AOS TRABALHADORES DA PETROGAL/GALPENERGIA Lucros triplicam e atingem 310 milhões de euros Os principais indicadores do 1º semestre, quando comparados com igual período do ano anterior, revelam que: 1) O volume de crude processado nas refinarias aumentou em 46% 2) Os resultados operacionais na Área da Refinação cresceram mais 327 milhões de euros, o que representa um aumento extraordinário da produtividade, isto é, da riqueza produzida pelos trabalhadores. 3) As margens de refinação subiram para 7,3 dólares/barril, uma subida também extraordinária quando comparadas com o final do ano passado (0,3 dólares/barril). 4) Os lucros dispararam para 310 milhões de euros, triplicando o montante atingido no mesmo período do ano passado, já depois de descontados os impostos. Perante factos não há argumentos. Estes resultados comprovam tudo o que a Comissão Sindical Negociadora da FIEQUIMETAL e o do SICOP tem dito sobre os negócios altamente rentáveis da empresa, e também confirmam que a chamada “crise” está a servir na perfeição os interesses dos grupos económicos. De facto, quando apenas 6 empresas declararam, neste 1º semestre, 800 milhões de lucros (com a Petrogal/Galp a abocanhar 40% deste montante), ao mesmo tempo que se agravaram as desigualdades e com mais alguns milhares de portugueses, principalmente idosos e crianças a caírem na extrema pobreza, verifica-se que todas estas empresas têm um mesmo objectivo comum: usar a “crise” como álibi para imporem a redução dos salários e atacar os direitos laborais e sociais, de forma a aumentar a exploração do trabalho, ou seja, transferir para os grupos económicos e financeiros não apenas toda a riqueza produzida, mas também tudo o que é roubado aos rendimentos e aos direitos dos trabalhadores. Administração considera que os 310 milhões de lucros não chegam para assegurar a prevenção da saúde dos trabalhadores Todos sabemos que a gula do capital não tem limites. O que pode surpreender ainda alguns incautos é conhecer até onde pode chegar a extrema desumanidade dos detentores dos grupos económicos. O caso que a seguir denunciamos recentemente passado na Petrogal/Galp, é mais um exemplo que demonstra a total ausência de escrúpulos de certa gente “rica” de dinheiro, mas extremamente pobre de princípios, de valores e, sobretudo, o seu completo desprezo pela vida de quem nela trabalha. Através de uma comunicação interna, que respeita a orientações sobre restrições de custos, foram dadas instruções precisas à Medicina do Trabalho para: - Análises: suspender a prescrição de todas as análises, (apenas com excepção das que sejam urgentes ou necessárias para despiste de alguma situação...); - Biomarcadores: suspender a prescrição de exames específicos nas Refinarias de Sines e do Porto; os exames listados mensalmente a partir de Julho serão agendados para Setembro e Dezembro, com um máximo de 10 exames em cada um destes meses; - Materiais/consumíveis: os pedidos só deverão ocorrer no inicio de 2016 Se a esta barbaridade já nem sequer escapa a saúde dos trabalhadores, imaginemos o que seria então o futuro na empresa, caso vingassem os desejos da Administração em eliminar os nossos direitos e destruir os regimes de saúde e de reformas que conquistámos com muita luta há mais de 30 anos. Lutar contra as propostas eleitorais que apontam para a privatização da Segurança Social No Programa Eleitoral apresentado na semana passada pelos partidos da coligação PSD e CDS/PP, ficou claramente entendido que uma das suas primeiras prioridades, se chegassem novamente ao Governo, seria avançar rapidamente para uma “reforma” do actual sistema de pensões, assente nos seguintes aspectos fundamentais: 1) substituição do actual sistema de repartição, baseado no principio da solidariedade intergeracional, por um sistema de capitalização, entregue à lógica especulativa dos mercados; 2) introdução de um tecto contributivo, de forma a que uma parte dos salários fique fora do sistema público. Estas duas alterações teriam as seguintes repercussões: - Destruição do sistema público de segurança social, descapitalizando-o e transformando-o num sistema assistencialista, de pensões mínimas para quem aufere rendimentos médios e baixos; - Privatização da fatia maior da segurança social, o que implica uma redução generalizada do respectivo valor das futuras pensões para todos os trabalhadores que actualmente estão no activo, para além de, mesmo esses valores de pensões já reduzidas, ainda ficarem dependentes da total dependência das flutuações e do “jogo” dos mercados financeiros; - O perigo, real, de a actual e futuras gerações de trabalhadores ficarem totalmente desprotegidos quanto à segurança social, devido a uma política que, por um lado, quer impor uma “reforma” que descapitaliza o sistema público e, por outro lado, agrava o desemprego e a precariedade, agravando as dificuldades de captação de receitas para o sistema e, consequentemente, maior diminuição ainda do valor das pensões; - A descapitalização da segurança social pública não afectaria apenas o valor das pensões de reforma, como diminuiria, ou colocaria mesmo em causa, o acesso e o valor de todas as outras prestações sociais: pensões de viuvez e invalidez, subsídio de desemprego, subsídio de doença, abono de família, etc. Como se vê, este Governo não se satisfaz em deixar um país mais desigual, mais pobre e mais endividado. Um Governo que aumentou brutalmente os impostos sobre os rendimentos dos trabalhadores enquanto reduziu os impostos sobre o capital, e que desferiu ataques brutais contra a legislação laboral, a contratação colectiva e as Funções Sociais do Estado. Um Governo que não olha a meios para prosseguir a sua ofensiva contra os direitos dos trabalhadores, como é o caso da Segurança Social, uma das conquistas maiores dos trabalhadores, alcançada com o 25 de Abril. Quanto à proposta do Partido Socialista iria ter efeitos igualmente dramáticos na segurança social e, portanto, na sustentabilidade do sistema, uma vez que o efeito na competitividade que poderia resultar da baixa da TSU seria muito reduzido, mas já o seu impacto nas contas da segurança social seria ruinoso: cada redução de 1% da TSU representaria mais de 400 milhões de euros que deixariam de entrar no sistema. Assim, embora por outro caminho, seriam também reduzidas, a médio prazo, as pensões de reforma e postas em causa as prestações sociais. Acresce que a proposta do PS comportaria ainda outro risco que é o de incentivar os patrões a recusarem aumentar os salários, usando o argumento da descida da TSU. Também nestes casos se vê a importância de continuar a luta para defender os nossos regimes de reformas e de saúde e combater todas e quaisquer propostas ou medidas que têm o objectivo de destruir a Segurança Social Pública, Universal e Solidária. Plenários de Trabalhadores em Setembro Considerando que é necessário debater a situação do processo negocial e perspectivar a continuação da luta, uma vez que foi concluída a fase de mediação sem acordo, e considerando também o período mais intenso de férias neste mês de Agosto, a Comissão Sindical Negociadora vai convocar Plenários de Trabalhadores no mês de Setembro, conforme convocatórias a divulgar oportunamente. Sindicaliza-te! Reforça a Unidade e a Luta! Para melhor defenderes os teus Direitos 3/08/2015 | A Direcção