Procedimento: sucessão encadeada de atos que objetivam a prática de um ato final. 1. 2. 3. Observar e caracterizar o procedimento, objeto crítico, sujeito à análise, no tempo e lugar em que é executado; Selecionar procedimentos semelhantes sendo executados em tempos e lugares de onde se espera aprender; Observar e caracterizar o procedimento, objeto crítico, agora no tempo e lugar selecionado com o modelo apropriado; 4. Comparar o que esta sendo feito com o que os outros fazem; 5. Destacar as diferenças para melhor e pior, e as semelhanças entre os procedimentos; 6. Especificar as diferenças para melhor, nos procedimentos comparados; 7. Avaliar possibilidades de transferência consideradas as diferentes formas de atuação; 8. Apreciar as diferenças dos ecosistemas(*) e contextos em que os procedimentos são executados; (*) O ecosistema é a totalidade das interações dos organismos vivos em determinado ambiente. O princípio da ecologia é que cada organismo vivo possui uma relação permanente com os demais elementos de seu ambiente; Como estratégia para favorecer a aplicação do conceito de ecosistema --no processo de aprimoramento por contraste– em inovações de procedimentos na administração pública, opta-se por limitar as variáveis a serem observadas no ecosistema à interação conceituada no “Diamante Leavitt (1965)”; O Diamante de Leavitt usa o conceito de interação-- oriundo no ecosistema-- para destacar que não se pode mexer impunemente em apenas uma das variáveis sem afetar as demais, Logo, essencial para o sucesso da inovação é a busca do equilíbrio; O Diamante de Harold Leavitt parte do pressuposto que uma inovação não costuma ocorrer no isolamento, pois envolve o reconhecimento da interação; Assim, durante o processo de inovação (entre as pessoas e os papéis que estas representam), consideram-se o processo e as atividades que se executam, as estruturas funcionais da organização, as hierarquias que as sustentam e a tecnologia empregada, inclusive envolvendo sistemas de informação; Algumas das dificuldades para o estabelecimento de um MAP estão associadas com a questão das generalizações, Ao se adotar a visão ecológica, do ecosistema, aceita-se a unicidade de cada sistema administrativo e a particularidade da cultura administrativa --derivada de fatores socioculturais, históricos e psicosociais-- a dificultar que sejam replicados (CAIDEN, 1990) Outra dificuldade decorre de comparações entre sociedades ocidentais com as não-ocidentais, considerado o presuposto que as mudanças decorrem das instituições e suas burocracias Para atenuar esse problema considerou-se que, independentemente da sofisticação, todas as sociedades praticam funções essenciais semelhantes. Porém, outra dificuldade representa a tentativa de isolar a função de Administração, quando na realidade ela é uma decorrência da função Política. (CAIDEN, 1990). Mais uma dificuldade surge quando se quer aprimorar algo. A tendência é aferir quantitativamente o contraste, em comparações, difíceis de mensurar. Por exemplo: o mundo quantitativo tende a ignorar tudo aquilo que não consegue ser quantificado com facilidade, o que constitui risco significativo no processo de mensuração. E ainda mais um problema relaciona-se com a dificuldade de delimitar a área de administração a ser comparada. Trata-se de um conceito universal? Sabe-se que cultura é conceito particularista, logo não generalizável (CAIDEN, 1990). Uma das deduções possíveis-- à partir da análise das dificuldades apontadas para se aplicar o MAP-- é a de que os fenômenos, não sendo replicáveis, faz-se necessário criar heurísticamente processos apropriados ao ecosistema, em que serão implementadas as inovações. 9. Aplicar o modelo do diamante de Leavitt na construção do procedimento cuja inovação requer implementação; 10. Desenhar novo procedimento particular, consideradas as qualidades do método observado em outros ecosistemas, e as características culturais do ambiente hospedeiro. 11. Estabelecer uma estratégia de implementação que considere ajustamentos das variáveis envolvidas na busca da harmonia da solução resultante. Caiden, G & CAIDEN, N. Towards the future of comparative public administration. In: DWIVEDI, O. P.; HENDERSON, K. M. (Eds.). Public administration in world perspective. Ames: Iowa State Press, 1990. Leavitt H. J. (1965). Applied Organizational Change in Industry: Structural, Technological and Humanistic Approaches. In James G. March, editor, Handbook of Organizations, pp.1144-1170, Rand McNally and Company, Chicago USA