ANATOMIA:
FISIOLOGIA:
• AUDIÇÃO:
• Condução de vibrações mecânicas pela
orelha externa.
• Captação delas pela orelha média.
• Amplificação das vibrações,
transformação em estimulos elétricos e
encaminhamento às vias auditivas do
SNC pela orelha interna.
Células ciliadas:
OTITES:
• DEFINIÇÃO:
• Otites são infecções que acometem
qualquer uma das porções da orelha,
sendo classificadas de acordo com o local
e etiologia.
• Otites externas.
• Otite médias.
EXAME FÍSICO:
• INSPEÇÃO:
• Orelha externa: alterações em pavilhão
auricular e porção externa do meato
acustico externo.
• Edema, rubor, ulceração, tumores,
malformações, fístulas, cicatrizes retroauriculares.
EXAME FÍSICO:
• PALPAÇÃO:
• Avaliação da forma, consistência e dor
provocada no nível das lesões do pavilhão.
• Dor a palpação em tragus da orelha indica
otite média.
• Devem ser palpados os processos
mastóideos, à procura de edema,
sensibilidade à pressão da superfície e ápice.
• Linfonodos regionais também devem ser
avaliados.
OTOSCOPIA:
• Visualização das estruturas: meato acustico
externo, membrana timpânica e em alguns casos
orelha média.
• Método: Paciente sentado com a cabeça imóvel,
traciona-se o pavilhão auricular para cima e para
trás. Otoscópio inserido lentamente.
• Alterações: modificações de parede, diâmetro,
coloração, fissuras, secreções e corpos
estranhos.
• Membrana timpânica: integridade, coloração,
posição transparência, mobilidade e secreções.
OTITES EXTERNAS
Ocorrem principalmente em países tropicais ,
onde o clima é úmido e as temperaturas são
altas.
Mecanismos protetores: glândulas sebáceas e
apócrinas e pêlos no terço mais externo.
Secreção das glândulas sebáceas e
ceruminosas com características hidrofóbicas
e lubrificantes, pH ácido em torno de 4,
lisozina e IgA.
A maioria das otites externas são causadas
por Pseudomonas aeruginosa (50-60%),
seguida pelos Staphylococcus patogênos
(15-30%) e Streptococcus (9-15%)
Fatores predisponentes:
Configuração anatômicas desfavoráveis;
Doenças sistêmicas (diabetes, lúpus, neurodermite) e
pacientes imunocomprometidos.
pH alcalino
Reações alérgicas locais
Alta temperatura e umidade do ambiente
Ausência de cerume
Escariações da pele do meato acústico externo
Permanência de água no meato acústico externo
Sinais e sintomas: Prurido, Dor,
Hipoacusia, Otorréia
DOENÇAS DA ORELHA
EXTERNA
Pericondrite
A pericondrite é uma infecção do pericôndrio,
com acúmulo de pus entre este e a cartilagem.
Infecção de evolução lenta, localizada nas áreas
cartilaginosas do pavilhão auricular devido a
outras infecções, lacerações, contusões ou
cirurgia prévia.
Pode causar destruição da cartilagem auricular,
com consequente deformidade de orelha.
Agente etiológico: Pseudomonas aeruginosa
(mais frequente),
Staphylococcus aureus
(extensão para pele).
Tratamento:
- Profilático
- Se o processo já estiver instalado:
Limpeza local+ currativos compressivos +
antiinflamatório tópico + antibiótico por 10 dias No
caso
de
aparecimento
espontâneo,
cefalosporina de primeira geração, clindamicina.
Nos casos decorrentes de traumas acidentais ou
cirúrgicos,
há
maior
possibilidade
de
Pseudomonas
aeruginosa,
então
indica-se
ciprofloxacino.
Otite externa difusa aguda
Trata-se de dermioepidermite de
parte ou de todo canal auditivo externo.
Sintomas: purido, dor, hipoacusia.
OTITE DO NADADOR
Exame otoscópico: hiperemia e edema do epitélio, secreção serosa
ou purulenta, às fezes fétida, descamação epitelial.
Os agentes mais frequentes encontrados são Staphylococcus,
Klebisiella pneumoniae, Proteus mirabilis e Pseudomonas
aeruginosa
Tratamento: inicialmente alívio da dor,
limpeza + pomada antiinflamatória e
antibiótico.
Gotas tópicas a base neomicina,
polimixina B.
Otite externa localizada aguda
Geralmente localizada 1/3 externo, onde há glândulas sebáceas e
folículos pilosos e resulta da obstrução das unidades pilossebáceas
com infecção secundária.
