1 CAMPANHA DA FRATERNIDADE CAMPANHA DA FRATERNIDADE • É uma campanha quaresmal, que une em si as exigências da conversão, da oração, do jejum e da doação • Convoca os cristãos a uma maior participação nos sofrimentos de Cristo como possibilidade de auxílio aos pobres. • Inicia na quaresma e tem ressonância no ano todo (Cf. CNBB, Pastoral da Penitência, Doc. 34, nº. 4.3) 2 CAMPANHA DA FRATERNIDADE • A CF é especialmente manifestada na evangelização libertadora, – clama a renovar a vida da Igreja – a transformar a sociedade, – a partir de temas específicos, tratados à luz do Projeto de Deus. 3 CAMPANHA DA FRATERNIDADE • Objetivos permanentes: – Despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo os cristãos na busca do bem comum; – Educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho; 4 HISTÓRICO da CF • A campanha que foi criada em 1961 por três padres católicos que dirigiam a Cáritas brasileira, com o objetivo de arrecadar fundos para as atividades assistenciais da Entidade. • A Campanha aconteceu pela primeira vez na quaresma de 1962, na arquidiocese de Natal – RN. • Depois, ela foi se ampliando até se tornar uma campanha nacional anual assumida pelos Organismos nacionais da CNBB e pelas Igrejas particulares, seguindo as diretrizes gerais Evangelizadoras da Igreja em nosso país. • Hoje, a campanha da fraternidade é diretamente vinculada à CNBB e a Cáritas Brasileira. Ao longo desses 46 anos assumindo três fases distintas: 1) uma fase de busca da renovação interna da Igreja e das/os cristas/os; 2) uma fase de preocupação com a realidade social e de promoção da justiça à luz de documentos como o Concílio Vaticano II, Medellín e Puebla, quando a Igreja se abriu mais e buscou denunciar o chamado “pecado social” e as injustiças. 3) terceira fase, e é essa que estamos vivendo, a Igreja com a CF se volta para situações existenciais e socialmente estruturantes do povo brasileiro OBJETIVO GERAL Suscitar o debate sobre segurança pública; Contribuir para a promoção da cultura da paz nas pessoas, na família, na comunidade e na sociedade; Mobilizar todos para a construção da justiça social que seja garantia de segurança para todos. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1 - OLHAR PARA A REALIDADE ABRIR OS OLHOS PARA ENXERGAR ESTUDAR O FENÔMENO DA VIOLÊNCIA PARA EVITAR UMA LEITURA SUPERFICIAL E EQUIVOCADA. •Motivar as pessoas a refletirem sobre a sua responsabilidade pessoal diante do problema da violência e da promoção da cultura da paz. •Levar as pessoas a reconhecerem a violência na sua realidade pessoal e próxima. •Mostrar a gravidade do crime não convencional, assim como a injustiça dos foros privilegiados. E BUSCAR UM NOVO MODELO DE SEGURANÇA PÚBLICA: feita por todas e para todas as pessoas. CIDADÃ: respeitosa da dignidade do ser humano e de seus invioláveis direitos. JUSTA: fruto da ação justa e solidária de todas as pessoas. POIS A PAZ NÃO ACONTECE POR DECRETO, MAS QUANDO CADA UM FAZ SUA PARTE... MOBILIZANDO-SE PARA... •Conversão pessoal. •Reconhecer a violência na sua realidade pessoal e optar pela solução pacífica dos conflitos. •Educar segundo os valores do Evangelho. •Promover a justiça, a solidariedade e o respeito recíproco. •Exercer a cidadania e exigir políticas públicas emancipadoras e contundentes. •Humanizar o sistema penitenciário. •Qualificar as forças de segurança. •Reformar o sistema judiciário. •Criar redes populares para desenvolver ações em favor da paz. •Exigir e desenvolver políticas públicas para a inclusão social. •Promover a solidariedade com as vítimas da violência. •Apoiar as políticas valorizadoras dos direitos humanos. A DEFINIÇÃO . Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) – “Uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”. Pe. Valdir João Silveira Pastoral Carcerária - CNBB/Sul-1 21 É um fenômeno de proporções assustadoras • 450.000 presos; • Segundo dados do Ministério da Justiça, no Brasil, a cada 15 minutos uma pessoa é assassinada; • 50% dos moradores das capitais evitam sair a noite com medo de assaltos; • o Brasil é o terceiro maior mercado de carros blindados no mundo. • 34 mil brasileiros por ano, vítimas de homicídio e 30 mil vítimas de acidentes de trânsito. • Nos últimos 30 anos mais de 1 milhão de jovens foram assassinados • Nos últimos 20 anos o número de brasileiros assassinados aumentou 237% • O homicídio é a principal causa de morte entre os jovens de 15 a 25 anos. • A chance de um brasileiro morrer por arma de fogo é 3 a 4 vezes maior do que a média mundial; • 90 bilhões de reais por ano são gastos por causa da violência. • 4,7 milhões de jovens à margem da criminalidade; • 23,5% das famílias brasileiras têm renda per-cápita inferior a meio salário mínimo. No Nordeste 43,1% (IBGE 2007) • Metade das famílias brasileiras ganha menos de R$350,00 per cápita. O rendimento médio é de R$596,00. • O rendimento médio per-cápita dos 10% mais ricos é 18,2 vezes maior do que o dos 40% mais pobres. É um fenômeno complexo. O perigo da “epistemologia da cegueira”: o ver parcialmente é julgado como ver plenamente. OS RISCOS: •Banalização: tornar-se um fenômeno corriqueiro. •Fatalismo: ser visto algo de inevitável contra o qual nós não podemos fazer nada. •Reducionismo ideológico: arranjar desculpas: é conseqüência da pobreza; é por falta de segurança; “o criminoso é uma vítima da sociedade”... •Simplismo: encará-la com soluções paliativas: se combate com o aumento do efetivo policial, com a pena de morte, com leis mais duras, com a redução da idade penal... •Emotividade: limitar-se a provocar raiva, medo, posturas irracionais... •Sensacionalismo: virar um espetáculo. A Organização Mundial da Saúde, em termos de saúde classifica a violência nas seguintes categorias: 1. - violência contra si mesmo (Intrapessoal); 2. - violência interpessoal, 3. - violência coletiva e 4. - violência institucional. Pe. Valdir João Silveira Pastoral Carcerária - CNBB/Sul-1 28 é a violência praticada pelo indivíduo contra si e contra os outros. Envolve o suicídio e o comportamento autodestrutivo. Pe. Valdir João Silveira Pastoral Carcerária - CNBB/Sul-1 29 familiar e íntima: maus tratos a crianças, parceiros, idosos. - comunitária: violência entre indivíduos sem laços de parentesco (estupro, agressão, violência gratuita, na escola, trabalho, prisões etc.) Pe. Valdir João Silveira Pastoral Carcerária - CNBB/Sul-1 Pe. Valdir João Silveira Pastoral Carcerária - CNBB/Sul-1 b) A violência estatais dos Fóruns privilegiados. c) Impunidade seletiva (à impunidade sistemática dos agentes da alta corrupção); d) Cidadania embargada. Mais precisamente: e à negação da cidadania a grandes parcelas da população com base em preconceitos de toda ordem, pela deseducação. Pe. Valdir João Silveira Pastoral Carcerária - CNBB/Sul-1 32 4 - INSTITUCIONAL: é a violência praticada pelas instituições públicas e seus representantes quando desrespeitam a dignidade do ser humano e violam sistematicamente seus direitos, impõem as regras com o uso da força militar, impedem a participação democrática nas decisões, na execução das ações e na retomada dos resultados, desviam recursos públicos e sucateiam as políticas públicas. Instituição família, escola, igreja e do poder publico: governo, judiciário, legislativo e somos envolvidos no dia-a-dia. A violência que mais debatemos é a física como se ela não tivesse causas e fossem isoladas desta outras violências, das institucionalizadas. Pe. Valdir João Silveira Pastoral Carcerária - CNBB/Sul-1 Há um descuido com a vida quando milhões de pessoas são excluídos, flagelados pela fome crônica, mal sobrevivendo à atribulação de mil doenças, outrora erradicadas e surgindo atualmente com redobrada virulência.