COMUNIDADE DE
COMUNIDADES:
UMA NOVA PARÓQUIA
CNBB – ESTUDOS 104
INTRODUÇÃO
2
CONTEÚDO

Introdução

Perspectiva bíblica

Recuperar a comunidadade

A nova experiência de Deus: O Abbá

A missão do Messias

A novidade do Reino

Um novo estilo de vida comunitária

O novo modo de ser pastor
3
CONTEÚDO

Perspectiva bíblica

O ensinamento novo

A nova Páscoa

Pentecostes: o novo povo de Deus

A nova comunidade cristã

A missão

A nova esperança: a comunidade eterna
4
CONTEÚDO

Perspectiva teológica

A Igreja doméstica (Domus Ecclesiae)

O surgimento das paróquias

A paróquia no Concílio Vaticano II

A renovação paroquial na América Latina e no
Caribe


A paróquia como casa

Casa da Palavra

Casa do Pão

Casa da Caridade (ágape)
A paróquia hoje
5
CONTEÚDO

Novos contextos: desafios à paróquia


Desafios no âmbito da pessoa

Intimismo religioso

Mudanças na família
Desafios na comunidade

A nova territorialidade: do físico ao ambiental

Estruturas obsoletas na pastoral

Entre o relativismo e o fundamentalismo
6
CONTEÚDO

Novos contextos: desafios à paróquia


Desafios da sociedade

A sociedade pós cristã

O pluralismo cultural
A urgência da renovação pastoral
7
CONTEÚDO

Perspectivas pastorais


Recuperar as bases da comunidade cristã

Viver a Palavra: ser comunidade profética

Viver a Eucaristia: ser comunidade sacerdotal

Viver na caridade: ser comunidade do Reino
A comunidade de comunidades

A setorização da paróquia

Integração de comunidades, movimentos e grupos

Revitalizar a comunidade
8
CONTEÚDO

Perspectivas pastorais

A conversão pastoral

Conversão dos ministros da comunidade

Protagonismo dos cristãos leigos

Transformar as estruturas

A transmissão da fé: novas linguagens
9
CONTEÚDO


Proposições

Criatividade

Pequenas comunidades

Ministérios leigos

Formação

Catequese de iniciação à vida cristã

Jovens

Liturgia

A caridade

Perdão e Acolhida
Considerações finais
10
SER DISCÍPULO E MISSINÁRIO
(1 A 5)

Conversão pastoral: processo de transformação
permanente e integral

Revitalização da Paróquia

Papel fundamental na evangelização

Comunidade de comunidades

Fidelidade ao Concílio Vaticano II

Tarefa urgente: transformar nossas Paróquias
em comunidades de comunidades
11
PESPECTIVA
BÍBLICA
12
CAPÍTULO 1
INTRUDUÇÃO
(6)

Toda a comunidade encontra sua inspiração
naquelas comunidades que o próprio Jesus Cristo
fundou por meio dos apóstolos, na força do Espírito
Santo

Para que a renovação paroquial ocorra a partir de
Cristo, é preciso revisitar o contexto e as
circunstâncias nas quais o Senhor Jesus estabeleceu
a Igreja primitiva

O objetivo é identificar alguns elementos bíblicos
que permitam iluminar o entendimento da Paróquia
como comunidade de comunidades
13
RECUPERAR A COMUNIDADE
(7 A 10)

Em Israel, a comunidade era a base da convivência

Nela estava a proteção das famílias e das pessoas, a garantia
da posse da terra e a defesa da identidade

Encarnar o amor de Deus no amor ao próximo

No tempo de Jesus, a política do Império e o sistema religioso
imperial estava enfraquecendo e desintegrando a vida
comunitária

Os impostos aumentavam, a ameaça de escravidão crescia e
por isso as famílias se fechavam nas suas próprias
necessidades

Muitas pessoas ficavam sem ajuda e sem defesa
14
RECUPERAR A COMUNIDADE
(7 A 10)

O fechamento era reforçado pelo sistema
religioso. Dar a herança ao Templo era
abandonar os pais, enfraquecendo o quarto
mandamento, a força da comunidade

Por vezes, a Lei de Deus era usada para
legitimar a exclusão. Deus deixa de ser a
imagem de amor e de misericórdia do tempo
dos profetas
15
RECUPERAR A COMUNIDADE
(7 A 10)

Para que o Reino de Deus se manifeste na
comunidade, é necessário ultrapassar os limites
da pequena família e se abrir para a
comunidade: uma família de famílias

Jesus deu o exemplo: “Quem é minha mãe?
Quem são meus irmãos? Quem faz a vontade de
Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha
mãe.” Jesus alargou o horizonte da família
16
A NOVA EXPERIÊNCIA DE DEUS:
O ABBÁ
(11 E 12)

Jesus era o retrato vivo de Deus. Ele é o portador da
Boa-Nova para todos, sobretudo os pobres

Sua bondade e ternura eram sinais da experiência
que tinha do Deus Abbá, seu Pai e revela a face do
Pai

Jesus testemunhava uma grande intimidade com o
Pai. Todos os dias, o povo parava para rezar em
família, Jesus também

Todo sábado participava da comunidade na
sinagoga. Depois, na família, o povo aprofundava o
significado das leituras ouvidas na sinagoga
17
A NOVA EXPERIÊNCIA DE DEUS:
O ABBÁ
(11 E 12)

Todos os anos, ele participava das peregrinações
para Jerusalém

Celebravam-se as três grandes festas que marcavam
o ano litúrgico e nas quais se recordavam os
momentos importantes da história do Povo de Deus:
Páscoa, Pentecostes e Festa das Tendas

Desde os doze anos de idade, Jesus participava
dessas celebrações. Nesse ritmo de oração, Jesus
vivia impregnado pela Palavra

A experiência do povo de Deus era sustentada pela
vida comunitária
18
A MISSÃO DE JESUS
(13 A 16)

Jesus foi batizado por João iniciando a sua vida
pública. No batismo, é revelada a sua missão de servo
enviado de Deus: “Tu és o meu filho amado; em ti está o
meu agrado.” Jesus se identificou com a missão do
servo de Deus, pois o Filho do Homem para servir e dar
a vida em resgate por muitos

Jesus passou quarenta dias no deserto, fortalecendo-se
na sua missão como Servo de Deus e Filho do Homem
que resgata o seu povo. Tentado por Satanás, recusou a
missão de ser Messias glorioso e permaneceu fiel à sua
missão
19
A MISSÃO DE JESUS
(13 A 16)

Iniciou sua missão anunciando a Boa-Nova de Deus. O
Espírito de Deus dava-lhe consciência de ser chamado
para "anunciar a boa-nova aos pobres, proclamar a
libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação da vista;
para dar liberdade aos oprimidos e proclamar um ano
aceito da parte do Senhor”

Jesus realiza as esperanças dos pobres realizando todas
essas coisas. Por ser fiel, é amado pelos pobres, mas
perseguido e caluniado pelos poderosos que decidem
matá-lo
20
A NOVIDADE DO REINO
(17 E 18)

Sua pregação atraía muita gente. Ao seu redor,
nasce uma comunidade. Ele convidou discípulos e
escolheu doze para anunciarem o Reino. Era uma
nova proposta de vida em que:

Todos são irmãos e irmãs

Há igualdade entre homem e mulher.
Relacionam-se como amigos e não como
empregados

O poder é exercido como serviço

É dado o poder de perdoar e reconciliar

Vive a Alegria
21
A NOVIDADE DO REINO
(17 E 18)

O Reino de Deus anunciado por Jesus é a
expressão do amor do Pai

É o dom de Deus que precisa ser acolhido
pela humanidade

Tal acolhida supõe novas relações entre as
pessoas, na comunidade e na sociedade
22
UM NOVO ESTILO DE VIDA
COMUNITÁRIA
(19 E 20)

A renovação comunitária se espalhou pela
Galileia e atraiu muita gente. Jesus enviou
setenta e dois discípulos em missão aos
povoados da Galileia e deu quatro
recomendações para a vida comunitária

Hospitalidade

Partilha

Comunhão de mesa

Acolhida aos excluídos
23
UM NOVO ESTILO DE VIDA
COMUNITÁRIA
(19 E 20)

Essas eram as recomendações que deveriam
sustentar a vida comunitária. Caso fossem
atendidas, os discípulos poderiam
proclamar: O Reino chegou!

O Reino implica uma nova maneira de viver
e de conviver, nascida da Boa-Nova que
Jesus anunciou
24
UM NOVO MODO DE SER PASTOR
(21 A 26)

O Bom Pastor acolhe com bondade e ternura o
povo, sobretudo os pobres

A casa exerce um papel central na atividade de
Jesus, sobretudo, da comunidade. Durante três
anos, visitou as pessoas. Entrou na casa de
Pedro, de Mateus, de Zaqueu, de Marta, Maria e
Lázaro, entre outros. O povo procurava Jesus
na sua casa. Ao enviar os discípulos, deu-lhes a
missão de entrar nas casas e levar a paz
25
UM NOVO MODO DE SER PASTOR
(21 A 26)

Jesus transmite a Boa-Nova: nas sinagogas;
em reuniões informais na casa de amigos;
andando pelo caminho; sentado num barco.
Ele vai ao encontro das pessoas,
estabelecendo com elas uma relação direta
através do acolhimento. Propõe um
caminho de vida: Vinde a mim, e eu vos
darei descanso
26
UM NOVO MODO DE SER PASTOR
(21 A 26)

A doença era considerada um castigo e os doentes eram afastados
do convívio social. Jesus tem um novo olhar sobre eles. Toca-os
para curá-los. Jesus assumiu uma marginalização social por ter
tocado o leproso, a ponto de não poder entrar nas cidades

Jesus anuncia o Reino para todos. Oferece um lugar aos que não
tinham lugar na convivência humana. Recebe os que a religião e a
sociedade excluíam: prostitutas e pecadores; pagãos e
samaritanos; leprosos e possessos; mulheres, crianças e doentes;
publicanos e soldados; e muitos pobres

Jesus supera as barreiras de sexo, de religião, de etnia e de classe
27
O ENSINAMENTO NOVO
(27 E 28)

Jesus anuncia ao povo o Reino de Deus. Ensinava e o povo
gostava de ouvi-lo, ficava admirado. Sua pregação era muito
ligada ao cotidiano das pessoas. Ele comparava as coisas de
Deus com as coisas mais simples da vida: sal, luz, semente,
crianças e passarinhos. Conhecia a vida do povo e era íntimo
da vida de Deus, anunciando o seu Reino