Sintomas: otalgia intensa aguda e hipoacusia devido à obstrução do
conduto. A inspecção demonstra tumefação à entrada do conduto,
acompanhada de hiperemia da pele.
Exame otoscópico: tumefação circunscrita e membrana timpânica
normal.
O agente mais frequente Staphyloccus aureus
Tratamento: limpeza cuidadosa+ curativo local+
creme contendo antibióticos e corticosteróides
fluorados. É necessário o uso de antibióticos,
antiinflamatórios via sistêmica.
Otite externa maligna
É uma infecção invasiva e necrotizante
do conduto auditivo externo, pouco frequente
e que acomete basicamente idosos,
diabéticos e imunodeprimidos (AIDS).
As culturas dos tecidos infectados
revelam em sua maioria a presença de
Pseudomonas aeruginosa.
Inicialmente confunde-se com a otite
externa difusa aguda (dor, otorréia e
plenitude auricular), porém com presença de
tecido de granulação preenchendo o
conduto auditivo.
O diagnóstico tem como base
uma história clínica minuciosa,
exame físico e na avaliação
radiológica através de TC com
tecnécio-99 ou cintilografia óssea
com gálio-67.
Tratamento:
Na
fase
incial ciprofloxacina, VO, 500 a
750 mg de 12/12 hras por no
mínimo 10 dias.
No caso de quadros avançados,
com o paciente hospitalizado,
realiza-se
debridamento
dos
tecidos
necróticos
e
uso
parenteral de quinolona ou
cefalosporina de terceira geração
por no mínimo 6 semanas.
Otite Externa Fúngica (otomicose)
• Epitélio do meato acústico externo,
formando uma camada fina,
removível, frouxa e “penuginosa”
AGENTES CAUSAIS:
• Candida albicans: secreção
esbranquiçada, “nata de leite”
• Aspergillus flavus: secreção
amarelada
• Aspergillus fumigatus: secreção
acinzentada
• Aspergillus niger: preto-esverdeada
SINAIS E SINTOMAS:
• Prurido*, distúrbio de audição,
exsudação com a presença de
micélios
Otomicose por Aspergillus
Flavus
TRATAMENTO:
Limpeza local, evitar umidade
Antimicóticos locais: violeta
de gentamicina, nitrato de
isoconazol, clotrimazol; em
gotas de 8/8h por 15 dias
Antibiótico sistêmico:
itraconazol, anfotericina B
(aspergilose); fluconazol ou
cetaconazol (candidíase)
Otite Externa Viral (Herpes-zoster oticus)
• Múltiplas vesículas herpéticas no
meato e ocasionalmente na m.
timpânica.
AGENTES CAUSAIS:
• Reativação do vírus varicela-zoster
• Imunodeficientes: radioterapia,
quimioterapia e HIV
• Estresse físico e emocional
SINAIS E SINTOMAS:
• Otalgia grave associada a erupção
cutânea vesicular, geralmente no
meato acústico externo e pavilhão
auricular.
• Nos casos mais graves, pode ocorrer
distúrbios da audição e do equilíbrio e
paralisia facial periférica (sindrome de
Ramsay Hunt)
Herpes-zoster Oticus
TRATAMENTO:
Associação de drogas
antivirais, como o aciclovir,
na dose de 2 a 4g ao dia,
durante dez dias, curativos
no conduto auditivo externo
com pomadas antivirais e
tratamento adequado das
complicações associadas
Corpos Estranhos no
CAE
Tumores da Orelha
Externa
BENIGNOS: aparecem com
freqüência, produzindo
sintomatologia por oclusão do
canal e hipoacusia.
•
Introduzidos de forma voluntária ou
involuntária
AGENTES CAUSAIS:
• Voluntária: grãos, bolinhas de papel,
objetos de plástico, botões, liquidos
• Involuntária: moscas, percevejos,
baratas, areia, gravetos
SINAIS E SINTOMAS:
• Complicações iatrogênicas
secundárias às tentativas de
remoção como laceração da pele do
CAE, perfuração do MT, lesão da
cadeia ossicular.
TRATAMENTO:
• Remoção do corpo estranho,
lavagem, anestesia geral para
imobilização
Os mais frequentes são:
- cistos de retenção e sebáceo
- cisto dermóide
- osteoma
- fibroma
- lipoma
- xantoma
- quelóides
- hemangiomas
MALIGNOS: ocorrem com certa
raridade.
Os mais frequentes são:
- carcinomas espino-celulares e
baso-celulares
- melanomas
- adenocarcinoma
Otite Externa
Eczematosa
•
Processo alérgico, reação de
hiperssensibilidade da pele.
