Procedimento: sucessão encadeada de atos que objetivam a prática de um ato final. Existem, segundo Caiden (1990), diversas dificuldades para a efetiva utilização de estudos da administração pública comparada As dificuldades podem ser agrupadas : em estabelecer generalizações; 2. na pressuposição de que mudanças decorrem de alterações nas instituições e na sua estrutura burocrática; 3. na busca de comparação entre funções essenciais; 4. nas limitações dos métodos de aferição quantitativa para realizar as comparações; 5. na visão ecológica da administração pública e no aspecto de unicidade de suas culturas. 1. 1. A dificuldade de estabelecer generalizações GENERALIZÇÕES são dificeis para o estabelecimento de um MAP: Ao se adotar a visão ecológica, do ecosistema, aceita-se a unicidade de cada sistema administrativo e a particularidade da cultura administrativa, derivada de fatores socio-culturais, históricos e psicosociais, a dificultar que sejam replicados. 2. O pressuposto que as mudanças decorrem de alterações nas instituições e sua estrutura burocrática Outra dificuldade decorre de comparações entre sociedades ocidentais com as não-ocidentais, pressupondo que as mudanças decorrem das instituições e de suas burocracias; Para atenuar esse problema considerou-se que, independentemente da sofisticação, todas as sociedades praticam funções essenciais, que são semelhantes. Porém, outra dificuldade representa a tentativa de isolar a função de Administração, quando na realidade ela é uma decorrência da função Política. 3. A busca para a comparação entre funções essenciais Mais um problema relaciona-se com a dificuldade de delimitar a área de administração a ser comparada. Trata-se de um conceito universal? Sabe-se que cultura é conceito particularista, logo não generalizável. 4. As limitações dos métodos de aferição quantitativa para realizar as comparações A tendência é aferir quantitativamente o contraste, em comparações, difíceis de transformar em numeros. Por exemplo: o mundo quantitativo tende a ignorar tudo aquilo que não consegue ser quantificado com facilidade, o que constitui risco significativo no processo de mensuração. 5. A visão ecológica da administração pública e os aspectos de unicidade de suas culturas. O princípio da ecologia é que cada organismo vivo possui uma relação permanente com os demais elementos de seu ambiente; Como estratégia para favorecer a aplicação do conceito de ecosistema, em inovações de procedimentos na administração pública, pode-se optar por limitar as variáveis a serem observadas no ecosistema à interação conceituada no “Diamante Leavitt (1965)”; O Diamante de Leavitt usa o conceito de interação-oriundo no ecosistema-- para destacar que não se pode mexer impunemente em apenas uma das variáveis sem afetar as demais, Requisito essencial para o sucesso da inovação: a busca do equilíbrio; O Diamante de Harold Leavitt parte do pressuposto que uma inovação não costuma ocorrer no isolamento, pois envolve o reconhecimento da interação; Assim, durante o processo de inovação (entre as pessoas e os papéis que estas representam), consideram-se o processo e as atividades que se executam, as estruturas funcionais da organização, as hierarquias que as sustentam e a tecnologia empregada, inclusive envolvendo sistemas de informação; A partir da análise das dificuldades apontadas para se aplicar o MAP, uma das deduções possíveis é a seguinte: não sendo os fenômenos replicáveis, faz-se necessário criar heurísticamente processos apropriados ao ecosistema, nos quais serão implementadas as inovações. A – Observar, selecionar, observar B – Notar diferenças e avaliar possibilidades C – Ajustar e desenhar o novo procedimento 1. 2. 3. Observar e caracterizar o procedimento, objeto crítico, sujeito à análise, no tempo e lugar em que é executado; Selecionar procedimentos semelhantes sendo executados em tempos e lugares de onde se espera aprender; Observar e caracterizar o procedimento, objeto crítico, agora no tempo e lugar selecionado com o modelo apropriado; 4. Comparar o que esta sendo feito com o que os outros fazem; 5. Destacar as diferenças para melhor e pior, e as semelhanças entre os procedimentos; 6. Especificar as diferenças para melhor, nos procedimentos comparados; 7. Avaliar possibilidades de transferência consideradas as diferentes formas de atuação; 8. Apreciar as diferenças dos ecosistemas(*) e contextos em que os procedimentos são executados; (*) O ecosistema é a totalidade das interações dos organismos vivos em determinado ambiente. 9. Aplicar o modelo do diamante de Leavitt na construção do procedimento cuja inovação requer implementação; 10. Desenhar novo procedimento particular, consideradas as qualidades do método observado em outros ecosistemas, e as características culturais do ambiente hospedeiro. 11. Estabelecer uma estratégia de implementação que considere ajustamentos das variáveis envolvidas na busca da harmonia da solução resultante. Caiden, G & CAIDEN, N. Towards the future of comparative public administration. In: DWIVEDI, O. P.; HENDERSON, K. M. (Eds.). Public administration in world perspective. Ames: Iowa State Press, 1990. Leavitt H. J. (1965). Applied Organizational Change in Industry: Structural, Technological and Humanistic Approaches. In James G. March, editor, Handbook of Organizations, pp.1144-1170, Rand McNally and Company, Chicago USA