BARROCO NO BRASIL Prof.ª Jéssica Gravino CONTEXTO HISTÓRICO - Século XVII; - Brasil dependia inteiramente de Portugal; - Era colônia (ouro e produção dos engenhos eram enviados para metrópole); - Por muito tempo o Brasil forneceu outro para Portugal que, por sua vez, enriqueceu a Inglaterra. “NOSSO” BARROCO - Na Europa havia diversidade cultural; - Já no Brasil nada se destacou como algo novo; - Vida girava em torno dos engenhos ou das aventuras daqueles que ousavam desbravar novos territórios; - A publicação de qualquer texto na colônia era proibida, e somente a imprensa controlada pela Coroa, em Portugal, era autorizada a publicar e distribuir obras literárias; -Bento Teixeira iniciou o Barroco com características próprias e produziu “Prosopopeia”; -Poema publicado em 1601, que trata de feitos militares de Jorge de Albuquerque (exemplo de patriotismo e de coragem).Baseando-se no estilo Os Lusíadas, que retrata elementos da colônia, inclusive com uma bela descrição de Recife. http://www.curso-objetivo.br/vestibular/obras_literarias/Bento_Teixeira/prosopopeia.pdf PROSOPOPEIA De lanças, e d'escudos encantados, Não tratarei em numerosa rima, Mas de barões ilustres afamados, Mais que quantos a Musa não sublima. Seus heróicos feitos extremados Afinarão a dissoante prima, Que não é muito tão gentil sujeito, Suprir com seus quilates meu defeito. OS LUSÍADAS As armas e os barões assinalados Que da Ocidental praia Lusitana, Por mares nunca dantes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram; ARTE BARROCA - Itália; - Influência da mitologia; - Detalhes, expressividade e contrastes. - ROCOCÓ : Estilo que transmite alegria na decoração. Preocupa-se com detalhes mas não apresenta a dramaticidade pesada e a religiosidade do Barroco. GREGÓRIO DE MATOS GUERRA - Nasceu na Bahia, logo se mudou para Portugal. Estudou em um colégio jesuíta e , depois, na universidade da Coimbra, onde concluiu o curso de direito. Em Portugal, exerceu a advocacia durante algum tempo, mas devido à sua irreverência, foi expulso de Lisboa. - No Brasil, Gregório também não media palavras. Seu apelido era “Boca do inferno”; - “Carpe diem” - aproveite o momento; - Usa antíteses - exposição de ideias opostas; - Sua obra é constituída de textos religiosos, satíricos e líricos. (amorosas, graciosas, encomiásticas e obscenas) GREGÓRIO RELIGIOSO A Jesus Cristo Nosso Senhor Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Antes, quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida já cobrada, Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na Sacra História: Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória. GREGÓRIO SATÍRICO CIDADE BAHIA A cada canto um grande conselheiro, Que nos quer governar cabana e vinha; Não sabem governar sua cozinha, E podem governar o mundo inteiro. (GOVERNADOR) Em cada porta um bem freqüente olheiro, Que a vida do vizinho e da vizinha Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha, Para o levar à praça e ao terreiro. (DESOCUPADOS) Muitos mulatos desavergonhados, Trazidos sob os pés os homens nobres, Posta nas palmas toda a picardia, Estupendas usuras nos mercados, Todos os que não furtam muito pobres E eis aqui a cidade da Bahia. (NOBRES E COMERCIANTES) GREGÓRIO LÍRICO – TEMA AMOR 1 Coríntios 13 1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. 2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. 3 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. 4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. 5 Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; 6 Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; 7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; 9 Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; 10 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. 11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 12 Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. 13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor. PADRE ANTÔNIO VIEIRA - Principal autor do Barroco português e também se destaca no Barroco brasileiro. - Catequizou os índios. - Assuntos religiosos, sociais, políticos e econômicos. - Defendia os índios. - Obra composta: profecias, cartas e sermões.