Eletrostática Professor Sandro Dias Martins Um corpo de massa m, quando nas proximidades da Terra, é atraído devido à região de perturbação que a Terra cria ao redor de si, denominada campo gravitacional. Assim como a Terra, as cargas elétricas também criam ao seu redor uma região de perturbação eletrostática, denominada campo elétrico. Dada uma carga elétrica Q fixa, nota-se, quando dela se aproxima uma carga de prova q, o surgimento de uma força de interação elétrica. Essa força ocorre, porque q está na região de campo elétrico criado pela carga elétrica fixa e puntiforme Q. O campo elétrico criado por uma carga elétrica puntiforme e fixa é a força elétrica por unidade de carga de prova. Q - carga que origina o campo elétrico; q - carga de prova (serve para testar o campo elétrico). Para se determinar o vetor campo elétrico (E): Intensidade: Direção: mesma de F (reta que une as cargas) Sentido: se q > O, é o mesmo da força (F); se q < O, é contrário ao da força(F). Unidades (SI) Outra unidade para o campo elétrico no SI é o volt por metro (V/m). É possível determinar o campo elétrico num ponto do espaço, mesmo sem conhecer ou existir a carga de prova q. Para se determinar o campo elétrico em função da carga que o origina: Intensidade: Direção: da reta que une a carga ao ponto onde se quer calcular o campo. Sentido: se Q > O, o campo é de afastamento da carga (veja o quadro de força e campo); se Q < O, o campo elétrico é de aproximação da carga (veja o quadro de força e campo). O campo elétrico não depende da carga de prova q. O campo elétrico depende da carga que origina Q, da distância d do meio K. A relação pode ser aplicada em qualquer região de campo elétrico. A relação só pode ser aplicada para carga elétrica fixa e puntiforme. Para que haja campo elétrico, é necessária a presença de uma única carga elétrica, fixa, independentemente de existir ou não carga elétrica de prova. Vimos até agora que o campo elétrico é uma região de perturbação eletrostática, criada por uma carga elétrica Q, puntiforme e fixa. Numa distribuição de cargas elétricas, o campo elétrico resultante num ponto será a soma vetorial dos campos individualmente criados pelas cargas do sistema nesse referido ponto. Dado o sistema de cargas elétricas: O campo elétrico resultante será: Para duas cargas elétricas temos: Para calcular o campo elétrico resultante, valem todos os casos particulares estudados para adição de vetores: As linhas de força são linhas imaginárias que construímos ao redor de uma carga elétrica ou de uma distribuição de cargas, e servem para mostrar o comportamento do campo elétrico numa certa região do espaço. A intensidade do campo elétrico é proporcional à densidade de linhas, ou seja, quanto mais próximas as linhas se encontram, mais intenso é o campo. A direção do campo elétrico é tangente às linhas de força e o seu sentido é o mesmo das linhas. E1 > E2 , porque a densidade de linhas em P1 é maior do que em P2. As linhas de força não se cruzam em nenhum ponto. Quanto maior o número de linhas que chegam a uma carga elétrica ou dela saem, tanto maior será o módulo dessa carga. Numa determinada região do espaço encontram-se duas cargas elétricas, Q e q. Sejam: Q - carga elétrica puntiforme e fixa; q - carga elétrica de prova, abandonada na região de campo elétrico da carga Q. A carga elétrica q, por estar numa região de campo elétrico, recebe a ação de uma força elétrica. A carga q só consegue realiza esse movimento devido à energia potencial elétrica que possui armazenada na região de campo elétrico criado pela carga Q. Essa energia e dada por: O potencial elétrico é uma grandeza escalar que mede a energia potencial elétrica existente num sistema, por unidade de carga de prova. O potencial elétrico de referência é o potencial da Terra convencionado como sendo zero: A diferença de potencial (ddp) entre dois pontos, A e B, de potenciais elétricos, respectivamente, VA e VB , é dada por: Numa distribuição de cargas elétricas, o potencial é dado pela soma dos potenciais de cada carga. As linhas de força criadas por cargas elétricas puntiformes e isoladas uma das outras são radiais; de afastamento (se forem cargas positivas) e aproximação (para cargas negativas). Agora, as linhas de força determinam um campo elétrico uniforme quando elas forem paralelas e igualmente espaçadas. Obtém-se um campo elétrico uniforme entre duas placas planas, paralelas e carregadas com cargas elétricas de mesmo módulo, porém de sinais contrários. As linhas de força, nesta região, são todas paralelas e igualmente espaçados. Vamos considerar apenas a força elétrica atuando na carga. A carga q recebe a ação de uma força elétrica na mesma direção e no mesmo sentido das linhas de força. O movimento de carga será: (Vo = O) - a partícula inicia um movimento uniformemente acelerado a favor das linhas de força. (Vo ≠ O) - e no mesmo sentido das linhas - a partícula descreve um movimento uniformemente acelerado. (Vo ≠ O) - e no sentido contrário ao das linhas - a partícula descreve um movimento uniformemente retardado. A carga q recebe a ação de uma força elétrica na mesma direção e em sentido contrário ao das linhas de força. O movimento da carga será: (Vo = O) - a partícula inicia um movimento uniformemente acelerado no sentido contrário ao das linhas de força. (Vo ≠ O) - e no mesmo sentido das linhas - a partícula descreve um movimento uniformemente retardado. (Vo ≠ O) - e no sentido contrário ao das linhas - a partícula descreve um movimento uniformemente acelerado. Se o lançamento for perpendicular às linhas de força, temos: A trajetória descrita pela carga elétrica é parabólica