BONANÇA EXTERNA E DESINDUSTRIALIZAÇÃO: ANÁLISE DO PERÍODO 2005-2011 Edmar Bacha CdG 29/06/2012 DUAS FORMAS DE MEDIR A BONANÇA EXTERNA • Ponto de partida são as contas nacionais trimestrais em preços correntes: PAA = PYY + F F = PMM - PXX • Bonança financia excesso de gasto sobre renda em preços constantes: A/Y - 1= (P – 1) + Z Onde: P = PY/PA ; Z = F/PA Y • Bonança financia excesso de importações sobre exportações em preços constantes: (M - X)/Y = (P*-1)X/Y + Z* Onde: P*= PX/PM ; Z*= F/PMY BONANÇA FINANCIA MAIS GASTO Valor e Decomposição da Bonança Externa, 2005-10 (em preços de 2005) Ano Efeito das Efeito das Excesso do Relações Transferências Gasto sobre de Troca Externas PIB (P - 1) (Z) (A/Y - 1) 2005 0,0% -3,6% -3,6% 2006 0,7% -2,9% -2,2% 2007 1,0% -1,5% -0,6% 2008 1,7% -0,2% 1,5% 2009 1,8% 0,2% 2,0% 2010 3,4% 1,1% 4,4% 2011 4,4% 0,8% 5,2% BONANÇA FINANCIA MAIS IMPORTAÇÕES Decomposição Alternativa da Bonança Externa, 2005-10 (em preços de 2005) Ano Efeito das Efeito da Excesso de Relações Transferência Imp. sobre Exp. de Troca Externa em P-Const. (P* - 1)X/Y Z* (M-X)/Y 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 0,0% 1,2% 1,4% 1,9% 1,5% 3,6% 5,1% -3,6% -3,3% -1,9% -0,2% 0,2% 1,7% 1,2% -3,6% -2,2% -0,5% 1,6% 1,7% 5,2% 6,3% BONANÇA PROVOCA DESINDUSTRIALIZAÇÃO YS(Ps/PI) = γVH/PS ; YI(Ps/PI) + T = (1-γ)VH/PI Ps Ps I+ B I A B A S IND S ∆T >0 I H I+ BONANÇA ALAVANCOU INVESTIMENTO MAIS DO QUE CONSUMO ANO 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 TABELA 3 RAZÕES DO GASTO DOMÉSTICO/PIB (preços constantes de 2005) FBCF/Y CFAM/Y CGOV/Y 0,157 0,600 0,200 0,166 0,607 0,198 0,178 0,607 0,196 0,193 0,610 0,192 0,180 0,639 0,199 0,203 0,636 0,193 0,207 0,644 0,191 A/Y 0,964 0,978 0,994 1,015 1,020 1,044 1,052 Mecanismo de desindustrialização no modelo, comparado com alternativas • Modelo: Bonança externa Monetização reservas Aumento gasto Aumento preço relativo serviços Desindustrialização • Alternativa I: Aumento do gasto induzido por aumento autônomo do crédito interno. Crítica: dificuldade de conciliar com aumento de reservas (R = H – C). Sugestão: entender expansão de crédito como sendo endógena: Aumento reservas Aumento “base ampliada” (Mo+Repos) Multiplicador monetário Aumento crédito bancário • Alternativa II: Entrada de capitais é “endógena”, induzida por diferencial “exógeno” de juros. Crítica: diferencial de juros cai junto com entrada de capitais, sugerindo determinante comum: queda risco Brasil • Alternativa III: Valorização do câmbio como principal explicação da desindustrialização. Crítica: processo teria sido “recessivo” e não “expansionista”, como de fato se deu (com queda contínua do desemprego)