Nascimento da adolescência e da sociedade do Homo sapiens Smith & Tafforeau, Evol Antropol, 2008 OS TECIDOS DENTAIS SÃO FORMADOS PARA RESISTIR AO DESGASTE E Á FRATURA COM EFICIÊNCIA: DIFEREM NAS ESTRUTURAS HISTOLÓGICAS E NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS Polpa: Forneça água para dentina e esmalte, diminuindo a friabilidade. Dentina: Menos dura e elástica, porém menos quebradiça. Fonte: Lucas P et al., Bioessays, 30:374, 2008. Esmalte: muito duro e elástico, mas quebradiço. AS FORÇAS MASTIGATÓRIAS SÃO DE ATÉ 1000 N E PODEM GERAR DESGASTE E FRATURA Desgaste (inicia na superfície) Fratura (inicia na junção com a dentina) Fonte: Lawn B & Lee JJW, Acta Biomater, 2009. Amelogênese Características: -Fases: secreção e maturação (mais longa). Fases de secreção e maturação podem ocorrer ao mesmo tempo num mesmo germe dental; - Eventos básicos: secreção de matriz, mineralização, remoção de parte da matriz e continuação da mineralização. Amelogênese Fase secretória: 35% do tempo de formação do esmalte. - Início: após (mínimo de 30h) mineralização da primeira camada de dentina; - Cessa mitose no epitélio interno; -Matriz orgânica: amelogenina (90%), enamelina, ameloblastina e proteases (enamelisina). É logo calcificada; - Mineral: hidroxiapatita [(PO4)6Ca10OH] cristais crescem em comprimento; -Processo de Tomes: regiões de crescimento interprismático (porção proximal) e prismático (porção distal). - Progressão: centrífuga. Amelogênese Corte longitudinal Corpo do prisma Bainha do prisma Corte transversal Cabeça do prisma Bainha do prisma Bainha do prisma: matéria orgânica deixa o esmalte menos friável. A bainha cria linhas preferenciais para início de fratura. Amelogênese Amelogenina • Dois tipos de genes: no cromossomo X (106 pb) e no Y (112 pb); • Mulheres (XX) e homens (XY); • Permite identificar sexo. Bainha do prisma – até 100 nm (mais proteínas) Amelogênese Matéria orgânica (espaço inter-cristalino) • Dois tipos de isótopos de carbono: C12 e C13; Bainha do prisma (mais proteínas) • C12 é mais abundante na natureza; • C13 é menos frequente na natureza. Folhas e frutos de árvores têm menos C13 que a grama. • Animais que comem grama ou carne de animais que comem grama têm mais C13. Science. 2006 Nov 10;314(5801):980-2. Amelogênese Pré-ameloblasto Epitélio interno 1º Molar permanente: secreção do esmalte inicia-se por volta de 15 dias antes do nascimento. Amelogênese RITMO BIOLÓGICO – produção 1. Núcleo supra-quiasmático do hipotálamo: controle dos ritmos biológicos nos mamíferos, liberando hormônios que regulam a glândula pineal; 2. Glândula pineal: produz melatonina que regula o ritmo circadiano; 3. Olho: foto-receptores controlam produção de melatonina em ritmo circadiano. Os ritmos biológicos são refletidos nos tecidos dentais duros na forma de estruturas histológicas. Amelogênese RITMO BIOLÓGICO – periodicidade 1. Horas: intradianos; 2. ~ 1 dia (circadianos): precisos (24h) ou livres (± 24h, sem fatores exógenos); 3. ~ 1 semana: cercaseptanos; 4. Outros: mensal e anual. Esmalte e dentina: intradianos, circadianos precisos (ET, linha de von Ebner) e livres (Retzius e Andresen). Cemento: anuais. Amelogênese Estriações transversais: aumento do interprismático (perpendicular ao prisma). Matriz protéica 24 h 24 h Boyde, 1989. esmalte Amelogênese Estrias de período longo: constrição unilateral do processo de Tomes (diagonal ao prisma). Boyde, 1989. Amelogênese Hipoplasia (redução da espessura do esmalte secretado): Locais: a)Internamente: reduzida secreção diária a)Na superfície: Degrau (pode ser linear ou como um orifício). Causas - disenteria; - infecção respiratória - febre. Pindborg, Int Dent J, 32:123-134, 1982; Mahoney, J Human Evolution,, 55: 131-147, 2008. . Técnica não-invasiva de medir marcações periódicas Fóssil de 160 mil anos: crescimento = humanos Proc Natl Acad Sci U S A., 104(15): 6128–6133, 2007. Amelogênese Oclusal Atividade dos ameloblastos Lateral Fatores Informa -doença febril; -má nutrição; - menarca; - nascimento; - lactação; - desmame; - diarréias. -idade ao morrer; -cronologia de eventos de