A HISTÓRIA DA VIOLÊNCIA NO BRASIL historiativanet.wordpress.com A marginalização do negro no Brasil Lei Áurea (1888) Lei de Terras (1850) O governo não preocupou-se em integrar o negro na sociedade, dando margem para o processo de marginalização Proibição de atividades, como a capoeira Do cortiço à favela A população pobre do Rio de Janeiro aglomerava-se em cortiços no centro da cidade Durante o governo de Rodrigues Alves (190206) foi realizado o processo de sanitarização da cidade, idealizada pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz A população pobre sem ter outra saída passa a povoar as encostas dos morros, dando origem às favelas. O nome favela remete a uma planta encontrada em Canudos e também na encosta dos morros. A grande presença de soldados que identificavam a planta foi o elo para a adoção do apelido Do cortiço à favela A favela e a marginalidade A concentração de uma população pobre, distante do resto da sociedade, permitiu a criação de uma cultura própria, com valores que vinham reforçar os aspectos positivos dos homens que ali viviam. Aos poucos a favela ganhou vida própria, onde os excluídos ganhavam vozes. No entanto, aos poucos a marginalidade ganhou espaço e reconhecimento como uma forma afirmação e defesa dos excluídos O malandro O malandro se tornou figura representativa do brasileiro pobre, marginalizado, que sobrevive a partir de atividades moralmente questionáveis, como pequenos furtos, jogos roubados e trapaças em geral Eram os heróis das classes marginalizadas e se tornaram figuras importantes nas favelas cariocas O malandro, o samba e Getúlio Vargas Aos poucos a cultura da malandragem, assim como o samba se tornaram elementos centrais da cultura popular Getúlio Vargas com sua proposta trabalhista, via nessa cultura algo depreciativo, pois os pobres viam com orgulho aqueles que venciam na vida não pelo trabalho, mas através de atividades ilegais. Para tentar reformular esse padrão cultural, Getúlio investiu na transformação do samba como ritmo nacional. Foram gravados os primeiros sambas, que tiveram que adequar suas letras aos propósitos trabalhistas, abandonando os ideais da malandragem. Lenço no Pescoço (Wilson Batista) Meu chapéu do lado Tamanco arrastando Lenço no pescoço Navalha no bolso Eu passo gingando Provoco e desafio Eu tenho orgulho Em ser tão vadio Sei que eles falam Deste meu proceder Eu vejo quem trabalha Andar no miserê Eu sou vadio Porque tive inclinação Eu me lembro, era criança Tirava samba-canção Comigo não Eu quero ver quem tem razão E eles tocam E você canta E eu não dou O Bonde do São Januário(Wilson Batista) Quem trabalha É quem tem razão Eu digo E não tenho medo De errar Quem trabalha... O Bonde São Januário Leva mais um operário Sou eu Que vou trabalhar O Bonde São Januário... Antigamente Eu não tinha juízo Mas hoje Eu penso melhor No futuro Graças a Deus Sou feliz Vivo muito bem A boemia Não dá camisa A ninguém Passe bem! Homenagem ao malandro (Chico Buarque) Eu fui fazer um samba em homenagem à nata da malandragem, que conheço de outros carnavais. Eu fui à Lapa e perdi a viagem, que aquela tal malandragem não existe mais. Agora já não é normal, o que dá de malandro regular profissional, malandro com o aparato de malandro oficial, malandro candidato a malandro federal, malandro com retrato na coluna social; malandro com contrato, com gravata e capital, que nunca se dá mal. Mas o malandro para valer, não espalha, aposentou a navalha, tem mulher e filho e tralha e tal. Dizem as más línguas que ele até trabalha, Mora lá longe chacoalha, no trem da central Associação entre a favela e o crime Durante a Ditadura Militar a associação entre a marginalidade e a favela foi reforçada pela ação repressiva do Estado O crescimento das desigualdades sociais levou a uma crescente onda de violência que se confundia com as ações polítcas É o inicio da formação do crime organizado, não só no Rio de Janeiro, como também em São Paulo A marginalidade e o crime ganham novos significados e ideologia Destaca-se nesse período o crescimento e estruturação do tráfico de drogas e do jogo do bicho