Teorias da motivação para a realização
• Existem 4 teorias principais
1. Teoria da necessidade de realização
2. Teoria da atribuição
3. Teoria das metas de realização
4. Teoria da motivação da competência
Teorias da motivação para a realização
Teoria da necessidade de realização:
• Interacional (Considera fatores pessoais e
situacionais) para o prognóstico do
comportamento
• Constitui-se a partir de 5 componentes
A- Aspectos da personalidade; B- Fatores
situacionais; C- Tendências resultantes; DReações emocionais; E- Comportamento frente
a realização
Teoria da necessidade de realização
• A- Aspectos da personalidade. Avalia os
motivos da conquista – Alcançar o Sucesso Vs
Evitar o fracasso
Atletas de alto rendimento interessam-se em
atingir o sucesso e orgulhar-se de suas
habilidades, já os de baixo desempenho
preocupam-se mais com a humilhação sentida
na derrota e por isso tendem a evitar situações
que possam gerar o fracasso
Teoria da necessidade de realização
• B- Fatores situacionais. Probabilidade de
Sucesso Vs Valor de incentivo do sucesso.
Atletas de alto rendimento tendem a
motivarem-se mais por desafios com
adversários de força parecida. Já os atletas
com baixo desempenho temem que a
vergonha social aumente caso fracassem
frente a um adversário possível de ser
vencido.
Teoria da necessidade de realização
• C- Tendências resultantes. Atletas de alto
desempenho, certos de suas habilidades,
procuram desafios esperançosos de alcançar a
vitória. Atletas com baixo desempenho não
temem o fracasso, mas a avaliação social
atribuída a ele. Não estão certos de suas
habilidades e, portanto, evitam situações que
podem gerar o fracasso
Teoria da necessidade de realização
• D-Reações emocionais. Alto desempenho. Sentese orgulhoso e confiante de suas habilidades.
Baixo desempenho: Sente medo, incerteza de
suas habilidades, baixa alto-estima, vergonha de
falhar.
• E- Comportamento frente a realização. Alto
desempenho procura situações de realização,
desafios, e, portanto, tem seu desempenho
melhorado. Baixo desempenho é o oposto disso.
Teoria da necessidade de realização
• A importância dessa teoria.
Explica satisfatoriamente a preferência por
tarefas de acordo com os pensamentos
associados a sua realização e, por isso, prevê o
desempenho e a diferença entre pensamentos
de atletas de alto nível de realização e atletas
com baixo desempenho.
Teorias da motivação para a realização
• TEORIA DA ATRIBUIÇÃO.
Focaliza-se em como as pessoas explicam suas
conquistas. Estabelece algumas categorias que
teoricamente dariam conta de todas as
explicações possíveis.
TEORIA DA ATRIBUIÇÃO
• As categorias utilizadas são:
• Estabilidade: Estável Vs Instável
Ex. Estável: Talento, personalidade
Instável: Sorte, acaso,
• locus de causalidade: Interno Vs Externo
Ex. Interno: Esforço e recursos pessoais
Externo: Adversários fracos
• Locus de controle: Sob o controle da pessoa
(Plano de corrida) Vs Sem controle
(condicionamento físico dos adversários)
Teoria da atribuição
• Por que esta teoria é importante?
As atribuições afetam a expectativa de sucesso no
futuro e podem ser determinantes para a
motivação no treinamento ou o simples abandono
de determinado exercício.
Ex. Se uma pessoa atribui a sorte, e não ao seu
esforço vencer uma prova, pode ser que não tenha
motivação e confiança suficiente para engajar-se e
persistir em um programa de exercícios a fim de
melhorar suas habilidades
Teoria das metas de realização
• A motivação das pessoas é formada por três
fatores que interagem entre si:
Metas de realização;
+
a percepção de capacidade;
=
• e o comportamento frente à realização;
Teoria das metas de realização
• Objetivos de realização: Podem ser
orientados ao resultado ou a tarefa.
Quando orientados a tarefa, possibilitam maior
persistência frente as adversidades. O foco está
na melhora de habilidades e na comparação
consigo próprio.
A realização orientada pelo resultado causa
maior frustração, menos engajamento em
programas de treinamento e menos controle
Teoria das metas de realização
• Percepção da capacidade:
• Alta capacidade ou percepção de competência Vs
Baixa capacidade ou percepção de competência.
