Sistema Imune e exercício
Natália M. Guardieiro
Dra. Fernanda Lima
R1 Medicina do Esporte
Sistema Imune
Sistema imunologico artificiais, 2011
Sistema Imune Inato
Neutrófilos
•
•
lisozima:parede de gram positivas
lactoferrina
Exercício
*Atividade variável – diferenças interindividuais/treinamento/duração
• Agudo: leucocitose ( ex. >60 min) e neutrofilia (catecolaminas/cortisol)
Burst oxidativo,fagocitose aumentados, mas diminuídos quando em contato bacteriano por horas
Tipos de exercício
-Aeróbio (70%VO2 máx, 30’/mulheres treinadas):migração de neutrófilos
reduzida 24h até 48h
-Intenso (>80%VO2): elevação enzimas (lactoferrina/elastase/lisozima)
• Crônico: não altera número de neutrófilos
Exceto em paciente com doenças inflamatórias crônicas -> efeito antinflamatório
Sistema Imune Inato
Macrófagos
• lisozimas e proteinases, fatores de coagulação
• APC
Exercício
• Agudo: Monocitose transitória 2h (catecolaminas/cortisol)
Diminui IL-6, IL-1, TNFalfa, expressão antigênica, MHCII
Adrenalina:monocitose x Betabloqueador: redução dos monócitos
-Moderado/intenso: Aumenta produção de EROs , atividade enzimas, atividade anti-tumoral,
quimiotaxia, atividade fagocitária e citotóxica
-Exercício exaustivo/prolongado (>2h/d):Diminui função anti-viral (aumento catecolaminas)
*HSV-1
• Crônico: Efeito antinflamatório principalmente em doenças inflamatórias
Redução CD14/CD16, reduz infiltração de monócitos em locais com inflamação crônica (tu
mor)
Sistema Imune Inato
Células NK
•
•
Células citotóxicas não específicas (linfócitos T)
Resposta precoce às células tumorais/infecções virais
Exercício
• Agudo: Redução das moléculas de adesão (catecolaminas)-> redução da defesa durante exer
cício
-Exercício Moderado/Intenso/Prolongado: Diminuição de células NK (poucas horas)
Reestabelece em 24h. => OPEN WINDOW : ITRS
• Crônico:
-Exercício moderado: Aumenta NK
-Exercício intenso: Diminui NK
Sistema Imune Inato
Sistema Imune Adquirido
Linfócitos T
• Origem timo, mais numerosa, imunidade celular >vírus
Linfócitos B
• Origem m.o. , memória imunológica
Exercício
• Agudo: Durante e após exercício: linfocitose
Fase de recuperação (pós 30’/ex. Intenso/prolongado): redução de linfócitos (princi
palmente linfócitos T) até 6-24h
Aumento de IgM
Crônico: diminuição linfócitos T pode tornar-se crônica se não houver recuperação( cortisol,
alteraçoes citocinas)
“If recovery between exercise
sessions is insufficient, as during prolonged periods of intensified training in elite
athletes, this temporary decrease in cell function can become a chronic depression
of acquired immunity.”
Sistema Imune Adquirido
*Linfócito T helper (CD4+) :
1)
2)
Th1: defesa contra virus intracelular.Citocinas: IFN- γ,IL-1-> prolifera celular
Th2:defesa contra parasitas extracelular, imunidade humoral, citocinas:IL-4, IL-5, IL-6 and IL-13. citocinas da cel Th2 podem ativar linf
B. Alguns Ag podem ativar celB independente do Th2
Janela imunológica
Guia de Imunização do Atleta Profissional, 2014
Overtraining
Diminuição Nk
Redução da ativação de neutrófilos
Queda da IgA salivar
=>maior risco de infecções VAS e aumento citocinas pró-inflamatórias
Infecções respiratórias e exercício
IgA
• ITRS e dor de garganta são comuns nos atletas de elite
Diminuição de IgA -> aumento IVAS
• Alta intensidade/prolongado:maior diminuição de IgA
• Moderado/curto:aumento de IgA:menos risco de infecções
• Exercícios de força e exercícios aeróbios<1h: não altera IgA
Sintomas respiratórios: durante e ao redor das competições
• Antes das competições: natação
• Após competições: endurance
ITRS:1-3 d Causas: reativação viral ou inflamaçao induzida por exercicio ???
