TRÍADE DA MULHER ATLETA
BRUNO BORGES HERNANDES
R3 MEDICINA ESPORTIVA
INTRODUÇÃO
 1. Desordem Alimentar
 2. Amenorréia
 3. Osteoporose
- A minoria das atletas apresentam os 3 componentes juntos.
INTRODUÇÃO
 Prevalência:
- Desordem alimentar 15 – 62% ( pop 13-20%)
- Disfç menstrual 6 - 79% ( 2 - 5%)
- Presença de osteopenia em atletas 22- 50%
 Etiologia:
- A raiz da síndrome é a disponibilidade energética bx
- Obter imagem atlética e melhores resultados
MANEJO
 Envolve uma equipe multidisciplinar e suporte de
familiares, treinadores e amigos.
 foco principal é a correção da baixa disponibilidade de
energia e fornecimento de apoio emocional (adesão)
 ACSM/2007 --> 1° objetivo deve ser o aumento da
disponibilidade de energia por consumo crescente e/ou
redução do gasto.
MANEJO
 Redução de 10 a 20% da carga de treinos pode ser
suficiente para normalizar o ciclo menstrual.
 Exercícios resistidos e dieta balanceada c/ suplementação
de cálcio e vit D.
 Tem sido proposta a reposição de estrogênios/uso de ACO:
- prevenir a perda óssea,
- atuam no controle do ciclo em dias de competição.
MANEJO
 Deve-se ter uma estratégia de aproximação p/ atletas de
alto risco ou sintomáticas --> abordagem precoce.
 Confidencialidade.
 A atleta deve ser hospitalizada dependendo da gravidade do
quadro.
Dist Alimentares
 1° passo é a avaliação nutricional determinando-se a
"disponibilidade de energia" (quantidade de energia na dieta
restante após o exercício)
Estabelecer um peso-alvo. 250-500g/sem
Idealmente a atleta deve preencher um diário alimentar de 3
dias (1 dia de fds), e pesar/quantifiquar as porções dos
alimentos.
 acelerômetro para calcular gasto calórico.
Dist Alimentares
 Psicoterapia é uma abordagem comum e eficiente pois
proporciona maior compreensão das raízes psicológicas dos
transtornos
 Identificar se o distúrbio alimentar antecedeu o
envolvimento no esporte.
 Estratégias de enfrentamento (relaxamento, assertividade,
identificar e modificar padrões de comportamento),
gerenciar sintomas de distúrbios alimentares e situações de
risco
Dist Alimentares
 Terapia cognitivo-comportamental (TCC): + eficaz,
especialmente p/ bulimia.
 ISRS, antiepilépticos, antipsicóticos atípicos (olanzapina) e
medicamentos antiobesidade tem mostrado redução de
sintomas desses transtornos. BZD?
 Avaliar a proibição de diversas substâncias por diferentes
órgãos de governo no contexto esportivo
Dist Alimentares
 Golden e cols,1997: 90% de adolescentes amenorréicas
retomam menstruação após restaurar peso
 Willians e cols,2001: Aumento calórico de 20% levaria a
ovulação em 2 meses e aumento de 50% em cerca de 2
semanas.
Dist Menstruais
Presença de irregularidades menstruais: atentar p/ história,
hábitos alimentares, exame físico direcionado e investigação
do perfil hormonal.
Disfunção menstrual + baixo peso ou aumento da
intensidade dos exercicios: normalizar ingesta calórica,
equilibrar treinos, recuperação adequada.
Monitorizar por 6 meses antes do uso de hormônios (antes
se piora da DMO) Um indicador clínico valioso é melhora da
disposição e da performance.
Dist Menstruais
 Benefícios:
1.contracepção,
2.controle dos ciclos,
3. melhora da dismenorréia,
4.sd pré-menstrual,
5. profilaxia anemia ferropriva
 Doses iniciais associam-se a alta incidencia de efeitos colaterais: TGI,
ganho de peso (retenção hídrica ou aumento de apetite -> inaceitável).
 Sempre associar progesterona, evitando-se hiperplasia endometrial
Dist Menstruais

Contra-indicações à terapia estrogênica

Absolutas:
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

-AVC
-DAC
-Desordens tromboembólicas
-Disfunção hepática
-Neoplasias estrógeno-dependentes
-Sangramento vaginal sem diagnóstico
-CA de mama

Relativas:
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
-HAS
-DM/intolerância a glicose
-DLP
-Doenças renais ou biliares
-Enxaqueca
-Depressão
-Cirurgias recentes
Osteoporose
 Correção de baixa disponibilidade energética e amenorréia,
ingesta adequada de Ca2+/vit.D e treinamento resistido são
efetivos p/ baixa DMO
 Os efeitos da atividade física na massa óssea são
maximizados c/ consumo de adequado de cálcio e vitamina
D:
- Cálcio: 1200-1500 mg/d (11-24a)
- Vit.D: 400-800 UI/d
Osteoporose
 Programas de exercícios resistidos tem mostrado aumento
da DMO e devem ser implementadas em todas essas
atletas.
 Terapias anti-reabsortivas (bifosfonatos, calcitonina) não
foram testadas e não são recomendadas em pacientes
jovens.
 Considerar apenas em casos de osteoporose franca.
Potencial teratogênico e podem permanecer no osso
mineralizado por vários anos.
Disfunção endotelial
Exercícios aeróbios -> potencial de restaurar vasodilatação endotéliodependente -> aumento da biodisponibilidade de NO
 Rickenlund e cols, 2005 -> aumento significativo da DMF após 9
meses c/ baixa dose de ACO (30 mcg etinilestradiol + 150 mcg
levonorgestrel)
 Women's Health Iniciative (WHI)
*2002: aumento de 22% no risco de eventos cardiovasculares em
mulheres na pós-menopausa com reposição hormonal.
*2010: aumento da incidência de ca de mama e mortalidade por ca de
mama nesse mesmo grupo.
Disfunção endotelial
Suplementação c/ ác. fólico ->regeneração endógena de
tetrahidrobiopterina (cofator essencial para a produção
endotelial da NO sintase) aumento do NO
- efeito anti-oxidante na vasculatura
- ↑ biodisponibilidade de NO
- melhora DMF
Ác fólico 10 mg/d, 4-6 sem --> melhora significativa da DMF
(dilatação mediada por fluxo) em corredoras eumenorréicas e
dançarinas
CONCLUSÕES
manejo eficaz se baseia nos seguintes pilares:
-equipe multidisciplinar
-correção de baixa oferta de energia
-suporte emocional
 Situações que exigem grau elevado de suspeição:
-ênfase na perda de peso
-pressão excessiva (staff, individual ou familiar)
-baixa auto-estima
-perfeccionismo
-ansiedade e atitudes obssesivo-compulsivas
-atletas excessivamente magras ou com imagem corporal
distorcida
-amenorréia
-fx por estresse incomuns
 A equipe deve ter uma estratégia para aproximação das
atletas de alto risco ou sintomáticas já que o
reconhecimento precoce é crucial p/ o tratamento.
 Redução da carga de treinos, adequação nutricional,
suporte psicológico, cálcio/vit D e reposição hormonal são
as principais medidas preconizadas.
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