A compreensão da forma como o sujeito percebe a
si mesmo, suas habilidades e as de seu adversário é
fundamental para se entender o comportamento e
o nível de realização de esportistas e praticantes de
atividade física
Teoria das metas de realização
•Comportamento frente a realiazação:
É influenciado pelas últimas duas variáveis. Diz
sobre o desempenho, esforço, persistência,
escolha da tarefa e adversários reais ou
“irreais”(desempenho esperado é inatingível).
•O clima motivacional social também constitui
para esta teoria importância fundamental na
determinação da motivação para a realização
Teoria da motivação para a
competência
• Muito utilizada com crianças. Defende que as
pessoas buscam sentirem-se dignas e
competentes, e que estes sentimentos
determinam a motivação. Afirma ainda que as
percepções de controle dos atletas têm
relação com as avaliações de autovalor e de
competência as quais influenciam na
motivação. A teoria explica os estados
afetivos ligados a ela e não a motivação
diretamente.
Teoria da motivação para a
competência
• Pesquisas dizem que as percepções de
competência e controle de jovens atletas são
determinantes críticos sobre seus esforços na
direção da conquista.
• Isso indica a importância de trabalhar para o
aumento da capacidade de percepção de
competência e controle dos atletas, pois ela
incide na motivação dos mesmos para a
realização de esportes e exercícios. (Há um
resumo na tabela 3.2 p. 88 sobre o que dizem as
teorias sobre a motivação para a realização).
Desenvolvendo a motivação
Desenvolva-se em 3 estágios
1. Competência autônoma: Anterior aos 4 anos.
Criança quer dominar o ambiente e estar a si
própria. Não compare-se com outras crianças
2. Comparação social: 5 anos em diante. Criança
compare-se: Quem é o melhor, mais rápido?
3. Integrado: Comparação social e conquista
autônoma. Compete-se e coopera-se. Comparase com os outros e consigo própria.
Implicações das teorias da motivação
para a prática profissional
• Reconheça fatores interacionais na motivação
para a realização;
• Enfatiza objetivos voltados a tarefa;
• Monitorize e altere o feedback de atribuição;
• Avalie e corrija atribuições inadequadas;
• Determine quando os objetivos competitivos são
adequados
• Intensifique sentimentos de competência e
controle
Ativação, estresse e ansiedade
• Ativação: “Mistura de atividades fisiológicas e
psicológicas em uma pessoa e refere-se às
dimensões de intensidade de motivação em
um determinado momento” (p.96).
• Varia da apatia (baixa letargia) a completa
ativação (alto frenesi).
• Gera alterações fisiológicas (bat. Cardíacos,
respiração e sudorese aumentadas).
• Liga-se a eventos agradáveis ou desagradáveis
Ativação, estresse e ansiedade
• Ansiedade: “estado emocional negativo
caracterizado por nervosismo, preocupação e
apreensão e associado com ativação ou
agitação do corpo”
• É somática (Ativação física) e também possui
representação
psíquica
(preocupação,
apreensão)
• Pode ser caracterizada como ansiedade de
traço e de estado
Ativação, estresse e ansiedade
Ansiedade-estado: Estado emocional subjetivo de
“apreensão e tensão” conscientes para o sujeito e
experimentados em meio a ativação física e
psicológica.
• Está em constante variação: Antes, durante e
após um jogo, por exemplo.
• Divide-se em
• ansiedade-estado Cognitiva: preocupação e
pensamentos negativos e
• ansiedade-estado somática: “mudanças de
momento a momento na ativação fisiológica
percebida” (p.97).
Ativação, estresse e ansiedade
• Ansiedade-traço: Faz parte da personalidade “É
uma tendência ou disposição comportamental
adquirida que influencia o comportamento”.
• Faz o sujeito perceber situações como altamente
ameaçadoras sem que as mesmas possuam base
na realidade para tanto. “A pessoa responde a
essas circunstâncias como reações ou níveis de
estado de ansiedade que são desproporcionais
em intensidade e magnitude ao perigo objetivo
(Spielberger, 1966 p. Apud Gould e Weinberg).