Jesus ensinava de forma interativa, levando as pessoas a
participarem da descoberta da verdade. A parábola fazia da
pessoa uma observadora da realidade. Por isso, o povo
percebeu um ensinamento novo, e com autoridade. Jesus
falava de Deus a partir da sua experiência de Deus e a
experiência vida do povo. Sua própria vida era o testemunho
do que ensinava
28
A NOVA PÁSCOA
(29 A 32)

O Reino de Deus provocou resistências no caminho de
Jesus: O Filho do Homem deve sofrer muito e ser rejeitado.
A sua paixão e morte são a paixão e a morte do Messias

O conflito entre Jesus e a concepção da lei daquele tempo
permitiu compreender o motivo pelo qual ele foi
repudiado pela lei do seu povo como um blasfemo

O conflito com os romanos torna compreensível o motivo
pelo qual ele foi crucificado como um subversivo

Na hora da crucificação, os discípulos o abandonaram. Aos
seus olhos, aquela morte era o fim. No momento do
Gólgota, a comunidade estava dispersa
29
A NOVA PÁSCOA
(29 A 32)

Na Páscoa, a comunidade dos discípulos fez a experiência do
Ressuscitado. Crê que o crucificado ressuscitou, glorificado
como filho de Deus. Lhes é dada a paz. Ele os envia, soprando
sobre eles o Espírito Santo para o perdão dos pecados

A comunidade é expressão e anúncio da Nova Aliança. Ela
promove o perdão dos pecados para reconciliar o mundo com
Cristo e expandir a Boa-Nova a toda a humanidade

A morte foi vencida. Quem nele crer terá a vida eterna. Os
cristãos são missionários da vida plena e da salvação que
Cristo realizou. Ela suscita a fé para que todos tenham vida
30
PENTECOSTES, O NOVO POVO DE
DEUS
(33 A 35)

Jesus transmite o Espírito Santo, para que sejam
revestidos do seu poder celeste e se tornem
testemunhas do Evangelho. O poder do Espírito
Santo concede carismas e guia a Igreja para ser uma
comunidade evangelizadora

Os apóstolos criaram comunidades nas quais a
essência de cada cristão é a filiação divina que se dá
no Espírito Santo pela relação entre a fé e o batismo
31
PENTECOSTES, O NOVO POVO DE
DEUS
(33 A 35)

Conduzidos pelo Espírito, são filhos de Deus
que realizam no cotidiano sua dignidade divina.
A vida cristã consiste em acolher e obedecer a
um projeto de vida. É a graça divina criada no
coração vivificado pelo Espírito

A comunidade primitiva testemunha Cristo. É a
partir dela que podemos haurir a perspectiva
comunitária fundamental para repensar a
comunidade eclesial
32
A NOVA COMUNIDADE CRISTÃ
(36)

Eles eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos
apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e
nas orações

O ensinamento dos apóstolos: nova interpretação da vida e
da lei a partir da experiência da ressurreição

A comunhão: o ideal da comunhão era chegar a uma
partilha a ponto de se tornarem um só coração e uma só
alma

A fração do pão: Lembrava a presença viva de Jesus no
meio da comunidade. A fração do pão era feita nas casas

As orações: por meio delas os cristãos permaneciam unidos
a Deus e entre si e se fortaleciam na hora das perseguições
33
A MISSÃO
(37 E 38)

A experiência da Páscoa leva a receber o mandato
missionário do próprio Senhor. Por isso, os apóstolos
fizeram as pregações, realizaram curas e formaram
comunidades que nasciam em meio a muitas tensões,
conflitos e perseguições

Os missionários precisavam superar dificuldades de
todo tipo. Muitas vezes, os líderes dos judeus resistiam
e os pagãos aceitavam a Boa-Nova

Os discípulos de Jesus são reconhecidos por viverem
em comunhão. Assim, comunhão e missão estão
profundamente unidas
34
A NOVA ESPERANÇA:
A COMUNIDADE ETERNA
(39 A 41)

A esperança no Reino de Deus desperta nos cristãos o
compromisso de trabalhar por um mundo melhor e
esperar a plena realização dos novos céus e da nova terra

Essa expectativa é marcada por uma tensão entre o
seguimento de Jesus Cristo no cotidiano e a certeza de sua
vinda na glória

A comunidade não vive no espiritualismo
descompromissado com a realidade nem atua no mundo
sem a garantia de uma promessa que transcende o tempo

Como filhos do dia, os cristãos não devem andar nas
trevas, esperando o grande dia do Senhor Jesus
35
A NOVA ESPERANÇA:
A COMUNIDADE ETERNA
(39 A 41)

O Reino definitivo pode ser designado como a Pátria
Trinitária, a comunidade perfeita onde Deus será tudo
em todos e Cristo entregará toda a criação ao Pai

Cada comunidade é testemunha e anunciadora dessa
realidade futura, atualizando através dos séculos a
mensagem e a esperança de Cristo

A Igreja, esposa de Cristo, vive da certeza de que um
dia habitará na tenda divina, na casa da Trindade,
numa Aliança nova e eterna com Deus

A Igreja brota da Trindade e é nesta perspectiva
trinitária que ela fundamenta sua vida comunitária
36
TRABALHOS EM GRUPOS

1 – Qual o pensamento central do texto?

2 – Quais as ideias principais do texto?

3 – Quais as principais dificuldades para a sua
compreensão?

4 – Sugestões de emendas ao texto:

Número do parágrafo

Acréscimos

Supressões

Redação
37
PESPECTIVA
TEOLÓGICA
38
CAPÍTULO 2
INTRODUÇÃO
(42 E 43)

A compreensão de comunidade deriva da vida e do
ensinamento de Jesus. Na sua base está a experiência
da “comunhão”. Todo o itinerário do discípulo é vivido
na comunhão com o Mestre. A dimensão comunitária se
inspira na própria Trindade. Sem comunidade, não
existe autentica experiência cristã

A dimensão comunitária da fé cristã conheceu
diferentes formas de se concretizar historicamente.
Não é fácil identificar todo o processo de configuração
da vida paroquial. É importante, apresentar alguns
elementos que podem iluminar a renovação paroquial
39
A IGREJA DOMÉSTICA
(44 A 47)

Na Bíblia, há três palavras ligadas à Paróquia:

paroikía,: estrangeiro, migrante

Paroikein: viver junto a, habitar nas proximidades,
viver em casa alheia, em peregrinação

Paroikós: vizinho, próximo, que habita junto

O Novo Testamento identifica os cristãos como peregrinos

A Igreja é integrada por estrangeiros que estão de
passagem, são imigrantes ou peregrinos. O cristão não
está em sua pátria definitiva e deve se comportar como
quem se encontra fora da pátria. A Paróquia, é uma
“estação” onde se vive de forma provisória
40
A IGREJA DOMÉSTICA
(44 A 47)

As primeiras comunidades não são Paróquias. Paulo usa a
expressão Igreja Doméstica, pois as comunidades se
reuniam nas casas

A civilização urbana se expandia e promovia uma
revolução social e cultural. Paulo funda comunidades nas
cidades, entrando na nova organização social que emergia
e cresce uma rede de comunidades cristãs urbanas

Enquanto as comunidades da Palestina eram itinerantes,
Paulo passa para um cristianismo de forma sedentária.
Faz da casa a estrutura fundamental das igrejas e garante
comunidades com relações interpessoais, comunhão de fé
e participação de todos
41
O SURGIMENTO DAS PARÓQUIAS
(48 A 54)

O modelo institucional e o crescimento dos cristãos abalaram
a Igreja Doméstica. As assembleias tornam-se cada vez mais
massivas e anônimas, e surge a paróquia territorial.
Desaparecem as fronteiras entre a comunidade eclesial e a
sociedade civil e se identifica a paróquia com a igreja
paroquial

A partir do século IV aparecem a diocese e a paróquia. A
diocese surge como expansão das comunidades eclesiais
urbanas e a paróquia é uma expressão dessa comunidade, em
menor escala. A Igreja se organiza em torno do presbítero ou
diácono que fazem as vezes do bispo

As Paróquias representam a Igreja visível espalhada por todo
o mundo
42
O SURGIMENTO DAS PARÓQUIAS
(48 A 54)

As paróquias surgem da expansão missionária da Igreja.
Eram originalmente rurais e chegam às cidades devido ao
seu crescimento e à impossibilidade do bispo com seu
presbitério, de atender aos povoados mais distantes.
Nascem da preocupação pastoral e missionária e, com o
tempo, passam a ser a Igreja instalada na cidade

Trento considera a paróquia sujeito de atuação da
Contrarreforma. Estabeleceu a territorialidade e a criação
de novas paróquias para responder ao crescimento
populacional. O pároco deve residir na paróquia

Substancialmente, esse modelo chegou até hoje
43
O SURGIMENTO DAS PARÓQUIAS
(48 A 54)

No período pré-industrial, a Paróquia abraçava a
sociedade local como comunidade territorial para atender
às famílias

O CDC de 1917, determina a Paróquia como a menor
circunscrição local, pastoral e administrativa. O CDC de
1983 define como comunidade de fiéis, constituída de
maneira estável e confiada a um pároco, como seu pastor.
As Paróquias são territoriais, mas podem ser pessoais

A Paróquia resiste à renovação. Sua ocupação tem sido o
culto, com pouca força missionária e atuação profética
44
A PARÓQUIA NO CONCÍLIO VATICANO
II
(55 A 64)

O Vaticano II apresenta a Igreja Particular, presente nas
legítimas comunidades locais de fiéis, que unidas com seus
pastores, são Igrejas

A Paróquia, comunidade de comunidades, torna visível a
Igreja, onde todos fazem a experiência de ser Igreja com
uma multiplicidade de dons, carismas e ministérios

O concílio insiste no valor da Igreja reunida em
assembleia eucarística. Também aborda a natureza
missionária da Igreja

O concílio destacou a condição e a dignidade de todos os
batizados
45
A PARÓQUIA NO CONCÍLIO VATICANO
II
(55 A 64)

A Paróquia está em rede com as demais Paróquias que
formam a diocese, a Igreja Particular. Ela só pode ser
compreendida a partir da Diocese. Pode-se dizer que ela é
uma “célula da diocese”. A Igreja Particular é apresentada
como porção do Povo de Deus; a Paróquia, entretanto, é
entendida como parte da Igreja Particular

