre outras desvantagens, problemas de legibilidade e limitação na organização e recuperação das informações. Figura 01 – Modelo de Formulário para SFT Fonte: DSM-1001 – Manual para Aplicação dos Programas de Saúde da Marinha. Em face do exposto, a proposta para otimizar o processo de registro das informações clinico-farmacológicas dos pacientes ambulatoriais do Sanatório Naval de Nova Friburgo foi a de desenvolver e implantar um banco de dados relacional, baseado no método Dáder e adaptado às necessidades e características do programa de Atenção Farmacêutica implementado na referida Organização Militar. Devido ao fato de possibilitar o armazenamento de informações técnicas inerentes aos principais medicamentos prescritos, bem como de apresentar as características fisiopatológicas das doenças crônicas mais prevalentes, além de gerar automaticamente dados estatísticos e de avaliação de desempenho através de indicadores apropriados, esse protótipo de banco de dados, que passou a ser nominado 23 por BDFARM, pode representar uma valiosa ferramenta de auxílio a decisão para os profissionais farmacêuticos. 3.4 O SANATÓRIO NAVAL DE NOVA FRIBURGO O Sanatório Naval de Nova Friburgo constitui uma Organização Militar com Facilidades Médicas (OMFM) da Marinha do Brasil, estando subordinado diretamente ao Centro Médico Assistencial da Marinha (CMAM) e, por conseguinte, à Diretoria de Saúde da Marinha (DSM). Localiza-se à Avenida Governador Geremias de Matos Fontes – Centro – Município de Nova Friburgo – Estado do Rio de Janeiro. Foi inaugurado em 30 de junho de 1910, sendo-lhe destinada inicialmente a missão de tratar as vítimas de beribéri e auxiliar no tratamento dos pacientes de qualquer doença. Atualmente, o SNNF tem o propósito de contribuir para a eficácia do Sistema de Saúde da Marinha, cabendo-lhe: prestar assistência médico-odontológica aos usuários do SSM residentes no município de Nova Friburgo e municípios vizinhos e, por meio de credenciamento, aos usuários residentes nos demais municípios localizados em sua área de abrangência (atualmente 197 localidades dos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais); participar de planos e programas específicos de saúde, em atendimento a situações especiais; realizar inspeções de saúde nos militares e seus dependentes, servidores civis e candidatos ao ingresso na Marinha, na área de atuação de sua Junta Regular de Saúde (JRS); e atuar como Organização Militar de Apoio e Contato (OMAC) para atender os militares inativos, dependentes e pensionistas, residentes ou em trânsito na sua área de abrangência. A estrutura física do SNNF conta com o prédio da administração - edificação de estilo arquitetônico normando, construída em 1890 (Fig. 03); hotel de trânsito; algumas dependências funcionais periféricas; além de um ambulatório (antigo “Pavilhão das Duchas”). A equipe de saúde é composta por médicos, dentistas, enfermeiros, farmacêutico, fisioterapêuta e psicólogo, sendo responsável pelas ações de Atenção Básica à Saúde, Programas de Saúde e Campanhas Assistenciais. Nas dependências do ambulatório, além dos consultórios médicos e odontológicos, encontram-se instalados uma sala de radiografia; um laboratório de análises clínicas e um Setor de Distribuição de Medicamentos (SeDiMe). 24 Figura 02 – Prédio da Administração do Sanatório Naval Fonte: Arquivo Pessoal do Autor. Historicamente, cabe mencionar que a atuação de um profissional farmacêutico da Marinha na cidade de Nova Friburgo ocorreu bem antes da criação do atual Sanatório Naval (1910), pois que em 25 de julho de 1889, foi inaugurada na cidade uma enfermaria provisória para tratamento dos oficiais e praças da Armada acometidos de beribéri. A enfermaria funcionava na Rua General Osório, próximo ao Colégio Anchieta e, segundo as informações registradas em documentos históricos que compõe o acervo do SNNF, a equipe médica/administrativa da enfermaria contava com a participação de um “Pharmacêutico”. Figura 03 – Fachada do Ambulatório do SNNF Fonte: Arquivo Pessoal do Autor. 25 3.5 O PROGRAMA DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO SNNF E O SFT O SeDiMe é o setor ambulatorial responsável pela dispensação dos medicamentos constantes em sua relação padronizada, e atende a aproximadamente 230 pacientes por mês. Além disso, possui uma pequena área reservada à execução das ações do Programa de Atenção Farmacêutica (Fig. 04), estas constituídas principalmente pelas orientações gerais aos usuários de medicamentos, pelas palestras e pelo seguimento farmacoterapêutico (SFT). Devido à sua característica ambulatorial, o Programa de Atenção Farmacêutica do SNNF não contempla as ações de orientação aos pacientes durante a internação e orientações aos pacientes por ocasião de alta hospitalar. Figura 04 – Local do SeDiMe reservado às entrevistas com pacientes Fonte: Arquivo Pessoal do Autor. Para as atividades de Seguimento Farmacoterapêutico, são cumpridas as fases do processo previstas no manual do método Dáder. A oferta do serviço é realizada através de palestras, distribuição de folder e cartazes, e pela abordagem direta do paciente por ocasião da dispensação dos medicamentos. 