SESSÃO PLENÁRIA 2 Precificação do Patrimônio dos Planos de Benefícios e a Repercussão na Quota do Participante no Equacionamento de Déficit e na Destinação do Superávit Antonio Fernando Gazzoni 1 AGENDA PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS NORMATIZAÇÃO VIGENTE PRÁTICAS INTERNACIONAIS – ASPECTOS GERAIS REPERCUSSÃO PARA O PARTICIPANTE E ASSISTIDO TENDÊNCIAS E CONSIDERAÇÕES FINAIS 2 PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS E DO PASSIVO ATUARIAL Qual a importância deste assunto? 3 IMPORTÂNCIA DA PRECIFICAÇÃO DO PASSIVO ATUARIAL Necessidade de convergência com a precificação do ativo Evitar formação de Déficits/Superávits Escriturais Diferentes propósitos da Avaliação: Accounting X Funding Avaliações de “Continuidade” X Avaliações “Específicas” (Retirada de Patrocínio, Saldamento, Cisão etc) 4 PRECIFICAÇÃO DO ATIVO X PASSIVO ATUARIAL ATIVO Marcado pela Curva PASSIVO Marcado a Mercado Res. CMN 3.792 Res. CGPC 4/02 5 ATIVOS MARCAÇÃO A MERCADO VERSUS NA CURVA ESSENCIAL: LIQUIDEZ! EXEMPLO 260 240 220 200 180 Preço 160 140 120 100 80 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Tempo Marcação a Mercado 2021 2022 2023 2024 2025 Marcação na Curva 6 MARCAÇÃO A MERCADO VERSUS NA CURVA Resolução CGPC 04/2002 Marcação a mercado: opção “padrão”. Não há necessidade de estudos Marcação na curva: deve-se comprovar a liquidez, por meio de fluxo atuarial e parecer atuarial 7 EXEMPLO 1: POSSIBILIDADE DE MANUTENÇÃO DOS TÍTULOS NA CURVA Duration do Passivo Total do Ativo • 250 meses (20 anos e 10 meses) • R$ 230 milhões Total do Ativo Marcado na Curva • R$ 207 milhões (90%) Prazo Médio Ponderado do Vencimento dos Ativos Marcados na Curva • 151 meses (12 anos e 7 meses) 8 Millions EXEMPLO 1: POSSIBILIDADE DE MANUTENÇÃO DOS TÍTULOS NA CURVA 350 Resultado: Possibilidade de manutenção dos títulos marcados na curva 300 69 59 250 49 200 39 150 29 100 19 50 9 0 -1 2013 -50 2019 2025 2031 2037 Patrimômio de Cobertura 2043 2049 2055 2061 2067 2073 2079 2085 Ativos de Investimentos livres no final do exercício 2091 2097 Despesas -11 9 EXEMPLO 2: IMPOSSIBILIDADE DE MANUTENÇÃO DOS TÍTULOS NA CURVA Duration do Passivo Total do Ativo • 250 meses (20 anos e 10 meses) • R$ 230 milhões Total do Ativo Marcado na Curva • R$ 207 milhões (90%) Prazo Médio Ponderado do Vencimento dos Ativos Marcados na Curva • 292 meses (24 anos e 4 meses) 10 350 Resultado: Impossibilidade de manutenção dos títulos marcados na curva 300 250 43 Millions Millions EXEMPLO 2: IMPOSSIBILIDADE DE MANUTENÇÃO DOS TÍTULOS NA CURVA 33 200 23 150 100 13 50 3 0 2013 -50 2019 2025 2031 2037 Patrimômio de Cobertura 2043 2049 2055 2061 2067 2073 2079 2085 Ativos de Investimentos livres no final do exercício 2091 2097 Despesas -7 11 PRECIFICAÇÃO DO ATIVO X PASSIVO ATUARIAL ATIVO PASSIVO Marcado pela Curva Marcado a Mercado Res. CMN 3.792 Res. CGPC 4/02 LDI, ALM Res. CNPC e IN Previc Hipóteses Atuariais 12 PROBLEMA A SER SOLUCIONADO O PASSIVO do Plano é marcado, usualmente, a taxas lineares (flat) O ATIVO do Plano é rentabilizado a taxas não lineares O RESULTADO do Plano passa a ser volátil SUPERÁVIT: distribuições precoces DÉFICIT: equacionamentos desnecessários 13 EXEMPLO: COMPARAÇÃO DO EQUILÍBRIO TÉCNICO (SUPERÁVIT) DO PLANO Superávit 4,500,000 4,000,000 3,888,867.76 3,832,063.54 3,500,000 