AGENTES CAUSAIS:
• Alimentos, medicamentos de uso
tópico ou oral, emocional e estresse
SINAIS E SINTOMAS:
• Prurido intenso, descamação,
exudação de liquido seroso
amarelado
• Contaminação por agentes
bacterianos
TRATAMENTO:
• Evitar fatores desencadeantes,
corticóides tópicos e
antihistamínicos.
Otite Externa Crônica
•
É caracterizada por inflamação,
irritação ou infecção da porção
externa do ouvido ou do canal
auditivo.
AGENTES CAUSAIS:
• Lesão ou irritação da pele:
cotonete, aerossóis, tinturas,
xampus e outros produtos
químicos
•
Umidade predispõe o ouvido à
infecção por fungos ou bactérias
presentes na água, como a
Pseudomonas ou o Proteus.
TRATAMENTO:
• Medicamentos tópicos contendo
antibióticos para combater a
infecção e corticosteróides para
reduzir a coceira e a inflamação
normalmente são eficazes.
Otite média
• Diagnósticos mais frequentes na população pediátrica.
• Maior prevalência:
 Alterações anatômicas e funcionais da tuba auditiva
 Relativa imaturidade do SI
 Fatores extríncecos e intríncecos
(Rotinas
de Diagnóstico e Tratamento das Doenças Infecciosas e Parasitárias –
WALTER TAVARES, LUIZ ALBERTO CARNEIRO MARINHO. 1ª Edição – 2005.)
Fatores extríncecos
• Variações climáticas
• Condições ambientais
• Amamentação
• Tabagismo passivo
• Creches
Fatores intrínsecos
•
•
•
•
•
•
•
Alterações funcionais da TA
Alterações estruturais palatais
Idade
Sexo (masculino)
Histórico familiar
Imunodeficiência
Crianças prematuras (baixo peso)
Classificação
Agudas
Subagudas
Crônicas
Otite média aguda (OMA)
• Processo inflamatório/infeccioso agudo da
mucosa de revestimento da orelha média,
com presença de secreção na tuba
auditiva. (Walter Tavares, 2005).
• 80% das crianças vai desenvolver OMA
até os 6 anos. (Fonte de dados: uptodate)
Microbiologia de OMA
• Streptococcus pneumoniae
comum
• Haemophylus influenzae
• Staphylococcus aureus
comum
• Moraxella catarrhalis
mais
menos
• Virus: rinovirus, sincicial, influenza
Causas raras
• Chlamydia trachomites
• Otite diftérica
• Tétano otogenous
Manifestações clínicas
• Otalgia
• Diminuição da audição
• Presença de IVAS (anteriormente)
• Ocasionalmente vômitos, náuseas e
diarréia
• Otoscopia: hiperemia timpânica;
opacificação, abaulamento e
mobilidade pobre (quando aplicada
pressão pneumática) e presença de
pus
Tratamento
• Medidas gerais: analgesia, alívio de febre,
prevenir déficits auditivos.
• Antibióticos são base do tratamento da
OMA
• Tratamento cirúrgico (meringotomia;
paracentese da MT)
Antibioticoterapia
• Contra S.pneumoniae, H. influenzae...
• Amoxicilina tratamento incial (5-7dias;
10dias)
• Amoxicilina+clavulanato ou Cefalosporina
2 geração.
OTITE MÉDIA CRÔNICA
• É definida por uma
perfuração timpânica
permanente,
associada ou não à
doença de ouvido
médio e mastóide e
a otorréia contínua
ou intermitente.
CLASSIFICAÇÃO
• SIMPLES
• SUPURATIVA
• COLESTEATOMATOSA
????
????
OTITE MÉDIA CRÔNICA SIMPLES
• Corresponde
a
otite
não
permanente, de qualquer etiologia,
de sintomatologia pobre, com
longos períodos de acalmia.
• Pode vir acompanhada de de
otorréia mucóide de cor amarelada
e com cheiro fraco.
• Pode estar associado a quadros de
infecções
de
vias
aéreas
superiores, entrada de água no
ouvido,
sendo
tratada
com
antibacteriano local ou sistêmico.
OTITE MÉDIA CRÔNICA SIMPLES
• Na vigência de um quadro de
infecção,
vamos
encontrar
secreção serosa, mucosa ou
purulenta no conduto auditivo.
Nestes casos a mucosa da
cavidade timpânica encontra-se
edemaciada, exsudativa e com
sinais inflamatórios.
• Vale lembrar que tumores também
podem
causar
quadros
de
perfuração
timpânica
(DX
diferencial).