26 Figura 05 – Cartaz e folder de divulgação do SFT e do Programa de Atenção Farmacêutica Fonte: Arquivo Pessoal do Autor. A captação dos pacientes ocorre, geralmente, por ocasião da dispensação de medicamentos mediante apresentação da prescrição médica. Nesse momento, é oferecido o serviço aos usuários que apresentam características que justifiquem a necessidade de serem acompanhados pelo farmacêutico. Especial atenção é dispensada àqueles que apresentam polifarmácia (consomem diariamente mais de cinco medicamentos); pacientes idosos; pacientes portadores de doenças crônicas (diabetes, hipertensão, hiperplasia prostática, osteoporose e etc.) e pacientes que apresentam indícios de comprometimento da adesão ao tratamento farmacológico ou utilizam medicamentos que possuem baixo índice terapêutico. Visando atribuir maior agilidade ao processo, e valendo-se do princípio da oportunidade, a primeira entrevista quase sempre ocorre logo em seguida à aceitação do paciente em participar do seguimento, uma vez que eles já estão de posse das suas prescrições. É a partir da primeira entrevista que o profissional farmacêutico depara-se com a principal necessidade que culminou no desenvolvimento do BDFARM: a de proporcionar o registro e a documentação de forma digital e sistematizada das informações clínicas e farmacológicas dos pacientes. 27 3.6 DESENVOLVIMENTO E DESCRIÇÃO SUCINTA DA ESTRUTURA DO BDFARM Assim como a razão da existência da Atenção Farmacêutica é a de satisfazer uma necessidade social relacionada à utilização de medicamentos, a razão do desenvolvimento do BDFARM foi a de proporcionar uma ferramenta de auxílio ao profissional farmacêutico para a atividade de Seguimento Farmacoterapêutico. Nesse sentido, o autor pretendeu desenvolver um banco de dados, através do software MSAccess versão 7.0, que possibilitasse o armazenamento de uma grande quantidade de informações sobre a condição clínica e, sobretudo farmacológica dos pacientes; constituísse uma fonte confiável de subsídios úteis à tomada de decisão pelo farmacêutico; proporcionasse uma forma otimizada de arquivar e resgatar com rapidez os prontuários farmacoterapêuticos; e gerasse dados estatísticos de interesse ao gerenciamento das ações empreendidas. A primeira grande dificuldade em elaborar o BDFARM foi a de dispor de um profissional acessível que possuísse qualificação técnica em desenvolvimento de banco de dados na plataforma Access, e que ao mesmo tempo, compreendesse como se dá o processo de seguimento farmacoterapêutico. As tentativas em resolver o primeiro aspecto desse problema de forma ajustada aos recursos disponíveis pelo autor foram infrutíferas. Empreender literalmente a frase “aprender fazendo” foi a forma que o autor encontrou de, por si próprio, concretizar o seu projeto. Para isso, foi utilizada a ferramenta de ajuda do MS-Access, e também realizadas exaustivas pesquisas em sites na internet. Portanto, quanto ao aspecto da tecnologia da informação, o desenvolvimento BDFARM foi um constante vir-a-ser, condicionado à capacidade do autor em aprender, desenvolver e implementar novas funcionalidades ao banco de dados. Já em seu aspecto metodológico e conceitual, considerando a sequência de registro e o conteúdo das informações que constituem os prontuários clínicosfarmacológicos do BDFARM, pode-se dizer que o banco de dados segue a lógica do método Dáder de Seguimento Farmacoterapêutico, pois se baseia na obtenção da história Farmacoterapêutica do paciente para identificar, prevenir ou resolver os problemas relacionados a medicamentos através de intervenções farmacêuticas, e na posterior avaliação dos resultados obtidos à medida em que sucedem as entrevistas de 28 acompanhamento. Didaticamente, a estrutura do BDFARM pode ser dividida em oito módulos principais: Operações com Prontuários; Banco de Dados de Medicamentos; Banco de Dados de Patologias; Anotações Técnicas; Relatórios; Dados Estatísticos; Agenda de Entrevistas; e Controle de Acesso e Manutenção. Esses módulos comportam formulários que são acessados a partir do Menu Principal do banco de dados (Fig. 04). Os formulários podem ser constituídos por página simples ou por múltiplas páginas (ou abas), e por sua vez, as páginas são compostas por diversos campos, cujo preenchimento é extremamente fácil devido a sua objetividade e clareza. Figura 06 – Menu Principal do BDFARM Fonte: Arquivo Pessoal do Autor. 3.6.1 Módulo de Operações com Prontuários O módulo de operações com prontuários farmacoterapêuticos pode ser considerado a parte mais importante do banco de dados. Este seguimento do banco de dados é constituído por quatro diferentes formulários digitais que possibilitam inserir, atualizar e imprimir os prontuários dos pacientes, além de imprimir o formulário para plano de tratamento farmacológico. O formulário de inserção de prontuário farmacoterapêutico (Fig. 07) esta subdividido em oito páginas ou abas, sendo destinado à inclusão de novos pacientes. A 29 página de identificação é constituída pelas informações que caracterizam o paciente, tais como o nome; data de nascimento; endereço; data do cadastro e etc. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, documento que formaliza a autorização concedida pelo paciente para que o farmacêutico execute o seguimento farmacoterapêutico, também pode ser impresso a partir da primeira página deste formulário. As demais páginas possibilitam o registro das informações clínicas e farmacológicas do paciente, dos medicamentos que utiliza, e da avaliação preliminar quanto à necessidade, efetividade e segurança do tratamento farmacológico. Sua última página é destinada à descrição sucinta dos PRM detectados, ao registro das intervenções farmacêuticas realizadas e dos resultados obtidos. Ainda cabe destacar que este formulário disponibiliza ao longo de suas páginas diversas ferramentas para auxiliar o farmacêutico na execução da atividade clínica, tais como: cálculo automático do índice de massa corporal (IMC); botão para apresentação dos valores de referência dos principais exames laboratoriais; tabela contendo o escore de Framingham para avaliação do risco cardiovascular; botão para as monografias de medicamentos; botão para o algorítimo de Naranjo (ferramenta útil para a avaliação quanto a causalidade de uma reação adversa); e botão para pesquisa das principais reações adversas e interações medicamentosas constantes nas monografias de medicamentos. Figura 07 – Formulário para Inserção de Prontuários Farmacoterapêuticos Fonte: Arquivo Pessoal do Autor. O formulário de atualização de prontuários possui os mesmos campos do formulário anteriormente descrito, com a diferença de possibilitar a recuperação e a 30 edição dos dados já gravados no banco de dados. O formulário de impressão como o próprio nome diz faculta a impressão das informações constantes nos prontuários no formato de papel tipo A4. Por sua vez, o formulário de Plano de Tratamento (Fig. 08) proporciona a impressão das informações que compõem o plano de tratamento farmacológico de cada paciente. O fornecimento destas informações impressas ao paciente é útil quando o farmacêutico identifica, ou suspeita que o paciente possua dificuldade em administrar corretamente seus medicamentos nos horários determinados pela prescrição médica. Figura 08 – Tela parcial do formulário de Plano de Tratamento Fonte: Arquivo Pessoal do Autor 3.6.2 Módulo Banco de Dados de Medicamentos Informações atualizadas e idôneas sobre medicamentos são essenciais para a atuação segura e eficiente dos profissionais de saúde, especialmente para os 31 farmacêuticos. Possibilita o conhecimento, a avaliação e o juízo sobre determinada situação e/ou produto. Ela é um importante recurso para subsidiar o processo de planejamento, tomada de decisão, execução e de avaliação das ações clínicas desencadeadas. Em se tratando de medicamentos, a obtenção de informações validadas torna-se um verdadeiro desafio, seja pela grande quantidade de especialidades farmacêuticas existentes; seja pela rápida e constante evolução do conhecimento científico, e ainda, pela possibilidade de haver conflito de interesses relacionado à fonte de informação. Alguns autores defendem a idéia de que o valor representado por um medicamento pode ser considerado como a somatória de dois fatores: o produto farmacêutico propriamente dito e a informação que o acompanha. Bisson (2010) faz uma comparação entre esses dois fatores e afirma que a qualidade da informação que acompanha um medicamento é tão importante quanto à qualidade do princípio ativo. Nesse sentido, as informações constantes no formulário de Monografia de Medicamentos do BDFARM (Fig. 09) foram obtidas de fontes confiáveis, idôneas e atualizadas, e são citadas no campo “Referências Bibliográficas” localizado ao final de cada monografia. Esse formulário é constituído por cinco páginas e possibilita a inserção e a edição dos dados técnicos sobre os principais medicamentos utilizados na prática clínica, além de disponibilizar o acesso ao conteúdo de um livreto digital sobre farmacologia. Figura 09 – Tela parcial do formulário de Monografias de Medicamentos Fonte: Arquivo pessoal do Autor. 3.6.3 Módulo Banco de Dados de Patologias A prática da atividade clínica requer um mínimo de conhecimento acerca das 32 patologias mais prevalentes por parte do profissional farmacêutico, com vista a compreender de forma mais embasada o processo saúde-doença, mantendo-se habilitado em avaliar a efetividade dos tratamentos instituídos. Apesar da entrevista com os pacientes não possuir o caráter de diagnóstico, e sim de traçar um histórico de uso de medicamentos para garantir segurança e aumento de eficácia dos tratamentos (BISSON, 2010), é necessário que o farmacêutico compreenda o processo médico através da natureza das principais patologias e seus respectivos tratamentos. Portanto, o módulo de Banco de Dados de Patologias, que conta com o formulário Resumo sobre as Principais Patologias (Fig. 10) foi idealizado com o objetivo de fornecer ao farmacêutico um acesso rápido e fácil às informações básicas sobre as doenças mais prevalentes numa dada população, com enfoque prioritário para aquelas de caráter crônico, tais como diabetes, hipertensão arterial, osteoporose, dislipidemia etc. Figura 10 – Tela parcial do formulário Resumo sobre Patologias Fonte: Arquivo Pessoal do Autor. 