A Ucrânia é uma ex-república soviética localizada hoje entre a
Rússia e a UE. Sua importância deriva de diversos fatores:
produção agrícola, litoral no Mar Negro e questões energéticas. A
Rússia hoje é uma petropotência, sua riqueza (e poder político)
vem do petróleo e do gás natural explorados na região árticosiberiana.
A UE, por outro lado, depende em grande parte desse
fornecimento. A Ucrânia é o território-ponte que une essa cadeia
de produção e consumo. Há, portanto interesse da Rússia em
manter seu poder sobre Kiev, e interesse da UE em se aproximar.
Além da questão energética, há outras questões econômicas.
Caso a Ucrânia se aproxime da UE, a Rússia perderá
gradualmente o acesso a mais um mercado. Com o tempo, é
natural que a Ucrânia passe a consumir mais produtos
europeus e menos produtos russos. Economicamente,
portanto, Moscou tem muito a perder.
Há ainda a questão geopolítica maior, inclusive militar. Desde o
colapso do bloco socialista e da própria URSS, a UE e a OTAN
ampliaram sua presença no leste europeu. Para os russos, este
avanço é visto como uma ameaça potencial. Estônia, Letônia e
Lituânia, ex-repúblicas soviéticas, já são hoje membros da UE e da
OTAN. Vale o mesmo para países da antiga cortina de ferro, como
a Polônia entre outros. Quando um país adere aos blocos
econômico e militar ocidentais, dificilmente esta decisão pode ser
revertida. Para a Rússia, é um território “perdido”.
O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, decidiu se
reunir com ex-chefes de Governo do país para discutir formas
de solucionar a crise política.
O presidente ucraniano, prometeu criar uma comissão
multipartidária para pôr fim à crise política que afeta o país.
O papa Francisco pediu o fim da violência na Ucrânia e
apelou para que haja um diálogo entre governo e opositores,
que se manifestam em protesto há dois meses.
O parlamento ucraniano aboliu, por ampla maioria, as leis
antimanifestação que levaram à radicalização dos protestos
no país.
Depois de tentar por meses aliviar a crise pela qual a Ucrânia
passa, o primeiro-ministro, Mykola Azarov, pediu demissão
do cargo.
A Ucrânia, por sua vez, encontra-se dividida. Grande parte da
população exige a aproximação com a UE, mas do ponto de
vista econômico o processo não é tão simples: UE e Rússia,
quase de forma igual, tem a mesma importância econômica
para Kiev. Além disso, a energia da Ucrânia vem da Rússia, o
que dá a Moscou uma vantagem imediata importante. A
vontade popular é pró-UE, mas o ponto de vista pragmático
do governo deve levar em consideração todos esses fatores.
Download

Crise política na Ucrânia