AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE MÉRTOLA Escola EB 2,3/ES de São Sebastião de Mértola Curso Profissional de Técnico de Apoio Psicossocial – 3º ano Ano lectivo: 2013/2014 Perturbação obsessivo-compulsiva Daniela Baiôa nº6 12ºB O que é? • A perturbação obsessivo-compulsiva (POC) é profundamente limitadora da qualidade de vida. Apesar da sua frequência – hoje é reconhecida como a 4ª perturbação psicológica mais expressiva na sua prevalência – acreditava-se ser rara e antes dos anos 60 não existia tratamento eficaz para lidar com a situação. O que é? • Surgem, as compulsões, ou rituais compulsivos, que acabam por cumprir uma função de controlo da ansiedade, ainda que inadequado. Estes comportamentos protectores são, na maior parte das vezes, comportamentos exteriores e, contrariamente às obsessões, que se passam na privacidade do espírito de cada um, tornam-se bastante visíveis para os outros. • É precisamente por constituírem a face visível desta perturbação que se tornaram o aspecto mais conhecido do público. • No entanto, os rituais compulsivos podem ser privados e, portanto, invisíveis, tal como as obsessões. O que é? • Um dos aspectos mais dramáticos desta perturbação é o facto de a pessoa reconhecer que as suas ações compulsivas são ilógicas e não têm cabimento no contexto da sua vida e que o conteúdo dos seus pensamentos obsessivos é maioritariamente absurdo e sem sentido. • Imagine saber isto e não conseguir impedir-se nem de pensar o que pensa, nem de fazer o que faz… • Esta situação está na base do elevado embaraço que as pessoas sentem quando são afligidas pela perturbação obsessivo-compulsiva, o que a torna muito reservadas a propósito do que pensam e do que fazem, acontecendo, por vezes, sofrerem durante anos sem contar a ninguém o que se passa com elas, passando por uma luta angustiante que não se prende apenas com a tentativa de controlo da sua sintomatologia mas, igualmente, com a tentativa de esconder o que se passa, por medo da avaliação que poderão fazer delas. O que é? • A perturbação obsessivo-compulsiva é progressiva: sem tratamento eficaz, vai piorando, ainda que o seu curso seja feito de fases boas e más, um pouco de acordo com o nível de stress que vai surgindo na vida das pessoas. • Com alguma frequência, a situação é complicada com a presença simultânea de outras perturbações igualmente do foro psicológico/psiquiátrico. • As companhias indesejáveis mais frequentes são: perturbações depressivas, perturbação do pânico, fobia social e fobias simples. Critérios de diagnostico • Uma obsessão define-se pela presença simultânea das seguintes 4 condições: 1. Pensamentos, impulsos ou imagens mentais, recorrentes e persistentes, que são experimentados, durante algum período da perturbação, como intrusivos e inapropriados e que causam ansiedade ou mal-estar intensos. 2. Os pensamentos, impulsos ou imagens mentais não se referem simplesmente a preocupações excessivas sobre os problemas da vida do dia-adia. 3. A pessoa tenta ignorar ou suprimir esses pensamentos, impulsos ou imagens, ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou acção. 4. A pessoa reconhece que esses pensamentos obsessivos, impulsos ou imagens são um produto da sua mente (não são impostas do exterior como na inserção de pensamentos). Soluções terapêuticas • Existem, essencialmente, e de acordo com a investigação científica, duas formas de atuar que registam boas taxas de sucesso: a farmacológica e a intervenção psicoterapêutica de abordagem cognitivo-comportamental. • O acompanhamento psicoterapêutico baseia-se numa regra que, enunciada, parece simplista, mas que, na prática, se reveste de alguma complexidade técnica. Basicamente, o trabalho que é feito visa enfrentar as obsessões e, em simultâneo, impedir a realização dos atos compulsivos. Soluções terapêuticas • Quem sofre da perturbação obsessivo-compulsiva despende muita energia na tentativa de afastar os pensamentos, impulsos e imagens mentais que o afligem repetidamente e, no entanto, ao longo da intervenção, vai ser ajudada a enfrentá-los, a ficar com eles quando lhe surgem ao espírito e, mesmo, a pensar nesses assuntos de uma forma mais pormenorizada e a analisar os cenários e consequências mais temidos. • E isto é feito sem o benefício da redução da ansiedade que é proporcionado pela execução dos rituais compulsivos. Soluções terapêuticas • O tratamento é, por isso, muito interventivo, uma vez que se centra em exercícios cuidadosamente desenhados para conseguir obter uma situação controlada de confronto com o material obsessional simultâneo à abolição das compulsões, e estes exercícios, além de serem, pelo menos alguns, feitos em consultório com a presença do terapeuta, devem ser executados entre as sessões. Soluções terapêuticas • O tratamento é, por isso, muito interventivo, uma vez que se centra em exercícios cuidadosamente desenhados para conseguir obter uma situação controlada de confronto com o material obsessional simultâneo à abolição das compulsões, e estes exercícios, além de serem, pelo menos alguns, feitos em consultório com a presença do terapeuta, devem ser executados entre as sessões. Soluções terapêuticas • Uma vez que a perturbação obsessivo-compulsiva se manifesta de uma forma muito individualizada, sendo difícil padronizá-la eficazmente, a intervenção também é feita em contexto individual, ainda que normalmente seja aconselhada a aprendizagem de uma ou duas técnicas complementares à intervenção descrita, em situação de grupo .