Temas concretos e filosóficos
O valor da diferença
O desafio de se conviver com a diferença na sociedade é
complicado, mas necessário. Diante da grande pluralidade cultural e
étnica que se choca com freqüência no mundo globalizado é preciso,
além de tolerância, respeito incondicional aos direitos humanos.
Diariamente, nos deparamos com pessoas das mais variadas
culturas, opiniões e classes sociais. Muitas vezes, são nossos vizinhos,
colegas e amigos. Essa convivência enriquece nossas vidas, pois
aprendemos a respeitar o nosso próximo, nos tornando pessoas mais
fraternas. Porém nem sempre essa relação acontece facilmente fatos
divulgados pela mídia nos mostram que, para alguns ainda, a simples
diferença fenotípica gera discriminação e violência, como no caso do
brasileiro que foi confundido com um terrorista em Londres. Ele foi
brutamente exterminado pela policia inglesa por ter feições diferentes
da maioria dos britânicos.
Para o bom funcionamento das sociedades, a diferença precisa
ser respeitada. Nas relações econômicas internacionais, se lida com
diferentes culturas ao menos tempo. Não há espaço para discriminação
para quem quer ser competitivo no mercado.
A Necessidade das Diferenças
De acordo com a Teoria da Educação das Espécies, o que possibilita a
formação do mundo como conhecemos hoje foi a sobrevivência dos mais aptos ao
ambiente. A seleção natural se baseia na escolha das características mais úteis.
Estas somente se originam a partir das diferenças determinadas por mutações em
códigos genéticos com o passar do tempo.
Se no âmbito Biológico as variações são imprescindíveis à vida, no
sociológico não é diferente. Uma vez todos iguais, seriamos atingidos pelos mesmos
problemas sem perspectiva de resolução, já que todas as idéias seriam semelhantes.
A maioria das pessoas está inserida em um contexto social. Contudo
grandes inovações se fazem a partir do reconhecimento da individualidade de seus
integrantes. Assim é de nossa responsabilidade respeitar nossos semelhantes
independentes do sexo, raça, idade, religião, visto que dependemos mutuamente.
Obviamente nem todas as diferenças são benéficas. Por exemplo, a
diferença entre classes sociais não poderia assumir tal demissão. Para somá-la,
necessitamos de uma melhor distribuição de renda aliada a oportunidades de
trabalho, educação e saúde para todos.
Devemos nos conscientizar que somos todos iguais em espécie mas
conviver com as diferenças (por mais difícil que pareça), pois elas nos enriquecem
como pessoas. Nossos esforços devem ser voltados contra discriminações
anacrônicas e vis, como o racismo ou perseguições religiosas. Estas não nos levam
a lugar algum, apenas nos desqualificam como seres humanos.
fronteira
substantivo feminino
1 parte extrema de uma área, região etc., a parte limítrofe de um espaço
em relação a outro. Ex.: Havia patrulhas em toda a f.
2 o marco, a raia, a linha divisória entre duas áreas, regiões, estados,
países etc.
Ex.: O rio servia de f. entre as duas fazendas.
3 Derivação: por extensão de sentido. o fim, o termo, o limite,
especialmente do espaço. Ex.: Para a ciência, o céu não tem f.
4 Derivação: sentido figurado. o limite, o fim de algo de cunho abstrato.
Ex.: Havia chegado à f. da decência.
Fonte: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Adaptado.
As fronteiras geográficas são passíveis de contínua mobilidade,
dependendo dos movimentos sociais e políticos de um ou mais grupos de
pessoas.
Além do significado geográfico, físico, o termo “fronteira” é utilizado
também em sentido figurado,especialmente, quando se refere a
diferentes campos do conhecimento. Assim, existem fronteiras
psicológicas,fronteiras do pensamento, da ciência, da linguagem etc.
Com base nas idéias sugeridas acima, escolha uma ou até duas delas,
como tema, e redija uma dissertação em prosa, utilizando informações e
argumentos que dêem consistência a seu ponto de vista.
As fronteiras da vida
Quando pensamos na palavra "fronteira", é
quase inevitável relacioná-la ao limite geográfico de
uma região, porém, se analisarmos este termo com
mais cautela, veremos que ele possui um significado
muito mais amplo do que apenas o de "divisa". Por
exemplo, dias atrás, à meia-noite, atravessamos a
fronteira entre 2008 e 2009. Atravessar uma
fronteira não é apenas ultrapassar o limite de um
território, é alcançar objetivos, quebrar paradigmas,
vencer etapas, ou até mesmo passar dos limites.