33 3.6.4 Módulo de Anotações Técnicas No cotidiano da prática clínica, muitas vezes o farmacêutico se depara com questões sui generis, que pelas suas características despertam a necessidade de serem registradas e mantidas em arquivo para posterior consulta e pesquisa. O registro dessas informações trás uma contribuição significativa no sentido de alicerçar e padronizar diversos procedimentos. O módulo de Anotações Técnicas do BDFARM é constituído por três formulários que permitem a inserção, pesquisa (Fig. 11) e edição de informações julgadas relevantes pelo farmacêutico, além de proporcionar a impressão das orientações direcionadas aos pacientes em relação ao seu tratamento farmacológico. Figura 11 – Tela parcial do formulário para Anotações Técnicas Fonte: Arquivo Pessoal do Autor. 34 3.6.5 Módulo de Relatórios Essa secção do banco de dados é constituída por vários formulários que geram diferentes relações e relatórios contendo informações agrupadas, selecionadas através de filtros de pesquisa previamente elaborados, úteis para a documentação, para o acompanhamento e para a avaliação do processo de seguimento farmacoterapêutico. O formulário Relações e Relatórios (Fig. 12) permite o acesso para consulta e/ou impressão de treze diferentes relações, além de fornecer um informe crítico por meio do rol de pacientes cuja data da última entrevista farmacêutica tenha transcorrido há mais de 90 dias. Esse último aspecto constitui um alerta inicial para que sejam adotadas as ações necessárias para se evitar o absenteísmo e a consequente exclusão do paciente do Programa de Atenção Farmacêutica. Figura 12 – Tela parcial do formulário de Relações e Relatórios Fonte: Arquivo Pessoal do Autor. 3.6.6 Módulo de Dados Estatísticos A Estatística pode ser conceituada como um conjunto de métodos especialmente apropriados à coleta, à apresentação (organização, resumo e descrição), à análise e à interpretação de dados de observação, tendo como objetivo a compreensão de uma 35 realidade específica para a tomada da decisão. No BDFARM, o Módulo de Dados Estatísticos (Fig. 13) é constituído por quatro formulários distintos, e tem como objetivos agrupar e mensurar parâmetros necessários à caracterização do serviço de seguimento farmacoterapêutico e do perfil clínico e farmacológico da população atendida. Para isso são utilizados cálculos simples de estatística descritiva, cujos resultados são representados numericamente e/ou através de gráficos. É importante salientar que essas informações são geradas automaticamente com base nos dados inseridos ao longo das entrevistas farmacêuticas. Figura 13 – Tela parcial do formulário inicial do Módulo de Dados Estatísticos Fonte: Arquivo Pessoal do Autor. O formulário de Estatística Mensal (Fig. 14) é composto basicamente por oito relatórios que contêm dados estatísticos a partir de indicadores de saúde, tais como o número de pacientes atendidos pelo Programa de Atenção Farmacêutica; número de pacientes inscritos no mês; número de pacientes atendidos no mês; e a quantidade de pacientes excluídos ou que receberam alta. Foi desenvolvido para satisfazer a necessidade de encaminhamento mensal desses dados ao Centro Médico Assistencial da Marinha (mais precisamente aos Gerentes Executivo e Geral dos Programas de Saúde), previsto no Manual para Aplicação dos Programas de Saúde da Marinha. Além dos relatórios, o formulário contém um sub-formulário para inserção dos dados estatísticos obtidos a cada mês, e que devem ser mantidos em arquivo no próprio BDFARM. Figura 14 – Tela parcial do formulário de Estatística Mensal 36 O formulário de Dados Estatísticos Gerais (Fig. 15) representa a consolidação das informações necessárias para mensurar o alcance e o desempenho do serviço de Seguimento farmacoterapêutico, principalmente por meio da representação numérica da quantidade de pacientes cadastrados; média aritmética desses pacientes; quantidade de PRM identificados; quantidade de PRM resolvidos; informações sobre adesão dos pacientes ao tratamento farmacológico; prevalência das principais patologias; e quantidade média de medicamentos consumidos diariamente por paciente. Figura 15 – Tela parcial do formulário de Dados Estatísticos Gerais Fonte: Arquivo Pessoal do Autor. A representação gráfica dos indicadores relativos à evolução quanto ao cadastramento e quanto ao atendimento de pacientes, anualmente ou em meses específicos por situação funcional, é realizada por meio do formulário Estatística em Gráfico (Fig. 16). 37 Figura 16 – Tela parcial do formulário Estatística em Gráfico Fonte: Arquivo Pessoal do Autor. 