Bacharelados
interdisciplinares – a
experiência da UFRN (Natal)
Adelardo A. Dantas de Medeiros
PROGRAD – UFRN
1
BI’s na UFRN

Área de Exatas e Tecnológicas
◦ Incorporou a ideia no programa REUNI
◦ Desafio: Cursos tradicionais já existentes

2 bacharelados
◦ Ciências e Tecnologia
◦ Tecnologia da Informação

Oportunidades:
◦ Escolha profissional postergada
◦ Interdisciplinaridade
◦ Aprimoramento pedagógico nas exatas
28/05/2015
2
Bacharelado em C&T
Bacharelado interdisciplinar de 1º ciclo
em Ciências Exatas e Tecnologia
 1120 vagas/ano (660 D, 460N)
 Turmas grandes (120-150 alunos)
 Unidade e professores específicos
 Formação:

◦ Generalista
◦ Preparatória para curso de 2º ciclo
28/05/2015
3
Bacharelado em C&T

Formação em 2º ciclo
◦ Engenharia Mecânica (*), Engenharia de Petróleo,
Engenharia de Computação (*), Engenharia de
Materiais, Engenharia Mecatrônica (*), Engenharia
Biomédica, Engenharia Ambiental, Engenharia de
Telecomunicações

Reingresso de graduado
◦ Bacharelados em Física, Matemática, Estatística e
Ciências Atuariais

Associado com Pós-Graduação (*)
◦ Neurociências
28/05/2015
4
Bacharelado em TI
Bacharelado de 1º ciclo em Tecnologia da
Informação
 300 vagas/ano (180 D, 120N)
 Turmas não tão grandes (60 alunos)
 Unidade e professores específicos

◦ IMD: cursos técnico, graduação e pós-graduação,
incubação e parque tecnológico

Formação:
◦ Específica do BTI
◦ Preparatória para curso de 2º ciclo
28/05/2015
5
Bacharelado em TI

Formação própria
◦ Sistemas de gestão da informação, sistemas
embarcados, jogos digitais, informática
educacional, etc.

Formação em 2º ciclo
◦ Ciência da Computação, Engenharia de
Software

Reingresso de graduado
◦ Engenharia de Computação
28/05/2015
6
Características e dificuldades no ensino das Ciências Exatas
e Engenharias
MOTIVAÇÃO E
DESAFIOS
28/05/2015
7
Formação em Engenharias e Exatas

Áreas estratégicas
◦ Número pequeno de formados

Dificuldades
◦ Deficiência no ensino médio, particularmente
em Matemática
◦ Retenção e evasão
◦ Especialização exagerada das formações
◦ Rigidez curricular
◦ Pouca inovação e estudo nas metodologias de
ensino-aprendizagem
28/05/2015
8
Especialização exagerada
Evolução tecnológica rápida
 Temor de formação desatualizada

◦ O que é importante tem que ser obrigatório
◦ Impossibilidade de incluir tudo no currículo

Fragmentação dos cursos:
◦ 1535 cursos de Engenharia no e-MEC
Dificuldade de escolha pelo estudante
 Mudança de formação após iniciada
 Dificuldade de absorção no mercado

28/05/2015
9
Rigidez curricular

Características da área
◦ Necessidade de muito conhecimento básico
◦ Evolução tecnológica gera novos conteúdos

Pouca flexibilidade curricular
◦
◦
◦
◦
Onipresença dos pré-requisitos
Tendência de crescimento da carga horária
Pouco espaço para formação optativa
Muitas horas de aula, poucos horários livres
28/05/2015
10
Ensino e aprendizagem
Professores das exatas têm pouca
formação pedagógica
 Poucos trabalhos e propostas concretas
para o ensino superior das exatas
 Professores reproduzem a forma através
da qual foram ensinados:

◦ Seleção natural: apenas os “melhores”
sobrevivem
28/05/2015
11
Ensino-aprendizagem
Foco no ensino, não na aprendizagem
 Metodologias majoritariamente passivas:

◦ Aulas teóricas:
 Aula expositiva
 Conteúdo inteiramente ministrado em sala
◦ Aulas práticas:
 Professor/monitor resolve problemas em sala
 Laboratórios com roteiros elaborados
◦ Estudo individual:
 Listas de exercícios pré-selecionados pelo docente
28/05/2015
12
Metodologias passivas

