Federação Espírita Brasileira
Estudo Sistematizado
da Doutrina Espírita
PROGRAMA FUNDAMENTAL
Módulo XVIII: Esperanças e
Consolações
ROTEIRO 2
Penas e gozos
futuros
OBJETIVO ESPECÍFICO:
•Correlacionar a natureza das penas e dos
gozos futuros ao uso do livre-arbítrio.
•Donde nasce, para o homem, o sentimento instintivo da
vida futura?
Antes [...] de encarnar, o Espírito conhecia todas
essas coisas e a alma conserva vaga lembrança do que
sabe e do que viu no estado espiritual.
Allan Kardec: O livro dos espíritos, questão 959.
• As penas e os gozos futuros não [...] podem ser
materiais, di-lo o bom senso, pois que a alma não é
matéria. Nada têm de carnal essas penas e esses gozos;
entretanto, são mil vezes mais vivos do que os que
experimentais na Terra, porque o Espírito, uma vez
liberto, é mais impressionável. Então, já a matéria não
lhe embota as sensações.
Allan Kardec: O livro dos espíritos, questão 965.
• A idéia que, mediante a sabedoria de suas leis, Deus
nos dá de sua justiça e de sua bondade não nos permite
acreditar que o justo e o mau estejam na mesma
categoria a seus olhos, nem duvidar de que recebam,
algum dia, um a recompensa, o castigo o outro, pelo bem
ou pelo mal que tenham feito.
Allan Kardec. O livro dos espíritos, questão 962 – comentário.
Os ensinamentos espíritas sobre as penas e gozos
futuros fazem oposição ao materialismo. Cada um é,
certamente, livre de crer no que quiser ou de não crer em
coisa alguma; e não toleraríamos mais uma perseguição
contra aquele que acredita no nada depois da morte, assim
como na promovida contra um cismático de qualquer religião.
Combatendo o materialismo, não atacamos os indivíduos,
mas sim uma doutrina que, se é inofensiva para a sociedade,
quando se encerra no foro íntimo da consciência de pessoas
esclarecidas, é uma chaga social, se vier a se generalizar-se.
KARDEC. Allan. O que é o espiritismo. Cap. 1– Terceiro diálogo – O padre, p. 141-142.
Complementando essas idéias, Allan Kardec nos
esclarece: Tirai ao homem o Espírito livre e independente,
sobrevivente à matéria, e fareis dele uma simples máquina
organizada, sem finalidade, nem responsabilidade; sem outro
freio além da lei civil e própria a ser explorada como um
animal inteligente. Nada esperando depois da morte, nada
obsta a que aumente os gozos do presente; se sofre, só tem
a perspectiva do desespero e o nada como refúgio. Com a
certeza do futuro, com a de encontrar de novo aqueles a
quem amou e com o temor de tornar a ver aqueles a quem
ofendeu, todas as suas idéias mudam. O Espiritismo, ainda
que só fizesse forrar o homem à dúvida relativamente à vida
futura, teria feito mais pelo seu aperfeiçoamento moral do
que todas as leis disciplinares, que o detêm algumas vezes,
mas que o não transformam.
KARDEC, Allan. A gênese. Cap.1, Item 33, p. 39
Com o Espiritismo, a vida futura deixa de ser simples
artigo de fé, mera hipótese; torna-se uma realidade material,
que os fatos demonstram, porquanto são testemunhas
oculares os que a descrevem nas suas fases todas e em
todas as suas peripécias, e de tal sorte que, além de
impossibilitarem qualquer dúvida a esse propósito, facultam à
mais vulgar inteligência a possibilidade de imaginá-la sob seu
verdadeiro aspecto, como toda gente imagina um país cuja
pormenorizada descrição leia. Ora, a descrição da vida futura
é tão circunstanciadamente feita, são tão racionais as
condições, ditosas ou infortunadas, da existência dos que lá
se encontram, quais eles próprios pintam, que cada um, aqui,
a seu mau grado, reconhece e declara a si mesmo que não
pode ser de outra forma, porquanto, assim sendo, patente
fica a verdadeira justiça de Deus.
KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Cap.2, item 3, p. 68-69.
Crer em Deus, sem admitir a vida futura, fora um
contra-senso. O sentimento de uma existência melhor reside
no foro íntimo de todos os homens e não é possível que
Deus aí o tenha colocado em vão. A vida futura implica a
conservação da nossa individualidade, após a morte. Com
efeito, que nos importaria sobreviver ao corpo, se a nossa
essência moral houvesse de perder-se no oceano do infinito?
As conseqüências, para nós, seriam as mesmas que se
tivéssemos de nos sumir no nada.
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Questão 959, p. 501.
CONCLUSÃO:
A natureza das penas e dos gozos futuros guarda
relação com o grau de evolução do Espírito, e com as ações
por ele desenvolvidas. Assim, a felicidade dos bons Espíritos
consiste em: conhecerem todas as coisas; em não sentirem
ódio, nem ciúme, nem inveja, nem ambição, nem qualquer
das paixões que ocasionam a desgraça dos homens. O amor
que os une Ihes é fonte de suprema felicidade. Não
experimentam as necessidades, nem os sofrimentos, nem as
angústias da vida material. São felizes pelo bem que fazem.
Contudo, a felicidade dos Espíritos é proporcional à elevação
de cada um. Somente os puros Espíritos gozam, é exato, da
felicidade suprema, mas nem todos os outros são infelizes.
Entre os maus e os perfeitos há uma infinidade de graus em
que os gozos são relativos ao estado moral. Os que já estão
bastante adiantados compreendem a ventura dos que os
precederam e aspiram a alcançá-Ia. Mas, esta aspiração
Ihes constitui uma causa de emulação, não de ciúme.
Sabem que deles depende o consegui-Ia e para a
conseguirem trabalham, porém com a calma da
consciência tranqüila e ditosos se consideram por não
terem que sofrer o que sofrem os maus.
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Questão 967, p. 504-505.
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