SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA WILLIAM CORSARO ALBERTO ALBUQUERQUE GOMES 1. Estudos com crianças – tendências Movimento da pesquisa sobre para a pesquisa com ou para as crianças. Esse movimento reflete a preocupação em capturar as vozes infantis, suas perspectivas, seus interesses e direitos como cidadãos. As crianças são vistas como atores sociais (protagonistas) e os métodos adaptados para captar suas vidas. 2. Métodos para capturar a natureza da infância no tempo e no espaço (macro) 3. Métodos para capturar o cotidiano das crianças como participantes em suas culturas (micro); 2. Métodos para capturar a natureza da infância no tempo e no espaço (macro) Métodos de pesquisa em nível macro permitem explorar a variabilidade e a natureza da infância e as experiências infantis. 2.1. Estudos demográficos: Estudos usando dados de censos documentam alterações na estrutura familiar e na vida infantil que interferem na formulação de políticas sociais. Exemplo: Longevidade + queda das taxas de fertilidade = mudanças nas políticas sociais 2.2. Pesquisas em ampla escala: coleta e análise de dados censitários ajudam a avaliar os efeitos da globalização na vida, bem-estar e trajetória social das crianças até a idade adulta. Crianças tratadas como protagonistas (sujeitos ativos das pesquisas) 2.3. Métodos históricos: debate sobre uma nova história da infância. Os estudos da nova história da infância baseiam-se em uma variedade de fontes (registros públicos, testemunhos orais, livros de registro escolar, trabalhos manuais infantis, memórias, correspondência familiar, etc. 3. Métodos para capturar o cotidiano das crianças como participantes em suas culturas (micro): entrevistas presenciais formais e informais e pesquisa etnográfica. 3.1. Entrevistas individuais/grupos. Entrevistas individuais ou em grupo com crianças podem contribuir para explorar suas interpretações sobre suas vidas. Podem ocorrer situações de tensão e desequilíbrio como em qualquer tipo de entrevista. 3.2. Etnografia e análise lingüística: é um método eficaz para estudar interações e culturas difíceis de serem compreendidas através de entrevistas. 3.2.1. Pesquisa prolongada e engajada. Em abordagens prolongadas, as crianças aceitavam melhor os adultos do que se poderia julgar. Porém, é preciso ser aceito pelo grupo. Um dos obstáculos é o tamanho físico 3.2.2. Etnografia microscópica e holística: este processo exige mais do que a descrição das especificidades. Exige uma descrição densa. 3.2.3. Flexibilidade e autocorreção: uma das características mais importantes da etnografia é a flexibilidade e a possibilidade de pesquisa com as crianças e não sobre as crianças. Etnografia longitudinal 3.2.4. Análise sociolingüística: documentação das culturas infantis através de gravações de áudio ou vídeo. 4. Métodos não tradicionais no estudo das crianças 4.1. Desenhos 4.2. Agendas 4.3. Projetos infantis 5. Questões éticas 5.1. Termo de consentimento livre e esclarecido (geralmente assinado pelos pais e eventualmente pelas crianças 5.2. A pesquisa com crianças do círculo de convivência do pesquisador traz alguns problemas éticos. 5.3. Um dos cuidados do pesquisador deve ser registrar/documentar todo o processo de pesquisa