ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA - USP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA FILTRAÇÃO PROF. DR. FÉLIX MONTEIRO PEREIRA FILTRAÇÃO SÓLIDO-LÍQUIDO Alimentação Meio Torta Filtrado poroso Na filtração, as partículas sólidas suspensas em um fluido são separadas usando um meio poroso. Ele separa as partículas em uma fase sólida (“torta”) e permite o escoamento de um fluido claro (“filtrado”). O fluido pode ser um gás ou um líquido. O produto pode ser tanto o fluido clarificado quanto a torta de partículas sólidas. Aplicações em função das características da suspensão: O princípio da filtração industrial e o do equipamento de laboratório é o mesmo, apenas muda a quantidade de material a ser filtrado. Bomba de vácuo Filtro de Papel O aparelho de filtração de laboratório mais comum é denominado filtro de Büchner. O líquido é colocado por cima e flui por ação da gravidade e no seu percurso encontra um tecido poroso (um filtro de papel). Como a resistência à passagem pelo meio poroso aumenta no decorrer do tempo, usa-se um vaso Kitasato conectado a uma bomba de vácuo. Os filtros industriais podem ser feitos para funcionar: em batelada (a torta é retirada depois de cada corrida) ou de forma contínua (a torta sólida é retirada continuamente). Os filtros podem funcionar: - por ação da gravidade, o líquido flui devido a existência de uma coluna hidrostática; - por ação de força centrífuga; - por meio da aplicação de pressão ou vácuo para aumentar a taxa de fluxo. O meio de filtração pode ser: - um leito poroso de materiais sólidos inertes, - um conjunto de placas, marcos e telas em uma prensa, - um conjunto de folhas duplas dentro de um tanque, - um cilindro rotativo mergulhado na suspensão, - ou discos rotativos mergulhados na suspensão. - ou bolsas ou cartuchos dentro de uma carcaça. Filtros de leito fixo Entrada do líquido Partículas sólidas separadas Defletor Placa metálica perfurada ou com ranhuras Partículas finas Partículas grossas Líquido clarificado O tipo de filtro mais simples. Se usa no tratamento de água potável, quando se tem grandes volumes de líquido e pequenas quantidades de sólidos. A camada de fundo é composta de cascalho grosso que descansa em uma placa perfurada ou com ranhuras. Acima do cascalho é colocada areia fina que atua realmente como filtro. Filtro prensa Um dos tipos mais usados na industria. Usam placas e marcos colocados em forma alternada. Utiliza-se tela (tecido de algodão ou de materiais sintéticos) para cobrir ambos lados das placas. Filtro de tecido Alimentação Filtrado Marco Torta Placa Filtro-Prensa A alimentação é bombeada à prensa e flui pelas armações. Os sólidos acumulam-se como “torta” dentro da armação. O filtrado flui entre o filtro de tecido e a placa pelos canais de passagem e sai pela parte inferior de cada placa. Filtro de tecido A filtração prossegue até o espaço interno da armação esteja completamente preenchida com sólidos. Alimentação Filtrado Marco Torta Placa Nesse momento a armação e as placas são separadas e a torta retirada. Depois o filtro é remontado e o ciclo se repete. Filtros de “folhas” Foi projetado para grandes volumes de líquido e para ter uma lavagem eficiente. Cada folha é uma armação de metal oca coberta por um filtro de tecido. Elas são suspensas em um tanque fechado. A alimentação é introduzida no tanque e passa pelo tecido a baixa pressão. A torta se deposita no exterior da folha. O filtrado flui para dentro da armação oca. Após a filtragem, ocorre a limpeza da torta. O líquido