INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO ESPAÇO DA CLÍNICA Por: Laura Monte Serrat Barbosa (org.) É um recurso de intervenção de caráter objetivo sustentado pela Epistemologia Convergente. não é método, é atitude educativa; é parte de um tema-problema; busca solução e execução; envolve conhecimentos que se articulam. PROJETO DE APRENDER interdisciplinaridade diversidade aprendiz como sujeito ativo aprende-se a lidar com ponto de vista do outro. CONTEMPLA NECESSIDADES ATUAIS COMO: Na efetivação é fundamental: acompanhamento e intervenção do Psicopedagogo no aprofundamento das condições de aprendizagem na clínica, instiga e promove enfrentamento das dificuldades. ORIGEM E EVOLUÇÃO recurso nascido na pratica psicopedagógica da autora oriundo do “Projeto de Trabalho: Uma forma de ação psicopedagógica” – publicado em 1998 influência da Epistemologia Convergente – Jorge Visca – 1987, com introdução da intervenção caráter subjetivo na clínica encontro com visão sistêmica com a equipe da Síntese – Centro de Estudos da Aprendizagem – 1989 - contextualiza dificuldades com o sistema do grupo familiar e/ou escolar 2006 – “A Psicopedagogia e o momento do aprender” – propõe correção da rota de aprendizagem para aprender mais, mudança de nome para Projeto de Aprender – espaço clínica e escola olhar refinado – desejo de aprender/constituição do aprendiz = HABIDADE DO PSICOPEDAGOGO COM INTERVENÇÕES SUBJETIVAS Obs.: na Epistemologia Convergente todo processo diagnóstico é estruturado para que se possa observar a dinâmica de interação entre o cognitivo e o afetivo, de onde resulta o funcionamento do sujeito. (BOSSE, 1995). Ocorre uma síntese de três linhas de compreensão da ação humana: psicanálise, psicologia genética e psicologia social. PROCESSO/ ENQUADRAMENTO partir do que lhe interessa •conhecer sua forma de aprender •mudanças para aprender mais e melhor •necessidade de planejar: listar o que deseja, organizar, fazer previsões, aprender a esperar (não é processo instantâneo) 1º Passo – realização do painel com fornecimento de material •o que já aprendeu •o que gostou de ter aprendido •o que deseja aprender O psicopedagogo também faz o seu painel 2º PASSO DIÁLOGO SOBRE OS PAINÉIS COM A o que gostamos ESCOLHA DO TEMA A SER PROJETADO E quais os interesses aprendizagem não só da escola, também a que o modifica como conhecedor e pessoa EXECUTADO NOS ENCONTROS: Após a escolha do tema: o que vamos fazer como vai ser para que vai servir o que vamos precisar quanto tempo levará o que poderemos aprender quais nossas intenções Fase latente: mobilização das ansiedades com o novo posição perante a novidade ao projetar movimentar o que já sabe administração dos conflitos cognitivos e vinculares necessários á aprendizagem Fase da execução: avaliar número de encontros avaliação do projetado/executado/aprendido 3º PASSOdo–projeto INICIO DO TRABALHO realização fazendo ajustes necessários Como interlocutor/mediador contrapondo intervindo ratificando “Reflexão sobre aulas de Marie Curie registradas nos livro de Isabelle Chavannes(2007) sobre novas formas de ensino na iniciação científica de filhos de amigos chamada cooperativa, partindo de ações , experiência e interesse dos alunos,que cabe nos Projetos de Aprender.” PARTICIPAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO RELAÇÃO DA REFLEXÃO COM O PROJETO APRENDER experiência do aprendiz como foco importante pensamento e envolvimento afetivo presentes no ato de aprender reelabora simbolicamente o vivido(vinculo afetivo na situação de aprendizagem) mobilização interna que combina paixão /compreensão, compreensão/ ação,ação/imagem,imagem/conhecimento,conhecimento/sabedoria regulação,reestruturação,criação de nova situação necessidade de distanciamento para intervir papel do psicopedagogo que está perto, mas não dentro possibilidade do aprendiz encontrar soluções e mudanças necessárias Idealizar buscar condições intelectuais, afetivas, materiais, metodológicas executar o idealizado Chega-se ao verdadeiro exercício da práxis EM RELAÇÃO AO PLANEJADO Projeto de Aprender- RECURSO DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICO DE CARATER OBJETIVO – só desempenha sua função se acompanhado de INTERVENÇÃO DE CARATER SUBJETIVO. INTERVENÇÕES: Caráter objetivo – provocam movimento interno e externo do aprendiz. Caráter subjetivo – desestabilizam o aprendiz e provocam- no a buscar o equilíbrio, (auxilio da psicopedagogia) e a lidas com as ansiedades nas situações de aprendizagem. Pensar,planejar,fazer – aproxima pessoas de seus sentimentos Vínculo confusional – aprendiz mais dependente VínculoQUE dissociado – VÍNCULO conduta defensiva CONDUTAS EXPRESSAM AFETIVO Bleger(1984) Aprendiz dependente Solicita psicopedagogo a resolver os problemas Intervenção – mudança do olhar do aprendiz, discriminação de valências negativas / positivas de si próprio e da tarefa Intenção – tirar da confusão, começar a diferenciar,pensar e fazer escolhas VÍNCULO CONFUSIONAL Conduta defensiva Dissocia as valências Valor negativo no objeto a ser aprendido e valor positivo em si mesmo ou vice-versa Ou 2 situações indesejáveis para o aprendiz Intervenção – articulação dos elementos que estão dissociando a vinculação afetiva com as situações de aprendizagem VÍNCULO DISSOCIADO Um leão diferente – Historia de Bárbara – 7 anos Excesso de cuidados – doença Pedia ajuda, ao mesmo tempo desprezava-a Autoritária – não aceitava intervenção Exigia atenção exclusiva Confecção do painel Insegurança pedindo ajuda para decidir PENSAR SOBRE O QUE FAZ Lista do material Objetivo – fazer leão igual ao da sala Etapas ricas Lidar com o vínculo simbiótico de sua relação com a aprendizagem Lidar com as intervenções da psicopedagoga para escolher, fazer, tentar, ousar, errar. Pedir ajuda na hora do não saber Realizar na hora que sabia Assumir que sabia Aguardar, aguardar, aguardar... Flexibilizar seu pensamento e ação Tomar decisões importantes Leão pronto – análise do resultado Relato do projeto – nascimento do leão e sua historia Vivência da importância da identidade Escrita da historia, trabalho com a linguagem Aprendeu a ser autora, não só repetidora. No mundo do sol – menino de 6 anos Painel – projeto de estudo, leitura, escrita, execução – escolheu sistema solar Pesquisa do material Inventou um técnica Consulta de atlas Leu, buscou informações Relato da execução, ligado à leitura e escrita Aprendizagens relativas ao seu mundo interno Paciência, espera, compreensão do processo Acalmar a ansiedade, controlar-se Explicar o que pensava, ouvir as intervenções da psicopedagoga para reorganizar o planejado. Atenções Psicopedagógicas Grupais Aí também cabem os projetos de aprender, com alguns aspectos diferentes. Discussão grupal O grupo vai revelando interesses O projeto vai tomando forma Metas vão sendo traçadas Objetivos estabelecidos Tarefa do Psicopedagogo Acolher Sugerir caminhos Levar ideias, material, que inspirem a escolha Projeto Grafite Iniciado no papel Passou para muros da Síntese Alcançou as ruas Aprendizagens Possibilitadas Fazer escolhas Tomar decisões Fazer negociações Lidar com proporções intuitivamente Realizar cálculos de superfície, de quantidade de tinta, gastos Cuidar do material Executar o planejado Assumir autoria Lidar com ansiedades frente à encomenda. Expor Pensar a realização para ampliar a discussão,espaço para outras reflexões INTENÇÕES DO PROJETO APRENDER NA CLÍNICA Provocar superação das dificuldades necessárias para aprendizagem e as obstaculizadoras Mediação psicopedagógica é recurso IMPORTANTE. Obstáculos à aprendizagem (Visca 2000) Sistêmico – caráter cognitivo – raciocínio lógico – matemático Epistemofílico – caráter afetivo – ansiedade, desejo de aprender ou não Funcional – articulação entre pensamento e vinculação afetiva, problemas orgânicos Epistemológico – caráter cultural – mudanças culturais significativas na vida do aprendiz PARA VISCA, O PROJETO DE APRENDER É UTILIZADO COMO: Processo corretor – superação de obstáculos Proposta de otimização – que provoca desequilíbrio ótimo Instrumento de prevenção das dificuldades – para aprendizes de risco Em todos, é proposta de superação, desenvolvendo autonomia e promovendo articulação entre pensamento, emoção e desejo Considerar o desejo do aprendiz por explorar o tema, prevenir/ romper o ciclo inibitório após experiências de fracasso Promover consciência de si como aprendiz e da própria aprendizagem com exercício da metacognição (conhecimento sobre o próprio conhecimento) Parar, refletir sobre sua maneira de ser, pensar, agir, interagir, e mudar se necessário Projetar com sentido Quando aprender não tem sentido, nada REFLEXÕES IMPORTANTES NA funciona. AÇÃO Construir um ciclo de progresso da aprendizagem. PSICOPEDAGÓGICA Quando a zona de desenvolvimento proximal é ampliada, há mais possibilidade de resposta acertada sem repetição de experiências de fracasso. Desenvolvimento de habilidades específicas para a dificuldade principal do aprendiz Utilizar como instrumento diferentes linguagens Explorar conhecimentos necessários para resolver problemas Propor situações mais autênticas OUTRAS POSSIBILIDADES Resolver questões da vida cotidiana. O Projeto Aprender revela uma concepção de aprendizagem. É mediador entre aprendiz e obstáculos na aprendizagem. Planejando, realizando, avaliando e redimensionando, o ciclo de inibição é rompido. A autora finaliza com indicações culturais de sites, projetos e livros e com atividade de aprendizagem abordando questões para reflexão e atividades aplicadas na prática.