SENTIDOS IMPLÍCITOS
Certas informações são transmitidas explicitamente, enquanto outras o
são implicitamente, estão PRESSUPOSTAS ou SUBENTENDIDAS.
PRESSUPOSTOS
Os pressupostos são identificados quando o emissor veicula uma
mensagem adicional a partir de alguma palavra ou expressão. Há
vários tipos de palavras com esse tipo de "poder". Eis alguns
tipos:
- verbos que indiquem: mudança, continuidade, término...
O concurseiro deixou de sair aos sábados para estudar mais.
(pressuposto: o concurseiro saía todos os sábados.)
O novo fiscal de rendas continua estudando para concursos.
(pressuposto: o fiscal estudava antes de passar.)
A espera dos candidatos pelo gabarito oficial acabou.
(pressuposto: os candidatos estavam esperando o resultado.)
- advérbios com sentido próprio
Felizmente, não preciso mais estudar.
(pressuposto: o emissor considera a informação boa)
Após uma hora de prova, metade das pessoas já havia saído.
(pressuposto: algo aconteceu antes do tempo.)
- “que” em orações sub. adjetivas
Pessoas que fazem cursinhos passam mais rápido. (adjetiva
restritiva)
(pressuposto: há pessoas que não fazem cursinho)
Os nerds, que ficam em casa o tempo todo, conseguem melhores
notas. (adjetiva explicativa)
(pressuposto: todos os nerds ficam em casa o tempo todo)
SUBENTENDIDOS
Enquanto os pressupostos seriam as mensagens
adicionais, os subentendidos seriam os escondidos. Devem
ser deduzidos pelo receptor, e justamente por essa ideia de
dedução, podem não ser verdadeiros.
situação em que recebemos uma visita:
- Nossa! Está muito calor lá fora!
(possível subentendido: a pessoa está com sede)
Percebam que ao negarmos a frase, a ideia subentendida
desaparece. Ao mesmo tempo que é impossível provar que
a pessoa esteja realmente com sede. É possível que o
emissor negue a dedução do receptor.
situação em uma rua qualquer:
- A bolsa da senhora está pesada? (pergunta um jovem
rapaz)
(possível subentendido: o rapaz está se oferecendo para
carregar a bolsa)
Novamente, esta é apenas uma possibilidade. O
rapaz poderia estar interessado na resistência da bolsa
ou então preocupado com a coluna da senhora, mas não
necessariamente se oferecendo para carregar a bolsa.
RESUMINDO
1. Pressupostos – são ideias expressas de maneira explícita
(clara), que surgem a partir do sentido de certa palavra.
2. Subentendidos – são insinuações, não marcadas no texto,
em que o sentido só é observado no contexto, isto é, “nas
entrelinhas”, e nem sempre condizem com aquilo que se
pensava.
VOCABULÁRIO
SEMÂNTICA
AMBIGUIDADES
EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS
CHARGES
Significado das Expressões Idiomáticas
Abrir o coração - Desabafar; declarar-se
sinceramente
Abrir o jogo - Denunciar; revelar detalhes
Abrir os olhos a alguém - Convencer, alertar
Agarrar com unhas e dentes - Não desistir de algo
ou alguém facilmente.
Andar feito barata tonta - Estar distraído.
Armar-se até aos dentes - Estar preparado para
uma qualquer situação.
Arrancar cabelos - Desesperar-se.
Arregaçar as mangas - Iniciar algo.
Bater as botas - Morrer, falecer.
Bater na mesma tecla - Insistir.
Baixar a bola - Acalmar-se, ser mais comedido.
Comprar gato por lebre - Ser enganado.
Com o cu na mão - estar com medo
Dar com o nariz na porta - Decepcionar-se,
procurar e não encontrar
Dar o braço a torcer - Voltar atrás numa decisão
Dar com a língua nos dentes - Contar um segredo.
Dar uma mãozinha - Ajudar.
