Monitoria do Orçamento do Estado, Rastreio da Despesa Pública e Auditoria Social Hotel VIP, 27 de Maio de 2011 1 Organizações envolvidas Centro de Integridade Pública Parceiros Provinciais: LDH Wonelela Anda Estamos Facilidade Nível distrital: Activistas 2 Metodologia 3 dimensões metodológicas Monitoria do OE Rastreio da Despesa Pública Auditoria Social 3 Monitoria do OE Obtenção da Lei do OE e verificar as alocações orçamentais para os 15 distritos do programa; Recolha de informação sobre os investimentos realizados pelo Governo Central nos 15 distritos do programa na Secretaria Permanente do MPD; Recolha de informação sobre os investimentos realizados pelo Governo Provincial nos distritos abrangidos na Secretaria Provincial; Obtenção de informação sobre os investimentos realizados pelo Governo Distrital na Secretaria Distrital. 4 Rastreio da Despesa Pública Verificação dos documentos orçamentais na Secretaria Distrital; Verificação física dos empreendimentos incluindo breve aferição da qualidade (integração dum membro do Governo na equipa de rastreio); Sistematização da informação e apresentação dos resultados preliminares ao Governo Distrital com maior destaque para os Secretários Permanentes. 5 Objecto de análise • • • • • • • OE e PESOD FID FDD “sete milhões” Fundo de Estradas ADE e COVs FDAA Investimento realizado pelo Governo Provincial no distrito • Investimento realizado pelo Governo Central no distrito 6 PRINCIPAIS CONSTATAÇÕES 7 OE 2010 Apesar da eleição das Assembleias Provinciais em 2009 e o inicio do seu funcionamento em 2010, a desconcentração de fundos e o processo de descentralização continuam a ser processos morosos e de impacto de longo prazo. DESPESAS 2010 Total Despesas Central Provincial Distrital Autarquico TOTAL 117.977,22 85.117,95 26.134,84 5.659,95 1.064,49 % 100,0 72,1 22,2 4,8 0,9 Funcionamento 62.172,18 36.302,96 21.599,50 3.560,06 709,66 % Investimento % 100,0 55.805,05 100,0 58,4 48.814,99 87,5 34,7 4.535,34 8,1 5,7 2.099,89 3,8 1,1 354,83 0,6 8 No Geral Do valor alocado a partir do OE: ◦ 90% disponível para os Governos distritais; ◦ 10% retido pelo MF. Muitas obras não foram concluídas devido à disponibilização tardia do fundo; Muitos mutuários do FDD, fizeram desvio de aplicação dos projectos inicialmente previstos porque por uma lado tiveram financiamento tardio e por outro lado receberam valor muito abaixo do solicitado. 9 Fundo de Investimento Distrital Maior parte do FID foi investido em infra-estruturas administrativas com maior destaque para as ROA, chefes dos PA/localidades e não necessariamente nas infra-estruturas de interesse comunitário; Vários desvios de aplicação do FID foram verificados para cobrir despesas de funcionamento da Secretaria Distrital, ajudas de custo, sessões do CCD, mantimentos para a residência do Administrador e aquisição de motorizadas; 10 Fundo de Investimento Distrital (cont) Muitos desvios de aplicação verificados resultaram de orientações políticas de alto nível e liquidação de dívidas transitadas de anos anteriores; Cerca de 89.8% das infra-estruturas apresentavam problemas de: infiltração de água, rachas nas paredes e no soalho, tinta descascada e baixa qualidade da madeira usada nos aros das portas e janelas; 11 Fundo de Investimento Distrital (cont.) Os problemas identificados nas obras estavam associados ao facto de: i) Os empreendimentos serem realizados às pressas nas vésperas das visitas de alto nível; ii) Contratação de artesãos locais sem experiência profissional como forma de minimizar os custos; e iii) Alguns Governos distritais compravam material de construção de baixa qualidade para conseguir cobrir maior parte das obras; 12 Fundo de Investimento Distrital (End) Mais de 70% do valor realizado nos distritos foi investido em empreendimentos que não constavam do PESOD; Os principais investimentos estavam concentrados na Vila-Sede distrital, em detrimento das zonas rurais; Muitas obras encontravam-se paralisadas e/ou abandonadas devido a falta de honestidade dos empreiteiros associado a falta de transparência no processo de contratação da empreitada. 13 FDD “ sete milhões” Falta de transparência no processo de gestão do FDD na medida que alguns projectos financiados não foram aprovados pelos Conselhos Consultivos Locais; Dos 2.374 projectos aprovados e financiados,10% não tinham contratos, 20% possuíam contratos mas sem assinatura e 70% possuíam contratos com assinatura; Maior parte dos mutuários visitados fizeram desvio de aplicação do fundo porque por um lado receberam tarde o financiamento e por outro lado receberam valores muito abaixo do solicitado; 14 FDD “ sete milhões” (cont) Não se observou o equilíbrio do género na aprovação dos projectos, sendo que apenas 20% dos mutuários foram mulheres. 80% dos projectos financiados encontravam-se concentrados na Vila-Sede facto que foi justificado pela maior concentração populacional; Falta de monitoria dos projectos pelos CCD por falta de verba para o efeito. 