3,000,000 2,500,000 2,000,000 1,500,000 1,000,000 ≠ 1,48% 500,000 0 Taxa Linear (5,46%) Curva de Juros 14 EXEMPLO: COMPARAÇÃO DO EQUILÍBRIO TÉCNICO (SUPERÁVIT) DO PLANO RESULTADOS PROJETADOS 6,000,000 5,500,000 5,000,000 4,500,000 4,000,000 3,500,000 3,000,000 2,500,000 2,000,000 1,500,000 1,000,000 500,000 0 Prospecções mostram que ao adotar a taxa linear (IN 7), se utilizado todo o prazo do fluxo, ao invés da duration, o resultado se aproximaria daquele obtido com a adoção da taxa de curva de juros. Taxa Linear (5,46%) Curva de Juros 1 7 13 19 25 31 37 43 49 55 61 67 73 79 85 15 AGENDA PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS NORMATIZAÇÃO VIGENTE PRÁTICAS INTERNACIONAIS – ASPECTOS GERAIS REPERCUSSÃO PARA O PARTICIPANTE E ASSISTIDO TENDÊNCIAS E CONSIDERAÇÕES FINAIS 16 NORMATIZAÇÃO VIGENTE: PASSIVO Resolução CGPC 13/2004 Resolução CGPC 18/2006 INSTRUÇÃO PREVIC Nº 1/2013 Resolução CNPC 9/2012 INSTRUÇÃO PREVIC Nº 7/2013 17 NORMATIZAÇÃO VIGENTE: TAXA DE JUROS 6,00% Resolução CNPC 9/2012 2012 5,75% 2013 5,50% Alternativa: Instrução Previc 1/2013 2014 5,25% 2015 5,00% 2016 4,75% 2017 4,50% 2018 18 NORMATIZAÇÃO VIGENTE: ESTUDOS DE ADERÊNCIA (IN 7) Estudo de aderência elaborado pelo atuário do Plano Deve abranger todas as hipóteses atuariais Hipóteses biométricas: histórico de, pelo menos, 3 anos Taxa de Juros: informações financeiras fornecidas pelo AETQ 19 NORMATIZAÇÃO VIGENTE: TAXA DE JUROS • Definição das estimativas de rentabilidade por segmento de aplicação, por ano, até o prazo da duration (projeção atestada Passo pelo AETQ) 1 • Definição da alocação objetivo de cada segmento de aplicação, Passo por ano, até o prazo da duration 2 Passo • Desenvolvimento do Fluxo de Caixa Atuarial 3 • Cálculo da rentabilidade estimada para cada ano futuro, até o prazo da duration, e cálculo da Taxa Interna de Retorno (TIR) Passo 4 Estimativa de Taxa de Juros = Taxa Interna de Retorno 20 TAXA DE JUROS: 10 ITENS OBRIGATÓRIOS (IN 7/2013) APLICAÇÕES: segmentação deve observar CMN e dívida contratada DURATION: considerar prazo do ativo/passivo ponderado pelo valor do fluxo anual PROJEÇÕES: observar prazo máximo entre as durations (ativo e passivo) FLUXO CONTRIBUIÇÕES: considerar receitas de qualquer natureza PROJEÇÃO RECEITAS DE INVESTIMENTOS: subsidiar as estimativas de rentabilidade FLUXO BENEFÍCIOS: considerar pagamento de benefício de qualquer natureza DESCASAMENTO DE FLUXO: considerar risco reinvestimento com taxa de retorno inferior DESPESAS PROJETADAS: considerar nas projeções (aberto entre adm e investimento) TAXA DE RETORNO REAL PROJETADA: indicar para todo o prazo do estudo (anualizada) RENTABILIDADE E CUSTOS COM INVESTIMENTOS: apresentar os realizados nos últimos 4 anos 21 RESULTADO DO TESTE DE TAXA DE JUROS: EXEMPLO 10.00% 9.00% 8.00% 7.00% 6.00% 5.00% 4.00% 3.00% 2.00% 1.00% 0.00% Provisões Matemáticas Taxa de Juros Atuarial Taxa de Juros vs. Passivo Atuarial Taxa Manutenção máximada para Taxa 2014: em 5,75%: 5,5%: confiança confiança de de 60% 56% Provisões Matemáticas vs. Taxa de Juros 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% Probabilidade de Cumprimento da Meta Atuarial Cenários não recomendados: probabilidade de alcance da meta atuarial inferior a 50%. 