A MENTE
Alguns aspetos da história da mente…
 Durante muito tempo o conceito de mente
esteve associado à dimensão cognitiva do
ser humano. Correspondia ao raciocínio,
abstração … ao pensamento.
 No final do século XX esta conceção é
revista. Para isso contribuíram as
neurociências. Compreendeu-se finalmente
que a mente humana implicava também a
emoção, os sentimentos, a afetividade, a
ação.
PROCESSOS ASSOCIADOS À MENTE
1 – Processos cognitivos – SABER – o quê?
2 – Processos emotivos – SENTIR – como?
3 – Processos conativos – AGIR – porquê?
PROCESSOS COGNITIVOS
Processos cognitivos: correspondem aos
processos complexos, de criação, de
transformação e de utilização de informação do
meio.
Os principais processos cognitivos são:
 1 – a percepção
 2 – a aprendizagem
 3 – a memória
1 – A PERCEÇÃO
Perceção: designa o conjunto de mecanismos
fisiológicos e psicológicos cuja função geral é a
apreensão e interpretação de informação proveniente
do meio ou do próprio organismo.
Assim sendo, a perceção supõe:
o Contato com o mundo
o Exige a presença do objeto/realidade a conhecer
o Organiza e interpreta as informações
o Supõe os órgãos dos sentidos.
SENSAÇÃO E PERCEÇÃO
SENSAÇÃO: é o primeiro contato que estabelecemos
com o meio ambiente. Existe nos órgãos recetores e
está associada à receção dos estímulos dos órgãos
dos sentidos. Normalmente são traduzidas em
impulsos nervosos que são conduzidos ao sistema
nervoso central e processados pelo cérebro.
PERCEÇÃO: processa a informação sensorial. Não se
limita ao registo da informação, mas atribui-lhe um
sentido de acordo com a nossa experiência. Têm um
caráter activo, uma vez que são fruto de um trabalho
complexo de análise e de síntese. Não reproduz o
mundo como um espelho, mas elabora sobre ele uma
representação.
FATORES QUE DETERMINAM A
CONSTÂNCIA PERCETIVA
1 – CONSTÂNCIA DO TAMANHO: o tamanho de um objeto
é percecionado independentemente da distância a que
se encontra.
2 – CONSTÂNCIA DA FORMA: reconhecemos o objeto
independentemente das alterações a que esteja sujeito.
3 – CONSTÂNCIA DO BRILHO E DA COR: a memória retém
as caraterísticas dos objetos no que respeita ao brilho e
à cor.
FATORES QUE AFETAM O MODO
COMO PERCECIONAMOS O MUNDO
A motivação
A expetativa
Os interesses
Os estados emocionais
Todos estes fatores provam o caráter de
subjetividade inerente à perceção.
PERCEÇÃO SOCIAL: processo que está na base
das interações sociais. Os valores sociais e as
experiências socioculturais influenciam o modo
como se percecionam o mundo e a sociedade.
Assim sendo, podemos afirmar que a cultura
influencia a forma como percecionamos o
mundo.
2 - MEMÓRIA
Da história …
o A Mitologia grega reflete a importância desde sempre
dada à memória. Mnemosine era a deusa da memória,
mãe das 9 musas que presidiam às letras, ciências e
artes.
o No séc. IV a.C. Aristóteles falava da faculdade de
conservar o passado.
o Ao longo do tempo desenvolveram-se técnicas para
desenvolver a memória
o Magos, feiticeiros e alquimistas procuraram substâncias
que aumentavam o poder da memória
o O computador, hoje em dia, é a resposta mais recente à
necessidade de preservar as informações que a
memória não consegue reter.
MEMÓRIA: é o processo dinâmico que
consiste na codificação, armazenamento e
recuperação dos conteúdos mnésicos ou de
informação.
A memória implica tratamento de informação. A
esse respeito distinguem-se três tipos de
operações: a codificação, o armazenamento e a
recuperação.
ESTÁDIOS PARA A FORMAÇÃO E
RECUPERAÇÃO DA MEMÓRIA
1 - CODIFICAÇÃO:É a primeira fase do processo
de formação de novas memórias. Toda a
informação implica a codificação dos dados
informativos, isto é, a sua transformação de
modo a poder ser armazenada na memória. Se
por vezes essa codificação é automática, outras
vezes temos de lhe dar uma forma que permita
memorizá-la e recordá-la.
Os dados são traduzidos num código que pode
ser acústico (memória ecóica), visual (memória
icónica) ou semântico.
ESTÁDIOS PARA A FORMAÇÃO E
RECUPERAÇÃO DA MEMÓRIA
2 – ARMAZENAMENTO: é o processo mediante o
qual mantemos na memória a informação que
foi adquirida. A informação é conservada por
períodos mais ou menos longos de tempo, para
poder ser utilizada quando necessário. Cada
informação (engrama) produz modificações nas
redes neuronais que permitem que se recorde o
que se memoriza.
3 – RECUPERAÇÃO: quando precisamos,
procuramos recuperar, atualizar a informação
armazenada, para a utilizar na experiência
presente. Reatualizar significa pois localizar a
informação armazenada e fazê-la aceder à
consciência
TIPOS DE MEMÓRIA: MEMÓRIA A CURTO
PRAZO
Retém a informação durante um período limitado de
tempo, podendo ser esquecida ou passar a memória de
longo prazo. Apresenta duas componentes:
 Memória imediata: É um armazém com capacidade
limitada (7 itens ou peças de informação) que consegue
manter a informação durante 20 a 30 segundos.
 Memória de trabalho: a informação mantém-se enquanto
for útil.
NOTA: qualquer informação que tenha estado na memória
a curto prazo e se tenha perdido, estará perdida para
sempre.