stress; - cronologia de formação dental. Amelogênese Trajetória dos ameloblastos Como os mesmos ameloblastos formam uma área na superfície bem maior que aquela da junção amelo-dentinária? - Mitose: não há formação de ameloblastos adicionais; - Trajetória: é ondulada e angulada para possibilitas formar uma maior área da superfície em relação àquela da junção amelo-dentinária; - Largura dos prismas: varia de 3 mm na JAD a 6 mm na superfície. Smith, Tania Michelle (2004) Trajetória dos prismas Amelogênese Trajetória dos ameloblastos Prismas mudam as relações de vizinhança desde a JAD até a superfície para aumentar resistência à fratura. Radlanski, Eur J Oral Sci, 2001. Trajetória dos prismas Amelogênese Fase de maturação: 65% do tempo de formação - - Período: do final da secreção de matriz até a erupção; Secreção de protease (kalicreína); Processos: remoção de água e proteínas e crescimento dos cristais em largura e espessura; Alterações nos ameloblastos: 25% morrem, desaparecem os processos de Tomes, redução da altura, modulação dos ameloblastos: terminação rugosa e terminação lisa. Progressão: centrífuga. Amelogênese Ameloblasto maturador: modulação de tipos e funções pH ácido Superfície rugosa: (1) injeta íons minerais para o esmalte, (2) secreta enzimas e (3) elimina matéria orgânica e água para o retículo estrelado. pH neutro superfície rugosa superfície lisa Complexos juncionais Exposição ao plasma sanguíneo ea contaminant es (chumbo, zinco, etc) Superfície lisa: (1) recolhe material orgânico e água e (2) impede refluxo deste material para o esmalte e (3) neutraliza o pH para crescer HAP. Amelogênese Ameloblasto maturador: modulação de tipos e funções superfície rugosa superfície lisa 1) 2) 3) 4) 5) Não ocorre nos outros tecidos dentais duros; Deixa o esmalte susceptível à penetração de metais pesados (Pb, Zn); Dentes permanentes passam mais tempo maturando; Susceptível à ação do flúor, que inibe a remoção de matéria orgânica e o crescimento dos cristais; Incorporação de estrôncio pode indicar quando o iniciou a dieta sólida. Microscópio eletrônico de transmissão OH PO4 Cristalitos dentro do prisma eixo c = 6,88 Å Prismas ao microscópio óptico Cristalito com células unitárias Célula unitária da hidroxiapatita Ca10(PO4)6OH2 Ca eixo a = 9,45 Å A célula unitária da HAP do esmalte é um pouco diferente: tem Na, Mg, CO3, K,Cl e C. Trajetória da maturação: de dentro para a superfície e de incisal para cervical. Mineral Antes da maturação Após a maturação Mineral Mineral Mineral Matéria orgânica Água Aumento na espessura dos cristais do esmalte Simmer & Hu, J Dent Educ; (65):896-905, 2001 Amelogênese Ameloblastos: ciclo vital Ameloblasto secretor -- Antes da deposição de dentina: cúbico; -- Após a deposição de dentina: cilíndrico alto; -- Fase de maturação: cilíndrico baixo; -- Após maturação: cúbico Ameloblasto maturador superfície rugosa superfície lisa Epitélio reduzido do esmalte Amelogênese Tempo de formação do esmalte (dias) Incisivo central sup. Homo NeanAustralosapiens derthal pithecus 1 mm 300 300 200 Formação do esmalte (secreção) se correlaciona com o tamanho do cérebro e com o tempo de crescimento até a fase adulta. Dean et al., Nature, 414:628-631, 2001. Formação da coroa: 1700 dias Maior tempo de formação do esmalte: -caninos permanentes inferiores = 5 anos Reid & Dean, Journal of Human Evolution, 2006 Amelogênese Mineralização final: gradiente de concentração Mineral (%) esmalte Menor dentina Maior Prismas hipomineralizados e ondulados perto da dentina: direcionam a formação de fraturas. Conteúdo mineral do esmalte pela microscopia de polarização Amelogênese Epitélio reduzido do esmalte em fissuras oclusais Amelogênese Fluorose dental Conceito: Hipomineralização dos tecidos dentais duros causada pela flúor. Aspectos clínicos: Opacidades no esmalte e alterações decorrentes da atrição mecânica intra-oral. Etiologia: Ingestão de flúor durante a odontogênese. Afeta maturação do esmalte. Amelogênese Distúrbios 1) Secreção: - hipoplasias; 2) Maturação: - hipocalcificações 3) Secreção e maturação: - manchamento por tetraciclina Amelogênese