90% 100% Taxa esperada (50% Taxa c/ 70% de Taxa c/ 90% de de conf.): 5,99% conf.: 5,13% conf.: 3,89% 22 AGENDA PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS NORMATIZAÇÃO VIGENTE PRÁTICAS INTERNACIONAIS – ASPECTOS GERAIS REPERCUSSÃO PARA O PARTICIPANTE E ASSISTIDO TENDÊNCIAS E CONSIDERAÇÕES FINAIS 23 PRÁTICAS GERAIS - EUA (2006) - Modelo de Três Vértices : adoção de taxas de juros atuariais formadas a partir de uma média dos rendimentos dos últimos 24 meses de títulos privados de curto (1-5 anos), médio (6-20 anos) e longo (21+) prazos. A taxa efetiva era calculada a partir da conjunção dessas 3 taxas. (2012) - MAP-21: as taxas calculadas a partir do modelo devem ser ajustadas, de forma a ficarem compreendidas no corredor (+ ou – 15%) formado a partir da média dos últimos 25 anos para cada vértice. Taxas utilizadas nas avaliações atuariais de 1º de janeiro de 2013 Vértice Média últimos 24 meses Média últimos 25 anos Limite Inferior do corredor de 15% Limite Superior do corredor de 15% 0 – 5 anos 1,62% 5,81% 4,94% 6,68% 6 – 20 anos 4,40% 7,24% 6,15% 8,32% + 20 anos 5,45% 7,95% 6,76% 9,15% Fonte: MAP-21, Abreviação de Moving Ahead for Progress in the 21st Century Act 24 PRÁTICAS GERAIS – CANADÁ (QUEBEC) A hipótese máxima de juros recomendada é 6,00%. Para planos em operação normal, atuários devem escolher a premissa de taxa de juros pela melhor estimativa, incluindo margem para desvios adversos. Atuários podem usar um método estocástico para determinar a melhor estimativa da taxa de retorno esperada. Atuários podem, de forma razoável, completar a hipótese de juros a 0,1%, porém este arredondamento dos valores deve ser feito de forma consistente de ano para ano, antes de aplicar a margem para desvios adversos. Fonte: http://www.rrq.gouv.qc.ca/ 25 PRÁTICAS GERAIS – ESPANHA E HOLANDA A taxa máxima é fixada anualmente de acordo com a média da dívida pública espanhola no último trimestre do ano. A taxa de desconto para a avaliação dos passivos é baseada em taxas livres de risco de swaps, com prazo de maturidade maior que 20 anos. Fonte: OECD, Financial Market Trends 100:1 26 PRÁTICAS GERAIS – REINO UNIDO E PORTUGAL A taxa de desconto considera uma taxa livre de risco + prêmio de risco Para a taxa livre de riscos, é entendido como adequada a taxa de títulos do governo. Para o prêmio de risco, é considerado o quanto em ativos de renda variável o plano está investido. Qualquer spread utilizado sobre a taxa livre de risco é tipicamente baseado em uma avaliação prudente do potencial de retorno adicional, dada a estratégia de investimento. Taxa de desconto é fixa. Em 2013 de 4,50%. Fonte: OECD, Financial Market Trends 100:1 27 AGENDA PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS NORMATIZAÇÃO VIGENTE PRÁTICAS INTERNACIONAIS – ASPECTOS GERAIS REPERCUSSÃO PARA O PARTICIPANTE E ASSISTIDO TENDÊNCIAS E CONSIDERAÇÕES FINAIS 28 MARCAÇÃO A MERCADO VERSUS NA CURVA EXEMPLO 260 Situação B 240 220 200 180 Preço Situação A 160 140 120 100 80 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Tempo Marcação a Mercado 2021 2022 2023 2024 2025 Marcação na Curva 29 REPERCUSSÃO PARA O PARTICIPANTE/ASSISTIDO SITUAÇÃO A B PLANO BD* REDUÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO E MELHORIA DE BENEFÍCIOS CONTRIBUIÇÃO EXTRAORDINÁRIA PLANO CD PLANO CV ELEVAÇÃO DA COTA PATRIMONIAL REDUÇÃO DA COTA PATRIMONIAL CONJUGAÇÃO NA COTA E BENEFÍCIOS CONJUGAÇÃO NA COTA E CONTRIBUIÇÃO EXTRAORDINÁRIA * Observado os limites previstos na legislação vigente. Obs.: Considerando a mudança da marcação do título nos momentos A e B. Quando muda a marcação, gera um resultado considerando a diferença da taxa do momento com a taxa do vencimento do título. 