Ativação, estresse e ansiedade
• Medindo ativação e ansiedade:
• A ativação é medida tendo como base as
mudanças nos sinais fisiológicos (Bat. Cardíacos,
sudorese, etc). Também se pergunta para o atleta
como ele avalia tais alterações em seu corpo
• Já o estado de ansiedade é medido como base
nas autopercepções dos sujeitos. Existem escalas
de auto-relatos construídas com base neste
objetivo.
Ativação, estresse e ansiedade
• Relações entre ansiedade-traço e ansiedadeestado:
• Obviamente, os níveis de ansiedade traço
colaboram para a obtenção de níveis de
ansiedade-estado em um atleta. PORÉM
• Esta relação não é perfeita. As habilidades e o
tempo de experiência de um atleta podem tornalo menos ansioso em atividades específicas,
mesmo sua ansiedade-traço sendo considerada
alta. Tais atletas podem também ter adquirido
técnicas de controle para gerir a ansiedade.
Estresse e o processo de estresse
• Estresse é um “desequilíbrio substancial entre
demanda (física e/ou psicológica) e
capacidade de resposta, sob condições em
que a falha em satisfazer aquela demanda tem
importantes consequências” (McGrath, 1970,
Apud Gould e Weinberg).
Estresse e o processo de estresse
• Estágio 1: Demanda ambiental (física e
psicológica)
• Estágio 2: Percepção da demanda ambiental
(Ameaça psicológica ou física percebida)
• Estágio 3: Respostas ao estresse (física ou
psicológica)
Ativação,
ansiedade-estado
(Cognitiva e somática) tensão muscular,
alterações de atenção
• Estágio 4: Consequências comportamentais
(Desempenho ou resultado)
Estresse
• Fontes de estresse e ansiedade:
1. Situacionais:
a- importância dada a um evento ou competição
Em geral, quanto mais importante o evento, mais gerador de estresse ele
será. A importância atribuída por cada um a determ. evento, porém, não é
obvia e varia substancialmente. Um jogo que pode não valer nada para o
campeonato, pode valer muito para alguns jogadores por outros motivos.
b- incerteza sobre o resultado
Não se deve criar incertezas desnecessárias, já que o resultado é quase
sempre realmente incerto e não há o que fazer em relação a isso. A
negligência de informações sobre as habilidades do outro time, porém, pode
aumentar desnecessariamente a incerteza.
Estresse
2. Fontes pessoais de estresse:
• Ansiedade-traço elevada e baixa auto-estima
colaboram para o aumento da ansiedade.
• Ansiedade física social: É preciso levar em
consideração o estresse ocasionado para
algumas pessoas em terem seu corpo como
objeto de observação para terceiros.
Como ativação e ansiedade afetam o
desempenho
• Teoria do instinto: À medida que a ativação ou
a ansiedade-estado de um indivíduo aumenta,
aumenta também seu desempenho (Visão
linear). Quanto mais alerta, melhor a atuação.
• Teoria fraca, pois desconsidera os excessos na
ansiedade e ativação.
• Teoria da facilitação social (Zajonc) Platéia
relaciona-se ao desempenho de tarefas bem e
mal aprendidas.
Como ativação e ansiedade afetam o
desempenho
• Teoria do instinto e da facilitação social não
explicam satisfatoriamente o desempenho em
tarefas bem aprendidas, pois sua visão linear
pressupõe que atletas de elite, por exemplo,
sair-se-iam bem em todas as situações de alta
pressão por dominarem completamente a
técnica da tarefa executada, o que
obviamente é equivocado.
Como ativação e ansiedade afetam o
desempenho
• A hipótese do U invertido: Há um nível de
ativação ideal, abaixo do qual o desempenho
é insatisfatório, e acima do qual o
desempenho diminui.
• É aceita em seus princípios gerais.
• Pontos fracos: O pressuposto de que o ponto
ideal situa-se no ponto médio do continuum
de ativação e a natureza da própria ativação.
Como ativação e ansiedade afetam o
desempenho
• Zonas individualizadas de desempenho ideal
Yuri Hanin. Cada atleta tem sua própria zona
ideal de ansiedade-estado, fora da qual os
desempenhos são piores.