Em 2008 o Brasil e o Supremo Tribunal
Federal, STF, romperam importantes barreiras.
Entre elas, podemos destacar duas: a liberação de
pesquisas com células tronco e a demarcação
contínua do território Raposa Serra do Sol em
benefício dos indígenas. Foi atravessada a
fronteira de um dogma da igreja católica, a favor
da ciência; e a do interesse de uma minoria de
fazendeiros, beneficiando representantes de um
povo, que aqui estava, antes da chegada dos
portugueses em 1500.
Atravessar uma fronteira raramente é uma
tarefa fácil. O vestibular, por exemplo, é algo que
exige muita dedicação, estudo e horas de sono
reduzidas. Vencer uma etapa como essa,
atravessar a divisa entre a adolescência e a vida
adulta, estudando nas melhores universidades do
país;é algo que poucos poderão, um dia, contar
para seus netos.
Existem também as fronteiras cotidianas a
serem atravessadas. Levantar cedo, trabalhar
muito, dormir pouco, pagar contas, cuidar dos
filhos. Cada um de nós tem inúmeros exemplos.
Infelizmente até as fronteiras do inimaginável o ser
humano acaba ultrapassando. Recentemente, um
policial do Rio de Janeiro alvejou com tiros o carro
de uma inocente família, matou uma criança de três
anos e acabou sendo absolvido. Sempre tem
alguém que acaba passando dos limites.
Se o mundo em que vivemos está repleto de
fronteiras territoriais, as nossas vidas também tem as
suas próprias. Cabe a cada um, vencer as suas
próprias dificuldades, alcançar suas metas, quebrar
paradigmas, sempre tomando muito cuidado para
não passar dos limites. O importante é escolher o
caminho do bem, para que ao atravessarmos a última
fronteira da vida, pela qual todos passam, tenhamos
deixado algo de bom para o futuro.
A REDAÇÃO NO VESTIBULAR: VERDADES.
Porque você precisa fazer redação:
• Treinar é fundamental
• Ela representa grande parte da nota da prova
• Escrever ajuda também nas questões discursivas
• Há dois tipos de alunos:
• Os que passam e os que NÃO fazem redação.
• Santo Expedito anda ocupado.
• A Soninha é legal!
Chuveirinho da vitória
A redação nos principais vestibulares:
Unicamp:
•1ª fase – eliminatória e classificatória
Como funciona a grade:
Grade específica
Grade Holística
Gênero: 0 ou 1,5
Tema+coesão+coerência+
modalidade+tipo texto = 7,5
Propósito: 0 ou 1,5
Interlocução: 0 ou 1,5
ENEM:
• Fase única – classificatória
Como funciona a grade:
Grade geral:
1) Domínio da norma padrão da língua portuguesa (0 – 200)
2) Compreensão da proposta de redação (0 – 200)
3) Seleção e organização das informações (0 – 200)
4) Demonstração de conhecimento da língua necessária para
argumentação do texto (0 – 200)
5) Elaboração de uma proposta de solução para os problemas
abordados, respeitando os valores e considerando as diversidades
socioculturais (0 – 200)
UNESP:
• 2ª Fase – classificatória
Como funciona a grade:
Grade geral:
1)
2)
3)
4)
Modalidade (0 – 7)
Tema e tipo de texto (0 – 7)
Coesão e coerência (0 – 7)
Estrutura (0 – 7)
FUVEST:
• 2ª Fase – classificatória
Como funciona a grade:
Grade geral:
1) Normal padrão (0 – 10)
2) Compreensão da proposta (0 – 10)
3) Coesão e coerência (0 – 10)
4) Estrutura e clareza (0 – 10)
5) Tema (0 – 10)
Modalidades discursivas
Aulas 1 e 2 - extensivo
Acesse em: www.profasoninha.weebly.com
Tipo Textual
A expressão tipo textual é usada para designar
uma espécie de sequência teoricamente definida
pela natureza linguística de sua composição
(aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais,
relações lógicas).