3.6.7 Módulo Agenda de Entrevistas O módulo de Agenda de Entrevistas, como o próprio nome diz, foi desenvolvido para o agendamento e o controle das entrevistas farmacêuticas. O relatório principal (Fig. 17) é constituído pelo nome do paciente, data da última entrevista (última 38 atualização), data da próxima entrevista e pelo número do telefone residencial ou do celular do paciente (Fig. 15). Figura 17 – Tela parcial do formulário Agenda de Entrevistas Fonte: Arquivo Pessoal do Autor. No canto superior direito do relatório encontram-se ferramentas que possibilitam a impressão do formulário de marcação de entrevista a ser entregue ao paciente (Fig. 18); a impressão do relatório de pacientes que não compareceram à última entrevista agendada; e a impressão da Declaração de Consentimento Livre e Esclarecido. Figura 18 – Formulário de Marcação de Entrevista Fonte: Arquivo Pessoal do Autor. 39 3.6.8 Módulo de Controle de Acesso e Manutenção O módulo de controle de Acesso e Manutenção é composto por três formulários principais: Cadastro de Usuário; Permissões; e Painel de manutenção. Os objetivos desse módulo são o de estabelecer a política de segurança do BDFARM no que diz respeito ao acesso às informações, e o de prover meios de editar, exportar e importar as principais tabelas do banco de dados. O formulário de Cadastro de Usuário (Fig. 19) é constituído por campos necessários à inclusão e exclusão de usuários do BDFARM, e a permissão de acesso a essa ferramenta é exclusiva do administrador do banco de dados. O termo “usuário” é entendido como o profissional de saúde que terá permissão para utilizar o banco de dados, com emprego de senha pessoal, e cujo acesso às informações será concedido de forma hierarquizada e compartimentada, por meio de um perfil de permissões estabelecido pelo administrador do BDFARM. Para isso, o administrador utiliza o formulário Permissões do módulo de Controle de Acesso e Manutenção. Tanto o formulário de Cadastro de Usuários quanto o de Permissões foram implementados com o objetivo de se cumprir a manutenção do sigilo das informações clínicas e pessoais dos pacientes, bem como se adequar às orientações emanadas pela Diretoria de Saúde da Marinha relativas aos procedimentos para tratamento das informações pessoais, estabelecidos na Lei 12.527/2011, que regula o acesso a informações previsto na Constituição Federal. Figura 19 – Formulário para inclusão de Usuários do BDFARM Fonte: Arquivo Pessoal do Autor. 40 Por outro lado, o formulário de Manutenção e Reparo (Fig. 20) possibilita o acesso à estrutura das principais tabelas, bem como suas exportações e importações. O desenvolvimento desse módulo surgiu com a necessidade de se realizar alterações diretamente nas principais tabelas do BDFARM (tabela de pacientes, tabela de medicamentos e tabela de anotações técnicas), bem como a de realizar backup e restauração desses objetos. Essas ferramentas devem ser utilizadas apenas pelo administrador do banco de dados, ou por usuário que possua os conhecimentos necessários e a autorização concedida conforme o seu perfil de acesso. Figura 20 – Tela parcial do formulário Manutenção e Reparo Fonte: Arquivo Pessoal do Autor. 3.7 A IMPLANTAÇÃO DO BDFARM NO SERVIÇO DE SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO DO SNNF O Programa de Atenção Farmacêutica foi implantado no Sanatório Naval de Nova Friburgo no mês de junho de 2011. Nessa primeira fase do Programa ainda não havia sido implementado o serviço de Seguimento Farmacoterapêutico. A ação em saúde resumia-se em orientações gerais no ato da dispensação dos medicamentos, e o registro dos dados colhidos era realizado em formulário impresso, que continha 41 escassas informações acerca da condição clínica e farmacológica dos pacientes. Porém, no início do mês de outubro do mesmo ano, após terem sido providenciados os recursos de mobiliário necessário e realizada a reorganização do espaço físico do SeDiMe, ocorreram as primeiras entrevistas farmacêuticas com intuito de se estabelecer um cadastro dos pacientes que necessitavam de acompanhamento farmacoterapêutico. Nesse período, ocorria o desenvolvimento do BDFARM, cuja versão inicial ficou pronta para teste ao final do referido mês. A utilização do BDFARM no Seguimento Farmacoterapêutico, em caráter experimental, foi iniciada em 11 de novembro de 2011, após autorização concedida pelo Sr. Diretor do SNNF. Durante essa fase de testes, o BDFARM foi instalado em um dos microcomputadores do SeDiMe, com configuração básica tanto de software quanto de hardware. Devido a sua simplicidade não é necessário ter o aplicativo Access instalado na máquina para rodá-lo, bastando instalar o software RunTime do Access - um programa disponibilizado gratuitamente pela internet. A fase teste durou cerca de seis meses, e ao longo desse período o banco de dados foi continuamente avaliado e aperfeiçoado. Decorridos dez meses de uso, o BDFARM foi instalado em um dos servidores de rede do SNNF, o que possibilitou a utilização multiusuário do banco de dados, além de elevar o nível de segurança de acesso às informações. 