de lavagem entra e segue o mesmo caminho que a alimentação. A torta é retirada por uma abertura do casco. Filtros de folhas Filtro de tambor a vácuo, rotativo e contínuo. Ele filtra, lava e descarrega a torta de forma contínua. O tambor é recoberto com um meio de filtração conveniente. Uma válvula automática no centro do tambor ativa o ciclo de filtração, secagem, lavagem e retirada da torta. O filtrado sai pelo eixo de rotação. Existem passagens separadas para o filtrado e para o líquido de lavagem. Há uma conexão com ar comprimido que se utiliza para ajudar a raspadeira de facas na retirada da torta. Ciclo de lavagem Secagem Secagem Descarga Carga Suspensão Válvula automática Formação da torta Filtro de tambor a vácuo, rotativo e contínuo. Filtro de tambor a vácuo, rotativo e contínuo. Filtro contínuo de discos rotativos É um conjunto de discos verticais que giram em um eixo de rotação horizontal. Este filtro combina aspectos do filtro de tambor rotativo a vácuo e do filtro de folhas. Cada disco (folha) é oco e coberto com um tecido e é em parte submerso na alimentação. A torta é lavada, secada, e raspada quando o disco gira. Filtro de Cartucho O filtro de cartucho é de operação contínua e limpeza automática. É composto de uma carcaça onde se colocam cartuchos (ou bolsas). O gás “sujo” é forçado a passar através dos cartuchos, em cuja superfície as partículas são retidas. O gás limpo é conduzido à parte interna do filtro e em seguida ao exaustor. O processo de limpeza do cartucho é feito automaticamente através de pulsos de ar comprimido. Meios de Filtração e Auxiliares de Filtração 1. Meios de filtração. O meio para filtração industrial deve: • Retirar o sólido a ser filtrado da alimentação e gerar um filtrado claro. • Permitir que a torta com filtro seja removida de forma fácil e limpa. • Ser forte o suficiente para não rasgar e ser quimicamente resistente às soluções usadas. • Para que a taxa da filtração não fique muito lenta os poros devem ficar livres e não ser obstruídos. Auxiliares de Filtração Certos compostos podem ser usados para ajudar a filtração, como a terra de diatomáceas que é formada principalmente de sílica. Também são empregados a celulose de madeira e outros sólidos porosos inertes. Esses compostos podem ser usados de vários modos: 1. Como pré-cobertura antes da filtração. O auxiliar de filtração prevenirá os sólidos gelatinosos de entupir o filtro e também permitirá um filtrado mais claro. 2. Acrescentados à alimentação antes da filtração. Aumenta a porosidade da torta e reduz a resistência da torta durante a filtração. 3. Em um filtro rotativo, o auxiliar de filtração pode ser aplicado como uma pré-cobertura. Posteriormente, as fatias finas desta camada são cortadas junto com a torta. Teoria Básica de Filtração Queda de pressão de fluido através da torta A figura mostra uma seção de um filtro em um tempo t (s) medido a partir do início do fluxo. A espessura da torta é L (m). A área da seção transversal é A (m2), e a velocidade linear do filtrado na direção L é v (m/s) Meio filtrante Alimentação da suspensão Filtrado Incremento da torta A equação de Poiseuille explica o fluxo laminar em um tubo, que no sistema internacional de unidades (SI) pode ser descrito como: P 32 v 2 L D Onde: ∆p é a pressão (N/m2) v é a velocidade no tubo (m/s) D é o diâmetro (m) L é o comprimento (m) µ é a viscosidade (Pa.s) No caso de fluxo laminar em um leito empacotado de partículas a equação de Carman-Kozeny tem sido aplicada à filtração com sucesso: P 32 v 2 L D Onde: pc k1 v (1 ) S 3 L 2 k1 é uma constante para partículas de tamanho e forma definida µ é a viscosidade do filtrado em Pa.s v é a velocidade linear em m/s ε é a porosidade da torta L é a espessura da torta em m S0 é a área superficial específica expressa em m2 / m3 ∆Pc é a diferença de pressão na torta N/m2 2 0 A velocidade linear é baseada na área da seção transversal vazia: dV / dt v A Onde: A é a área transversal do filtro (m2) V é o volume coletado do filtrado em m3 até o tempo t (s). A espessura da torta L depende do volume do filtrado V são obtidas a partir do balanço material. mp cs Vtotal LA (1 ) p cs (V LA) Onde: cs = kg de sólidos/m3 do filtrado, ρp é a densidade de partículas sólidas na torta em kg/m3 cs (V LA) L A (1 ) p dV / dt v A pc k1 v (1 ) S L 3 pc dV k1 (1 ) S 02 csV A dt p 3 A 2 2 0 pc dV A dt csV A Para a resistência do leito temos: Onde α é a resistência específica da torta (m/kg) definida como: pc dV A dt csV A k1 (1 )S02 p 3 Para a resistência da tela filtrante, podemos usar a Equação de Darcy: dV p f A dt Rm Onde: Rm é a resistência ao fluxo do meio filtrante (m-1) ∆Pf é a queda de pressão no filtro pc dV A dt csV A dV p f A dt Rm Como as resistências da torta e do meio filtrante estão em série, podem ser somadas: dV p A dt csV Rm A Onde ∆p = ∆pc (torta) + ∆pf (filtro) dV p A dt c V s Rm A A equação anterior pode ser invertida para dar: cs dt 2 V Rm dV A (p) A(p) Onde Kp está em s/m6 e B em s/m3: Kp cs A (p) 2 B Rm A (p) dt K pV B dV Filtração à pressão constante Para pressão constante e α constante (torta incompressível), V e t são as únicas variáveis. cs dt 2 V Rm dV A (p) A(p) dt K pV B dV Integração para obter o tempo da filtração t em (s): t 0 v dt ( K pV B) dV 0 t Kp 2 V BV 2 Dividindo por V: t Kp V B V 2 Onde V é o volume total do filtrado (m3) reunido em t (s) Para saber o tempo de filtração é necessário conhecer α e Rm. Kp t Kp 2 V BV 2 B cs A2 (p) Rm A (p) Para isso, posso utilizar a equação dividida por V: t Kp V B V 2 E traçar um gráfico de t/V versus V Preciso dos dados de volume coletado (V) em tempos diferentes de filtração. t Kp V B V 2 1 cs 2 2 A2 (p) Kp Y = A.X + B t/V B V Rm A (p) Kp = coeficiente angular da reta t Kp V B V 2 B = coeficiente linear da reta 1 cs 2 2 A2 (p) Kp Com Kp e B pode-se determinar diretamente o tempo de filtração. B Rm A (p) t Kp 2 V 2 BV Porém o cálculo de (resistência específica da torta) e de Rm (resistência do meio filtrante) permite obter a equação do tempo de filtração em termos dos parâmetros básicos da operação cs Rm 2 t 2 V V 2 A (p) A (p) Exercício: Avaliação das Constantes para Filtração à Pressão Constante Contam-se com os dados da filtração em laboratório de uma suspensão de CaCO3 em água a 298,2 K (25°C) e a uma pressão constante (∆p) de 338 kN /m2. Área do filtro prensa de placa-e-marco A = 0,0439 m2 Concentração de alimentação cs = 23,47 kg/m3 Calcule as constantes α e Rm a partir dos dados experimentais de volume de filtrado (m3) versus tempo de filtração (s). Estime o tempo necessário para filtrar 1m3 da mesma suspensão em um filtro industrial com 1m2 de área. Se o tempo limite para essa filtração fosse de 1h, qual deveria ser a área do filtro? Tempo (s) B 10-3 4,4 0,498 x 9,5 1,000 x 10-3 16,3 1,501 x 10-3 24,6 2,000 x 10-3 34,7 2,498 x 10-3 46,1 3,002 x 10-3 59,0 3,506 x 10-3 73,6 4,004 x 10-3 89,4 4,502 x 10-3 107,3 5,009 x 10-3 Rm A (p) Kp Volume (m3) cs A2 (p) A = 0,0439 m2 cs = 23,47 kg/m3 µ = 8,937 x 10-4 Pa.s (água a 298,2 K) (∆p) = 338 kN/m2 cs A2 (p) 2 Rm t V V 2 A (p) Solução: Dados são usados para obter t/V t V x 103 (t/V) x 10-3 t/V 25000 4,4 0,498 8,84 9,5 1,000 9,50 20000 16,3 1,501 10,86 15000 24,6 2,000 12,30 34,7 2,498 13,89 46,1 3,002 15,36 5000 59,0 3,506 16,83 0 73,6 4,004 18,38 89,4 4,502 19,86 107,3 5,009 21,42 10000 y = 3E+06x + 6786 R² = 0.9965 0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 V 0.006 ΔY 3000000 ΔX Solução: Dados são usados para obter t/V Y 3 x 10 6 X B 25000 20000 B = 6400 s/m3 15000 10000 y = 3E+06x + 6786 R² = 0.9965 5000 Kp/2 = 3,00 x 106 s/m6 Kp = 6,00 x 106 s/m6 0 0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 cs (8,937 x104 ) ( ) (23,47) K p 6,00 x10 2 A (p) (0,0439) 2 (338 x 103 ) 6 1,863x1011 m / kg μRm (8,937x 104 )(Rm ) B 6400 A( Δp) 0,0439(338x 103 ) Rm 10,63x 1010 m 1 Solução: cs Rm 2 t 2 V V 2 A (p) A (p) (8,937 x 10-4 )(1,863 x 1011 )(23,47) 2 (8,937 x 104 )(10,63 x 1010 ) t 1 1 2 3 3 2 x1 x(338 x 10 ) 1(338 x 10 ) t 6061,78 segundos 1,68 horas Solução: cs Rm 2 t 2 V V 2 A (p) A (p) 5710 286 t 2 A A t 3600 s 3600A2 286A 5710 0 A 1,3m 2 Compressibilidade da torta Torta incompressível (α = constante): um aumento na vazão acarreta em um aumento proporcional da queda de pressão (∆p), ou seja, para dobrar a vazão da filtração, deve-se dobrar (∆p). dV p A dt csV Rm A Torta compressível (α = f(∆p)): um aumento na vazão acarreta em um aumento maior que o proporcional da queda de pressão (∆p), ou seja, para dobrar a vazão da filtração, deve-se utilizar uma (∆p) maior que o dobro. Equação empírica comumente utilizada: s é o fator de compressibilidade 0 ps varia entre 0,2 e 0,8, na prática. s = 0 para torta incompressível Exercício: Filtrações a pressão constante foram realizadas para uma suspensão de CaCO3 em H2O sendo obtidos os resultados apresentados na tabela. A superfície total de filtração foi 440 cm², a massa de sólidos por volume de filtrado foi de 23,5 g/L e a temperatura foi de 25 oC (H2O=0,886x10-3kg/[m s]). Calcule os valores de e Rm em função da diferença de pressão e elabore uma correlação empírica entre e P. Experimento: P V(L) 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 1 5x104 t1 13,7 46,7 99,1 170,8 261,8 372,2 2 1x105 t2 8,2 28,2 60,2 104,1 159,9 227,5 307,1 398,6 3 2x105 t3 4,9 17,2 36,7 63,7 97,9 139,4 188,3 244,5 308,1 378,9 4 4 x105 t3 2,9 10,4 22,3 38,8 59,8 85,3 115,3 149,8 188,8 232,3 280,4 332,9 5 8 x105 t5 1,7 6,3 13,6 23,6 36,5 52,1 70,5 91,7 115,6 142,4 171,9 204,1 Solução: V 0,0005 0,001 0,0015 0,002 0,0025 0,003 0,0035 0,004 0,0045 0,005 0,0055 0,006 t1/V 27391 46728 66065 85402 104739 124076 t2/V 16333 28236 40140 52043 63946 75849 87753 99656 t3/V 9844 17172 24499 31826 39153 46481 53808 61135 68463 75790 t4/V 5870 10380 14891 19401 23912 28422 32933 37443 41953 46464 50974 55485 t5/V 3481 6258 9034 11811 14587 17364 20140 22917 25693 28470 31247 34023 Regressão linear: t/V=aV+B a= Kp/2=c/(2A2p), B=Rm/(Ap) = 0 ps log()=log(0) + s log(p) Solução: Regressão linear: t/V=aV+B a=c/(2A2p), B=Rm/(Ap) = 0 ps log()=log(0) + s log(p) P a (s/m^6) B(s/m^3) (m/kg) Rm(1/m) 5 x104 3,8674x107 8054,5 3,6x1011 2,0x1010 4,69897 11,55582 1 x105 2,3806x107 4430,0 4,43x1011 2,2x1010 5,00000 11,64613 2 x105 1,4655x107 2517,0 5,45x1011 2,5x1010 5,30103 11,73644 4 x105 9,0210x106 1359,2 6,71x1011 2,7x1010 5,60206 11,82675 8 x105 5,5530x106 704,8 8,26x1011 2,8x1010 5,90309 11,91706 log(0)=10,146 0 = 1,4x1010 m/kg s=0,3 1,4 1010 P 0,3 log(p) log() Exercício: Um filtro prensa com a área de abertura do quadro igual a 1 m2 e espessura do quadro de 1 cm utiliza 20 quadros para filtrar