Douglas Biber (1988), Jean Paul Bronckart (1999)
TIPOS TEXTUAIS
NARRATIVO: usos de verbos no pretérito
perfeito e imperfeito, presente. Orações
adverbiais e advérbios de tempo lugar
(CONTA UM FATO)
DESCRITIVO: verbos estáticos- presente,
adjetivação abundante, orações adjetivas
SEQUÊNCIAS
OU TIPOS
TEXTUAIS
ARGUMENTATIVO: prevalece a opinião,
relação de causa e consequência, períodos
curtos, uso de substantivas e adverbiais.
EXPOSITIVO OU EXPLICATIVO: linguagem
objetiva , denotativa. Tem por propósito
apenas INFORMAR
INJUNTIVO: uso de verbos no imperativo ou
com intenções imperativas; predominam
enunciados que incitam à ação
Descrição objetiva
Qual é o tipo predominante?
O
Jogo
da
amarelinha
-
Capítulo
7
–
Júlio
Cortazar
Toco
a suanas
boca
com
um dedo,
toco
contorno
da esua
boca,
brincando
suas
cavernas,
onde
umoar
pesado vai
vem,
comvou
um
desenhando
essa eboca
se silêncio.
estivesse Então
saindoasdaminhas
minha mão,
perfume antigo
um como
grande
mãos
como
se, pela
primeirano
vez,seu
a sua
boca entreabrisse,
e basta-mea
procuram
afogar-se
cabelo,
acariciar lentamente
fechar
os olhos do
paraseu
desfazer
tudoenquanto
e recomeçar.
nascer,como
de cada
profundidade
cabelo,
nos Faço
beijamos
se
vez,
a boca quecom
desejo,
a bocacheia
que minha
mão escolheu
e desenha
estivéssemos
a boca
de flores
ou de peixes,
de
no
seu rosto, vivos,
uma boca
eleita entre
todas,Ecom
soberana
liberdade,
movimentos
de fragrância
obscura.
se nos
mordemos,
a dor
eleita
por
para
desenhá-la
minha
mão em
seu rosto,
e que,
é doce;
e mim
se nos
afogamos
numcom
breve
e terrível
absorver
simultâneo
por
um acaso,
não procuro
compreender,
coincide
exatamente
de fôlego,
essaque
instantânea
morte
é bela. E já existe
uma
só saliva e
com
a sua
boca,
que sorri
debaixo
que tremular
minha mão
desenha
um só
sabor
de fruta
madura,
e eudaquela
sinto você
contra
mim,
em
você. Você meuma
olha, de perto me
e
como
lua olha, cada vez
na mais de perto,
água.
então brincamos de ciclope, olhamo-nos cada vez mais de perto e
nossos olhos se tornam maiores, se aproximam uns dos outros,
sobrepõe-se, e os ciclopes se olham, respirando confundidos, as
bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios,
apoiando ligeiramente a língua nos dentes,
A Modalidade narrativa
Qual é o tipo predominante?
Então ouviu Zana um grito de terror, que se extinguiu em
um gemido de angústia. Fora de si correu à alcova da senhora,
onde a esperava um quadro horrível. No meio do aposento, o
Ribeiro, pálido e medonho como um espectro, agarrando a mulher
pelo pescoço, estrangulava-a com as longas tranças de cabelos.
Um grito espantoso retumbou, que estremeceu o assassino
e o lançou espavorido fora do aposento. Antes de sumir-se,
porém, viu assomar no quadro da janela o vulto pavoroso de Jão,
que de um arremesso atirou-se a ele para despedaçá-lo.
Nesse instante trespassou a alma do Bugre uma voz exausta, que
se desprendia a custo do arquejante soluço:
-Jão!... (Til – José de Alencar)
Soneto de fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Vinícius de Moraes.)
CIDADEZINHA QUALQUER
casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
(Carlos Drummond de Andrade)
Poema da necessidade
É preciso casar João,
é preciso suportar, Antônio,
é preciso odiar Melquíades
é preciso substituir nós todos.
É preciso salvar o país,
é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.
É preciso estudar volapuque,
é preciso estar sempre bêbado,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores
de que rezam velhos autores.
É preciso viver com os homens
é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar O FIM DO MUNDO.
(Carlos Drummond de Andrade)
Analisando o vestibular Unicamp - 2013
Imagine-se como um estudante de ensino médio de uma
escola que organizará um painel sobre características
psicológicas e suas implicações no plano individual e na vida em
sociedade. Nesse painel, destinado à comunidade escolar,
cada texto reproduzido será antecedido por um resumo. Você
ficou responsável por elaborar o resumo que apresentará a
matéria transcrita abaixo, extraída de uma revista de divulgação
científica. Nesse resumo você deverá:
* apresentar o ponto de vista expresso no texto, a respeito
da importância do pessimismo em oposição ao otimismo,
relacionando esse ponto de vista aos argumentos centrais que o
sustentam.