Em uma aula expositiva, os estudantes:
◦ Não mantêm a atenção máxima:
◦ Pensam que sabem/aprenderam o assunto
◦ Não são confrontados com equívocos
 Pouco uso da pedagogia do erro
 Pouca pesquisa como estratégia pedagógica

Resultado:
◦ Falso senso de segurança
28/05/2015
13
Atividade
neural do
estudante:
A Wearable Sensor for
Unobtrusive, Long-Term
Assessment of Electrodermal
Activity. Ming-Zher Poh;
Swenson, N.C. ; Picard, R.W.
IEEE Transactions on Biomedical
Engineering. DOI
10.1109/TBME.2009.2038487
28/05/2015
14
A consequência...
“Alguns homens falam
durante o sono. Apenas
os professores falam
durante o sono dos
outros.”
« Certains hommes
parlent pendant leur
sommeil. Il n'y a guère
que les conférenciers
pour parler pendant le
sommeil des autres. »
Alfred Capus (1857-1922)
Jornalista e escritor
28/05/2015
15
A consequência...

O sistema educacional forma alunos
passivos, focados no resultado imediato:
◦ Esse assunto vai cair na prova?
◦ Professor, o senhor não pode cobrar isso! Não deu
em sala de aula!
◦ Resolvendo a lista está bom pra prova?
◦ Dá pra estudar só pelas apresentações das aulas?
◦ Vai precisar ler o livro? Mas só tem em inglês...
◦ Esse assunto, a gente estuda onde?
28/05/2015
16
Alternativas que têm sido buscadas na UFRN para melhorar
a formação em Ciências Exatas e Engenharias, através dos
Bacharelados em C&T e TI
PROPOSTAS
28/05/2015
17
Monitoria
Alunos auxiliam na docência
 Monitores são vinculados ao componente
específico
 Atividades desenvolvidas:

◦ Atendimento ao aluno, quando procurado
◦ Plantão de dúvidas
Depende da iniciativa do aluno
 Mais próximo do docente que do
discente

28/05/2015
18
Monitoria – Resultados
Contribui para formação do monitor
 Baixa efetividade na melhoria da taxa de
aprovação dos monitorados
 Útil em determinados componentes
curriculares (experimentais, etc.)
 Professor não se sente seguro em delegar
determinadas funções ao monitor em
razão de ser aluno e não ter concluído a
formação

28/05/2015
19
Tutoria
Centrada no aluno e não no componente
 Objetivos

◦ Apoio aos estudantes dos períodos iniciais
dos cursos com maior retenção
◦ Apoio acadêmico aos estudantes com
necessidades educacionais especiais
◦ Melhoria da taxa de sucesso
◦ Melhor integração aos cursos dos estudantes
ingressantes ou com NEE
28/05/2015
20
Grupos de Tutoria
Tutores têm um professor supervisor
 Até dois grupos por tutor
 Cada grupo com até 6 (seis) tutorandos

◦ Matriculados nas mesmas turmas
◦ Ingressaram no mesmo semestre letivo
◦ Possuem o mesmo orientador acadêmico

Mínimo de dois encontros semanais por
grupo
28/05/2015
21
Tutores

Alunos de bom desempenho acadêmico
◦ Prioridade para ex-tutorandos
3º ou 4º semestres
 Recebe bolsa de tutoria
 Disponibilidade de 20h semanais

◦ 8h de atendimento por semana
Treinamento específico
 Atendimento presencial e on-line

28/05/2015
22
Tutorandos

Público alvo:
◦ Ingressantes com menor nota no ENEM
◦ Estudantes com dificuldades de aprendizagem
nos componentes curriculares dos três
primeiros períodos
◦ Estudantes com necessidades educacionais
especiais
Participação voluntária
 Exigência de frequência mínima
 Contagem como atividade complementar

