Manejo de Recursos Naturais MANEJO DE ÁREAS FRAGMENTADAS Prof. Fernando Pires Na aula passada... • Unidades de Conservação • Proteção Integral • Uso Sustentável • Benefícios • Desafios • Categorias • Em relação à Bahia • Importância • Abrangência PLANO DE ENSINO Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC. Unidades de Conservação Aula 4 – Áreas Fragmentadas Conceitos O que são áreas fragmentadas? Aula 4 – Áreas Fragmentadas Conceitos Área Fragmentada Processo de alteração do meio ambiente de relevo para a evolução e para a Biologia da Conservação. Descreve o aparecimento de descontinuidades (fragmentação) no meio ambiente de um organismo (habitat). Divididas em dois grupos: Natural Antrópica © Ciência Hoje Usina Serra Grande, em Alagoas Aula 4 – Áreas Fragmentadas Tipos Área Fragmentada Natural A fragmentação de habitat pode ser causada por processos geológicos que lentamente alteram a configuração do meio ambiente físico. Considera-se que os processos geológicos sejam uma das principais causas de especiação. © Ceci Vaz Rio São Francisco © Geografia Ciência do Mundo Aula 4 – Áreas Fragmentadas Tipos Área Fragmentada Antropizada A fragmentação de habitat causada por atividades humanas, como por exemplo, a conversão de terras, as quais podem alterar o meio ambiente de uma forma muito mais rápida na escala de tempo. Considera-se que as atividades humanas estariam implicadas na extinção de muitas espécies. © mg.gov.br Aula 4 – Áreas Fragmentadas Tipos Área Fragmentada Antropizada Cobertura Florestal na Bacia Hidrográfica do Rio Juliana – Pratigi/Ba ©OCT, 2011. Aula 4 – Áreas Fragmentadas Processos Área Fragmentada Natural Especiação. Aula 4 – Áreas Fragmentadas Processos Área Fragmentada Natural Especiação / Alopatria População original Formação da Barreira (Isolamento físico) Isolamento Reprodutivo Especiação alopátrica (A palavra deriva do grego allos, "outro" + patrã, pátria), também conhecida como especiação geográfica, é o fenómeno que acontece quando grandes populações biológicas ficam fisicamente isoladas por uma barreira externa e evolve isolamento reprodutivo interno (genético), de tal modo que depois da barreira desaparecer, indivíduos das populações já não se poderem cruzar. Espécies Distintas Aula 4 – Áreas Fragmentadas Processos Especiação Vs. Extinção TEMPO Aula 4 – Áreas Fragmentadas Causas Principais Causas da Fragmentação de Habitats • Vias (Rodovias, estradas, etc.); • Agricultura e Pecuária; • Atividades Madeireiras; • Atividades Imobiliárias; • Hidroelétricas; • Portos; • ... © Projeto gráfico da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Imagem: Dvulgação/Consórcio Belo Monte Aula 4 – Áreas Fragmentadas Efeitos Principais Efeitos da Fragmentação de Habitats • Redução na área total do habitat. • Aumento na quantidade de delimitações. • Diminuição na quantidade de habitats interiores. • Isolamento de um fragmento do habitat de outras áreas do habitat. • Ruptura de um setor do habitat em subsetores menores. • Diminuição do tamanho médio dos setores de um habitat. • Aumento de Áreas de Borda. Aula 4 – Áreas Fragmentadas Efeitos Principais Efeitos da Fragmentação de Habitats Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Base nos Estudos sobre Fragmentação de Habitats Fragmentação ‘Ilhas’ de diversidade Áreas pequenas, com diferentes densidades e diversidades de espécies (arbóreas), isoladas por barreiras físicas. Teoria de Biogeografia de Ilhas Oceânicas Mac Arthur & Wilson 1963 Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Base nos Estudos sobre Fragmentação de Habitats Teoria de residentes na ilha para ilhas grandes e pequenas. Balanço entre imigração e extinção para ilhas grandes e pequenas e para ilhas próximas e distantes. S* é a riqueza de espécies no equilíbrio (imigração = extinção); C, ilha próxima; D, ilha distante; L, ilha grande; S, ilha pequena. Extraída de Begon et al. 2006, pp. 614. Biogeografia de Ilhas Aplicada ao estudo de paisagens Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Diferenças entre as ilhas oceânicas e um fragmento de hábitat continental Processo Ilha Fragmento Origem Milhões de anos Décadas Dinâmica da área (tamanho) Estável Redução e Isolamento Ecótono Ausente Um ou muitos Composição da paisagem Predação Baixa Alta Estabilidade Alta Baixa Evolução Táxons endêmicos Populações viáveis Sucessão Estádios normais Impedida Adaptado de Walter (2004) Ecótono (do grego: oikos: casa e tonus: tensão) consistem em áreas de transição ambiental, onde comunidades ecológicas diferentes entram em contato Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Diferenças entre as ilhas oceânicas e um fragmento de hábitat continental Apesar de ter estimulado muitas pesquisas sobre a fragmentação, a analogia entre ilhas e fragmentos a Teoria de Biogeografia de Ilhas, no entanto, tem uma relevância apenas restrita para a fragmentação (Laurance 2008) e, até certo ponto gerou problemas para o desenvolvimento de uma teoria mais adequada (Haila 2002). Isto ocorreu porque a teoria não considera alguns dos fenômenos mais importantes em paisagens fragmentadas (Laurance 2008) e porque alguns dos fatores ecológicos relevantes para as ilhas oceânicas são pouco importantes ou não aplicáveis a fragmentos (Haila 2002) O estudo da fragmentação tem atualmente avançado muito além do escopo original da teoria de Biogeografia de Ilhas e se diversificado grandemente, passando por análises de dinâmica metapopulacional, genética da conservação e de viabilidade populacional. Assim, abordagens sob a perspectiva da Ecologia de Paisagens estão atualmente mais aptas a melhorar a compreensão e a gestão de comunidades bióticas isoladas em áreas continentais. (Walter 2004). Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Opções de Conectividade de Áreas Fragmentadas • Melhorar a rede de corredores; • Construindo nossos adensamentos; • Melhorando os já existentes; • Aumentar a permeabilidade da matriz da paisagem; • Alterando características das unidades da matriz; • Tornando menos resistentes ao fluxo; • Aumentando a densidade de trampolins ecológicos; Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Trampolins Ecológicos / Stepping stones Ilhas de diversidade funcionam como trampolins ecológicos nas áreas fragmentadas. Trampolins Ecológicos: Pequenas áreas dispersas pela matriz (unidade dominante da paisagem) que podem, para algumas espécies, facilitar os fluxos entre as manchas (vegetação). Metzger, 1999 O fluxo contínuo entre os fragmentos pode levar a um aumento da adaptabilidade e na densidade de espécies e, consequentemente, uma melhoria da diversidade e integridade biológica do ecossistema. Forman, 1995 Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Trampolins Ecológicos / Stepping stones Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Trampolins Ecológicos / Stepping stones Pontos Positivos Vs. Pontos Negativos Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Bosques Agroflorestais Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Bosques Agroflorestais Imóvel Rural em Goiás Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Bosques Agroflorestais Pontos Positivos Vs. Pontos Negativos Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Corredores Ecológicos Faixas estreitas de vegetação que facilitam o movimento (fluxo) entre fragmentos de habitat, evitando o isolamento das populações Merriam, 1984 Redução de riscos de extinção e favorecimento de recolonizações, aumentando a sobrevivência de metapopulações. Geralmente são formados por vegetação remanescente. Um exemplo de corredores naturais Matas Ciliares Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Corredores Ecológicos Corredor ecológico na região do Pontal do Paranapanema (SP) © National Geographic Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Corredores Ecológicos Pontos Positivos Vs. Pontos Negativos Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Permeabilidade da Matriz Matriz Unidade da paisagem funcionalmente dominante. Determina a dinâmica da paisagem Dominância funcional ↔ Dominância espacial Pode estar relacionada a um mosaico bastante heterogêneo Diminuição da distinção entre fragmento e matriz Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Permeabilidade da Matriz Substituição de uma matriz pouco permeável (baixa similaridade florística e fisionômica com o ambiente de habitat) por uma matriz mais permeável Promoção de fluxo e/ou recolonizações a partir de fragmentos vizinhos Pode-se também aumentar a permeabilidade da matriz aumentando a densidade de stepping stones Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Permeabilidade da Matriz Pontos Positivos Vs. Pontos Negativos Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Principais Pontos Positivos e Negativos das Estratégias de Conectividade Estratégia Stepping stones Corredores Ponto Positivo Ponto Negativo Quando implantar *Menor custo *Demanda pouca área *Não efetiva para espécies que evitam totalmente a matriz *Poucos estudos atestando validade Áreas de pastagem e/ou composta por pequenos fundiários *Associados a rios *Corredor de movimento *Aumento de diversidade da paisagem *Aumento de diversidade das espécies *Alto custo *Não há garantia de conectividade *Facilitam propagação de perturbações *Largura associada Quando os fragmentos tem baixa qualidade, são pequenos e a matriz é muito resistente Aula 4 – Áreas Fragmentadas Técnicas Principais Pontos Positivos e Negativos das Estratégias de Conectividade Estratégia Ponto Positivo Ponto Negativo Quando implantar Permeabilidade *Implantada sem o aumento da área protegida *Bem aceita, desde que não impeça ganhos econômicos *Só é efetiva para espécies que tem ‘adaptações’ à matriz *Sem efeito em espécies interiores Prática de atividades agrossilvipastoris são viáveis Aumento de Área das Ilhas *Permite rápido crescimento da área de habitat *Maior velocidade na conectividade *Não é efetiva se o tamanho do fragmento for muito pequeno *Conflitos com donos de terras Fragmentos intermediários ou considerados chaves Proteção das Bordas *Fácil implantação *Economicamente rentável *Não é funcional se usada exclusivamente - Aula 2 – Fatores Legais Para Leitura O QUE TEMOS QUE LER DAQUI PRA FRENTE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE EM FRAGMENTOS FLORESTAIS Virgílio M. Viana Leandro A. F. V. Pinheiro http://area1manejo.wordpress.com/ Para Discussão DISCUSSÃO A IMPORTÂNCIA DOS PEQUENOS FRAGMENTOS FLORESTAIS PAULO NOGUEIRA-NETO http://area1manejo.wordpress.com/ Manejo de Recursos Naturais Atividade Prof. Fernando Pires