TIPOS DE MEMÓRIA: MEMÓRIA A LONGO
PRAZO
Permite conservar dados, informações, durante
dias, meses, anos, ou mesmo toda uma vida.
Contém dados que têm a sua origem na
memória a curto prazo.
Existem dois tipos de memória a longo prazo:
Memória não declarativa: memória automática
que permite realizar tarefas básicas, associadas
a comportamentos motores.
Memória declarativa: memória explicita,
associada a factos, informações gerais e
episódios ou acontecimentos pessoais.
O ESQUECIMENTO
Incapacidade, provisória ou definitiva, em
recordar, recuperar dados, informações,
experiências que foram memorizadas. O
esquecimento é essencial à memória, uma vez
que tem uma função seletiva e adaptativa
O ESQUECIMENTO
FATORES QUE INFLUENCIAM O
ESQUECIMENTO
1 . Esquecimento regressivo: ocorre quando
surgem dificuldades em reter novos materiais e
em recordar factos e nomes aprendidos
recentemente. É especialmente sentido em
pessoas de certa idade e pode estar associado
ao envelhecimento dos tecidos cerebrais.
2 . Esquecimento motivado: recordações penosas
e traumatizantes tendem a ser esquecidas para
evitar a angústia e ansiedade, permitindo assim
a manutenção do equilíbrio psicológico.
3 – Influência dos processos de interferência: as
novas memórias interferem com a
recuperação das memórias mais antigas.
- inibição proactiva: influência negativa que
a aprendizagem anterior tem sobre a recordação de uma nova informação
- inibição retroactiva: efeito negativo que a
informação nova tem sobre a anterior.
O ESQUECIMENTO
“ A MEMÓRIA É ASSIM COMO UM ALBUM QUE
NOS RESTITUI MAIS OU MENOS INTACTOS OS
FRAGMENTOS DA EXPERIÊNCIA”
Francois Pine
Memória, aprendizagem e identidade
pessoal
A memória permite-nos:
A adaptação ao meio, uma vez que é condição
indispensável da aprendizagem.
Atribuir significado às nossas experiências.
Constituir um “sentimento de si”, um
sentimento de identidade pessoal, dando
continuidade à nossa vida (Ex. amnésia )
PERCEÇÃO SOCIAL: processo que está na base
das interações sociais. Os valores sociais e as
experiências socioculturais influenciam o modo
como se percecionam o mundo e a sociedade.
Assim sendo, podemos afirmar que a cultura
influencia a forma como percecionamos o
mundo.
A APRENDIGAZEM
Aprendizagem: modificação relativamente
estável do comportamento ou do conhecimento,
que resulta do exercício, experiência, treino ou
estudo. Envolve processos cognitivos,
motivacionais e emocionais e manifesta-se em
comportamentos.
TIPOS DE APRENDIGAZEM
1 – APRENDIZAGEM NÃO ASSOCIATIVA
Este tipo de aprendizagem realiza-se mediante
duas formas:
 Habituação: consiste em aprender a reagir
apenas ao estímulo selecionado (um estímulo
sem importância ou benigno).
 Sensibilização: aprendem-se as propriedades
de um estímulo ameaçador ou prejudicial.
TIPOS DE APRENDIGAZEM
2 – APRENDIZAGEM ASSOCIATIVA
É um tipo de aprendizagem mais complexa, que
pode ser abordada em duas perspetivas:
 O condicionamento clássico
 O condicionamento operante
CONDICIONAMENTO CLÁSSICO
 Autor: Ivan Pavlov
 Situação: Experiência do cão: um reflexo neutro (uma
campainha) é emparelhado com um estímulo não
condicionado – comida e vai produzir uma resposta não
condicionada (reflexo – salivar).
 Resultado: o estímulo neutro torna-se um estímulo
condicionado, isto é, um estímulo que por si só
desencadeia uma resposta condicionada.
 Conclusão: aprendemos com o que nos acontece.
Manual pág: 48
CONDICIONAMENTO OPERANTE
 Autor: Skinner
 Situação: Experiência dos ratos. Em determinada
situação, um comportamento ou resposta está na
origem de consequências agradáveis ou desagradáveis.
 Resultado: Se tem consequências agradáveis, um
comportamento é fortalecido, passando a ser emitido
com mais frequência; se tem consequências
desagradáveis (punição), um comportamento é
enfraquecido, passando a ser emitido com menos
frequência.
 Conclusão: aprendemos com as consequências dos
nossos atos, isto é, com o resultado do que fazemos.
Manual pág: 49/50
TIPOS DE APRENDIGAZEM
3 – APRENDIZAGEM POR OBSERVAÇÃO E
IMITAÇÃO
Este tipo de aprendizagem pode ser definida
como a modificação de um indivíduo, através da
observação de uma sequência como se o
próprio observador estivesse envolvido nessa
sequência de acontecimentos.
“Aprendemos sobretudo com as consequências
dos atos das outras pessoas, ou seja,
observando os resultados do que os outros
fazem” Bandura
TIPOS DE APRENDIGAZEM
4 – APRENDIZAGEM COM RECURSO A
SÍMBOLOS E REPRESENTAÇÕES
Toda a aprendizagem envolve uma relação e
uma integração em relação a conhecimentos e
pré-requisitos anteriores. Pressupõe todo um
conjunto de competências e esquemas mentais
que obrigam à compreensão de uma simbologia
e à capacidade de elaborar representações.
COMO APRENDER?
A aprendizagem implica a existência de alguns
factores (manual pág: 54)
A motivação
Os conhecimentos anteriores
A quantidade de informação
A diversificação das actividades
A planificação e a organização
A cooperação.
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