A Paróquia encontra no conceito de comunidade a auto
compreensão de sua realidade histórica. Ela é uma
comunidade de fiéis que torna presente a Igreja e se
expressa na comunhão dos seus membros entre si, com as
outras comunidades e com toda a Diocese reunida em
torno ao seu bispo
46
A PARÓQUIA NO CONCÍLIO VATICANO
II
(55 A 64)

A Igreja é comunhão. Sua raiz ú é o mistério do Pai que,
por Cristo e no Espírito, quer que todos participem de sua
vida, vivendo como filhos e filhas. O Vaticano II apresenta
a eclesiologia em chave trinitária: A Igreja é o povo de
Deus reunido na unidade do Pai, do Filho e do Espírito
Santo. A comunhão trinitária é da vida e missão da Igreja,
modelo de suas relações e meta de sua peregrinação

Os membros de uma comunidade querem estar em
comunhão com o Deus Uno e Trino. Cada cristão é
chamado à comunhão com o Senhor. A fé é um chamado à
comunhão com a Trindade
47
A PARÓQUIA NO CONCÍLIO VATICANO
II
(55 A 64)

A comunhão com Deus se desdobra na comunhão com
os bens que ele nos oferece, especialmente a Eucaristia.
Paulo nos ensina que nós somos um só corpo, pois
participamos do único pão. Para Agostinho, a
Eucaristia é sinal de unidade e vínculo de amor. O
Vaticano II a apresenta como fonte e ápice de toda a
vida cristã

A Igreja é sinal e instrumento de comunhão. Ela tem
sua origem na Trindade. Ela se espelha na comunhão
trinitária, e seu destino é a comunhão definitiva com o
Deus. Para realizar sua missão, a Igreja precisa de uma
constituição estável, que tem por base a “comunhão”
48
A PARÓQUIA NO CONCÍLIO VATICANO
II
(55 A 64)

A comunidade entendida no horizonte da comunhão tem
força profética no mundo marcado pelo individualismo.
Comunidade de comunidades é para recuperar as relações
interpessoais e de comunhão como fundamento para a
pertença eclesial. Não há elemento mais importante para
alimentar a configuração eclesial do que a comunhão

O Concílio Vaticano II aponta para três direções: a
passagem do territorial para o comunitário; do princípio
único do pároco a uma comunidade toda ministerial; e da
dimensão cultual para a totalidade das dimensões da
comunhão e da missão da Igreja no mundo
49
A RENOVAÇÃO PAROQUIAL NA
AMÉRICA LATINA E NO CARIBE
(65 A 72)

O magistério da AL e Caribe sempre assumiu a Paróquia e
a sua renovação. Propõe a Paróquia como comunidade de
comunidades. Puebla faz da Paróquia o centro de
coordenação e animação de comunidades, grupos e
movimentos na comunhão e participação. O vínculo da
Paróquia com a diocese é a união com o bispo, que confia
ao pároco o seu cuidado pastoral

Puebla: a Paróquia é lugar de encontro, comunicação de
pessoas e de bens e articulação de rede de comunidades,
responsável pelo elo das comunidades entre si, com as
demais paróquias e com a diocese. A renovação da
Paróquia é em vista da pastoral urbana de conjunto
50
A RENOVAÇÃO PAROQUIAL NA
AMÉRICA LATINA E NO CARIBE
(65 A 72)

Santo Domingo: a Paróquia acolhe as angústias e
esperanças, anima e orienta a comunhão, participação e
missão. É a Igreja inserida na sociedade e solidária com
suas aspirações e dificuldades. Deve evangelizar, celebrar,
fomentar a promoção humana e fazer progredir a inculturação da fé. A Paróquia é uma rede de comunidades

Aparecida destaca a multiplicação das comunidades e a
pastoral urbana. Ressalta a contribuição das CEBs. Não há
comunidade com multidões anônimas na Paróquia, daí a
necessidade dela se tornar comunidade de comunidades
51
A RENOVAÇÃO PAROQUIAL NA
AMÉRICA LATINA E NO CARIBE
(65 A 72)

Aparecida: as Paróquias são células vivas da Igreja e o
lugar privilegiado onde a maioria dos fiéis tem uma
experiência concreta de Cristo e da comunhão eclesial.
São casa e escolas de comunhão. É necessária uma
urgente renovação e reformulação para que sejam rede
de comunidades e grupos capazes de propiciar uma
experiência de comunhão com Cristo. Isso exige a
reformulação de suas estruturas

Existe ainda a possibilidade de comunidades
ambientais integradas em nível supra paroquial. A
Igreja no Brasil assumiu essa perspectiva como uma
das urgências da ação evangelizadora
52
A RENOVAÇÃO PAROQUIAL NA
AMÉRICA LATINA E NO CARIBE
(65 A 72)

A vida em comunidade é essencial à vocação cristã, e o
discipulado e a missão supõem a pertença a uma
comunidade. A comunidade paroquial deve ser um todo
orgânico que envolve os diversos aspectos da vida

As DGAE afirmam que as paróquias têm um importante
papel na vivência da fé e para a maioria dos fiéis, são o
único espaço de inserção na Igreja e se restringem aos
serviços paroquiais, deixando pessoas insatisfeitas, que
buscam formas mais comunitárias de viver sua fé. É
urgente que a Paróquia se torne comunidade de
comunidades vivas e dinâmicas de discípulos missionários
de Cristo
53
A PARÓQUIA COMO CASA
(73 A 82)

A Paróquia é a experiência de Igreja que acontece ao redor
da casa onde as pessoas se encontram, que pretende
fornecer lar, ambiente de vida e aconchego que garante o
referencial para o cristão encontrar-se no lar e prossiga na
estrada de Jesus e com ele se deter na casa dos amigos,
como fazia em Betânia

Hoje há uma situação de desamparo, falta de pertença e
deserto espiritual, que reclama uma casa de acolhida. A
Paróquia deve ser essa casa

Nela se ouve a convocação para que todos sejam um e
vivam como irmãos na família de Deus
54
A PARÓQUIA COMO CASA
(73 A 82)

Casa da Palavra

A Paróquia é a casa da Palavra e do discípulo que a
acolhe e pratica, a Igreja que se define pelo
acolhimento do Verbo que colocou a sua tenda entre
nós. Essa morada de Deus entre nós realiza-se agora
com a presença de Deus entre nós em Cristo

A Igreja é comunidade que escuta, acolhe e vive a
Palavra, sendo a liturgia o lugar privilegiado para essa
comunicação pois constitui o âmbito privilegiado onde
Deus nos fala no momento presente da nossa vida: fala
hoje ao seu povo, que escuta e responde
55
A PARÓQUIA COMO CASA
(73 A 82)

Casa do pão

A Igreja se nutre com a Eucaristia, que estabelecem as novas
relações que o Evangelho propõe. É fonte da vocação e do seu
impulso missionário e leva a Paróquia a concretizar o seu
compromisso social pela caridade

O Deus fez a sua morada entre nós; nasceu em Belém, a “casa
do pão”; peregrinou pela Galileia e Judeia; providenciou a
palavra e o alimento para os cansados e abatidos. A Igreja
também precisa fazer isso

A comunidade vive da Eucaristia, que a une a comunidade
pelo Espírito Santo, em Cristo, para chegar ao Pai
56
A PARÓQUIA COMO CASA
(73 A 82)

Casa da caridade (ágape)

Na Palavra e na Eucaristia, o cristão vive a o amor
como ágape na relação com Deus. A amizade é o
paradigma de todo relacionamento de Jesus com os
discípulos e de Deus com a humanidade. Diante do
pecado, Deus não se torna inimigo, mas se revela como
o Deus conosco que, em Jesus, se faz amigo e irmão. A
Igreja é a comunidade santa porque nela se vive o
amor. Deus oferece-nos, em Cristo, a filiação adotiva,
chamando-nos à santidade, que é a vida de união com
ele, com os irmãos e as irmãs, e a criação.
57
A PARÓQUIA COMO CASA
(73 A 82)

Casa da caridade (ágape)
A
amizade se refere ao amor e torna-se expressão do
ágape, o centro do amor cristão. Ela se traduz em
compaixão pelos que sofrem, pois Deus convoca a
humanidade para derrubar as barreiras que impedem a
fraternidade
58
A PARÓQUIA HOJE
(83 A 87)

A Paróquia é importante para a construção da
identidade cristã; é o lugar onde o cristianismo se torna
visível em nossa cultura e história. A origem da
Paróquia é marcada por um contexto cultural muito
diferente do atual. Por isso, muitos aspectos precisam
ser revistos, mas a intuição original permanece com seu
valor

Todos percebem que a Paróquia está desafiada a se
renovar diante das aceleradas mudanças de nosso
tempo. A época atual nos desafia a rever a nossa ação
evangelizadora e pastoral-paroquial em vista da
urgência de uma nova evangelização
59
A PARÓQUIA HOJE
(83 A 87)

Precisamos compreender duas noções: Paróquia como
casa de acolhida e como comunidade que é lar dos cristãos
onde se faz a experiência de seguir Jesus. Como
acolhimento, a ela é o espaço para receber pessoas, com
suas buscas e vivências, que pretendem seguir o caminho

Enquanto espaço da comunidade, ela reúne esses cristãos
em grupos comprometidos em viver o evangelho em
comunidade. É um grupo que a partir da fé tem profunda
comunhão com Deus e entre si. Afinal, a comunhão eclesial
encontra a sua expressão mais imediata e visível na
Paróquia
60
A PARÓQUIA HOJE
(83 A 87)

A Paróquia é o próprio mistério da Igreja presente e
operante nela

Embora, por vezes, pobre em pessoas e em meios, e
outras vezes dispersa em territórios vastíssimos ou
quase desaparecida no meio de bairros modernos,
populosos e caóticos, a Paróquia é sobretudo a família
de Deus

Teologicamente, o fundamento da Paróquia é ser uma
comunidade eucarística, que celebra a presença de
Cristo Palavra e Eucaristia, estabelecendo os vínculos
de comunhão entre os seus fiéis e remete todos à
missão de testemunhar na caridade a verdade
professada
61
TRABALHOS EM GRUPOS

1 – Qual o pensamento central do texto?

2 – Quais as ideias principais do texto?

3 – Quais as principais dificuldades para a sua
compreensão?