28/05/2015
23
TUTORIA - RESULTADOS
Dados de reprovações, aprovações e trancamentos
(*) Em 2012.1 não havia ainda a tutoria. Esses são os dados no semestre anterior ao ingresso na tutoria
Indicadores
Não participantes calouros
Participantes
2011.2
2012.2
Veteranos
2012.1 (*)
Veteranos
2012.2
Calouros
2012.2
Média de
reprovações
2,14
2,04
0,93
1,26
1,08
Média de
aprovações
3,18
3,61
1,36
4,42
5,31
Média de
trancamentos
0,45
0,31
0,17
0,24
0,18
28/05/2015
24
Tutoria – pontos positivos
Melhor aprendizado e desempenho nos
componentes curriculares
 Mais organização e estímulo do estudo
fora do horário de aula
 Horas complementares
 Valorização do estudo em grupo
 Consciência sobre o número adequado
de matrículas

28/05/2015
25
Tutoria - dificuldades
Baixa procura
 Abandono pelos tutorandos (± 50%)
 Conciliar os horários dos tutores e
tutorandos e as salas disponíveis
 Baixo interesse de professores em
participar como supervisores

28/05/2015
26
Programa Hábitos de Estudo
Estratégias de aprendizagem e estudos
que facilitam na vida acadêmica e a
formação profissional
 Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis

◦ https://www.facebook.com/pheufrn

Plantão de estudos
◦ Presencial e on-line (campi do interior)

Palestras e oficinas temáticas
◦ Timidez, leitura, reorientação profissional
28/05/2015
27
Flexibilização curricular

Tentativa de lidar com:
◦
◦
◦
◦

Deficiências na formação prévia
Retenção e evasão
Especialização exagerada das formações
Rigidez curricular
Alternativas testadas:
◦
◦
◦
◦
Estruturas curriculares adaptáveis
Formação em ciclos
Nivelamento curricularizado
Normas da graduação:
28/05/2015
28
Nivelamento curricularizado

Bacharelado em Tecnologia da Informação
◦ Requer muita Matemática e Informática

Opções para o nivelamento:
◦ Optativo: baixa adesão
◦ Obrigatório: desinteressante ou pouco útil

Alternativa: semestre “zero”
◦ Um semestre adicional, obrigatório no curso
◦ Conteúdo: acolhimento, matemática e informática
◦ Durante o acolhimento, aluno pode ser
dispensado e matricular no semestre seguinte
28/05/2015
29
Flexibilização do pré-requisito
Norma adotada para todos os cursos e
componentes curriculares
 Componente pode ser cursado junto
com pré-requisito se:

◦ Aluno já cursou o pré-requisito, com nota
maior que 3,0 e frequência (ou formando)
◦ Apenas um componente por semestre
28/05/2015
30
Turma de reposição
Turma privativa de alunos que já cursaram o
componente, com nota maior que 3,0 e
frequência
 Metodologias de ensino diferenciadas
 Admite qualquer percentual de ensino a
distância e pode dispensar assiduidade
 Pode ser ofertada no turno de férias

28/05/2015
31
Currículo dos cursos

Todas as estruturas curriculares devem
prever carga horária mínima:
◦ 10% para componentes optativos
◦ 5% para atividades complementares
Opções formativas para o estudante
 Permite aproveitar melhor os estudos
realizados em mobilidade

28/05/2015
32
Capacitação docente

Programa de Atualização Pedagógica
◦ Permanente: PROGRAD e PROGESP

Curso inicial para professores novos
◦ 40h, turmas específicas por grande área

Oficinas e palestras
◦ A partir das demandas dos docentes
◦ Temas diversos: ferramentas, cuidados com a
voz, metodologias de ensino e avaliação, NEE,
etc.
28/05/2015
33
Metodologias ativas
Participação mais ativa do estudante no
aprendizado, não apenas como receptor
passivo do conhecimento
 Ao invés da transferência da informação, a
assimilação da informação é o ponto
central

28/05/2015
34
Metodologias ativas
Transferência da informação (em sala de
aula)
 Assimilação da informação (fora de sala
de aula)

28/05/2015
35
Metodologias ativas
Transferência da informação (fora de sala
de aula)
 Assimilação da informação (em sala de
aula)

28/05/2015
36
Flipped Learning
Abordagem pedagógica na qual a instrução
direta muda do espaço de aprendizado coletivo
para o espaço de aprendizado individual e o
espaço coletivo resultante é transformado em
um ambiente de aprendizado dinâmico e
iterativo onde o educador guia os estudantes
enquanto eles aplicam conceitos e se engajam
criativamente na matéria do assunto.
28/05/2015
37
Flipped Learning

