HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE Enfª Ir. Liliane Pereira Enfª Marina Sanchez Conceito Humanização: ato ou efeito de humanizar. Humanizar não é uma técnica, uma arte e muito menos um artifício, é um processo vivencial que permeia toda a atividade do local e das pessoas que ali trabalham, dando ao paciente o tratamento que merece como pessoa humana, dentro das circunstâncias peculiares que cada um se encontra no momento de sua internação. Humanizar é individualizar a assistência frente as necessidades de cada um. Desumanização na Assistência Os avanços do conhecimento e da técnica têm forte repercussão na área da saúde, refletindo diretamente no conforto pessoal, na qualidade de vida e na longevidade das pessoas. Entretanto, o avanço tecnológico trouxe consigo também um aspecto frio e mecânico, maquinal, reducionista e algo desumano na relação entre as pessoas. A crítica atual é que aprendemos o preço das coisas, mas não o seu valor. Encontramos leitos de hospitais repletos de gente chamados pela patologia que já corrói sua existência ou por aquele número dependurado na cabeceira da cama que ocupa. Ao se falar da desumanização das instituições de saúde, devemos lembrar que essas instituições, como quaisquer outras, refletem a problemática daquilo que acontece em nossa sociedade. A Humanização é sinônimo de empregar sabedoria e sentimento nos cuidados prestados, agir de maneira sincera e leal ao outro, ouvir com ciência e paciência o pedido de socorro escondido por de traz de conflitos, dores, incertezas, solidão, carência, enfim, sensações inerentes de pessoas envolvidas em um processo de perdas. Humanizar, além do atendimento fraterno e humano é procurar aperfeiçoar os conhecimentos continuadamente, é valorizar no sentido antropológico e emocional todos os elementos implicados no evento assistencial. Na realidade, a Humanização do atendimento, seja em saúde ou não, deve valorizar o respeito afetivo ao outro, deve prestigiar a melhoria na vida de relação entre pessoas em geral. A empatia e a comunicação verbal ou não verbal são pré-requisitos necessários para uma ação recíproca entre paciente e cuidador em um momento que a cura não é mais possível e a ciência é incapaz de estancar problemas provenientes da doença. Continuamos ainda diante de um ser doente e sua fragilidade, necessitando ser amparado, cuidado e amado... É neste momento que o calor humano é indispensável, pois sem ele, o cuidado se torna vazio e todos os esforços gerenciais e tecnológicos perdem seu valor. Alguns tópicos importantes para uma assistência humanizada: o interesse e competência na profissão; o diálogo entre o profissional e o usuário e/ou seus familiares; o favorecimento de facilidades para que a vida da pessoa e/ou de seus familiares seja melhor; evitar aborrecimentos e constrangimentos; respeito aos horários de atendimento. Considerações Finais Para finalizar esta partilha de idéias ou ideais, pedimos aos nossos colegas e companheiros de profissão e que amam o que fazem, pela grandeza de sua essência, que jamais percam o foco do dom que Deus lhes deu “o cuidado”. Chamar o paciente pelo nome conduzi-lo até seus aposentos, olhar nos olhos no momento de contar os batimentos cardíacos, são pequenos gestos que pra ele certamente farão a diferença.