Assim, técnicos e professores devem ajudar os
atletas a conhecerem e atingirem essa zona
ideal (E não um ponto apenas) de ativação e
ansiedade-estado, bem como de outros
sentimentos.
Como ativação e ansiedade afetam o
desempenho
• Teoria da ansiedade multidimensional
• Prediz que a ansiedade-estado cognitiva
(preocupação) está negativamente relacionada
com o desempenho.
• Afirma, por outro lado, que a ansiedade-estado
(Somática) está relacionada ao desempenho em
um U invertido, com aumentos até certo ponto
(ideal) facilitando os melhores resultados e
declinando após tal ponto ter sido superado.
(Essa teoria recebeu também pouco apoio na P.
do Esporte).
Como ativação e ansiedade afetam o
desempenho
Modelo da catástrofe:
• O modelo de catástrofe prevê que a ativação
fisiológica está relacionada ao desempenho
em forma de U-invertido, mas apenas quando
um atleta não está preocupado ou tem uma
leve ansiedade-estado cognitiva. Se a
ansiedade cognitiva é alta, o aumento na
ativação atingirá um ponto ideal, após o qual
o desempenho deteriora-se.
Como ativação e ansiedade afetam o
desempenho
• Assim, a ativação fisiológica tem efeitos
diferentes para os sujeitos, a depender de sua
relação com os representantes psíquicos
(Cognitivos) da ansiedade-estado.
• O modelo ainda prevê que após uma queda
catastrófica no desempenho, o atleta deverá adiminuir enormemente a excitação fisiológica (o
que levará tempo) b- recuperar a confiança e
controle e c- diminuir as preocupações, a fim de
poder recuperar os desempenhos anteriores.
Como ativação e ansiedade afetam o
desempenho
• Por fim, tal teoria prevê que o alto nível de
ansiedade-estado
cognitiva
aumenta
o
desempenho, enquanto os baixos níveis
diminuem-no. “Esse modelo prevê que você terá
um melhor desempenho com alguma
preocupação, desde que seu nível de ativação
fisiológica não seja excessivo (Um pouco de
tensão aumenta o esforço de um atleta).
• Pontos negativos: Embora possua algum apoio
científico, é muito difícil testar tal modelo.
Como ativação e ansiedade afetam o
desempenho
• Direção e intensidade da ansiedade:
• É importante considerar a interpretação dos
sujeitos sobre os seus próprios sintomas de
ansiedade a fim de pensar a relação
ansiedade-desempenho.
• Tais sintomas podem ser considerados úteis
ou “patológicos” para aqueles que os
experimentam.
Como ativação e ansiedade afetam o
desempenho
• Direção e intensidade da ansiedade:
• Ex. Bom desempenho de ginastas na barra
foram associados com uma interpretação da
ansiedade cognitiva como facilitadora pelos
ginastas.
• Pesquisas com nadadores de elite também
relataram que tanto a ansiedade somática
quanto a cognitiva lhes servem de estímulo e
constituem facilitadores da atividade
Como ativação e ansiedade afetam o
desempenho
• Por que a ativação influencia o desempenho?
• A- tensão muscular intensa e dificuldades de
coordenação
• B- Mudanças nos níveis de atenção e de
concentração
• Ativação intensa causa estreitamento no campo
de atenção de uma pessoa
• O sujeito com uma ativação inadequada pode
ainda dar valor a fatores irrelevantes durante o
jogo, ou mesmo esquadrinhar de forma
equivocada a situação de jogo
Implicações para a prática
• Diretrizes para a consideração das
implicações sobre ativação, estresse e
ansiedade:
1. Identificar a combinação ideal de emoções
relacionadas à ativação necessárias para o
melhor desempenho
2. Reconhecer o modo como fatores pessoais e
situacionais interagem para influenciar a
ativação, a ansiedade e o desempenho
• Diretrizes para a consideração das
implicações sobre ativação, estresse e
ansiedade:
3.Reconhecer os sinais de ativação e de
ansiedade aumentadas em praticantes de
esporte e exercício
4. Adaptar práticas de treinamento e instrução
aos indivíduos
5. Desenvolver a confiança no atleta ou
praticante de exercícios para ajudá-los a
controlar o estresse e a ansiedade (p.111).
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Teorias da motivação para a realização