Clube de revista 06/03/2012 LUCIANA AQUINO – R3 CANCEROLOGIA CLÍNICA INTRODUÇÃO Apesar de os pacientes com câncer de cólon estádio III apresentarem um aumento absoluto de 10% com quimioterapia adjuvante, o mesmo beneficio não tem sido demonstrado em pacientes estádio II. Não existem estudos que suportem o uso rotineiro de quimioterapia adjuvante para pacientes estádio II. ASCO guideline sugere que características de pior prognóstico podem ser consideradas para indicação de tratamento. O estudo examinou a relação entre a realização de quimioterapia com a sobrevida global entre 3 grupos de pacientes: Estádio II sem fatores de pior prognóstico Estádio II com qualquer fator de pior prognóstico Estádio III Pacientes e métodos Um total de 43,032 pacientes que realizaram colectomia para adenocarcinoma de cólon estádio II e III, diagnosticado entre 1992 a 2005 foram identificados pela database SEER – foram analisados diferenças relacionadas aos pacientes e as características da doença. Pacientes e Métodos Critérios de elegibilidade: Adenocarcinoma EII e III ≥ 66 anos Período de 1992 a 2005 Critérios de exclusão: Desconhecer o mês do diagnóstico Diagnóstico observado apenas no certificado de óbito ou em autópsia Diagnóstico de outras neoplasias antes de 1 ano “ health maintenance organization enrollment” Pacientes e Métodos Critérios de pior prognóstico: Obstrução ou perfuração ao diagnóstico Cirurgia de emergência T4 Tumor indiferenciado ‹ 12 linfonodos examinados Resultados 43,032 pacientes para inclusão 6,234 estádio II Ø pior prognóstico 18,613 estádio II com fator de pior prognóstico 19% receberam quimioterapia adjuvante 21% Qt adjuvante 18,185 estádio III 57% Qt adjuvante Entre os pacientes que receberam quimioterapia a média de meses foi 5,41. Pacientes que receberam QT: • Mais Jovens •Sexo masculino •Casados •Menos comorbidades •Hospitalização prévia no ano anterior e rehospitalização entre os 30 dias pós operatório • tumor do lado esquerdo • A proporção de pacientes que tiveram visita do oncologista entre os 30 dias após cirurgia foi maior no grupo que recebeu quimioterapia. •Nos pacientes EII: perfuração, T4, e histologia indiferenciada foram mais encontrados no grupo da QT Sobrevida pelo estadiamento Stage II No 69% (95% CI, 67,9% a 70,5%) Stage II any 57% (95% CI, 55,8% a 57,4%) Stage III 44% (95% CI, 42,8% a 44,4%) Resultados Com o tamanho da amostra nesta análise, o estudo teria poder de detectar uma diferença na SG 5 anos entre os pcts EII com fator de pior prognóstico de 2%. Entretanto nenhuma diferença foi observada entre os pacientes deste grupo. Conclusão Apesar de pacientes EII com fator de prognóstico ruim apresentarem uma pior sobrevida, a quimioterapia não prediz um beneficio na mortalidade nesta população de estudo. INTRODUÇÃO No câncer de cólon metastático a adição da oxaliplatina ao 5FU/LV tem mostrado aumento na eficácia ( taxa de resposta e SLP) Determinar se esse aumento na eficácia observado no cenário metastático se traduzia em beneficio em estádios mais precoce Estudo fase III, multicêntrico, randomizado SLP 3 anos 23% maior para o grupo com oxaliplatina, os dados para SG eram imaturos – dados para SG em 6 anos e SLP 5 anos Pacientes e Métodos Critérios de elegibilidade: Idade entre 18 e 75 anos Submetidos a ressecção cirúrgica curativa Estádio II e III Estádio II classificados como alto risco: T4 Perfuração ou obstrução Tu indiferenciado Invasão venosa < 10 linfonodos examinados Ø Qt prévia, radioterapia, imunoterapia Tratamento tinha que iniciar com 7 semanas da cirurgia Esquema 5fu/Lv isolado 5Fu 400mg/m² iv bolus D1 5Fu 600 mg/m² iv BIC 22 horas D1 e D2 LV 200mg/m² iv Oxaliplatina + Oxaliplatina 85mg/m² iv D1 Ciclos a cada 14 dias, total de 12 ciclos RESULTADOS Outubro 1998 a janeiro 2001 – 2,246 pacientes Folow up 81,9 meses SG 6 anos 78,5% (folfox) x 76% (5fu/lv) HR 0,84 (95% CI, 0,71 a 1,0) p= 0.046 Estádio III: 72,9% x 68,7% HR 0,8 (95% CI, 0,65 a 0,97) p=0,023 Estádio II: 86,9% x 86,8% HR 1,0 (95% CI, 0,7 a 1,41) p= 0,986 Análise exploratória E II alto risco: 85% x 83,3% HR 0,91 (95% CI, 0,61 a 1,36) p= 0,648 RESULTADOS SLP 5 anos 73,3% (folfox) x 67,4% (5fu/lv) HR 0,8 (95% CI, 0,68 a 0,93) p = 0.003 Estádio III: 66,4% x 58,9% HR 0,78 (95% CI, 0,65 a 0,93) p = 0.005 Estádio II: 83,7% x 79,9% HR 0,84 (95% CI, 0,62 a 1,14) p = 0.258 Análise exploratória E II alto risco: 82,3% x 74,6% HR 0,72 (95% CI, 0,5 a 1,02) TOXICIDADE Neuropatia periférica maior no grupo da oxaliplatina Grau 3 12,3% x 0,2% 24,1% persistiam com sintomas após 18 meses e após 48 meses 0,7% reportaram sintomas grau 3 CONCLUSÃO O follow-up longo do estudo MOSAIC confirmou o beneficio na SLP e mostrou que esse beneficio se traduz em melhora de sobrevida com adição da oxaliplatina para pacientes estádio III. INTRODUÇÃO O objetivo desta análise foi apresentar os resultados da SG do NSABP 07, atualizar os resultados da SLP , e realizar uma análise exploratória para avaliar se o efeito da oxaliplatina varia de acordo com subgrupos de pacientes. Pacientes e métodos Estádio II ou III Submetidos a cirurgia curativa Randomizados: 5FU 500mg/m² iv bolus LV 500mg/m² iv D1,D8,D15,D22,D29 e D36 seguidos por 2 semanas sem QT – total de 3 ciclos de 8 semanas (6 meses) Oxaliplatina 85mg/m2 IV D1, D15 e D29 5FU 500mg/m² iv bolus LV 500mg/m² iv D1,D8,D15,D22,D29 e D36 RESULTADOS SG – não foi diferente entre os grupos 80,2% (flox) x 78,4% (5fu/lv) HR 0,88 (95% CI, 0,75 a 1,02) P=0.8 SLP – beneficio para o FLOX 69,4% x 64,2% HR 0,82 (95% CI, 0,72 a 0,93) p= 0,002 Redução relativa de 18% Diferença absoluta de 5,2% Análise multivariada Análise exploratória pela idade Análise exploratória pelo estádio Conclusão O estudo não demonstrou beneficio na SG com adição da oxaliplatina e com follow-up de 8 anos, continua a mostrar o beneficio na SLP. Sugere que pacientes idosos são mais propensos a apresentar desfecho adverso com uso da oxaliplatina Obrigada