Maior fadiga e queda do desempenho
Agentes infecciosos de atletas
Inflamação x Infecção
•
Alta performance revelaram 5% dos casos de sintomas
respiratorios superiores são por infecção bacteriana, 30-40%
viral
• Outro estudo:30-40% dos URS tinham base inflamatória
• Maior reativação do EBV em esportes de resistência, alta
incidência de herpes
Efeito antinflamatório do exercício e a longo prazo diminui
risco de doença crônica
Efeito antinflamatório do exercício
Mecanismos:
1)Diminuição massa gorda visceral: diminuição de adipoc
inas (pró-inflamatórias: TNF, leptinas, diminuição IL6)
2)Aumenta produção de citocinas pelo músculo esqueléti
co: contração-> citocinas antinflamatórias:IL-6
3)Diminuição de receptores TLR nos monócitos : diminui
ção de citocinas pró-inflamatórias
Figure 2 | Potential mechanisms contributing to the anti-inflammatory effects of exercise. Activation of the hypothalamic–pituitary–adrenal axis and the sympathetic nervous system (SNS) leads to the release of
cortisol and adrenaline from the adrenal cortex and medulla, respectively. These hormones inhibit the release of tumour necrosis factor (TNF) by monocytes. Interleukin-6 (IL-6) produced by contracting skeletal muscle
also downregulates the production of TNF by monocytes and may stimulate further cortisol release. Acute elevations in IL-6 stimulate the release of IL-1 receptor antagonist (IL-1RA) from monocytes and
macrophages, thus increasing the circulating concentrations of this anti-inflammatory cytokine. Exercise training mobilizes regulatory T (TReg) cells (which are a major source of the anti-inflammatory cytokine IL-10)
and decreases the ratio of inflammatory (CD14lowCD16+) monocytes to classical (CD14hiCD16–) monocytes. Following exercise, CD14hiCD16– monocytes express less Toll-like receptor 4 (TLR4), and thereby
induce a reduced inflammatory response marked by lower levels of pro-inflammatory cytokines and reduced adipose tissue infiltration. Exercise also increases plasma concentrations of key inflammatory immune cell
chemokines; repeated elevations of such chemokines may lead to a downregulation of their cellular receptors, resulting in reduced tissue infiltration. A reduction in adipose tissue mass and adipocyte size, along with
reduced macrophage infiltration and a switch from an M1 to an M2 macrophage phenotype, may contribute to a reduction in the release of pro-inflammatory cytokines (such as IL-6 and TNF) and an increase in the
release of anti-inflammatory cytokines (such as adiponectin and IL-10) from adipose tissue.
Vacinação atleta profissional
*Grupo especial: Risco ocupacional -> comprometem competição,
principalmente alta performance
•
•
•
Doenças infectocontagiosas
DST
Surtos de doenças (viagens): hep A, diarréia do viajante
Melhor
momento
vacinação:
competição/treinamento intenso
evitar
em
IDEAL: situação vacinal avaliada e atualizada de rotina e não
faze-lo próximo as competições
# Influenza:
“Dentre as infecções preveníveis por meio de
vacinas, as mais frequentes em atletas são as do
trato respiratório, destacando-se as infecções
por influenza.
A vacinação é a medida mais eficaz de prevenir
e reduzir
a morbimortalidade associada à doença. Além
disso, por ser infecção
altamente contagiosa, o atleta doente pode
transmitir o vírus à sua equipe
ou a outros competidores.”Guia de Imunização do Atleta
Profissional
Vacinas recomendadas
INFLUENZA A (H1N1 e H3N2) e B
Proteção após 2s, duração 1a
Inativada trivalente
Dose unica IM
A partir de 6m
Reação adversa: Eventos locais (até 48h):dor/eritema/enduração
Manifestações sistemicas (6h-48h): febre, mialgia, mal-estar
OBS:Guillain Barré: 7-42 d
PNEUMOCÓCICA ( DPIpneumonia/meningite/bacteremia)
(VPP23/VPC10/VPC13)
Não são recomendadas para todo atleta:risco
aumentado:idade ou comorbidades
5-60a
IM
VPC13:1 dose
VPC23: reforço com 5 anos
Reação adversa: locais e sistêmica: Reação de Arthus –
vermelhidão intensa, dor, calor, endurecimento, equimose/
vasculite (sufusao/petequias). Assemelha-se a abscesso e
celulite
Vacinas recomendadas
HEPATITE A (viagem/esportes aquáticos/grupos)
IM
>12m
2 doses (0,6m)
HEPATITE B (sexo desprotegido/compartilhamento
perfuro-cortantes)
Vírus inativado
IM
0,1,6M Se pouco tempo para completar o esquema de
vacinaçãoo, acelerar esquemas: três doses aplicadas dentro
de periodo menor. Neste caso, torna-se necessária uma
quarta dose
apos 12 meses.