4 – Sugestões de emendas ao texto:

Número do parágrafo

Acréscimos

Supressões

Redação
62
NOVOS CONTEXTOS:
DESAFIOS À PARÓQUIA
63
CAPÍTULO 3
INTRODUÇÃO
(88 A 94)

O discípulo missionário sabe que, para
efetivamente anunciar o Evangelho, deve
conhecer a realidade à sua volta e nela
mergulhar com o olhar da fé, em atitude de
discernimento
64
INTRODUÇÃO
(88 A 94)

A realidade é cada vez mais complexa. Há luzes e
sombras, alegrias e preocupações. A dificuldade de
compreendê-la exige atitude de diálogo, como fez o
Vaticano II

A cultura de desafia nossos conceitos. É preciso
considerar a mudança de época. Evangelizar a
sociedade que gera comportamentos novos e novos
problemas éticos é um desafio. Conhecer a realidade
é fundamental para encontrar caminhos de a
renovação paroquial e revitalização das
comunidades
65
INTRODUÇÃO
(88 A 94)

A Igreja no Brasil intensifica os esforços
para que a paróquia supere os entraves que
a impedem de ser missionária, mas
permanecem situações que exigem
renovação. Não podemos nos acomodar. A
crise nem sempre é percebida por
comunidades
66
INTRODUÇÃO
(88 A 94)

Há paróquias que não assumem a renovação
conciliar e concentram suas atividades na
liturgia sacramental e nas devoções. Não têm
plano pastoral, a evangelização se reduz à
catequese para as crianças, restrita à instrução
da fé, sem a iniciação cristã. A administração
concentra-se no pároco. Não há ação
missionária. Evangelização é apenas
fortalecimento da fé de quem busca a paróquia
67
INTRODUÇÃO
(88 A 94)

Porém, há paróquias que buscam a conversão
pastoral. Se preocupam com a evangelização, há
catequese de iniciação à vida cristã na perspectiva
bíblica, desenvolvem a liturgia viva e participativa,
atuam com os jovens, há serviços e ministérios entre
os leigos, têm CPP e conselho econômico, há
empenho em atrair os afastados e desenvolvem a
comunhão e participação. Mas algumas não atingem
a maioria das pessoas por causa da extensão
territorial. Precisam fortalecer as comunidades
unidas à Paróquia
68
INTRODUÇÃO
(88 A 94)

A experiência paroquial atual se caracteriza
por uma realidade difícil de ser concebida em
sua totalidade. Em si, a paróquia não é um todo,
pois está unida a outras paróquias formando a
Diocese. A paróquia está inserida na sociedade,
recebe e oferece influências. Se é irrenunciável
a dimensão comunitária para a fé cristã, se
constata que a maioria das paróquias não é
capaz de atender às exigências da experiência
humana e cristã, comprometendo o seguimento
de Cristo
69
INTRODUÇÃO
(88 A 94)

É importante identificar os aspectos da
pessoa, comunidade e sociedade que
importam na renovação paroquial. Para
humanizar a pessoa é indispensável a sua
experiência comunitária e para humanizar
a sociedade é preciso que a comunidade
cristã tenha uma presença pública
70
DESAFIOS NO ÂMBITO DA PESSOA
(95 A 102)

Com a valorização do sujeito, cresce a responsabilidade de
cada pessoa construir sua personalidade e plasmar sua
identidade social. Essa postura, no entanto, pode
fortalecer o individualismo, enfraquecer os vínculos
comunitários e transformar a noção de tempo e espaço. A
pessoa vive numa sociedade consumista e egoísta, sendo
descartada a vida comunitária, sendo desvinculada do
grupo, da tradição e da paróquia

A vivência da fé, diante do individualismo, é exercida
numa religiosidade não institucional e sem comunidade,
mais ligada aos interesses pessoais.
71
DESAFIOS NO ÂMBITO DA PESSOA
(95 A 102)

Intimismo religioso

Não é fácil pensar comunidade de comunidades na
sociedade fragmentada e individualista onde há
intimismo religioso que compromete a vida
comunitária

A vivência religiosa se torna midiática e o encontro
com os outros não é importante. Buscam o
sentimentalismo e o bem-estar. Frequentam templos
sem ligação fraterna ou se conectam pelas mídias.
Buscam felicidade, realização e sucesso pessoal, em
detrimento do bem comum e da solidariedade. É uma
religião sem comunidade e sem compromisso
72
DESAFIOS NO ÂMBITO DA PESSOA
(95 A 102)

Intimismo religioso

Há certa rejeição pelos valores herdados da fé em
nome de novos direitos individuais. Crescem a
indiferença pelo outro e a dificuldade de planejar
o futuro. O que conta é o aqui e o agora, gerando
variados estilos de vida e novas maneiras de
pensar e de se relacionar. São eles os produtores e
os atores da nova cultura
73
DESAFIOS NO ÂMBITO DA PESSOA
(95 A 102)

Mudanças na família

O individualismo fragiliza a família e a confronta com
outras formas de convivência. Há políticas públicas
sem respeito à família. O importante é ser feliz: amor
sem compromisso

Nas paróquias, participam pessoas unidas sem o
vínculo sacramental, em segunda união, ou que vivem
sozinhas sustentando os filhos. Temos também avós que
criam netos ou tios que sustentam sobrinhos. Crianças
são adotadas por pessoas solteiras ou do mesmo sexo
que vivem em união estável
74
DESAFIOS NO ÂMBITO DA PESSOA
(95 A 102)
 Mudanças

na família
A Igreja deve acolher com amor a todos com
misericórdia. Muitos se afastam porque são
rejeitados ou receberam orientação
proibitiva, sem a proposta de viver a fé em
meio à dificuldade. A questão familiar exige
conversão pastoral para não perder nada do
que a Igreja ensina e não deixar de atender
as novas situações familiares
75
DESAFIOS NA COMUNIDADE
(103 A 117)

O termo comunidade é muito utilizado no mundo
virtual, local que rompe com o espaço físico e constrói
novos territórios baseados em diversos interesses,
superando a noção de espaço e de tempo. Os jovens
preferem as comunidades virtuais para se relacionar. A
paróquia deve trabalhar com de jovens considerando as
redes sociais. Isso implica na revisão da ação pastoral
da paróquia

Constata-se um impasse quando se identifica a
comunidade de fé com a comunidade física,
territorialmente localizada. Não é mais o ambiente
sociocultural que determina o espaço da fé
76
DESAFIOS NA COMUNIDADE
(103 A 117)

A nova territorialidade: do físico ao ambiental

Hoje, o território físico não é mais importante que o das
relações sociais. Isso provoca uma nova concepção dos
limites paroquiais.

Quando as paróquias crescem, é feita a divisão
territorial, que nem sempre atende aos vínculos
comunitários. O CDC apresenta como critério para a
criação de uma paróquia a territorialidade, mas
apresenta a possibilidade de paróquia não territorial
em função do rito, nacionalidade ou outra razão de
natureza pastoral. Essa possibilidade precisa ser
aprofundada
77
DESAFIOS NA COMUNIDADE
(103 A 117)

A nova territorialidade: do físico ao ambiental

A paróquia é questionada por comunidades ambientais
não delimitadas pelo espaço geográfico. O espaço é lugar
onde as pessoas interagem e convivem. A paróquia é o
local onde a pessoa vive sua fé, compartilhando com outras
pessoas a mesma experiência. O referencial é o sentido de
pertença e não tanto o território. Alguém pode participar
de uma paróquia que não seja a do seu bairro, mas onde se
sente mais engajado, identificado ou acolhidos por
diversos motivos

Os laços de pertença se firmam onde as relações se
estabelecem por afinidades
78
DESAFIOS NA COMUNIDADE
(103 A 117)

A nova territorialidade: do físico ao ambiental

O fato de não depender mais do território não
diminui a importância do lugar da paróquia como
referencial de vivência comunitária da fé. É na
comunidade que se constrói a identidade comum e
onde crescem os vínculos de convivência. Mas não
pode ser mais um espaço demarcado e estabilizado,
pois a paróquia ultrapassa suas fronteiras em
diversos sentidos. Essa noção mais ampla de
território paroquial exige rever as estruturas de
pastoral
79
DESAFIOS NA COMUNIDADE
(103 A 117)

Estruturas obsoletas na pastoral

Na sociedade plural, é um desafio evangelizar. Usamos
abstrações e fórmulas, sem comunicar experiências de
fé. Presos a conceitos obsoletos, não somos capazes de
estabelecer relações entre a vida e o Mistério de Deus

A conversão pastoral exige novas formas de evangelizar
tanto o meio urbano como o rural que, apesar estarem
distantes dos centros geradores da nova cultura
urbana, têm os problemas de vínculo comunitário. É
urgente pensar novas estruturas pastorais, de modo
que cuidem das pessoas na atual cultura
80
DESAFIOS NA COMUNIDADE
(103 A 117)

Estruturas obsoletas na pastoral

Sobra burocracia e falta acolhida em muitas secretarias
paroquiais. A administração reduz a função dos
presbíteros. Precisam rever questões, como dar
atendimento aos doentes, solitários, enlutados, deprimidos
e dependentes químicos. Precisamos acompanhar as
famílias, o povo de rua, as populações indígenas, a miséria
e a violência urbana. Isso exige o o desenvolvimento de
serviços e ministérios leigos e a criatividade. A
evangelização depende muito de uma conversão profunda
para Cristo, obra da graça em primeiro lugar
81
DESAFIOS NA COMUNIDADE
(103 A 117)

Entre o relativismo e o fundamentalismo

O relativismo é próprio de quem oscila entre as inúmeras
possibilidades. O fundamentalismo fecha-se em
determinados aspectos, sem considerar a pluralidade e o
caráter histórico da realidade. Ambos são sinais de
desenraizamento e fechamento em relação à comunidade

Há pessoas que relativizam a doutrina, os dogmas, a moral
e a vida sacramental. Não entendem a comunidade como
aquela que vive um encontro pessoal com Jesus e se une
para uma conversão contínua. A paróquia é uma
prestadora de serviços religiosos, onde se vive uma
espiritualidade sem compromisso ético ou simplesmente se
cumprem preceitos religiosos
82
DESAFIOS NA COMUNIDADE
(103 A 117)

Entre o relativismo e o fundamentalismo

O relativismo impede distinguir o certo do errado, pois tudo é
relativo ao entendimento pessoal e decidido pela consciência.
É a sociedade que se organiza mediante múltiplas informações
e acredita que pode agir como se Deus não existisse. Existe o
risco de perder o sentido do pecado e do Sacramento da
Reconciliação