a suspensão de CaCO3 utilizada no ensaio anterior. Admitindo que a pressão compressiva utilizada seja de 300 kPa, que a massa específica da torta (seca) formada seja de torta=1600 kg/m3 e a do CaCO3 seja sólido=2800 kg/m3. a) Calcule a área total de filtração; b) Calcule o volume total dos quadros; c) Calcule a porosidade da torta; d) Calcule o volume total de filtrado a ser coletado até que os quadros fiquem cheios; e) Calcule o tempo de filtração total até que os quadros fiquem cheios (considere que tenha sido utilizado a mesma lona filtrante do experimento apresentado no exercício anterior). Solução: a) A = 2 (lados) x 1 (área de 1 lado) x 20 (quadros) = 40 m2 b) Vquadros= 1 (área de 1 lado) x 10-2 (espessura) x 20 (quadros) = 0,2 m3 c) =Vporos/Vtorta= (Vtorta-Vsólidos)/Vtorta=1-Vsólidos/Vtorta = 1-(m/sólido)/(m /torta) = 1-torta /sólido = 1-1600/2800 = 0,43 d) Vtorta=Vquadros=0,2m3; mtorta=torta Vtorta= 1600 x 0,2 = 320 kg V=mtorta/c= 320/23,5=13,6 m3 e) =0Ps=1,4 1010 x (3 105)0,3=6,16 1011 m/kg Por interpolação: Rm= 2,6 1010 m-1 a= c/(2A2P) = 23,5x6,16 1011x0,886 10-3/(2 x 402 x 3 105)=13,36 s/m6 b=Rm/(AP)= 2,6 1010 0,886 10-3/(40x3 105)=1,92 s/m3 t =aV2+bV=13,36 x 13,62 + 1,92 x 13,6 = 2497 s = 41,6 min Filtração Contínua • Aplicados a filtros de tambor rotativo a vácuo; • Alimentação, o filtrado e a torta se movem com mesma velocidade. • Resistência do meio filtrante é desprezível, quando comparada a resistência da torta, logo, Rm pode ser considerado zero. cs 2 t V 2 2 A (p) Para caso particular de um filtro rotatório a vácuo, o tempo t é menor que o tempo total do ciclo tc: t = f tc Onde f é a fração do ciclo usada para formação da torta. No filtro rotatório, f é a fração submersa da superfície do tambor na suspensão. Exercício: Um filtro de tambor rotativo, estando 33% submerso, será usado para a filtração da suspensão do exercício 1. Calcule a área do filtro necessária para se obter 0,12 m3 de filtrado por ciclo de filtração, sabendo que: - Será usada uma queda de pressão de 67 kPa; - A resistência do meio filtrante pode ser desprezada; -O tempo de ciclo de filtração é de 250 s. Solução: Equação da filtração contínua a pressão constante: t=cV2/(2A2p) t=f tc=0,33x250 = 82,5 s =0Ps=1,4 1010 x (67 103)0,3=3,93 1011 m/kg A=[cV2/(2tP)]0,5=[0,886 10-3 x 3,93 1011 23,5 x 0,12^2/(2 x 82,5 x 67 103)]0,5 A=3,26 m2 Filtração a velocidade (ou vazão) constante • Alimentação do filtro é feita por uma bomba de deslocamento positivo. dV p dV V constante A dt csV velocidade u Rm A dt A t A Sendo: Rm V A t Obtém-se: perda de pressão no meio filtrante Pm P Pm u 2ct Considerando a seguinte equação empírica para torta compressível: 0 P Pm s Obtém-se: P Pm Linearizando: 1s 0 u ct 2 logt 1 slogP Pm log 0u 2 c Exercício: A seguinte tabela apresenta os dados experimentais obtidos em uma filtração a vazão constante de uma suspensão de MgCO3 em água. A velocidade de filtração foi de 0,0005 m/s, a viscosidade do filtrado foi de 0,00092 kg/(ms) e a concentração da suspensão era 17,3 kg/m³. Calcule os parâmetros de filtração Rm, s e 0. P(KPa) 30,3 34,5 44,1 51,7 60 70,3 81,4 93,1 104,8 121,3 137,9 t(s) 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 Determinação de Pm: Extrapolando a curva de P versus t, obtem-se uma estimativa aproximada de 27 kPa: Determinação de 0 e s: 160 140 P (kPa) 120 100 80 60 40 20 0 0 20 40 60 80 100 120 t (s) Cálculo de Rm: logt 1 slogP Pm log 0u 2 c Pm 27000 101,3584 10 1 9 m Rm 5,9 10 m 0 5 , 7 10 u 0,00092 0,0005 0,00092 0,00052 17,3 kg s 1 0,6757 0,3243