42 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante o período de utilização do BDFARM no Setor de Distribuição de Medicamentos do Sanatório Naval de Nova Friburgo, compreendido entre os meses de novembro/2011 a janeiro/2013, foram cadastrados 80 pacientes ambulatoriais e realizadas 320 entrevistas. O emprego do banco de dados na prática do seguimento farmacoterapêutico possibilitou a avaliação desta ferramenta, ao nível de usuário final (utilizadores), e de forma objetiva e reprodutiva, quanto aos seus requisitos funcionais, bem como quanto às características de qualidade de software previstas na Norma ISO/IEC 9126. A avaliação desses quesitos traduzem os resultados obtidos com o desenvolvimento e implantação do BDFARM no Programa de Atenção Farmacêutica do SNNF, bem como favorece uma análise crítica em face da existência de outros sistemas e softwares que possuem destinação semelhante. Segundo o dicionário Aurélio (2002), o termo requisito pode ser definido como “condição necessária para a obtenção de certo objetivo, ou para o preenchimento de certo fim”. Nesse sentido, para que o BDFARM alcance o seu objetivo, que é o de constituir uma ferramenta de auxílio ao profissional farmacêutico para as ações de Seguimento Farmacoterapêutico, ele deve cumprir os seguintes requisitos funcionais: possibilitar a elaboração do perfil farmacoterapêutico dos pacientes; disponibilizar informações confiáveis e relevantes sobre os principais medicamentos utilizados na prática clínica; disponibilizar informações sucintas sobre as doenças crônicas mais prevalentes; e gerar relatórios gerenciais das atividades desenvolvidas. Segundo a Resolução 357/2001 do Conselho Federal de Farmácia (Brasil, 2001), perfil farmacoterapêutico de um paciente é “o registro cronológico da informação relacionada com o consumo de medicamentos, permitindo ao farmacêutico realizar o acompanhamento de cada paciente para garantir o uso seguro e eficaz dos medicamentos”. E ainda, em seu artigo nº 68 explicita os dados que devem estar contidos na ficha do perfil farmacoterapêutico, quais sejam: identificação do paciente; dados clínico-patológicos; medicamentos prescritos; e cumprimento dos tratamentos. Ao encontro da Resolução supracitada encontra-se a Resolução 499/2008 (Brasil, 2008) que estabelece que “o perfil farmacoterapêutico e o acompanhamento da terapêutica farmacológica permitem ao farmacêutico identificar, prevenir e solucionar problemas relacionados com a terapêutica farmacológica”; e no parágrafo único do 43 referido artigo são explicitados tais problemas: “necessidade de um medicamento adicional; uso de um medicamento que é desnecessário; ausência de resposta terapêutica; utilização de dose subterapêutica; presença de reação adversa a medicamento; emprego de superdose; e não adesão”. Em relação ao BDFARM, esse primeiro requisito funcional, ou seja, possibilitar a elaboração do perfil farmacoterapêutico dos pacientes, é completamente cumprido por meio da existência dos diversos campos que compõem o formulário “Inserção de Prontuário Farmacoterapêutico”. (Fig. 07). Quanto ao segundo requisito funcional (disponibilizar informações confiáveis e relevantes sobre os principais medicamentos), a importância das informações sobre medicamentos para a prática clínica é tão grande quanto à dificuldade em obtê-las de fontes atualizadas, cientificamente corretas e isentas de conflitos de interesse. O módulo de Banco de Dados de Medicamentos do BDFARM, representado pelo formulário Monografias de Medicamentos (Fig. 09) foi idealizado para suprir essa necessidade, uma vez que armazena e disponibiliza informações que foram joeiradas em fontes técnicocientíficas confiáveis, cujas referências são explicitadas em campo específico. A quantidade de medicamentos atualmente cadastrados (cerca de 100) ainda é muito pequena quando considerada a enormidade de fármacos e formas farmacêuticas atualmente disponíveis no mercado. Nesse sentido, o formulário destinado à inserção dos dados sobre medicamentos trás uma proposta interativa, ao possibilitar ao profissional farmacêutico inserir informações sobre os fármacos não constantes da relação padronizada no Sistema de Distribuição de Medicamentos da Marinha (SisDiMe). A atenção ao paciente requer do profissional farmacêutico conhecimentos teóricos sobre a fisiopatologia; as manifestações da doença; sua história natural; as influências que a modificam; os tratamentos farmacológicos previstos em diretrizes médicas baseadas em evidência; e se possível, seu prognóstico. Sendo assim, o Módulo de Banco de dados sobre Patologias do BDFARM foi concebido com vista a disponibilizar, em uma mesma plataforma de trabalho, informações básicas acerca das patologias crônicas mais prevalentes da população ambulatorial do SNNF. O BDFARM cumpre desta forma, o terceiro requisito avaliado: o de disponibilizar ao farmacêutico informações sucintas sobre doenças crônicas. Para que seja alcançada a excelência na qualidade do atendimento dos pacientes em seguimento farmacoterapêutico, impõe-se que sejam mensurados e avaliados os 44 resultados das ações empreendidas. Para isso, o BDFARM gera relações, relatórios e gráficos com dados estatísticos que possibilitam a caracterização do perfil clínico e farmacológico dos utentes, bem como subsidia a análise dos resultados alcançados pela atividade clínica do profissional