Engolir sapos - Fazer algo contrariado; ser alvo de
insultos/injustiças/contrariedades sem
reagir/revidar, acumulando ressentimento
Estar com a cabeça nas nuvens - Estar distraído.
Estar com a corda no pescoço - Estar ameaçado,
sob pressão ou com problemas financeiros
Estar com a faca e o queijo na mão - Estar com
poder ou condições para resolver algo
Estar com a pulga atrás da orelha - Estar
desconfiado.
Estar com aperto no coração - Estar angustiado
Estar com o pé atrás da porta/de pé atrás - Estar
desconfiado, cabreiro
Estar com os pés para a cova/o pé na cova - Estar
para morrer
Estar com uma pedra no sapato - Ter um problema
por resolver.
Estar de mãos a abanar/abanando - Não conseguir
o que pretendia
Estar de mãos atadas - Não poder fazer nada
Fazer com uma perna às costas/de olhos fechados
- Fazer com muita facilidade.
Fazer tempestade em copo d'água - Transformar
banalidade em tragédia
Fazer um negócio da China - Aproveitar grande
oportunidade
Fazer vista grossa - Fingir que não viu, relevar,
negligenciar
Feito nas coxas - De qualquer modo, sem cuidado
Ficar à sombra da bananeira - Ficar
despreocupado.
Gritar a plenos pulmões - Gritar com toda a força
Ir desta para melhor - Morrer, falecer
Lavar roupa suja - Discutir assunto particular.
Meter os pés pelas mãos - Agir desajeitadamente
ou com pressa; confundir-se no raciocínio
Meter o rabo entre as pernas - Submeter-se
Onde Judas perdeu as botas - Lugar remoto.
O gato comeu a língua - Diz-se de pessoa calada.
Pendurar as chuteiras - Aposentar-se, desistir
Ir pentear macacos - Ir chatear outra pessoa.
Pensar na morte da bezerra - Estar distraído/a.
Perder as estribeiras - Desnortear-se.
Pôr as barbas de molho - Precaver-se
Pôr as cartas na mesa/lançar os dados - Expor os
factos.
Pôr mãos à obra - Trabalhar com afinco
Pôr os pontos/pingos nos ís - Esclarecer a
situação detalhadamente
Procurar uma agulha num palheiro - Tentar algo
quase impossível.
Prometer mundos e fundos - Fazer promessas
exageradas
Receber um balde de água fria - Inverter o
entusiasmo em desilusão.
Riscar do mapa - Fazer desaparecer
Sem pés nem cabeça - Sem lógica; sem sentido.
Sentir dor de cotovelo - Sentir despeito amoroso.
Sentir dor de corno - Sentir despeito amoroso.
Segurar a vela - Estar sozinho/a com um casal.
Ser um chato de galocha - Ser uma pessoa de
comportamento desagradável
Ter macacos (ou macaquinhos) no sótão - Ter
ilusões, achar que algo muito improvável de
acontecer é bastante possível
Tirar água do joelho - Urinar
Tirar o cavalo (ou cavalinho) da chuva - Desistir
com relutância por motivo de força maior ou
impedimento hierárquico.
Trepar paredes - Estar desesperado.
Trocar alhos por bugalhos - Confundir factos e/ou
histórias.
Uma mão lava a outra (e as duas lavam as orelhas)
- Entreajuda; trabalhar em equipa ou para o
mesmo fim.
Virar casacas - Mudar de ideias facilmente; traidor.
Voltar à vaca fria - Voltar ao assunto com que se
iniciou uma conversa.
COMEÇAR O ANO COM O PÉ DIREITO
“Olá, como vai?”; “Tudo certo?”; “Que que tá
pegando?”; “tudo em cima”.
“Bom pra burro”
“COMO ARRUMAR UMA COROA”
AMBIGUIDADES
Má colocação do Adjunto Adverbiais
Exemplos: Crianças que recebem leite materno
frequentemente são mais sadias.
