Artrite Reumatóide
“Doença sistêmica do tecido conjuntivo, com alterações articulares,
peri-articulares e tendinosas, acometendo principalmente a
membrana sinovial e manifestando-se através de inflamação.”
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Insidiosa e progressiva
Atinge 1% da população.
Maior prevalência entre 30 e 70 anos – aumenta com a idade
Maior prevalência entre parentes de 10 grau
Acomete mais as mulheres (3:1)
2a causa reumática e 3a causa geral de aposentadoria por invalidez.
Fisiopatologia
Predisposição genética (gene do HLA2: responsável pelo reconhecimento do antígeno
que inicia a doença)
Ativação
Desequilíbrio neuroendócrino e imunológico
Fatores Externos
Artrite Reumatóide
Linfócitos CD4 reconhecem antígenos articulares
Estimulam células plasmáticas: produção de mediadores inflamatórios
(interleucina)
Estimulam fibroblastos à sintetizar colagenase, à reabsorver osso e a
manter o processo antigênico.
Agentes artrítogênicos que podem desencadear a resposta imune em
indivíduos geneticamente predispostos:
Infecciosos:

Vírus de Epstein Barr (antigenos presentes em 80% pacientes com AR)

Micobactérias:mimetismo pelo organismo de fatores de estresse que ativam
resposta imune.
Proteínas alteradas:

Hiperatividade dos linfócitos T helper (não se sabe qual é o fator
desencadeante).
Traumas
Fatores endócrinos:Remissões na gravidez e exacerbações na menopausa
Fatores psicológicos: início dos sintomas associado a estresse emocional
Artrite Reumatóide
Sinovite:

Fase de exsudação: edema na cartilagem articular e derrame intraarticular.
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Fase de infiltração: migração de linfócitos T

Fase crônica: hiperplasia e hipertrofia da membrana sinovial, formando
tecido de granulação (pannus)
proliferação da camada de células + formação de vilosidades (fazem
protuberância para dentro da cartilagem articular, do osso, dos ligamentos e
tendões)
Produz enzimas destrutivas da cartilagem hialina
Pode aderir, evoluindo para anquilose
Diagnóstico
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Sintomas iniciais: astenia, fadiga, mal-estar, febre baixa, dores
músculo-esqueléticas.
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Pode apresentar variantes
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Padrão simétrico e cíclico
Artrite Reumatóide
Articulações mais envolvidas no início:
Punhos
MCF e MTF
IF proximais
Ombros
Joelhos
Articulações envolvidas com a evolução da doença:
Tornozelos
Coxo-femoral
Cotovelos
IF distais
Coluna cervical
Esternoclavicular
Cricoaritenóides
Ossiculos do ouvido.
 Dor: depende da fase da doença
Moderada (permite AVDs)
Pior pela manhã e à noite
 Rigidez matinal e após imobilização prolongada.

Devido a menor secreção do cortisol endógeno à noite.