Também cresce uma postura mais fundamentalista que
impede de perceber o outro como diferente e quer colocar
limites a todo custo, estabelecendo regras universalmente
válidas para cada situação. Insiste em recuperar aspectos préconciliares pretende uma leitura e aplicações reducionistas do
Vaticano II, com a eclesiologia e a espiritualidade até
contrárias a ele
83
DESAFIOS DA SOCIEDADE
(118 A 128)

O progresso permite-nos comodidades e experiências
inimagináveis num passado recente. A subjetividade, a
ecologia, o voluntariado, a tolerância e o respeito pelo
diferente despertam uma nova consciência de pertença ao
planeta e de integração entre tudo e todos

Porém, os índices de pobreza e miséria continuam a
desafiantes. O consumismo e o utilitarismo deterioram a
fraternidade, geram exclusão e reduzem a pessoa ao valor de
mercado. As leis do mercado, do lucro e dos bens materiais
regulam também as relações humanas, familiares, sociais, e
certas atitudes religiosas. Aumentam as espiritualidades da
prosperidade e da felicidade individual. Diminui o interesse
pelo bem comum e o compromisso solidário. Os pobres são
considerados supérfluos e descartáveis
84
DESAFIOS DA SOCIEDADE
(118 A 128)

Apesar das tentativas do secularismo e do
indiferentismo religioso, o cristão sabe que sua
identidade depende da sua relação com tudo o que o
circunda. Para não perder sua essência, a fé cristã
precisa ocupar-se da história, porque nela se realiza a
abertura do ser humano para a transcendência. Nesse
encontro entre o visível e o invisível, o humano
encontra o sentido, a cura e a salvação. Ainda que a
sociedade moderna seja prisioneira do consumismo e
do utilitarismo, a Igreja há de se orientar por valores
baseados numa sociedade onde a civilização do amor
encontre seu espaço e novas oportunidades
85
DESAFIOS DA SOCIEDADE
(118 A 128)

A sociedade pós-cristã

Há uma forte tendência para que a sociedade seja laica e a
religião não interfira na esfera pública. Uma sociedade póscristã. Se busca o desejável. A verdade é relativa às
necessidades das pessoas. É a cultura que impede a influência
do cristianismo nas decisões morais. Os cristãos não podem se
omitir na tomada de decisões que envolvem a vida pública

Na sociedade plural, falta orientação e há insegurança e
solidão. Por isso, cresce uma cultura do imediatismo. Muitas
vezes é a arte que leva a procurar algo mais profundo para a
existência. Vivemos um tempo além da modernidade

A paróquia, as comunidades e os cristãos precisam rever a
forma como comunicam sua fé publicamente
86
DESAFIOS DA SOCIEDADE
(118 A 128)

O pluralismo cultural

Diferentes formas de viver e pensar convivem em nossa
cultura, libertando as pessoas de normas fixas. Mas também as
desorienta e gera a fragmentação da vida e da cultura. O
pluralismo nem sempre respeita o outro, e seu exagero pode
gerar o indiferentismo

Também a religião vive esse pluralismo. Católicos frequentam
outros cultos e centros religiosos, buscando conforto para suas
dificuldades

A sociedade é marcada pela instabilidade e pela mobilidade.
Diante das incertezas e das carências, muitos se enfileiram em
novos grupos religiosos, procurando soluções para os
problemas do cotidiano
87
DESAFIOS DA SOCIEDADE
(118 A 128)

O pluralismo cultural

O contato com a realidade exige conversão. Essa atingirá
tanto o âmbito pessoal quanto o pastoral, prevendo novas
estruturas na comunidade. Não é viver do passado nem
construir uma nova Igreja no terceiro milênio

Para alguns, a paróquia perdeu seu valor; já outros
querem restabelecer a estrutura paroquial pré-conciliar.
Trata-se de inserir de modo crítico e construtivo tudo que
é permanente e precioso na tradição cristã. A GS indica
que o mundo é o lugar teológico dos discípulos que o Cristo
convocou para formarem a Igreja
88
A URGÊNCIA DA RENOVAÇÃO
PAROQUIAL
(129 A 133)

Aparecida apresenta uma clara opção pela paróquia e
sugere a sua renovação pela conversão pastoral. Pela
reflexão bíblica, vimos que uma Igreja forte como
instituição, mas vazia de vida comunitária real, não
combina com a aspiração fundamental do NT

Há sinais que exigem a renovação paroquial: a
diminuição de católicos que participam da missa
dominical; milhares de comunidades sem a Eucaristia
dominical por longos períodos; a redução de pessoas
que procuram os sacramentos; o afastamento da vida
eclesial de muitos jovens crismados e a falta de
vocações para a vida presbiteral e religiosa
89
A URGÊNCIA DA RENOVAÇÃO
PAROQUIAL
(129 A 133)

As grandes cidades desafiam o atendimento pastoral,
especialmente nas periferias, e exige criatividade
missionária. Aumentam os que se declaram sem-religião,
embora tenham sido batizados

Os números revelam a dimensão externa do esfriamento
da fé. É clara a adesão parcial à fé, sem pertença à
comunidade e engajamento na paróquia. As pessoas
preferem colaborar economicamente com as campanhas
televisivas a participar do dízimo. O trabalho de religiosos
nas mídias coloca em questão o vínculo e o pertencimento
que essa nova modalidade de viver a fé possibilita
90
A URGÊNCIA DA RENOVAÇÃO
PAROQUIAL
(129 A 133)

Os desafios, portanto, são externos e internos à
comunidade. De fora, sopram os ventos
contrários do individualismo, do relativismo, do
fundamentalismo, do pluralismo e das
mudanças familiares. Internamente, somos
desafiados a pôr em prática a conversão
pastoral, enfrentando o problema da
territorialidade paroquial e da manutenção de
estruturas obsoletas à evangelização
91
TRABALHOS EM GRUPOS

1 – Qual o pensamento central do texto?

2 – Quais as ideias principais do texto?

3 – Quais as principais dificuldades para a sua
compreensão?

4 – Sugestões de emendas ao texto:

Número do parágrafo

Acréscimos

Supressões

Redação
92
PERSPECTIVAS
PASTORAIS
93
CAPÍTULO 4
INTRODUÇÃO
(134)

É urgente que a paróquia se torne, cada vez mais,
comunidade de comunidades vivas e dinâmicas de
discípulos missionários de Jesus Cristo

A renovação paroquial depende da atenção dada ao
princípio comunitário da fé. Agora passamos a fazer
uma reflexão pastoral com alguns indicativos para a
urgente renovação das comunidades paroquiais.
Retomamos alguns pontos indicados na perspectiva
bíblico-teológica, para que seja o espelho no qual as
atuais comunidades e paróquias se sintam refletidas
e iluminadas em sua renovação
94
RECUPERAR AS BASES DA
COMUNIDADE CRISTÃ
(135 A 152)

Nos Atos pode vemos a primeira comunidade cristã: eram
perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na
comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações. Conforme
seu exemplo, a comunidade paroquial se reúne para partir o
pão da Palavra e da Eucaristia e perseverar na catequese, na
vida sacramental e na prática da caridade

O lugar para as pessoas realizarem a experiência de encontro
com Jesus Cristo é a comunidade eclesial. A paróquia, como
comunhão de comunidades, é desafiada a vencer a tentação de
fechamento e apatia em relação aos outros. Viver em
comunidade implica convívio vínculos profundos afetividade
interesses comuns estabilidade e solidariedade nos sonhos,
nas alegrias e nas dores
95
RECUPERAR AS BASES DA
COMUNIDADE CRISTÃ
(135 A 152)

Isso supõe uma nova relação de cada pessoa envolvida com a
comunidade: assumir maior vínculo com a paróquia. Requer
pessoas mais dedicadas ao testemunho cristão em
comunidade, de forma renovada, e com novo ardor em
testemunhar Jesus. Não existe vida cristã no isolamento e no
fechamento. A vida comunitária é intrínseca à fé cristã, pois
se trata de vivência eclesial que é reflexo da vida em
comunhão que existe na Trindade

Há critérios para reconhecer uma comunidade cristã: tenha a
Palavra de Deus como fonte, viva na unidade da Igreja em
comunhão com os bispos, celebre os sacramentos, manifeste
seu compromisso evangelizador e missionário e seja solidária
com os pobres.
96
RECUPERAR AS BASES DA
COMUNIDADE CRISTÃ
(135 A 152)

Diante da cultura atual, precisamos recuperar a noção de
comunidade como espaço de iniciação cristã, de educação e de
celebração da fé, aberta à pluralidade de carismas, serviços e
ministérios, organizada de modo comunitário e responsável,
integradora de movimentos de apostolados, atentas à
diversidade cultural de seus habitantes, aberta aos projetos
pastorais e supraparoquiais e às realidades circundantes

A renovação paroquial deve revitalizar a catequese, a liturgia
e a caridade. Isso implica avaliar o que está sendo feito,
interpretar os sinais dos tempos e mudar o que precisa ser
revisado

O povo participa tríplice múnus de Cristo
97
RECUPERAR AS BASES DA
COMUNIDADE CRISTÃ
(135 A 152)

Viver da Palavra: ser comunidade profética

Somente no encontro com Jesus Cristo, especialmente
pela Palavra, é que o cristão poderá enfrentar o
pluralismos e as incertezas. A comunhão com a Palavra
se faz na comunidade

As novas gerações devem ser introduzidas na Palavra
por meio de uma catequese sistemática e do
testemunho dos adultos, da influência positiva dos
amigos e da comunidade cristã para evitar a
abordagem individualista. Somente em comunidade e
em comunhão com a Igreja, a pessoa poderá ler a Bíblia
sem intimismos, fundamentalismos e ideologias
98
RECUPERAR AS BASES DA
COMUNIDADE CRISTÃ
(135 A 152)

Viver da Palavra: ser comunidade profética

A iniciação à vida cristã deve ser marcada pela escuta da
Palavra. Isso exige um novo estilo de formação, com
metodologias e processos que permitam desencadear uma
mudança na comunidade. Uma excelente pedagogia para
aprofundar a relação com a Palavra é a Leitura Orante

Outro desafio é a preparação aos sacramentos.
Arevitalização das comunidades exige uma catequese
centrada na Palavra. A maioria dos membros das
comunidades carece de maior intimidade com a Palavra,
aprender a ler os textos na unidade da Igreja. Somente
assim entenderão como a Palavra é o próprio Cristo que se
revela
99
RECUPERAR AS BASES DA
COMUNIDADE CRISTÃ
(135 A 152)