As crianças são mais sadias porque recebem leite
frequentemente ou são frequentemente mais
sadias porque recebem leite?
Eliminando a ambiguidade: Crianças que recebem
frequentemente leite materno são mais sadias.
Crianças que recebem leite materno são
frequentemente mais sadias.
Uso Incorreto do Pronome Relativo
Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de
diamantes que estava sobre a cama.
O que estava sobre a cama: o estojo vazio ou a
aliança de diamantes?
Eliminando a ambiguidade: Gabriela pegou o
estojo vazio da aliança de diamantes a qual estava
sobre a cama.
Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de
diamantes o qual estava sobre a cama.
Observação: Neste exemplo, pelo fato de os
substantivos estojo e aliança pertencerem a
gêneros diferentes, resolveu-se o problema
substituindo os substantivos por o qual/a qual. Se
pertencessem ao mesmo gênero, haveria
necessidade de uma reestruturação diferente.
Má Colocação de Pronomes, Termos, Orações ou
Frases
Aquela velha senhora encontrou o garotinho em
seu quarto.
O garotinho estava no quarto dele ou da senhora?
Eliminando a ambiguidade: Aquela velha senhora
encontrou
o
garotinho
no
quarto
dela.
Aquela velha senhora encontrou o garotinho no
quarto dele.
Ex.: Sentado na varanda, o menino avistou um
mendigo.
Quem estava sentado na varanda: o menino ou o
mendigo?
Eliminando a ambiguidade: O menino avistou um
mendigo que estava sentado na varanda.
O menino que estava sentado na varanda avistou
o mendigo.
TROCADILHO
trocadilho resulta de uma semelhança formal
entre dois enunciados, por vezes, um deles
elíptico, semelhança que pode chegar à
identidade. Alguns trocadilhos relacionam uma
paráfrase com seu parafraseado. Os trocadilhos
elípticos não deixam de ser um tipo de
ambiguidade intencional. O trocadilho pode ser
intencional ou acidental, como ocorre na
cacofonia.
Tipos de trocadilho
Fonológicos
•Alterações nas pausas. Resultam da alteração na
colocação das pausas. Exemplos: Dever de ver,
Lavrador lavra dor,. Por cada versus porcada.
•Entre homófonos. Exemplo: Sem conserto do piano
não há concerto.
•Entre
parônimos.
Exemplo:
Os
integralistas
diziam: Deus, Pátria e Família e o Barão de Itararé
contra-atacava com o slogan: Adeus, Pátria e Família.
•Entre polissemias. Exemplo: O que você faz aqui?
Nada. Slogan de uma escola de natação.
Um trocadilho fonológico pode ser visto como rima.
Sintáticos
•Permuta de posições. Exemplo: Homem grande versus
grande homem.
•Permuta de funções sintáticas. É a antimetábole.
Exemplos: Come para viver ou vive para comer?. Ou o
Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o
Brasil.
Semânticos
•O sentido imediato pelo sentido largo. Inclui o caso da
locução pela frase não entendida como locução.
•O signo pelo significado. Exemplo: Qual o nome do
produto? É Sem Nome.
•Usar o mesmo termo duas ou mais vezes num
enunciado, e em cada uso com sentido diferente. É a
antanáclase. Ex.: Em vão os sonhos se vão.
•Contextuais. São os quiproquós.
•O termo elíptico por outro. Exemplo: Mineira gostosa.
Slogan de um restaurante de comida mineira.
•Atribuir o mesmo determinado da atribuição anterior
para a próxima atribuição. Exemplo: Dizer mais com
menos. Neste trocadilho mais se refere à mensagem e
menos ao discurso. O trocadilho resulta de se atribuir
menos à mensagem.
Cacofonia
É o trocadilho fonológico acidental e cômico em que o
enunciado elíptico implícito, inesperado pelo emissor
resulta no chulo, obsceno, no grotesco, etc.
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