Sinais flogísticos articulares

Instabilidades articulares e deformidades
Artrite Reumatóide
Mãos em “dorso de camelo”: tumefação
das MCF e punhos, com atrofia
dos interósseos.
Semiflexão dos punhos com saliência
da cabeça da ulna e desvio ulnar dos
dedos; subluxação dasMCF e dos
tendões dos extensores dos dedos.
Dedos em fuso:
tumefação das IF proximais
Dedos em pescoço de cisne:
hiperextensão das IF proximais
e flexão das IF distais.
Dedos em botoeira:
flexão das IF proximais e
hiperextensão das IF distais.
Artrite Reumatóide
Dedos em martelo:
flexão das IF distais
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Polegar em Z: flexão MCF e hiperextensão IF
Cotovelos: semiflexão e semipronação do antebraço
Ombros: adução e rotação interna (compromete AVDs). Capsulite, tendinite,
bursite e ruptura tendinosa
Pés e tornozelos
Pé plano
Hiperflexão IF proximais
Luxação MTF (calosidades)
Hállux valgus
 de inversão e eversão
Tendinite de Aquiles
LIMITAÇÕES DE MARCHA E CLAUDICAÇãO
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Joelhos: semiflexão (posição de alívio da dor) + relaxamento ligamentar =
Instabilidade
Coxo-femoral: semiflexão e adução (incapacita marcha e sexo)
Coluna cervical: subluxação atlas-axis = dor, rigidez e sinais neurológicos
ATM: dor e distúrbios mastigação
Cricoaritenóides: rodam cordas vocais para modular voz = rouquidão
Artrite Reumatóide
Tecidos moles:
Tenossinovites: DeQuervain, gatilho dos dedos,
síndromedo túnel do carpo e do tarso
Tumefações tendinosas
Rupturas tendinosas
Bursites
Cistos sinoviais
Baker: hérnia da sinóvia entre gastrocnêmio e semi-membranoso – pode
romper e o líquido sinovial invadir a panturrilha = DOR).
Manifestações extra-articulares: podem ser fatais
Sintomas gerais: astenia, mialgias, febre, emagrecimento.
Pele: hipotrofia, eritema, Raynaud, vasculites, unhas quebradiças.
Nódulos sub-cutâneos: tamanho variado, indoloros e móveis.
Vasculites: pontos hemorrágicos até ulceração e gangrena
Neuropatia periférica - a vasculite da vasa vasorum ou compressão por
deformidade articular ou proliferação sinovial).
Arterite visceral: coração, pulmão (principalmente pleura), intestino, rins, fígado,
baço, pancreas, linfonodos e testículos.
Olhos: conjuntivite seca e outras alterações
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Artrite Reumatóide
Laboratório
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Alterações no hemograma
Aumento da velocidade de hemossedimentação (VHS)
Fator reumatóide: auto-anticorpos (IgA, IgM e IgG)- aglutinação do
látex e Waaler-Rose.
Radiologia:
Acometimento simétrico das articulações sinoviais
Osteopenia
Aumento de partes moles – por efusão
Redução do espaço articular – por degeneração da cartilagem
Erosões ósseas – por destruição da cartilagem
Cistos ósseos
Deformidades e instabilidades
Importante para avaliar
progressão
dos sintomas
Artrite Reumatóide
Diagnóstico: American College Rheumatology, 1988
Pelo menos 4 dos 7 critérios por pelo menos 6 semanas
Rigidez matinal com
duração de pelo menos
60 minutos

Artrite de pelo menos
3 articulações simultaneamente

Artrite de pelo menos
1 articulação da mão

Envolvimento bilateral
simétrico

Presença de nódulos
subcutâneos

Demonstração do
fator reumatóide

Alterações radiográficas.

Artrite Reumatóide
Tratamento:períodos de remissão x exacerbação INTERDISCIPLINAR

Suporte psicológico
 Educação

Alívio da dor e inflamação articular
Repouso (geral e articular): orientaçào posicionamento articular +
órtese
Anti-inflamatórios não-esteróides (corticóides indicados nas
erosões articulares e controles de manifestações sistêmicas).
Medidas fisioterápicas

Reduzir períodos de exacerbação e prolongar remissão
Manter função e integridade articular:
Continuar anti-inflamatórios + drogas de ação lenta (inibem
enzimas de destruição cartilaginosa e modelam a resposta
imunológica) – methotrexate; antimaláricos, sulfasalazina, sais
de ouro; azatioprina e ciclofosfamida, ciclosporina)
Cinesioterapia: preservar mobilidade, comprimento e trofismo
muscular.
Artrite Reumatóide
Fase aguda:

Repouso (fase aguda: geral)

Prevenção de deformidades (extensão de joelhos e posição
neutra de tornozelos) – órteses

Fisioterapia respiratória

Gelo

Hidroterapia

Tens: sinóvia e cápsula supridos por fibras tipo C (ótimo
resultado)
Fase crônica:

Cinesioterapia:alongamento e fortalecimento = passivo – ativoassitido – ativo – isométrico – isotônico (uso de carga pode ser
implementado se não exacerbar dor, preferencialmente sem
suporte de peso)

Calor superficial ou profundo – ação colagenase?
relaxamento
analgesia
Artrite Reumatóide
Condicionamento cardiorrespiratório

Hidroterapia

Órteses: repouso ou auxílios para marcha
Programa domiciliar

Orientações de posicionamento, colchões, cadeiras e calçados.
Adequação do vaso sanitário.

Orientaçòes de transferências e AVDs

Desdobrar atividades de suporte de peso e evitar movimentos
de sustentação das pequenas articulações das mãos. Uso de
dispositivos de adaptação.

TO

Associações de Auto-ajuda

Cirúrgico


Tração cervical: contra-indicada (risco de luxação atlanto-axial e
compressão medular). Se houver luxação: uso de colar cervical
e evitar flexão
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Apresentação do PowerPoint