Mestranda: KÁTIA CRISTINA DOS SANTOS VIEIRA Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Niituma Ogata Co-orientadora: Prof.ª Dr.ª Adriana Barbieri Feliciano Título da Dissertação: O trabalho do agente comunitário de saúde na Estratégia Saúde da Família: encontros e desencontros de uma prática em São Carlos/SP. Resumo: Trata-se de um estudo de natureza exploratória descritiva, de abordagem qualitativa, mais, especificamente, do tipo estudo de caso. Objetiva analisar o trabalho do Agente Comunitário de Saúde, na perspectiva do usuário do serviço de saúde e do próprio ACS, identificando as atividades desenvolvidas por esses atores, as percepções dos ACSs quanto ao seu papel na equipe para o cuidado individual e coletivo e as percepções e expectativas dos usuários quanto ao trabalho do ACS. Os sujeitos do estudo foram seis ACS de uma Unidade de Saúde da Família do município de São Carlos e quatro usuários do serviço de saúde e representantes da população no Conselho Gestor Local de Saúde. Os referenciais que sustentaram o estudo e que foram objeto de aprofundamento teórico: saúde da família, trabalho e modelos de atenção no SUS. A coleta dos dados se deu por meio de entrevista individual, semi-estruturada. Os conteúdos transcritos das entrevistas foram análisados segundo a técnica categorial temática. Os dados coletados foram analisados separadamente e obteve-se as seguintes categorias: o que é ser ACS: entre o ideal e o real; organização do cotidiano de trabalho do ACS; desmotivação e impotência diante da adversidade; falta de EPS: a asfixia do trabalho do ACS; quem é o ACS para mim?; o real e o ideal do trabalho do ACS, na perspectiva dos usuários e; o agir para fortalecimento do trabalho do ACS. A análise das categorias possibilitou uma aproximação das dificuldades e facilidades do cotidiano de trabalho do ACS, elementos ora desmotivadores, ora potencializadores da prática desse sujeito. Identificou-se a multifuncionalidade do ACS como dificultador da construção da identidade desse trabalhador perante a população. Quanto aos usuários, verificou-se a expectativa de que o ACS contribua para o exercício da cidadania, orientando a população sobre seus direitos e deveres, ou seja, não se limitaram em suas falas ao trabalho técnico do ACS, mas contemplaram a dimensão político-social do papel desse sujeito. A pesquisa indica que a mudança de modelo de produção de saúde não depende apenas de um trabalhadorACS - e tampouco com simples implantação de novas equipes de saúde da família. É necessário um esforço conjunto de todos os trabalhadores da saúde e que, os mesmos possam se colocar em processo de análise crítico-reflexivo de suas práticas, reverberando em efetiva mudança de modelo de produção de saúde e consolidação do SUS. Palavras-chave: trabalho, Saúde da Família, Agente Comunitário de Saúde.