Implementação das PIC Organização de uma equipe técnica de referência Conforme discussão da “Inserção das PIC na rede de saúde”, sabe-se que um dos passos iniciais para a implantação das PIC é a constituição de uma “NÚCLEO RESPONSÁVEL”: –constituído, preferencialmente, por profissionais da SMS; –caráter multiprofissional; –com expertises em variadas PIC; –especialistas, acadêmicos ou assessores externos, proporcionando enriquecimento com outras vivências. (Santos e Tesser, 2012) Organização de uma equipe técnica de referência Responsabilidade do Núcleo Responsável –Ampliar o processo de implantação não restringindo exclusivamente em uma única pessoa –Representatividade profissional e diálogo com os demais atores envolvidos, –Fomento da cogestão, a partir do engajamento na análise e deliberação coletivas. –Buscar ato institucional que legitima as ações do grupo, garante caráter permanente e dá continuidade das ações na área. –Propor normatização local, assessoria técnica, atividades educativas, fomento de estudos e pesquisas, etc. –Elaborar plano de ação, pactuando-se um cronograma de atividades e periodicidade de reuniões (Santos e Tesser, 2012) Capacitação inicial dos profissionais de saúde que serão envolvidos no programa Marco conceitual e operativo fundamental para a capacitação de profissionais de saúde envolvidos no programa de PIC é o da Interculturalidade. Princípios básicos: –reconhecimento da diversidade cultural –relações equitativas –respeito às diferenças –enriquecimento mútuo (México, 2013) Capacitação inicial dos profissionais de saúde que serão envolvidos no programa Multiculturalidade e Interculturalidade A multiculturalidade implica uma relação onde vários grupos de diferentes culturas coexistem e interagem, partilhando espaços territoriais, linguísticos e legais. No entanto, nas experiências multiculturais conhecidas na Europa e Estados Unidos, observou-se a hegemonia de um grupo cultural sobre os outros. Na interculturalidade as relações são de reconhecimento do exercício de direito, não como uma concessão ou renúncia de privilégios, mas como exercício social para promover a horizontalidade e combater as assimetrias. Interculturalidade como modelo de implantação e EPS A interculturalidade nas instituições de saúde, da racionalidade médica ocidental contemporânea, justifica-se, de acordo com os usuários, por: –falta de sensibilidade, de escuta e respeito em seu tratamento –falta de respeito pela privacidade –desprezo por suas opiniões –desinformação sobre os tratamentos que estão recebendo –confronto e choque cultural. (México, 2013) Interculturalidade como modelo de implantação e EPS A justificativa para implantar PIC na rede de saúde com o princípio da interculturalidade deve-se à: –necessidade de remover as barreiras culturais os serviços de saúde –realização de serviços de saúde ”interculturalmente competente” –exigência do fortalecimento dos serviços, com outros modelos de atenção à saúde –aposta no processo de comunicação e interação que envolve uma relação respeitosa entre culturas Interculturalidade como modelo de implantação e EPS Impactos da implantação de PIC com o princípio da interculturalidade na rede de saúde: –redução de erros nos processos de cuidado em saúde –aumento da eficiência clínica no diagnóstico e tratamento –controle ou redução de riscos –maior impacto de atividades educativas –enriquecimento mútuo entre profissionais e usuários –aumento na satisfação dos usuários –aumento na satisfação de profissionais e gestores Interculturalidade como modelo de implantação e EPS Competência Intercultural em Saúde Capacidade de lidar de forma positiva com as diferenças culturais, por meio da conscientização e sensibilização diante das diferenças e semelhanças dos valores, símbolos, crenças e comportamentos humanos nas relações do campo da saúde. Interculturalidade como modelo de implantação e EPS Competência Intercultural em Saúde Conviver e interagir de forma aberta, horizontal, inclusiva, respeitosa e sinérgica com as diferentes formas de vida de indivíduos, grupos e instituições. Reconhecer o outro como ser vivo para exercer todos seus direitos, valorizando a diversidade e riqueza potencial. Referências Bibliográficas Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, Coordenação Geral de Áreas Técnicas, Departamento de Atenção Básica, Secretaria de Assistência a Saúde/ Ministério da Saúde(PNPIC/CGAT/DAB/SAS/MS). Cooperação Brasil México em PIC. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_pic.php?conteudo=interculturalidade SANTOS, Melissa Costa e TESSER, Charles Dalcanale. Um método para a implantação e promoção de acesso às Práticas Integrativas e Complementares na Atenção Primária à Saúde. Ciênc. saúde coletiva. 2012, vol.17, n.11, pp. 3011-3024.