farmacêutico. Nesse contexto, o BDFARM disponibiliza, dentre outras informações, a taxa de prevalências das principais patologias crônicas; a média aritmética das idades dos pacientes; a porcentagem de pacientes que apresentaram comprometimento da adesão ao tratamento farmacológico; a média aritmética dos medicamentos utilizados diariamente pelos pacientes; a quantidade total de problemas relacionados a medicamentos identificados; a quantidade de problemas relacionados a medicamentos até então resolvidos; e a descrição das intervenções farmacêuticas realizadas para cada paciente e os resultados obtidos. Todos esses dados constituem os relatórios gerenciais, e ratificam o cumprimento do BDFARM quanto ao quarto requisito funcional avaliado (gerar relatórios gerenciais das atividades desenvolvidas). Ainda inserido no processo de avaliação do BDFARM, foram consideradas algumas das características definidas na ISO/IEC 9126, tais como: a funcionalidade; a usabilidade; e a confiabilidade. A funcionalidade “descreve um conjunto de atributos que evidenciam a existência de um grupo de funções, que satisfazem as necessidades explícitas ou implícitas, e suas propriedades especificadas.” (SODRÉ, 2006, p. 29). Em outras palavras, é tudo aquilo que um software pode fazer levando-se em conta sua especificação. Nesse aspecto o BDFARM apresenta considerável abrangência, pois atende as necessidades apresentadas pelos profissionais farmacêuticos não só quanto ao registro e documentação dos prontuários farmacoterapêuticos em formato digital, mas também quanto ferramenta de auxílio à decisão por meio das bases de dados sobre medicamentos e patologias crônicas. Por sua vez, “a usabilidade de um produto pode ser mensurada, formalmente, e compreendida, intuitivamente, como sendo o grau de facilidade de uso desse produto para um usuário que ainda não esteja familiarizado com o mesmo.” (TORRES; MAZONNI, 2004, p. 152). Considerando esta característica, os campos que constituem os diversos formulários digitais disponibilizados no BDFARM apresentam considerável simplicidade de preenchimento, não exigindo do usuário conhecimentos específicos em informática. Aliado a isso, o banco de dados possui ferramentas consistentes, que em sua maioria executam tarefas automaticamente (cálculo do índice de massa corporal; 45 cálculo da idade do paciente baseado em sua data de nascimento; geração de relatórios e relações; indicação crítica dos prontuários cujas avaliações ainda encontram-se pendentes; existência de campos cujas opções de valores para preenchimento encontram-se tabeladas ou previamente listadas; etc.). A confiabilidade de software é definida como a probabilidade do sistema funcionar sem ocorrência de falhas num período e ambiente especificados (FILHO, 2010). Os softwares não sofrem desgastes como os hardwares, porém são susceptíveis a erros que podem provocar a ocorrência de falhas operacionais. Foi observado que ao longo do período de utilização considerado (27 meses), não foi observado qualquer indício de inconsistência da base de dados ou problemas operacionais no sistema gerenciador de banco de dados. A partir desses resultados, pode-se fazer uma análise comparativa do BDFARM tanto em relação à forma mais usual de registro e documentação das informações obtidas pelas entrevistas farmacêuticas, ou seja, por meio de formulários ou fichas impressos em papel, quanto em relação aos outros sistemas de informação desenvolvidos para serem aplicados em seguimento farmacoterapêutico. O emprego de formulários e fichas esta previsto pelas diversas metodologias adotadas para as ações de seguimento farmacoterapêutico (método Dáder; PWDT Pharmacist’s Workup of Drug Therapy – “Modelo Minnesota”; TOM - Therapeutical Outcomes Monitoring). Porém, apesar da praticidade de utilização, essa maneira de registrar e documentar as informações clínico-farmacológicas colhidas pelo farmacêutico apresenta “dificuldades para sua organização e torna o processo de recuperação dos dados exaustivo e complicado, limitando a sua aplicação no cotidiano”. (Yokoyama; et all, 2009). Corroborando este aspecto, o artigo 2º da resolução nº 555 do CFF, estabelece que o “registro deve ser realizado, preferencialmente, em meio eletrônico”. (Grifo nosso). Porém, a proposta trazida pelo BDFARM transcende a de simplesmente satisfazer à necessidade de registro e documentação do seguimento farmacoterapêutico de forma digital. Sendo assim, quando comparado a outros sistemas informatizados, as funcionalidades apresentadas pelo banco de dados desenvolvido no SNNF diverge sobre alguns aspectos, apesar de possuírem objetivo em comum quanto a sua área de aplicação. Isso se dá, primeiramente, devido à disparidade quanto ao aspecto de recursos de Tecnologia de Informação (TI) empregados, a começar pela inexistência de qualificação técnica do desenvolvedor do BDFARM na área de conhecimento de 46 informática. Para contornar as dificuldades originadas por este último aspecto, e levando-se em conta a situação conjuntural quanto à disponibilidade de recursos financeiros, o autor utilizou o