Vacinas recomendadas
FEBRE AMARELA (mosquitos Haemagogus e Sabethes)
- Vacinar no mínimo 10 dias antes da viagem
-Indicada a todos que vivem ou se deslocam em áreas de risco
-virus vivo atenuado
-EVITAR admnistração com tríplice viral ou tetra: 4s
- Dose única/reforço em 10a, só se risco persistir
MENINGOCÓCICA CONJUGADA
Neisseria meningitidis
Meningite e meningococcemia
-polissacaridios dos meningococos A, C, W e Y conjugadas
com proteinas carreadoras
-recomenda-se uma cobertura vacinal
ampla para o maior numero de sorogrupos possivel e o uso
de vacinas conjugadas (que possibilitam tambem a
prevencao do estado de portador
sao). Essa recomendação é reforcada em caso de
viagem para locais onde a doenca tenha alta prevalencia
(por exemplo:
cinturao africano da meningite) ou onde estejam ocorrendo
surtos.
Adolescentes 2 doses, intervalo 5 a
Adultos: dose única
Vacinas recomendadas
SARAMPO/CAXUMBA/RUBÉOLA
-Evitar vacinação junta a FA
->1a
DIFTERIA/TÉTANO
Prática de exercícios: maior chance de ferimentos
Adolescentes, adultos e idosos vacinados com três doses de
vacina
3 DOSES (0,1,6)
contendo o componente tetânico (mesmo que a última há
mais de dez anos): uma unica dose da vacina triplice
bacteriana
do tipo adulto
HPV cancer: colo
uterino, vulva, vagina, penis, anus e alguns tumores de
cabeca e pescoco
HPV6,11,16,18 esta licenciada para pessoas de ambos os
sexos de 9 a 26 anos
Inativadas, IM
vacina deve ser aplicada de preferência antes do
inicio da atividade sexual e da possibilidade de contato com
o virus, ou
seja, no inicio da adolescencia
Postos de saude: vacina HPV6,11,16,18, meninas de 11 a
13 anos.
Vacinas para atletas viajantes
ROTINEIRAS
Específicas para faixa etária e que deverm ser atualizada
REQUERIDAS
Aquelas exigidas pelos governos dos paises de destino para
ingresso do
Viajante FA/Meningocócica ACWY (Arábia Saudita)
ESPECIAIS PARA O VIAJANTE
-FA
-FEBRE TIFOIDE maior risco (Afeganistao,
Bangladesh, Butao, India, Maldivas, Nepal, Paquistao e Sri
Lanka
-POLIOMIELITE (Afeganistao, Nigeria e Paquistao)
-RAIVA
-COLERA E E.COLI (diarréia do viajante) Africa, Asia e
America do Sul – Vacina DV:nao esta
mais disponivel no Brasil
-TICK BORNE ENCEFALITE: meningoencefalite viral
transmitida por carrapato: Europa e Ásia
-ENCEFALITE JAPONESA: mosquito culex
Profilaxia da varicela/H. Zoster
•
P. I 10-21 dias
• Transmissibilidade: 1-2 d antes e até 5dias após o início das erupções ou
enquanto houver vesículas
• Pré-exposição (suscetíveis): aos 12 e15m
• Pós-exposição (controle de surto hospitalar ou creche): vacina até 5 d, para
suscetíveis
Ig até 96h para risco de varicela grave imunodeprometidos/gestantes
suscetiveis/RN de mãe com varicela ou prematuro
• TTO: >13 a
segundo caso mesmo domicilio
indivíduos com doença cutânea/pulmonar/ uso corticóide/salicilatos
Conclusão
• Exercício modula leucócitos de acordo com intensidade,
frequência, duração do esforço
• Redução do sistema imune associada ao treinamento
prolongado pode determinar suscetibilidade às infecções
em períodos de competição- prejuízo na performance do
atleta
• Exercício com intensidade moderada e curta duração:
estimula funções neutrófilos e macrófagos:melhora
função sistema imune
Referências bibliográficas
•
Walsh, N. et al. Position Statement Part One: Immune function and exercise, 2011
•
Gleesson, N et al. The anti-inflammatory effects of exercise: mechanisms and
implications for the prevention and treatment of disease , 2011
•
Thomas, J. The anti-inflammatory effects of exercise: mechanisms and implications
for the prevention and treatment of disease, 2013
•
Negrão CE, Barretto ACP, 3ªed. Cardiologia do exercício: do atleta ao cardiopata. 3ªed.
São Paulo: Editora Manole; 2010. p. 38-91.
•
Guia de Imunização do Atleta Profissional SBIm, 2014
Download

Sistema Imune Adquirido