Viver da Eucaristia: ser comunidade sacerdotal

A celebração da fração do pão é o ponto alto das primeiras
comunidades, que celebram a vitória de Cristo sobre o
pecado e a morte. As nossas celebrações precisam
recuperar esse sentido pascal em comunidade; afinal, a
Eucaristia é o lugar privilegiado do encontro do discípulo
com Jesus Cristo

Na eucaristia, a comunidade renova sua vida em Cristo.
Ela é escola de vida cristã. Isso se realiza também com a
adoração do Santíssimo que é o prolongamento da
celebração eucarística. É importante valorizar o
Sacramento da Reconciliação, a fim de que todos se
convertam ao Senhor
100
RECUPERAR AS BASES DA
COMUNIDADE CRISTÃ
(135 A 152)

Viver da Eucaristia: ser comunidade sacerdotal

É necessário valorizar mais o Dia do Senhor. O domingo é
dia da alegria, repouso e solidariedade. Não há renovação
paroquial sem redescobrir a beleza da fé que vence o
individualismo, impulsionando a comunidade a viver uma
religiosidade com compromisso eclesial

Milhares de comunidades não têm a oportunidade de
participar da Eucaristia todos os domingos. Também elas
devem e podem viver o Domingo com a celebração
dominical da Palavra que faz presente o Mistério Pascal,
no amor que congrega, na Palavra acolhida e na oração
comunitária
101
RECUPERAR AS BASES DA
COMUNIDADE CRISTÃ
(135 A 152)

Viver na caridade: ser comunidade do Reino

A Igreja é a comunidade da caridade. O amor ao próximo,
radicado no amor de Deus, é um dever de toda a comunidade.
A caridade é a resposta àquilo que constitui a necessidade
imediata: os famintos devem ser saciados, os nus vestidos, os
doentes tratados para se curarem, os presos visitados etc. O
cuidado com os necessitados leva a comunidade a defender a
vida. Essa postura implicará apoiar e se engajar em causas
que garantam a justiça e a paz para todos. A caridade e a
solidariedade exige participação política e o reconhecimento
de que a vida econômico-social deve estar a serviço da pessoa
humana
102
RECUPERAR AS BASES DA
COMUNIDADE CRISTÃ
(135 A 152)

Viver na caridade: ser comunidade do Reino

A sede de vida e felicidade em Cristo requer voltar-se para
os que vivem em condições de vulnerabilidade,
abandonados em sua miséria e em sua dor. Cada paróquia
deve concretizar seu compromisso social, sem ficar alheia
aos grandes sofrimentos que a maioria de nossa gente vive

Todas as paroquias aproximem-se de toda situação onde a
vida estiver ameaçada. Tal atitude muda as pessoas mais
do que os discursos; faz entender a fragilidade da vida e
orienta o cristão a trabalhar por uma sociedade mais justa
e solidária, para a promoção integral da pessoa, em vista
do Reino
103
COMUNIDADE DE COMUNIDADES
(153 A 170)

A setorização da paróquia

A grande comunidade pode ser setorizada em grupos
menores que favoreçam uma nova forma de
partilhar a vida cristã. A paróquia descentraliza seu
atendimento e favorece o crescimento de lideranças
e ministérios. Não se deixa a referência territorial
mas se criam novas unidades sem tanta estrutura

É possível descentralizar o atendimento paroquial.
Importa investir na descentralização, seja iniciando
experiências significativas ou reconhecendo, no dia
a dia das comunidades, o que já existe
104
COMUNIDADE DE COMUNIDADES
(153 A 170)

A setorização da paróquia

Não basta demarcar territórios, é preciso identificar
quem vai pastorear, animar e coordenar esses setores.
O protagonismo dos leigos e os ministérios a eles
confiados são determinantes para o êxito da
setorização. É preciso o planejamento da paróquia
como rede, evitando a concentração na matriz

Diversas experiências de setorização já ocorrem. Na
maioria, a região pastoral é dividida em pequenos
grupos onde escolhem-se lideranças. A formação e o
apoio da paróquia são imprescindíveis. Podem ser
desenvolvidos muitos serviços e ministérios
105
COMUNIDADE DE COMUNIDADES
(153 A 170)

A setorização da paróquia

O mais importante é que todos estão incluídos numa
família cristã, superando o anonimato e vivendo de
forma solidária o testemunho cristão. As comunidades
precisam ser espaços onde as pessoas se realizem
afetivamente na fé e no seguimento de Jesus. As
Paróquias oferecem espaço comunitário para se formar
na fé e crescer comunitariamente. Assim, a paróquia
poderá realizar uma evangelização mais personalizada
e aumentar as relações com os outros agentes sociais,
educacionais e comunitários
106
COMUNIDADE DE COMUNIDADES
(153 A 170)

Integração de comunidades, movimentos e
grupos

A renovação permite entender que há formas
de se viver o cristianismo. Há comunidades
ambientais e afetivas que expressam diferentes
formas de buscar Jesus. São experiências
cristãs que se unem em pontos comuns e podem
constituir uma rede de comunidades
107
COMUNIDADE DE COMUNIDADES
(153 A 170)

Integração de comunidades, movimentos e grupos

As CEBs, alimentadas pela Palavra de Deus,
fraternidade, oração e Eucaristia, são a Igreja junto aos
mais simples, comprometendo-se com eles em buscar
uma sociedade mais justa e solidária. São uma forma
privilegiada de vivência comunitária da fé, inserida na
sociedade em perspectiva profética, desafiadas a não
esmorecer diante dos desafios atuais

Aparecida destaca o papel das CEBs na renovação
paroquial: sinal de vitalidade na Igreja Particular,
podem contribuir para revitalizar as paróquias,
fazendo delas uma comunidade de comunidades
108
COMUNIDADE DE COMUNIDADES
(153 A 170)

Integração de comunidades, movimentos e
grupos

Considerem-se, também, as comunidades cristãs
ambientais ou transterritoriais. São formadas por
grupos de moradores de rua, universitários,
empresários ou artistas, por exemplo Os enfermos,
profissionais de saúde, funcionários e a
administração de hospitais exigem uma atenção
especial da Igreja. É preciso pensar e planejar a
ação evangelizadora nesses ambientes, integrandoos na paróquia
109
COMUNIDADE DE COMUNIDADES
(153 A 170)

Integração de comunidades, movimentos e
grupos

As escolas também podem ser comunidades dentro
das paróquias. A paróquia se coloque em atitude de
ir ao encontro dos outros espaços educativos e aí
favoreça mecanismos de evangelização

Outro tipo de comunidade são as universidades,
consideradas um grande areópago na busca do
diálogo entre a fé e a razão. Se trata de marcar uma
presença cristã nessa importante instância da
sociedade
110
COMUNIDADE DE COMUNIDADES
(153 A 170)

Integração de comunidades, movimentos e grupos

Temos os movimentos de leigos que se envolvem na
pastoral. Muitos ligados a comunidades e outros num
caminho autônomo. Integrá-los é importante

Cresceu o número novas comunidades de vida e aliança. É
importante oferecer-lhes condições para crescerem na
comunhão e na missão. Essas comunidades estejam atentas
ao perigo do fechamento e de caminhar de forma paralela
com a paróquia e a diocese

O desafio está em estimular a organização das
comunidades, promovendo sua integração na paróquia
111
COMUNIDADE DE COMUNIDADES
(153 A 170)

Revitalização da comunidade

A renovação implica na conversão pastoral, evitando
centralização e uniformização

Paravencer o anonimato e a solidão, todos se reunam
em torno da Palavra, unindo fé e vida, viver e celebrar,
alegrar chorar com o outro, na atenção às pessoas e
suas necessidades. Supõe abertura para outras pessoas
se agregarem à comunidade, se encontrarem com Jesus
e testemunhem isso, evitando que a comunidade se
estruture como uma micro paróquia
112
COMUNIDADE DE COMUNIDADES
(153 A 170)
 Revitalização
A
da comunidade
vida será expressão do novo jeito de
viver a fé comunitariamente, com o
primado do ser sobre o fazer. Isso exige
uma experiência de Deus capaz de
provocar a conversão pessoal e pastoral
113
A CONVERSÃO PASTORAL
(171 A 190)

Não há como ser verdadeiro discípulo
missionário sem o vínculo efetivo e afetivo
com a comunidade dos que descobriram o
fascínio pelo mesmo Senhor
114
A CONVERSÃO PASTORAL
(171 A 190)

Quem acolhe a Boa-Nova muda a sua vida de acordo
com os valores que Jesus viveu e ensinou. As
comunidades aprenderam com Jesus que o Pai deseja
que todos se considerem irmãos, que haja igualdade
entre homem e mulher, que ocorra a partilha dos bens e
que o poder deve ser exercido como serviço. O perdão
ocupa o lugar da condenação mútua. Essa nova visão
dos relacionamentos supõe uma conversão que até hoje
nos desafia.

A nova evangelização exige renovado empenho para
proporcionar um encontro com Jesus.. Essa
experiência é, ao mesmo tempo, íntima e pessoal,
pública e comunitária.
115
A CONVERSÃO PASTORAL
(171 A 190)

O centro de toda conversão é Jesus. A conversão
pastoral depende da conversão pessoal a Cristo capaz
de renovar a pessoa. Somos desafiados a oferecer a
todos os nossos fiéis um encontro com Jesus

A conversão pessoal e a pastoral andam juntas, pois se
fundam na experiência de Deus que as pessoas e as
comunidades conhecem e torna possível ultrapassar a
pastoral de conservação, para assumir a pastoral
decididamente missionária; uma atitude que Aparecida
chamou de conversão pastoral. Para que essa
realidade aconteça, é necessário assumir a
responsabilidade da revitalização das comunidades
116
A CONVERSÃO PASTORAL
(171 A 190)

Conversão dos ministros da comunidade

Jesus é o Bom Pastor que acolhe sobretudo os pobres.
Seu agir revela o novo jeito de cuidar. Isso desafia os
bispos, os párocos e os presbíteros. A renovação
paroquial depende de um renovado amor à pastoral

O Vaticano II evidenciou a relação entre sacerdócio
comum dos fiéis e sacerdócio ministerial, expressando
como ambos participam do sacerdócio de Cristo. Na
renovação paroquial, todos estão envolvidos. Os bispos
devem fomentar a revitalização das comunidades .
Aparecida acentua a missão do presbítero como pastor
que procura as ovelhas mais distantes
117
A CONVERSÃO PASTORAL
(171 A 190)

Conversão dos ministros da comunidade

Os presbíteros são os agentes da revitalização das
comunidades, um dom para a comunidade. São
servidores do povo, lavam os pés dos discípulos. Devem
exercer a paternidade espiritual sem distinções. Assim,
estarão disponíveis para ir ao encontro de todos.

