Gestão para resultados em ambiente de alta discricionariedade: desafios Regina Pacheco, FGV-EAESP Serviços públicos e democracia • Serviços de qualidade: – reforçam legitimidade do Estado – promovem cidadania • Expectativas da sociedade sobre Estado: – não só probidade; desempenho Setor público • Expansão último século / complexidade da máquina • Últimas 3 décadas: novas expectativas dos cidadãos (desempenho) e dos políticos (responsividade) • Pressões orçamentárias • Insatisfação dos cidadãos com os serviços Respostas – gestão púbica • • • • • • • Finanças públicas Recursos humanos Estrutura (diversificação; agencies + ARs) Contratualização de resultados Parcerias para prestação dos serviços Uso de mecanismos de mercado (vouchers) Relação com cidadãos (open government) Respostas... • Padrões de serviços • Novas formas de controle • Flexibilidade para gerentes e responsabilização por resultados • Mensuração de resultados / indicadores Países da OCDE • Concessão de flexibilidades de gestão como caminho para melhoria de desempenho: – diferenciação das regras – RH, orçamento, compras… – confiança no gestor público + compromisso com resultados + incentivos Tendências para os próximos anos (Kelman, 2007) • • • • • Mensuração e gestão do desempenho Contratualização de resultados Colaboração interorganizacional Poder de escolha ao usuário e competição Reformas orçamentárias em direção à eficiência Salvador Vega, ex-Ministro de Administração, México Futuro dos serviços públicos: • Biometria • Arquivo pessoal em cloud • Banda larga para todos • Dados abertos e focalizados • Simplificação de regras e eliminação das desnecessárias Cultura burocrática x gerencial • Cultura do controle • Cultura da responsabilidade • Cultura do processo • Cultura do resultado • Cultura da conformidade • Cultura da avaliação permanente Poster – Paris, maio de 1968 “A mensuração de desempenho não é um fim em si mesmo; só tem sentido se utilizada para melhorar o desempenho da organização.” (R.Behn) 7 erros frequentes PerformanceStat (Behn) • • • • • • • Falta clareza sobre resultado visado Responsabilidades não definidas Monitoramento irregular, inconstante Dirigente não assume condução do processo Falta equipe dedicada à análise das infos Não há follow-up do que foi combinado Entre o clima brutal e ameno demais problemas • • • • • Dificuldade para calibrar as metas Visão dos órgãos de controle Processo orçamentário Meta como um fim em si mesma Gaming gaming • “a plethora of unintended, negative consequences are documented. Teachers are teaching the test; ambulances are waiting outside of the hospital to improve response times; waiting lists are reduced by creating waiting lists for waiting lists; follow up visits are cancelled; delayed trains are wrongly registered as broken and ‘creative accounting’ is abound ...” (Van Dooren, 2008) Enfrentando os problemas • Fatores minimizam os problemas: sentido de missão; qualidade da liderança; comunicação • Nem tudo é gaming. Também há gaming burocrático. • Vantagens são maiores do que os problemas • Aprendizado e melhoria contínua Dirigentes: duplo papel “Para obter real aumento de desempenho das unidades, os líderes devem tanto pressionar seus responsáveis como ajudá-los a ter sucesso” Burocracia clássica e street-level bureaucracy • Burocracia weberiana: – Hierarquia – Separação entre decisão e execução – Atividades previamente descritas • Street-level bureaucracy (Michael Lipsky, 1980): – Discricionariedade e autonomia. – Ethos profissional; tensão. – Conexão entre formulação e implementação da política GpR: natureza da atividade e tipos de organização (J.Wilson) • Organização orientada por resultados (Correios = outputs e outcomes observáveis) • Organização orientada por procedimentos (militares = outputs observáveis) • Organização artesanal (auditores da receita = outcomes observáveis) • Organização não baseada em rotinas (diplomacia; educação = outputs e outcomes não observáveis) [email protected]