OTITE MÉDIA CRÔNICA SIMPLES
• As perfurações traumáticas do tímpano se
resolvem espontaneamente se não houver
infecção presente.
• O
exame
radiológico
é
dispensável,
eventualmente um rx na inc. de Shüller pode dar
informações quanto a celularidade e o tamanho
da mastóide.
• O tto consiste em antibiótico terapia nas fases
agudas, com avaliações anuais para formação
de colesteatoma. O tto definitivo da perfuração é
cirúrgico.
OTITE MÉDIA MÉDIA CRÔNICA
SUPORATIVA (OMCS)
• Na OCMS os fatores envolvidos
predispõem a um quadro infeccioso
constante,
onde
temos
otorréia
constante (ou quase constante) sendo
acalmada com antibióticos seguido de
novo quadro infeccioso. Nestes casos
existem condições patológicas ou
quadros
sistêmicos
(diabetes,
hipotireoidismo, fatores nutricionais e
imunológicos) que não permitem a
remissão do quadro.
OTITE MÉDIA MÉDIA CRÔNICA
SUPORATIVA (OMCS)
• Na OMCS a otorréia é amarelo-esverdeada,
podendo apresentar cheiro forte.
• Na
otoscopia
encontramos
perfurações
grandes, e após aspiração do conduto auditivo,
a mucosa está edemaciada, com tecido de
granulação e pólipos, eventualmente. A mucosa
da mastóide está envolvida o que ajuda a
manter o processo infeccioso.
• Há comprometimento do ouvido interno pela
infecção (maior hipoacusia).
OTITE MÉDIA MÉDIA CRÔNICA
SUPORATIVA (OMCS)
• O tto é feito com antibióticos específicos.
• Devemos realizar a orientação do paciente para
que não deixe que água entre no ouvido.
• TC e rx na incidência de Shüller são importantes
para o planejamento cirúrgico.
OTITE MÉDIA CRÔNICA TUBERCULOSA
• Ao contrário da
era
préantibiótica,
o
acometimendo do
ouvido médio é
raro, e é causado
basicamente pela
M. tuberculosis e
a M. bovis.
?
OTITE MÉDIA CRÔNICA TUBERCULOSA
• O contato inicial com o bacilo de Koch ocorre
geralmente na infância, tendo os pulmões como
porta de entrada, normalmente.
• Nos casos de disseminação hematogênica,
pode haver lesão de órgãos isolados, como o
ouvido. Esses casos não são bacilíferos (bacilo
de Kock negativo no escarro) tornando o dx.
Mais difícil.
• Alguns autores atribuem a infecção do ouvido
devido a uma disseminação ascentende pela
tuba auditiva devido a tosse e regurgitação.
OTITE MÉDIA CRÔNICA TUBERCULOSA
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
• Otite média crônica resistente a
vários antibióticos, exceto aos
agentes tuberculostáticos.
• Tecido
granulomatoso
exuberante no ouvido médio,
indo até o conduto auditivo
externo.
• Disacusia
de
condução
importante.
• História
de
tuberculose
pulmonar ativa ou curada.
• Linfadenite regional.
• Teste de Mantoux positivo.
• Paralisia facial.
Se 3 – Desconfie
Se 5 – autoriza a fazer o dx
clínico
A suspeita fica mais forte nos
casos bacilíferos, onde temos
febrícula, sudorese noturna,
anorexia e a apatia.
OTITE MÉDIA CRÔNICA
COLESTEATOMATOSA
• É a existência de uma
inclusão de epitélio (lesão
tumoral)
escamoso
queratinizante
e
embrionário que cresce no
osso
temporal,
com
membrana
timpânica
integra e sem história
prévia de lesão otológica.
OTITE MÉDIA CRÔNICA
COLESTEATOMATOSA
• Na tumoração encontramos germes anaeróbios
(peptococus, bacterióides melaninogênicos),
aeróbios
(pseudomonas)
e
facultavivos,
responsáveis pelo odor fétido do colesteatoma,
que é um meio de cultura para as bactérias do
conduto auditivo externo.
• Isto é importante porque o colesteatoma
infectado reabsorve osso mais rapidamente,
uma das complicações da colesteatomatose.
Referências
• http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003472992006000500024&script=sci_arttext#fig01
• http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003472992008000600018
• http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003472992004000500018
• http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003472992004000200013
• Rotinas de Diagnóstico e Tratamento das Doenças Infecciosas
e Parasitárias – WALTER TAVARES, LUIZ ALBERTO CARNEIRO
MARINHO. 1ª Edição – 2005.)
• Tratado de Otologia -