software gerenciador de banco de dados da Microsoft, o Access (versão 2007). Apesar de o referido software ser considerado eficiente pela crítica especializada, melhores níveis de qualidade de banco de dados são alcançados quando desenvolvidos, a partir de um projeto de software, com o emprego de linguagens de programação mais complexas, versáteis e que cuja utilização exige, quase sempre, qualificação profissional considerável. Com isso, o BDFARM não reflete o estado da arte quando inserido no âmbito dos sistemas de informação desenvolvidos por empresas especializadas em Engenharia de Software; porém representa um considerável avanço quando suas características e seu desempenho são mensurados em âmbito institucional, haja vista que durante o processo de pesquisa e levantamento de informações, foi observado que parece não haver trabalhos produzidos e/ou publicados pelas Forças Armadas que relatem o tema abordado. Secundariamente, as diferenças entre o BDFARM e os demais sistemas existentes têm origem na abrangência funcional idealizada para o BDFARM, representada pelo esforço em constituir uma ferramenta de auxílio à decisão do profissional farmacêutico. Nesse sentido, foram inseridos em uma mesma plataforma de trabalho os banco de dados de prontuários farmacoterapêuticos, das informações sobre medicamentos, e das patologias crônicas de maior prevalência ao nível de pacientes ambulatoriais. Aliada a isso, a integração de ferramentas que geram relatórios estatísticos e gerenciais é mais um diferencial do BDFARM. Finalmente, cabe mencionar que o desenvolvimento e a implantação do BDFARM concorreram para que o Sanatório Naval de Nova Friburgo fosse laureado como o vencedor do Prêmio de Gestão referente ao ano de 2012. A premiação tem como propósito prestigiar a Organização Militar subordinada ao Centro Médico Assistencial da Marinha, que durante o ano, tenha se destacado na implementação de práticas inovadoras que contribuíram para o aprimoramento do modelo de gestão e para a melhoria dos serviços prestados aos usuários do Sistema de Saúde da Marinha. 47 5 CONCLUSÃO Os dados obtidos por meio de pesquisa bibliográfica confirmam que a necessidade social da inserção do farmacêutico em atividades clínicas por meio da Atenção Farmacêutica é um axioma. Neste contexto, o Seguimento Farmacoterapêutico é a principal e mais complexa vertente dessa recente prática profissional, e sua execução exige que se empregue um método que contemple as atividades de registro e de documentação das informações clinico-farmacológicas dos pacientes, bem como das intervenções farmacêuticas empreendidas e seus respectivos resultados. Sendo assim, o desenvolvimento e a implantação de um banco de dados no âmbito do Sanatório Naval de Nova Friburgo, objetivou não somente fornecer uma alternativa à forma mais convencional de se registrar e documentar as ações de seguimento farmacoterapêutico (formulários impressos), mas também apresentar um protótipo de ferramenta de auxílio ao farmacêutico, no que diz respeito às informações sobre medicamentos, sobre patologias crônicas, e quanto ao gerenciamento dessa atividade por meio de relatórios e dados estatísticos. A partir dos resultados obtidos pela avaliação dos requisitos e das características do BDFARM, pode-se concluir que sua aplicação nas ações de seguimento farmacoterapêutico possibilitou uma nova forma de elaborar, processar, avaliar, arquivar e recuperar as informações clínico-farmacológicas dos pacientes obtidas ao longo das entrevistas farmacêuticas. As funcionalidades do banco de dados representam um importante instrumento de auxílio à decisão clínica do profissional farmacêutico. A usabilidade e confiabilidade apresentadas sedimentam o seu valor como ferramenta de aplicação simples e robusta; enquanto a sua segurança, representada pela restrição de acesso à base de dados por parte de usuários não credenciados, proporciona a manutenção da confidencialidade exigida no manuseio de informações pessoais. Torna-se ainda oportuno explicitar que, no entender do autor, o aspecto mais importante da experiência com o desenvolvimento e implantação do BDFARM no SNNF não esta representado pelas características técnicas ou operacionais do banco de dados. Não se trata somente do que ele pode ou não fazer. Seu valor maior encontra-se na afirmação, mesmo que de uma forma subliminar, quanto à necessidade, possibilidade e viabilidade da elaboração de um software de alta qualidade, ou mesmo a inclusão das funcionalidades do BDFARM em um Sistema de Gerenciamento em Saúde mais abrangente, para realização do Seguimento Farmacoterapêutico no âmbito do Programa 48 de Atenção Farmacêutica preconizado pela Marinha do Brasil. 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGONESI, D.; SEVALHO, G. Atenção Farmacêutica:fundamentação conceitual e crítica para um modelo brasileiro. Ciência & Saúde Coletiva, 15(Supl. 3):3603-3614, 2010. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/csc/v15s3/v15s3a35.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2013. 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