A paróquia fará a diferença começando pelo padre, pois
requer um pastor que cultive a experiência de Cristo
vivo, com espírito missionário, coração paterno,
animador da vida espiritual, evangelizador, promotor
da participação.
118
A CONVERSÃO PASTORAL
(171 A 190)

Conversão dos ministros da comunidade

O pároco deve ser um homem de Deus que faz a
experiência do encontro com Jesus. Sem isso, a
renovação fica comprometida. Essa vivência faz o
pároco ir ao encontro dos afastados, sem limitar-se à
administração, superando a pastoral de conservação

Há uma sobrecarga de tarefas assumidas pelos párocos.
Esse excesso de atividades prejudica o equilíbrio do
padre, que dificilmente conseguirá ser o pastor que
deseja ser. A maior tentação é a rejeição do que é novo,
alegando falta de tempo
119
A CONVERSÃO PASTORAL
(171 A 190)

Conversão dos ministros da comunidade

Outra preocupação é a atualização do padre diante
das mudanças que ocorrem na modernidade: ele
pode ficar atrasado no tempo e afastado da
realidade. Pode ser que não se prepare melhor para
escutar e entender os anseios dos que o procuram. É
fundamental cuidar da formação dos futuros
presbíteros de acordo com a paróquia como
comunidade de comunidades
120
A CONVERSÃO PASTORAL
(171 A 190)

Conversão dos ministros da comunidade

É necessária uma vivência comunitária do ministério,
garantindo a continuidade da ação evangelizadora,
especialmente quando o padre é substituído

É imprescindível que o diácono e o pároco trabalhem
em comunhão. A conversão pessoal e pastoral do
diácono se traduz nas muitas frentes onde deve atuar
como servidor da comunidade. Deve se ocupar com a
evangelização, a formação dos fiéis, a celebração dos
sacramentos que lhe competem e com as obras de
caridade da paróquia
121
A CONVERSÃO PASTORAL
(171 A 190)

Conversão dos ministros da comunidade

As comunidades precisam de pessoas atentas à
caridade e à defesa da vida. Dessa forma, o diácono não
se reduz à liturgia

A revitalização da comunidade supõe que o pároco
estimule a participação ativa dos leigos. Isso supõe
valorizar as lideranças leigas e formá-las como
discípulas missionárias. Isso implica compartilhar com
os leigos as decisões da comunidade, através dos
conselhos econômicos e pastorais. Também exige maior
abertura de mentalidade para que entendam e acolham
o leigo na Igreja, que, pelo batismo e confirmação, é
discípulo e missionário de Jesus
122
A CONVERSÃO PASTORAL
(171 A 190)

Conversão dos ministros da comunidade

O pároco deve reconhecer as novas lideranças e
multiplicar as pessoas que realizam diferentes
ministérios nas comunidades. Não raras vezes, quando
ocorre a transferência do pároco, tudo é mudado na
comunidade. A conversão pastoral, ao permitir maior
participação do leigo, há de superar esse sério
problema, respeitando o plano de pastoral paroquial
em sintonia com o plano diocesano

Os religiosos, as religiosas, e os membros de Institutos
Seculares são chamados a participar ativamente da
renovação paroquial. Eles também colaboram com o
cuidado das pessoas necessitadas
123
A CONVERSÃO PASTORAL
(171 A 190)

Protagonismo dos cristãos leigos

A missão dos leigos deriva do batismo: a sua ação
dentro das comunidades eclesiais é necessária, sem
ela, o apostolado dos pastores não pode conseguir
todo o seu efeito

O Vaticano II afirma: Acostumem-se os leigos a
trabalhar na paróquia, intimamente unidos aos seus
sacerdotes, a trazer para a comunidade eclesial os
próprios problemas e os do mundo e as questões que
dizem respeito à salvação dos homens
124
A CONVERSÃO PASTORAL
(171 A 190)

Protagonismo dos cristãos leigos

A conversão pastoral da paróquia em comunidade de
comunidades supõe o protagonismo dos leigos, supõe
reconhecer a diversidade de carismas, de serviços e de
ministérios dos leigos e até mesmo confiar-lhes a
administração de uma paróquia, como prevê o CDC

Os profissionais leigos podem e devem atuar em favor
das diversas demandas da vida comunitária. Dos
sacerdotes, esperem os leigos a luz e força espiritual.
Mas tomem por si mesmos as próprias
responsabilidades
125
TRANSFORMAR AS ESTRUTURAS
191 A 199

Emergem novos desafios para a pastoral. Daí a
necessidade de reformas institucionais, como as primeiras
comunidades cristãs que souberam se adaptar aos novos
contextos. É urgente abandonar as estruturas
ultrapassadas que não favoreçam a transmissão da fé. A
primazia do fazer ofuscou o ser cristão. As DGAE destacam
que é preciso agir “com firmeza e rapidez”

A sociedade vive na interatividade. Devemos considerar a
importância dos processos participativos de todos os
membros da comunidade. É preciso estimular os conselhos
comunitários e paroquiais, a assembleia paroquial e o
conselho de assuntos econômicos da paróquia
126
TRANSFORMAR AS ESTRUTURAS
191 A 199

Não pode haver dissonância entre o conselho paroquial
e o de assuntos econômicos. O conselho de assuntos
econômicos deve obter os recursos para a missão. É
urgente superar a mentalidade que prioriza
construções e não investe na formação. Os leigos
precisam ser apoiados para a realização de cursos e
encontros, manter a unidade com a Diocese e
aprofundar o conhecimento de seu serviço e de pastoral

Paróquias são pessoas jurídicas que precisam prestar
contas, daí a necessidade de uma gestão qualificada e
transparente
127
TRANSFORMAR AS ESTRUTURAS
191 A 199

A manutenção exige novas posturas. É preciso
desenvolver fundos de solidariedade entre paróquias e
comunidades da Diocese. Paróquias mais estáveis têm o
dever missionário de partilhar seus recursos. É uma
partilha organizada de ajuda mútua entre comunidades da
mesma paróquia e as paróquias da Diocese

É preciso distribuir melhor o atendimento do clero. Essa
missão compete ao bispo, apoiado pelos presbíteros que
atuam na pastoral. Conhecer as demandas e propor uma
melhor proporcionalidade no atendimento representam
um passo decisivo na conversão pastoral, que exigirá nova
mentalidade e missão dos presbíteros
128
TRANSFORMAR AS ESTRUTURAS
191 A 199

A paróquia não pode se separar da diocese. A pastoral
precisa ser organizada com outras paróquias e com a
cidade. O planejamento diocesano possibilita a unidade na
diversidade

É importante manter vínculos com paróquias de áreas
missionárias, especialmente na Amazônia

Desde Medellín, a Igreja na AL sugere a passagem de uma
pastoral de conservação para uma pastoral decididamente
missionária. Aparecida reconhece que os católicos deixam
as comunidades sem querer deixar a Igreja; buscam a
Deus
129
A TRANSMISSÃO DA FÉ:
NOVAS LINGUAGENS
(200 A 209)

O ser humano atual é informado e conectado,
acessa dados e vive entre os espaços virtuais. A
ausência da paróquia, nesses meios, é quase
inconcebível

Muitas paróquias permitem uma vivência
comunitária apenas para um grupo mais ligado
à pastoral e ao pároco. Geralmente, são
paróquias extensas e elevado número de
pessoas. Essa compreensão de paróquia ainda
está muito ligada a um espaço físico, mais fixo
130
A TRANSMISSÃO DA FÉ:
NOVAS LINGUAGENS
(200 A 209)

Para Paulo, a dificuldade era como chegar às pessoas e aos
povos. Hoje multiplicam-se os canais de comunicação e se
fragmentam os conteúdos. Ficam as perguntas: Quem
anuncia Jesus? Em que linguagem? Como chegar a todos?

Persistem linguagens pouco significativas para a cultura
atual. A renovação paroquial não pode descuidar da
comunicação e buscar novos meios é uma tarefa que
depende da juventude que interage nos ambientes digitais
e conhece espaços virtuais que desafiam a missão. Ela
mora no coração da Igreja. Isso implica encontrar formas
adequadas para anunciar Jesus aos jovens
131
A TRANSMISSÃO DA FÉ:
NOVAS LINGUAGENS
(200 A 209)

É importante promover uma comunicação mais
direta e objetiva, principalmente nas homilias. Isso
implica cuidar do conteúdo e das técnicas de
comunicação. As reuniões de pastoral precisam de
uma linguagem menos prolixa e de uma metodologia
clara e envolvente

A paróquia deve ter a ousadia de atrair para a fé
cristã os que buscam a Deus, e estão dispersos pela
sociedade. É fundamental não usar o proselitismo e
evitar a timidez que impede de proclamar que Jesus
sacia toda sede humana de sentido e de vida
132
A TRANSMISSÃO DA FÉ:
NOVAS LINGUAGENS
(200 A 209)

Comunidade missionária é acolhedora. Urge melhorar a
acolhida, dialogando e propondo caminhos para os que se
sentem distanciados. Contradiz a dinâmica do Reino e da
Igreja em estado permanente de missão a existência de
comunidades fechadas em si mesmas. Muita gente procura
os sacramentos sem participar da comunidade. Essa é uma
oportunidade de aproximar os afastados

Isso significa receber cada pessoa na sua condição
religiosa e humana sem colocar obstáculos doutrinais e
morais. Durante o caminho da fé, a pessoa será orientada
a uma conversão e conhecerá a doutrina e a moral
133
A TRANSMISSÃO DA FÉ:
NOVAS LINGUAGENS
(200 A 209)

É no cotidiano que aparecem as dificuldades e as
possibilidades para a relação com as diferentes
igrejas e religiões. Os fiéis participam de iniciativas
ecumênicas como a Semana de Oração pela Unidade
dos Cristãos. Nas celebrações, muitas vezes, se
encontram membros de outras igrejas e religiões

Daí a necessidade de atitudes ecumênicas que
podem ser enriquecidas quando a comunidade se
reúne com outras confissões cristãs para rezar e
meditar a Palavra, que é um instrumento eficaz para
alcançarmos a unidade que o Senhor deseja. Neste
sentido, promova-se o diálogo inter-religioso
134
PROPOSIÇÕES
(210 A 235)