15 Dos 2.374 projectos financiados 16 Dos 113.038.244,30Mt desembolsados 17 Questões para reflexão Se os chefes distribuíram o Fundo entre si, o que terá sobrado para as comunidades desfavorecidas? Se os chefes não amortizam as dívidas, que exemplo poderão transmitir aos cidadãos no geral? Será que o nível de reembolsos dos “7 milhões” é satisfatório? Será que não devolver “sete milhões” dá cadeia? 18 Fundo de Estrada Dos 18.750.000,00Mt disponibilizados aos distritos abrangidos, 76.33% foi realizado e 23.67% não foi realizado devido à disponibilização tardia do fundo; Os distritos de Mabalane e Chókwè foram os únicos dentre os 15 rastreados que não realizaram nada com o fundo disponibilizado em 2010; As estradas que beneficiaram de melhorias, apresentavam os mesmos problemas cujas intervenções pretendiam resolver: buracos e em alguns casos intransitabilidade; 19 Fundo de Estradas (cont) As chuvas foram apontadas como a principal causa do rápido ressurgimento dos problemas nas vias de acesso pelos Governos Distritais; O grande problema verificado na qualidade dos trabalhos realizados estava associado ao facto das obras serem adjudicadas a artesãos locais, sem muita experiência profissional e sem equipamento apropriado para o efeito; Muitas obras adjudicadas no âmbito deste fundo não foram concluídas e algumas encontravam-se abandonadas e/ou paralisadas. 20 ADE & COV Valor médio 4.508.729,45Mt Chókwè : 1.962.324,78Mt, 12ª fase, o valor não foi todo distribuído; Mossurize: 2.103.732,00Mt ,12ª fase, mais de metade do fundo foi desviado; Cuamba: 2.243.054,72Mt, 13ª fase, recebeu o fundo nas vésperas dos exames de fim de ano e não houve tempo suficiente para a distribuição pelas respectivas escolas; Machaze: 3.810.181,27Mt, 11ª fase de COV, sem manuais de procedimentos por parte do SDEJT; 21 ADE & COV (End) Não há observação rigorosa do previsto nos manuais de procedimentos; Muitas escolas investiram mais de 15% do valor alocado noutras despesas; Grande parte do material comprado com o valor dos 15% não se encontrava nas respectivas escolas; Maior parte das escolas não possuía recibos; As escolas possuiam listas de distribuição de material, mas estas não especificavam a quantidade de material distribuído, nem possuíam assinaturas. 22 Fundo Descentralizado para o Abastecimento de Água Das 90 fontes visitadas, 63 (70%) apresentavam problemas de qualidade. Os principais problemas encontrados foram: i) Água salubre e/ou turva não propícia ao consumo humano; ii) Falta de comités de gestão de água; iii) Baixa profundidade dos furos o que leva ao esgotamento da mesma; 23 FDAA (End) iv) Falta de higiene v) Abertura de furos em zonas pantanosas; Cuamba (P/A de Etatara) vi) Avarias constantes dos furos; e vii) Falta de transparência na gestão do fundo das contribuições feitas pelas comunidades. 24 Investimento Realizado pelo Governo Provincial no Distrito Das 5 províncias, apenas uma forneceu informação solicitada, uma não apresentou informação consistente e três forneceram alguma. Em algumas províncias, projectos de entidades como o UNICEF eram apresentadas como sendo realizadas pelo Governo Provincial. Em Monapo e Chokwè verificou-se duplicação de planificação e orçamentação das actividades realizadas pelo Governo distrital/provincial e distrital/central, respectivamente devido a falta de comunicação entre os PESOD e PES. 25 Investimento Realizado pelo Governo Provincial no Distrito (Cont) Maior parte das vias de acesso abertas e/ou reabilitadas eram intransitáveis; As obras apresentavam problemas de qualidade, paralisação e/ou abandono; Ex.: Massangulo Muitos dos furos abertos não funcionam. Ponte sobre o Rio Mucucuria. (Distrito de Monapo) 26 Investimento Realizado pelo Governo Central no Distrito Informação fornecida pelo MPD não permitia um exercício razoável de rastreio, por ser: (i) bastante agregada; (ii) Por vezes forneciam informação dos locais que não estavam abrangidos pelo programa; (iii) Não apresentava os valores dos empreendimentos e o respectivo centro de custo dos pagamentos. 27 Investimento Realizado pelo Governo Central no Distrito (End) No geral, os empreendimentos apresentavam os mesmos problemas encontrados anteriormente. 50% das infra-estruturas erguidas encontravam-se abandonadas alegadamente por exiguidade de fundos; 30% das bombas de água construídas encontravam-se avariadas devido a qualidade das bombas (AFRIDEV) usadas ou profundidade do furo. 28 Recomendações A obrigatoriedade do envio da conta de gerência para a CPO da AR para atenuar o problemático acesso público às contas dos Governos distritais. Realinhamento dos CCDs para se ocuparem do processo de governação nos distritos (instrumento legal). Os Governos provincial e central deveriam deixar mais claros os seus investimentos ao nível distrital. 29 Muito obrigado 30