Pilares:
◦ Ambiente (espaço) flexível
◦ Cultura do aprendizado (professor não é a
fonte primária da informação)
◦ Conteúdo intencional (o que deve ser
ensinado e que materiais os estudantes devem
explorar)
◦ Educador profissional (observação e
intervenção contínua no aprendizado)
28/05/2015
38
Flipped Learning
http://www.flippedlearning.org/
 A Review of Flipped Learning. Noora
Hamdan, Patrick McKnight, Katherine
McKnight, Kari M. Arfstrom.

28/05/2015
39
Peer instruction
Questões conceituais
 Votação
 Discussão (peer instruction)
com colega de opinião
divergente
 Nova votação

28/05/2015
40
Peer instruction
https://www.peerinstruction.net/
 Peer Instruction: A User's Manual. Eric
Mazur. Addison-Wesley, 1996.
ISBN: 978-0135654415
 Farewell, Lecture? Eric Mazur. Science,
2009.
DOI: 10.1126/science.1168927

28/05/2015
41
Metodologias ativas
Participação de professores em eventos
no Brasil e no exterior
 Formação de um grupo de estudo sobre
novas metodologias de ensino para C&T
na UFRN
 Oficina sobre propostas de novos
currículos baseados em metodologias
ativas
 Exemplo: novo curso de Medicina

28/05/2015
42
Mobilidade entre instituições

Estado do Rio Grande do Norte tem
BC&T em 3 instituições públicas:
◦ UERN
◦ UFERSA
◦ UFRN

Possibilidade de realização do 1º e 2º
ciclos em instituições distintas:
◦ Editais que permitem mobilidade
◦ Necessidade de compatibilização curricular
28/05/2015
43
Resultados: número de formandos
Concluintes - BC&T
250
200
150
100
50
0
2012.1
2012.2
2013.1
2013.2
28/05/2015
2014.1
2014.2
2015.1
44
Comparativo - Evasão
CURSO
ING Nº EVAS ATIV CONC
CURSO
ING
Nº
EVAS ATIV CONC
Eng. de Produção - B - D
07.1
45 13,3% 6,7% 80,0% Eng. de Materiais - B - D
07.1
40 47,5% 5,0% 47,5%
Geologia - B - D
07.1
31 16,1% 6,5% 77,4%
Ciências e Tecnologia - B 10.1
N
288 58,3% 16,0% 25,7%
Eng. Mecânica - B - D
07.1
40 20,0% 5,0% 75,0% Matemática - L - D
08.1
34 58,8% 2,9% 38,2%
Eng. Química - B - D
07.1
33 21,2% 6,1% 72,7% Eng. Têxtil - B - N
07.1
46 60,9% 8,7% 30,4%
Eng. Civil - B - D
07.1
51 21,6% 3,9% 74,5%
Ciência da Computação - B
08.1
-D
50 62,0% 8,0% 30,0%
Eng. Química - B - D
07.1
29 27,6% 3,4% 69,0% Química - L - N
08.1
37 62,2% 10,8% 27,0%
Eng. Elétrica - B - D
07.1
48 29,2% 8,3% 62,5% Química - L - D
08.1
41 63,4% 22,0% 14,6%
Química - B - D
08.1
57 38,6% 12,3% 49,1% Física - L - N
08.1
60 65,0% 10,0% 25,0%
08.1
49 65,3% 0,0% 34,7%
08.1
51 74,5% 7,8% 17,6%
08.1
59 86,4% 3,4% 10,2%
08.1
56 94,6%
Ciências e Tecnologia - B 10.1 291 38,8% 14,8% 46,4% Matemática - L - N
D
Eng. de Computação - B 07.1 34 44,1% 5,9% 50,0% Estatística - B - D
D
Eng. de Alimentos - B - N
07.2
40 45,0% 10,0% 45,0% Física - B - MT
Matemática - B - MT
28/05/2015
0% 5,4%
45
Contato
Adelardo Medeiros
[email protected]
Obrigado pela atenção
28/05/2015
46
Download

Bacharelados interdisciplinares – a experiência da - NEaD