O Sínodo dos Bispos de 2012, sobre a Nova
Evangelização para a transmissão da fé cristã,
alertou que os novos contextos não implicam
inventar novas estratégias para apresentar
melhor o Evangelho, como se fosse um novo
produto. Muito mais que isso, se trata da
importante tarefa de promover o encontro das
pessoas com Jesus Cristo, para que renovem
sua fé e acolham sua proposta de vida
135
PROPOSIÇÕES
(210 A 235)
 Criatividade

Usar a criatividade para atender melhor as pessoas
que vivem em diferentes ritmos da vida diária.
Adaptar-se aos horários do movimento urbano:

Valorizar a beleza e a simplicidade dos espaços da
comunidade, pois o ser humano vive marcado pela
cultura do belo. Oferecer espaços para a meditação,
a adoração ao Santíssimo, a oração pessoal. Criar
clima favorável e tempos propícios para quem
procura as comunidades cristãs
136
PROPOSIÇÕES
(210 A 235)

Pequenas comunidades

A comunidade favorece o relacionamento. Devemos criar
novas comunidades, alimentar sua espiritualidade e
crescer na convivência. Devem ser comunidades com
pessoas que se integrem para melhor viver a fé

A comunidade acolherá pessoas novas no grupo e
oferecerá uma proposta de itinerário de fé aos querem o
engajamento

É bom criar subsídios para as comunidades. Para isso, é
útil organizar a formação dos animadores. A comunidade
deve fazer o seu caminho, unindo Palavra, oração,
comunhão e serviço aos pobres
137
PROPOSIÇÕES
(210 A 235)

Ministérios leigos

A Igreja se organiza com diferentes ministérios. Aos
leigos podem ser confiados ministérios e
responsabilidades., com destaque ao ministério da
Palavra

Eles precisam ter formação doutrinal, pastoral e
espiritual. Os melhores esforços precisam estar
voltados à convocação e a formação dos leigos

Isso supõe abrir espaços para a participação das
leigas, que precisam participar plenamente da vida
eclesial
138
PROPOSIÇÕES
(210 A 235)

Formação

É necessário reforçar a opção pela formação, que implica
uma aprendizagem gradual e requer caminhos
diversificados

Hoje, é indispensável a interação na qual a pessoa
aprende a formar-se junto com os outros. Métodos,
pedagogias interativas e participativas precisam ser
desenvolvidos entre as lideranças cristãs, para que
promovam a participação na comunidade. Essas
metodologias devem considerar a prática das
comunidades e as experiências de vida, formando a
consciência sobre o valor da vida comunitária para a fé
139
PROPOSIÇÕES
(210 A 235)

Catequese de Iniciação à vida cristã

A catequese deve ser uma prioridade. A catequese como
iniciação à vida cristã é pouco conhecida. Devemos
adotar a metodologia catecumenal, conforme o RICA e
do Diretório Nacional da Catequese. A conversão
pastoral implica em rever os processos de catequese e
propor uma formação catecumenal que percorra as
etapas do querigma, da conversão, do discipulado, da
comunhão e da missão. Também agentes e lideranças
da pastoral precisam de catequese permanente. Essa
catequese está totalmente integrada à liturgia, à vida
comunitária e à prática da caridade
140
PROPOSIÇÕES
(210 A 235)

Jovens

A paróquia precisa ter abertura para a presença e a
atuação dos jovens na vida das comunidades. Tal
atitude exige fazer uma opção afetiva e efetiva pela
juventude, considerando suas potencialidades. Para
isso, é importante garantir espaços adequados para
ela nas paróquias, com atividades, metodologias e
linguagens próprias, assegurando o envolvimento e
a participação dos jovens nas comunidades
141
PROPOSIÇÕES
(210 A 235)

Liturgia

A celebração eucarística é um real encontro de Cristo
com sua comunidade. Devemos valorizar cânticos,
símbolos e ritos dos sacramentos. As celebrações
favoreçam a linguagem do Mistério, principalmente pela
escuta da Palavra

A homilia deve ser centrada nas leituras e comprometida
com a realidade, ser breve e capaz de falar com
linguagem atual, levando a comunidade a descobrir a
presença e a eficácia da Palavra em sua vida, sem
discursos genéricos e abstratos ou divagações inúteis. A
homilia bem preparada exige meditação e oração
142
PROPOSIÇÕES
(210 A 235)

Liturgia

Para que sejam frutuosas, as celebrações da Palavra
exigem uma boa formação dos ministros,
especialmente liturgia e comunicação

A valorização da piedade popular nas comunidades
é importante. Entretanto, é preciso aprofundar as
devoções para que conduzam à experiência do
mistério pascal, na centralidade de Jesus Cristo,
numa vivência religiosa integrada na Igreja. Nas
pequenas comunidades, há muito espaço para viver
criativamente a piedade popular
143
PROPOSIÇÕES
(210 A 235)

A caridade

A comunidade há de marcar sua presença pública no
serviço em favor e no cuidado da vida. A paróquia
evangeliza através do exercício da caridade. Sem
dispensar as muitas iniciativas já existentes na
prática da caridade, as paróquias devem cuidar para
acolher fraternalmente a todos, especialmente
aqueles que estão caídos na beira do caminho

A comunidade deve marcar presença em todos os
dramas humanos: desde as crises existenciais diante
do luto, até os grandes desafios sociais
144
PROPOSIÇÕES
(210 A 235)

A caridade

Valorizar a família, santuário da vida, os grupos de
casais que se apoiam mutuamente, promovendo
encontros entre as famílias, são exemplos de iniciativas
para conscientizar as pessoas sobre a importância da
família na vida de cada um. Acolher, orientar e incluir
nas comunidades aqueles que vivem numa outra
configuração familiar são os desafios do presente

A paróquia, como comunidade servidora e protetora da
vida, desenvolva uma educação e pastoral ambiental,
em defesa da integridade da Terra e do cuidado da
biodiversidade
145
PROPOSIÇÕES
(210 A 235)

Perdão e Acolhida

Acolher melhor é uma tarefa urgente de todas as
comunidades paroquiais, especialmente nas
secretarias, superando a burocracia, a frieza, a
impessoalidade

Muitos procuram a Igreja nos momentos difíceis. A
comunidade precisa acolhê-las com carinho para
superar os desafios que os despersonalizam

Disso decorre a necessidade de oferecer o Sacramento
da Reconciliação aos fiéis. É preciso ampliar os espaços
e tempos do padre para o atendimento
146
PROPOSIÇÕES
(210 A 235)

Perdão e Acolhida

O aconselhamento pastoral é uma urgência. Devemos
preparar pessoas que tenham o dom de escutar para
acolher os que procuram a Igreja

É urgente atrair os afastados ou os que procuram
serviços religiosos. Devemos aproveitar: iniciação cristã
dos adultos; preparação de pais e de padrinhos para o
batismo; preparação para o Matrimônio; exéquias;
formação de pais de catequizandos. É necessário o
diálogo com a cultura atual. Isso supõe um olhar menos
condenatório e mais acolhedor
147
TRABALHOS EM GRUPOS

1 – Qual o pensamento central do texto?

2 – Quais as ideias principais do texto?

3 – Quais as principais dificuldades para a sua
compreensão?

4 – Sugestões de emendas ao texto:

Número do parágrafo

Acréscimos

Supressões

Redação
148
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
149
CONSIDERAÇÕES FINAIS
(236 A 242)

Jesus Cristo é nossa razão de ser, origem de
nosso agir, motivo de nosso pensar e sentir.
Nele, com ele e a partir dele mergulhamos
no mistério trinitário, construindo nossa
vida pessoal e comunitária
150
CONSIDERAÇÕES FINAIS
(236 A 242)

A paróquia é escola da fé, oração, valores e costumes
cristãos. Ela existe para unir os cristãos ao seu Senhor e
atrair muitos outros à Igreja. A paróquia continua sendo
referência para o povo cristão. Nela, todos devem fazer o
encontro com Jesus e integrar-se como seus seguidores

A paróquia precisa de renovação, nova organização,
articulada em comunidades capazes de estabelecer
vínculos entre as pessoas que convivem na fé. Ela depende
de nova evangelização, de ousadia missionária capaz de
fortalecer o testemunho e estimular o anúncio. Isso
implica renovar o ministério do pároco, para promover a
participação dos leigos na vida e nas decisões da
comunidade. É preciso favorecer ministérios e serviços
151
CONSIDERAÇÕES FINAIS
(236 A 242)

A paróquia precisa integrar comunidades religiosas,
associações, CEBs, movimentos, pastorais, novas
comunidades, hospitais, escolas, universidades e
comunidades ambientais, para que todos vivam na
pluralidade da experiência de fé, na diversidade de carismas
e de dons, a unidade na vida cristã. Os desafios são acolher
essas múltiplas formas uma riqueza de dons que o Espírito
oferece à Igreja e manter unidos os diferentes grupos . É
preciso um olhar de esperança para o futuro da paróquia.

Hoje, a fé não decide mais os destinos da vida social e pessoal.
Vive-se um tempo de buscas, mas com base em decisões
privadas de referências da fé
152
CONSIDERAÇÕES FINAIS
(236 A 242)

Esse é o tempo oportuno para uma nova evangelização.
A comunidade é um poço dessa Água Viva, do qual
todos podem se aproximar para saciar sua sede

Maria permanece unida a todos que perseveram na
comunhão fraterna, na fração do pão e na oração,
suplicando que o Espírito Santo conduza os caminhos
da nova evangelização. Sob o olhar da Senhora
Aparecida, a Igreja no Brasil renova a esperança de
cumprir a vontade do Pai, na fidelidade a Jesus Cristo
e na força do Espírito Santo, para que as paróquias
sejam comunidade de comunidades
153
CONSIDERAÇÕES FINAIS
(236 A 242)

Acreditando em Deus, é importante vencer
o pessimismo e renovar as paróquias para
que se organizem em comunidades e
favoreçam todas as manifestações da vida
cristã. Uma nova realidade implica nova
evangelização, renovação espiritual e
conversão pastoral
154
TRABALHOS EM GRUPOS

1 – Qual o pensamento central do texto?

2 – Quais as ideias principais do texto?

3 – Quais as principais dificuldades para a sua
compreensão?

4 – Sugestões de emendas ao texto:

Número do parágrafo

Acréscimos

Supressões

Redação
155
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