30 PROBLEMA A SER SOLUCIONADO Superávit pode ser apenas escritural! Déficit pode ser apenas escritural Diminuir contribuição ou Aumentar benefício Pagar contribuição extraordinária Dificulta o planejamento da aposentadoria (em especial CV e CD) Maiores dificuldades de gestão (ALM; LDI; Politica de Investimento) 31 AGENDA PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS NORMATIZAÇÃO VIGENTE PRÁTICAS INTERNACIONAIS – ASPECTOS GERAIS REPERCUSSÃO PARA O PARTICIPANTE E ASSISTIDO TENDÊNCIAS E CONSIDERAÇÕES FINAIS 32 PRECIFICAÇÃO DO PASSIVO: TENDÊNCIAS NAS NORMAS Taxa de Juros: permutar os percentuais fixos e decrescentes, atualmente estabelecidos na Res. CNPC 09/12 e em vigor, por uma taxa real de juros que represente, de modo referencial (parâmetro), para cada plano e a cada ano que venha a ser utilizada, a média dos preços de título público atrelado a índice de preços praticada nos últimos anos; Trabalhar com um intervalo (banda) com base na taxa parâmetro, onde as EFPC não precisariam de autorização da PREVIC, caso o estudo de aderência da taxa real de juros aponte essa possibilidade. Prazos dos financiamentos dos déficits: adequar o Anexo da Res. CGPC 18/06, para utilizar os prazos médios de realização das despesas previdenciais (duration), ao invés dos critérios hoje existentes, que consideram regras distintas para participantes e assistidos. - O estudo de aderência (IN 7) poderia servir, inclusive, para que a EFPC comprovasse, se assim desejar, a utilização de taxa real de juros no plano de benefícios, fora da banda (dispensando a IN PREVIC 01/13); 33 NORMAS QUE PODERÃO SER OBJETO DE REVISÃO NO ÂMBITO DA COMISSÃO TEMÁTICA 4 Resolução CGPC Nº 18/2006 • Resolução CNPC Nº 9/2012 • Instrução PREVIC 1/2013 • Instrução PREVIC 7/2013 Resolução CGPC Nº 26/2008 • Resolução CNPC Nº 13/2014 • Resolução CNPC Nº 14/2014 Resolução CGPC Nº 4/2002 • Resolução CGPC Nº 22/2006 34 CONSIDERAÇÕES FINAIS A precificação de ativos e passivos deve convergir, de forma harmônica, visando menor volatilidade nos resultados Os normativos que tratam da precificação do passivo precisam de ajustes pontuais, assim como aqueles que tratam de solvência e de precificação de ativos, porém de forma tempestiva No futuro, deveremos empreender esforços para consolidar estes normativos, para que ativo, passivo e solvência possuam regras harmônicas e convergentes e, unificadas 35 CONSIDERAÇÕES FINAIS Quanto ao passivo, é imprescindível a realização de estudos de aderência, não apenas para precificá-lo corretamente, mas para promover a gestão do Risco Atuarial, e sua consequente mitigação; O Atuário deve empregar metodologias conhecidas e aderentes à realidade dos planos de benefícios, e documentá-las para uso da EFPC; Cada vez mais dirigentes e conselheiros devem conhecer e agir no sentido da gestão do passivo e mitigação dos riscos atuariais. 36 Obrigado pela atenção! ANTÔNIO FERNANDO GAZZONI Diretor-Presidente GAMA Consultores Associados [email protected] | www.gama-ca.com.br 37 37