Atenção: uma vez que a matéria será reproduzida integralmente,
seu texto deve ser construído sem copiar enunciados da matéria.
PESSIMISMO
Paraprática:
começar,
precisamos
pessimistas
perto.que
Como
dizvai
o psicólogo
Na
é como
se, aoderepetir
para sipor
mesmo
você
conseguir
americano
Martin
Seligman:
“Os visionários,
os planejadores,
uma
promoção
no trabalho,
por exemplo,
isso só servisse
para lembraroso
desenvolvedores,
elesdisso.
precisam
sonhar com
coisas que ainda
nãoo
quanto
você está todos
distante
A conclusão
dos pesquisadores
é que
existem,caminho
exploraréfronteiras.
se todas
forem eotimistas,
será
melhor
entender Mas,
as razões
do as
seupessoas
pessimismo
aí sim tomar
um desastre”, Eafirma.
empresa os
precisa
de figuras negativos
que joguem
a dura
providências.
que oQualquer
pior é enterrar
pensamentos
sob
uma
realidade sobre os otimistas: tesoureiros, vice-presidentes financeiros,
camada de otimismo artificial. O filósofo britânico Roger Scruton vai além
engenheiros de segurança... Esse realismo é coisa pequena se comparado
disso. Para ele, há algo pior do que o otimismo puro e simples:
com o pessimismo do filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860).
oPara
“otimismo
inescrupuloso”. Aquelas utopias* que levam populações inteiras
ele, o otimismo é a causa de todo o sofrimento existencial. Somos
amovidos
aceitar falácias**
e resistir
à razão. Oque
maior
disso
foi a ascensão
pela vontade
– um sentimento
nosexemplo
leva a agir,
assumir
riscos e
do
nazismo
–
um
regime
terrível,
mas
essencialmente
otimista,
tanto
que
conquistar objetivos. Mas essa vontade é apenas uma parte de um ciclo
deu
origem àdeSegunda
Guerra
a certeza
inabalável
vitória. E –
qual
inescapável
desilusões:
delacom
vamos
ao sucesso,
então da
à frustração
e aa
resposta
devontade.
Scruton para
otimismo
inescrupuloso?
O pessimismo,
que,
uma nova
Mas esse
qual é
o remédio,
então? Se livrar
das vontades
e
segundo
cria
paraproduzir
os piores
cenários.
melhor
passar o ele,
resto
daleis
vidapreparadas
na cama sem
mais
nada? O
Claro
que jeito
não. de
A
evitar
o pior,
enfim,não
é antever
o pior.para ser levada ao pé da letra. Mas essa
filosofia
do alemão
foi produzida
visão seca joga luz no outro lado da moeda do pessimismo: o excesso de
otimismo – propagandeado nas últimas décadas por toneladas de livros de
autoajuda. O segredo por trás do otimismo exacerbado, do pensamento
positivo desvairado, não tem nada de glorioso: ele é uma fonte de
ansiedade. É o que concluíram os psicólogos John Lee e Joane Wood, da
Universidade de Waterloo, no Canadá. Um estudo deles mostrou que
pacientes com autoestima baixa tendem a piorar ainda mais quando são
obrigados a pensar positivamente.
Analisando o vestibular Unicamp - 2013
Imagine que, ao ler a matéria “Cães vão tomar uma ‘gelada’ com
cerveja pet”, você se sente incomodado por não haver nela nenhuma
alusão aos possíveis efeitos que esse tipo de produto pode ter sobre o
consumo de álcool, especialmente por adolescentes. Como leitor
assíduo, você vem acompanhando o debate sobre o álcool na
adolescência e decide escrever uma carta para a seção Leitor do
jornal, criticando a matéria por não mencionar o problema do aumento
do consumo de álcool. Nessa carta, dirigida aos redatores do jornal,
você deverá:
* fazer menção à matéria publicada, de modo que mesmo quem não a
tenha lido entenda a importância da crítica que você faz;
* fundamentar a sua crítica com dados apresentados na matéria
“Vergonha Nacional”, reproduzidos adiante.
Atenção: ao assinar a carta, use apenas as iniciais do remetente.
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Modalidades discursivas - Profasoninha