TIPOS DE TEXTO Redação - Aula 1 TIPOS DE TEXTO Tipos de texto: Descrição, narração e dissertação. Tipos de texto (maneira de produção de mensagens) x Gênero textual (caracterizado por um estilo, temática e forma de composição) TEXTO DESCRITIVO A descrição é uma espécie de retrato verbal de dado objeto. Tudo é concebido como se ocorresse ao mesmo tempo, como se fosse uma fotografia. Como descrever? 1º eleger o objeto 2º selecionar seus traços mais relevantes (dependendo do efeito que quer produzir) - traços objetivos x traços subjetivos IRACEMA JOSÉ DE ALENCAR “Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas” TEXTO NARRATIVO Se a descrição é caracterizada por ser uma espécie de fotografia, a narração é um filme. Quatro elementos: o narrador, as personagens, o espaço e o tempo. Narrador: é ele quem escolhe o foco Duas maneiras de narrar: Narrador em primeira pessoa (Narrador explícito) -Narrador protagonista -Narrador testemunha Narrador em terceira pessoa (Narrador implícito) -Narrador observador -Narrador onisciente Personagens: - planas - esféricas MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS MACHADO DE ASSIS “Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo”. TEXTO DISSERTATIVO O texto dissertativo é temático: ele comenta, analisa, interpreta e explica os dados da realidade. Preza pelas relações lógicas. Pela progressão lógica. Estrutura básica: Introdução, desenvolvimento e conclusão. BIBLIOGRAFIA: Guia de Redação – Antonio Carlos Viana Livro-texto Português, Coleção Anglo Tema: Sociedade moderna altamente consumista. Por Alessandra Borges Produtora do Destrave “Hoje, temos uma gama de produtos e serviços à disposição de todos consumidores, muito maior do que tínhamos antigamente. Além do que, nós já temos uma sociedade mais voltada para o consumo do que tínhamos há alguns anos”, explicou Josué (professor de publicidade e propaganda da Universidade de Taubaté UNITAU) As campanhas publicitárias não vendem apenas um produto, mas um estilo de vida. O indivíduo é um ser influenciado pela mídia, pois quem dita as regras da moda e os melhores aparelhos tecnológicos são as campanhas publicitárias. Essa questão pode ser reforçada pelo psicólogo e professor da Universidade de Taubaté Paulo Henrique Sodré. Ele explica que toda propaganda desperta no indivíduo um desejo, ou seja, influencia, diretamente, o comportamento das pessoas. “Na realidade, todas as campanhas publicitárias buscam mexer com algo do indivíduo, despertando neles o desejo de comprar. Então, todas as campanhas têm um porquê e ela trabalha alguma questão no indivíduo”, explicou o psicólogo. (site: destrave.cancaonova.com) Ciça. Tira. Pagando o Pato. “Porém, o que vejo são multidões consumindo, estimuladas a consumir como se isso constituísse um bem em si e promovesse real crescimento do país. Compramos com os juros mais altos do mundo, pagamos os impostos mais altos do mundo e temos os serviços (saúde, comunicação, energia, transportes e outros) entre os piores do mundo. Mas palavras de ordem nos impelem a comprar, autoridades nos pedem para consumir, somos convocados a adquirir o supérfluo, até o danoso, como botar mais carros em nossas ruas atravancadas ou em nossas péssimas estradas”. Lya Luft. Degraus da ilusão. Revista VEJA, Junho de 2012. Trecho do Livro: Os Delírios de Consumo de Becky Bloom | Sophie Kinsella “Tudo bem. Não entre em pânico. É só uma conta do VISA. Só um pedaço de papel; alguns números. Quero dizer, que poder têm uns poucos números para nos amedrontar? Pela janela do escritório, olho para um ônibus descendo a Oxford Street. Quero abrir o envelope branco sobre minha escrivaninha desarrumada. “É só um pedaço de papel”, repito para mim mesma pela milésima vez. E não sou burra, sou? Sei exatamente qual é o valor desta conta do VISA. Mais ou menos. Vai ser cerca de... 200 libras. Talvez trezentas. Sim, talvez trezentas. Trezentas e cinquenta no máximo. (...) Abro meus olhos e estico a mão para a conta. Quando meus dedos alcançam o papel, lembro-me das novas lentes de contato. Noventa e cinco libras. Um bocado. Mas, afinal, tive que comprar, não tive? O que devo fazer, andar por aí sem enxergar nada?”.